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                          Carta IEDI

                          Edição 798
                          Publicado em: 28/07/2017

                          O Superávit dos Bens da Indústria de Transformação no Segundo Trimestre

                          Sumário

                          No primeiro semestre de 2017, balança comercial experimentou o maior superávit em dólares correntes de sua história: US$ 36,2 bilhões. Muito disso se deve ao resultado do segundo trimestre do ano, cujo superávit foi de US$ 21,8 bilhões, sendo o maior patamar logrado para abril-junho em dólares correntes na série iniciada em 1989. Mais relevante ainda é observar a melhora paulatina do saldo comercial, trimestre a trimestre na comparação com igual período do ano anterior.

                          O desempenho semestral ocorreu mesmo com o déficit dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação. Menos mal que tal saldo negativo – déficit de US$ 1,2 bilhão – foi menor do que em janeiro-junho de 2016 (déficit de US$ 2,8 bilhões). Essa redução no déficit decorreu justamente do superávit de US$ 1,2 bilhão em abril-junho de 2017. No segundo trimestre, as exportações desses produtos cresceram 9,0%, atingindo US$ 33,0 bilhões, enquanto as importações aumentaram 2,4%, ficando em US$ 31,8 bilhões. 

                          De fato, a grandeza do superávit global, tanto no semestre, quanto no segundo trimestre decorreu do incremento do saldo positivo dos demais bens, especialmente aqueles provenientes da agropecuária e pesca e da extração mineral. Como se sabe, os preços internacionais das commodities encontram-se em patamares superiores aos do ano passado e 2017 conta com uma safra agrícola excepcionalmente boa. As vendas externas dos demais bens cresceram 25,0% em abril-junho frente ao mesmo trimestre de 2016. 

                          A série elaborada a partir da classificação da indústria de transformação por intensidade tecnológica da OCDE e comparando trimestre contra igual trimestre do ano anterior permite algumas observações de relevo:

                               •  O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 3,8 bilhões em abril-junho de 2017, o menor para esse período do ano desde 2009. Trimestre a trimestre, tal patamar também ficou baixo. As exportações concorreram para tanto, expansão de 12,7% na comparação entre segundos trimestres de 2017 e de 2016, alcançando em US$ 2,8 bilhões. Os produtos da indústria aeronáutica mantêm a condição de únicos superavitários do segmento, inclusive com forte incremento exportador no contraste entre segundos trimestres. Já o complexo eletrônico continua com desempenho exportador pífio.

                               •  O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre os quatro no contraponto entre segundos trimestres, mas com grandeza ligeiramente menor do que a registrada em igual trimestre dos últimos sete anos. Tal resultado ocorreu com ampliação de 18,6% na exportação. Em abril-junho, o País exportou US$ 9,3 bilhões desses bens. As importações, a seu turno, declinaram 5,7%. Esta faixa engloba os materiais de transporte terrestres, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, da indústria química e do setor automotivo cresceram. No caso desse último, a balança comercial logrou superávit tanto para abril-junho quanto para o acumulado do ano.

                               •  Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, o superávit de US$ 188,1 milhões no segundo trimestre permitiu que o semestre terminasse com saldo equilibrado: superávit de US$ 18 milhões. Tal melhora ocorreu mesmo com declínio de 3,4% nas vendas externas na comparação entre segundos trimestres, ficando em US$ 6,6 bilhões. As importações, por sua vez, cresceram 22,1% no confronto entre abril-junho de 2017 e igual trimestre de 2016. Tais números refletem a performance nos fluxos comerciais de seus dois principais tipos de bens: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.

                               •  Passando para os bens das atividades de baixa intensidade tecnológica, obtiveram no segundo trimestre do ano o maior superávit dentre as quatro faixas, US$ 10,5 bilhões, o segundo maior superávit para abril-junho da série. Tal grandeza e o menor déficit nas faixas de maior intensidade tecnológica conseguiram conduzir a balança dos bens da indústria de transformação ao superávit em abril-junho. No contraponto entre segundos trimestres, as exportações aumentaram 9,2%, totalizando US$ 14,1 bilhões. Tal conjunto de bens abarca dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País – cresceram bem em relação no contraponto entre segundos trimestres, respondendo em larga medida pelo maior superávit dessa faixa, bem como para o resultado também do primeiro semestre.

                          Os resultados da balança comercial dos bens tipicamente oriundos da indústria de transformação mostram expansão exportadora. Ressalve-se, porém, que, em determinados segmentos, a exemplo daqueles do complexo eletrônico e das atividades de média-baixa intensidade, a crise interna não conduziu a uma inserção externa consistente a partir das exportações.

                          Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial

                          No primeiro semestre de 2017, balança comercial experimentou o maior superávit em dólares correntes de sua história: US$ 36,2 bilhões. Somente no segundo trimestre, o superávit chegou a US$ 21,8 bilhões, sendo o maior patamar logrado para abril-junho em dólares correntes na série iniciada em 1989.

                          O desempenho semestral ocorreu mesmo com o déficit dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação. Menos mal que tal saldo negativo – déficit de US$ 1,2 bilhão – foi menor do que em janeiro-junho de 2016 – resultado deficitário em US$ 2,8 bilhões. Essa redução na grandeza do déficit decorreu justamente do superávit de US$ 1,2 bilhão em abril-junho de 2017. No segundo trimestre, as exportações desses produtos cresceram 9,0%, atingindo US$ 33,0 bilhões, enquanto as importações aumentaram 2,4%, ficando em US$ 31,8 bilhões. Aliás, embora tenham crescido, as vendas para o exterior ainda ficaram aquém do patamar observado em igual período de 2008, 2011, 2012, 2013 e de 2014.

                          De fato, a grandeza do superávit, tanto no semestre, quanto no segundo trimestre decorreu do incremento do saldo positivo dos demais bens, especialmente aqueles provenientes da agropecuária e pesca e da extração mineral. As vendas externas dos demais bens cresceram 25,0 % em abril-junho frente ao mesmo trimestre de 2016. Já as aquisições de fora do País aumentaram apenas 2,4% em dólares correntes.

                          A balança por intensidade tecnológica

                          Considerando a classificação adotada pela OCDE para a indústria de transformação segundo a intensidade tecnológica, pode-se esmiuçar as relações de troca do País. São quatro faixas da indústria de transformação: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. A tabela a seguir discrimina melhor tais faixas.

                          O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades tidas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 3,8 bilhões em abril-junho do ano, o menor para esse período do ano desde 2009. Trimestre a trimestre, esse patamar também ficou baixo. Ilustrando, no primeiro trimestre do ano, o déficit foi de US$ 4,8 bilhões e o trimestre menos deficitário de 2016 foi o segundo, quando ficou em US$ 4,4 bilhões. As exportações concorreram para tanto, com expansão de 12,7% na comparação entre segundos trimestres de 2017 e de 2016, alcançando em US$ 2,8 bilhões. Apesar de tanto, as vendas externas desses bens permanecem como as mais baixas dentre as quatro faixas. Os produtos da indústria aeronáutica mantiveram a condição de únicos superavitários do segmento, inclusive com forte incremento exportador no contraste entre segundos trimestres.

                          O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas no contraponto entre segundos trimestres, mas com grandeza ligeiramente menor do que a registrada em igual trimestre dos últimos sete anos. Tal resultado ocorreu com ampliação de 18,6% na exportação. Em abril-junho, o País exportou US$ 9,3 bilhões desses bens. As importações, a seu turno, declinaram 5,7%. Esta faixa engloba os materiais de transporte terrestres, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, da indústria química e do setor automotivo cresceram. No caso desse último (veículos automotores, reboques e semi-reboques), a balança comercial logrou superávit tanto para abril-junho quanto para o acumulado do ano.

                          Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, o superávit de US$ 188,1 milhões no segundo trimestre permitiu que o semestre terminasse com saldo equilibrado: superávit de US$ 18 milhões. Tal melhora ocorreu mesmo com declínio de 3,4% nas vendas externas na comparação entre segundos trimestres, ficando em US$ 6,6 bilhões. As importações, por sua vez, cresceram 22,1% no confronto entre abril-junho de 2017 e igual trimestre de 2016. Tais números refletem a performance nos fluxos comerciais de seus dois principais tipos de bens: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.

                          Passando ao grupo dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, obteve no segundo trimestre do ano, como de costume, o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 10,5 bilhões, o segundo maior superávit para abril-junho da série, ficando atrás do registrado em igual período de 2011. Na comparação entre segundos trimestres, as exportações aumentaram 9,2%, totalizando US$ 14,1 bilhões, com as importações crescendo 23,5%. Tal conjunto de bens encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utilizam intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País – cresceram bem no contraponto entre segundos trimestres, respondendo em larga medida pelo incremento no superávit dessa faixa, bem como no resultado do primeiro semestre.

                          Bens de alta intensidade tecnológica

                          O conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia teve déficit de US$ 3,8 bilhões em abril-junho, menor do que o observado no mesmo período de 2016. Contribuíram para tanto o acréscimo nas vendas para fora do País: incremento de 12,7%, chegando a US$ 2,8 bilhões. Mesmo assim permanece como a menos expressiva das quatro faixas em termos de exportações. Já as importações ficaram em US$ 6,7 bilhões, com decréscimo de 3,4% no contraponto entre segundos trimestres.

                          Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais conformaram o único grupo dessa faixa a obter superávit no segundo quarto do ano, de US$ 1,7 bilhão, bem maior do que no primeiro trimestre do ano e do que em igual período de 2016. Suas exportações cresceram 18,1%, alcançando US$ 2,0 bilhões. As importações, a seu turno, declinaram 71,5%.

                          Os três ramos de bens típicos do complexo eletrônico, como tem sido a tônica, concorreram sobremaneira para o déficit dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica. Dos três ramos, o de equipamentos de áudio, vídeo e telecomunicações (inclusive componentes eletrônicos) foi aquele cujas exportações declinaram, variação de -9,9%, ficando em apenas US$ 122 milhões em abril-junho. Assim, continuou com o maior déficit dessa faixa, de US$ 1,9 bilhão Não custa lembrar que, no mesmo trimestre de 2006, suas exportações foram de US$ 941,7 milhões. Os equipamentos de informática e material de escritório também viram suas vendas externas retrocederem, taxa de -12,1% no segundo trimestre, concorrendo para a irrisória exportação de US$ 65 milhões. Em paralelo, suas importações aumentaram 7,4%. Quanto ao terceiro segmento do complexo eletrônico, de equipamentos e instrumentos médico-hospitalares, ótico e de precisão, suas exportações cresceram 9,3%, enquanto suas importações cresceram 14,2% no confronte entre segundos trimestres. Seu déficit ficou praticamente estável, situando-se em US$ 1,2 bilhão.

                          Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 1,5 bilhão, significando um discreto aumento seja frente ao primeiro trimestre do ano, seja diante de abril-junho do ano passado. Suas exportações cresceram de 2,8%, com o Brasil vendendo somente US$ 383 milhões para outros países. As importações, a seu turno, cresceram 0,8%.

                          Bens de média-alta intensidade tecnológica

                          As vendas externas de produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica cresceram 18,6% em abril-junho de 2017 frente a igual período do ano passado, situando-se em US$ 9,3 bilhões. Desde 2013, não se exportava tanto desses bens no segundo trimestre. As importações, por sua vez, retrocederam 5,7%. Essa combinação de resultados permitiu que o déficit diminuísse, ficando em US$ 5,6 bilhões. Contudo ainda preserva a condição de maior déficit dentre as quatro faixas de intensidade tecnológica.

                          As exportações de produtos químicos (exclusive farmacêuticos) teve acréscimo de 11% em abril-junho contra igual período de 2016. Já as importações cresceram 7,2%. Esses bens continuam tanto com o maior déficit comercial, de US$ 4,8 bilhões, quanto com o maior montante importado, US$ 7,0 bilhões, dentre todos os grupamentos de mercadorias tipicamente produzidos pela indústria de transformação. As exportações ficaram em US$ 2,2 bilhões.

                          Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram superávit na casa dos US$ 900 milhões de dólares correntes. Os produtos automobilísticos responderam por tal superávit, atingindo por si só US$ 1,1 bilhão. As exportações de produtos automobilísticos aumentaram 39,9%, galgando US$ 4,2 bilhões, enquanto as importações cresceram 7,6%. Quanto ao grupo dos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações caíram 51,1%, com as importações caindo 2,7%, levando a um resultado negativo de US$ 139 milhões, déficit praticamente igual ao observado em janeiro-março último e maior do que o registrado no mesmo trimestre de 2016.

                          A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits com algumas semelhanças. Em ambos, o déficit caiu quer frente a janeiro-março último, quer em relação a abril-junho de 2016. Em máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados, a magnitude do déficit ficou em US$ 795 milhões. Suas exportações cresceram 6,0% no segundo quarto do ano, chegando a US$ 2,2 bilhões, enquanto as importações declinaram 32,2%. Já o intercâmbio de máquinas e equipamentos elétricos apresentou déficit de US$ 1 bilhão, com o agravante de suas vendas para o exterior terem diminuído 0,8% no segundo trimestre, ficando em US$ 650 milhões. Já as aquisições externas, recuaram 7,6%.

                          Bens de média-baixa intensidade tecnológica

                          As exportações de gêneros típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica caíram 3,4% no segundo trimestre de 2017 vis-à-vis abril-junho de 2016, ficando em US$ 6,7 bilhões. Tal queda ocorreu após setembro-dezembro de 2016 e janeiro-março último terem registrado expansão de dois dígitos na comparação com igual trimestre do ano anterior. As importações, também em dólares correntes, cresceram 22,1%. Ainda assim a balança comercial do segundo trimestre do ano ficou com superávit de US$ 188,1 milhões, permitindo que o semestre fechasse ainda com saldo positivo.

                          As relações de troca dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica são muito afetadas por dois agrupamentos de mercadorias: produtos metálicos, destacando-se a siderurgia; e bens derivados de petróleo refinado, outros combustíveis e afins.

                          As vendas para o exterior de produtos de petróleo refinado e afins aumentaram 4,7% no segundo trimestre frente a igual período de 2016, atingindo US$ 448,8 milhões. Já suas importações aumentaram em 50,7%, significando que o País importou US$ 3,0 bilhões desses itens em abril-junho. Com isso, o déficit atingiu de US$ 2,6 bilhões no segundo trimestre do ano.

                          Este aumento no déficit em produtos de petróleo refinado e afins chegou a ser contrabalançado pelo incremento no superávit em produtos metálicos, mormente da siderurgia, mas não a ponto de permitir que toda a faixa permanecesse superavitária. De fato, o superávit de produtos metálicos chegou a US$ 3,0 bilhões. Suas exportações cresceram 11,3% no confronto entre segundos trimestres, alcançando US$ 5,1 bilhões. As importações também se ampliaram, variação de 9,3%, mas sem fazer frente ao montante exportado.

                          Passando para os de itens de menor expressão dessa faixa, os produtos de minerais não-metálicos lograram superávit de US$ 237,5 milhões. Suas exportações declinaram 2,1%, ficando em US$ 543 milhões em abril-junho último. As importações também cresceram, 13,4%, mas não o suficiente para reduzir o resultado comercial frente ao ano anterior.

                          O intercâmbio de embarcações, navios etc registrou déficit de US$ 19 milhões em abril-junho de 2017, representando uma redução significativa de sua magnitude caso se leve em conta o saldo negativo do primeiro trimestre do ano. No segundo trimestre de 2016, o segmento logrou robusto superávit. Em 2017, o País tem registrado um volume muito baixo de comércio desse material de transporte.

                          Ou seja, além de produtos refinados de petróleo, combustíveis e afins, o outro grupo de bens cujo déficit aumentou em relação ao mesmo trimestre de 2016 foi o de produtos de borracha e plásticos, ficando em US$ 421 milhões. Tal déficit ficou abaixo do observado no primeiro trimestre do ano. Suas exportações até cresceram, 8,9%, chegando a US$ 674 milhões, mas as importações cresceram 13,0%.

                          Bens de baixa intensidade tecnológica

                          No segundo trimestre de 2017, o País logrou exportar 9,2% mais dos bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica, atingindo US$ 14,1 bilhões, patamar superior às exportações conjuntas das faixas de alta e média-alta intensidade. Quanto às importações, cresceram até mais, 23,5%, porém a partir de uma base baixa. Desse modo, obteve-se o segundo maior superávit da série iniciada em 1989 para abril-junho: de US$ 10,5 bilhões. Essa grandeza e a redução do déficit nas faixas de maior intensidade tecnológica conseguiram conduzir a balança dos bens da indústria de transformação ao superávit em abril-junho.

                          O saldo positivo do grupamento de bens em questão decorre sobretudo da balança dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, cujo superávit atingiu US$ 8,3 bilhões. Representou uma melhora quer frente ao segundo trimestre de 2016, quer frente a janeiro-março de 2017, ainda que não tenha superado outros segundos trimestres da série. Suas vendas externas aumentaram 8,6% em relação a abril-junho de 2016, ficando em US$ 10,0 bilhões. As importações cresceram ainda mais, 27,4%, chegando a US$ 1,8 bilhão.

                          O intercâmbio de produtos do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins teve superávit de US$ 2,4 bilhões no segundo trimestre, sendo o melhor resultado da série iniciada em 1989 para abril-junho. Suas exportações cresceram 16,9%, o suficiente para galgar novo patamar recorde em dólares correntes para o segundo trimestre. Quanto às importações, cresceram 4,5%.

                          Os dois outros conjuntos de bens típicos da indústria de baixa intensidade têm frequentemente registrado déficit nos últimos anos. As exportações produtos diversos ou reciclados ficaram praticamente estável, com taxa de 0,3% na comparação entre segundos trimestres. Já suas aquisições do exterior aumentaram 20,5%. Esse ramo ficou com déficit de US$ 97,5 milhões. Os produtos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados apresentaram aumento um pouco maior nas vendas externas no contraponto entre segundos trimestres, de 3,0%, com o País exportando US$ 1,1 bilhão. Quanto a suas importações, cresceram 25,3%. Com isso, registrou déficit de US$ 49 milhões. Trimestre a trimestre, as taxas da comparação com igual período do ano anterior salientam uma recuperação mais forte das importações do que das vendas para fora do País.

                          Esses conjuntos de bens logo acima se distinguem daqueles superavitários dessa mesma faixa. Os artigos têxteis, de vestuário, calçados e artigos de couro, são intensivos em mão-de-obra, em que pese parcela deles ser susceptível a estratégias de diferenciação de produtos. Já os bens das indústrias de alimentos, bebidas, madeireiras, por sua vez, em seus processos produtivos utilizam de modo intensivo recursos naturais, nos quais o Brasil é notadamente abundante.

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                          Publicado em: 08/05/2023

                          No primeiro bimestre de 2023, a indústria continuou andando para trás, reforçando perspectivas negativas para o setor no presente ano. 

                           
                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1200 - Crescimento anêmico para o PIB global em 2023
                          Publicado em: 05/05/2023

                          De acordo com o cenário básico do FMI, o crescimento global desacelerará de 3,4% em 2022 para 2,8% em 2023, percentual inferior à média das duas décadas que precederam a pandemia do Covid-19.

                           
                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1199 - A desaceleração industrial no Brasil e no mundo
                          Publicado em: 28/04/2023

                          A desaceleração da indústria de transformação no final de 2022 foi bastante difundida pelo mundo, segundo a UNIDO, mas atingiu mais intensamente o Brasil.

                           
                           
                           
                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1198 - Janeiro adverso
                          Publicado em: 20/04/2023

                          A desaceleração do final de 2022 adentrou 2023, levando os serviços e a indústria ao terreno negativo e mantendo o varejo ampliado muito próximo da estagnação.

                           
                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1197 - Expansão do emprego industrial em 2022
                          Publicado em: 14/04/2023

                          O ano de 2022 foi um período de expansão e formalização do emprego industrial, mesmo com alguma desaceleração decorrente do menor nível de atividade econômica no último trimestre.

                           

                          English version of this text

                           
                           
                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1196 - Sem progressos na virada do ano
                          Publicado em: 06/04/2023

                          Na entrada de 2023, a indústria não registrou progressos e sua produção voltou a encolher, com resultados ainda mais diversos em muitos de seus ramos e parques regionais.

                           

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