Economia e Indústria - Análise IEDI
Após meses fracos, o resultado de mar/22 sugere um ganho de tração do setor de serviços, baseado no recuo da pandemia e no retorno a atividades presenciais.
Os últimos dados dão a entender que o varejo voltou a crescer, resta saber por quanto tempo, dada a inflação e a alta dos juros.
Em mar/22, ainda que com muita timidez, a indústria logrou expandir sua produção, com alta na maioria de seus parques regionais, com destaque para o Sudeste.
O atual contexto internacional vem apresentando efeitos relativamente equidistantes nas exportações e importações totais do país, mas não em todos os setores.
Para a indústria, o primeiro quarto do ano se encerrou com um desempenho, no mínimo, anêmico e o setor seguiu preso em níveis inferiores àquele pré-crise 2015-2016.
A taxa de desemprego vem cedendo e os postos com carteira assinada acelerando, mas a evolução do rendimento real segue no vermelho.
Neste início de 2022, o estoque de crédito é puxado pelas operações junto às famílias e às empresas de serviços e agropecuária, sobretudo, em modalidades com maior juros.
As vendas do comércio varejista voltaram a se expandir em fev/22, já descontados os efeitos sazonais e corrigida a inflação, atingindo a quase totalidade de seus ramos.
O setor de serviços perdeu faturamento real novamente em fev/22, dando continuidade ao movimento desfavorável da entrada do ano.
Se comparado com um ano atrás, o quadro atual é desanimador para a maioria das indústrias regionais, mas em alguns parques mais especializados houve crescimento.
Depois de acentuada oscilação dos resultados na virada do ano, a produção industrial voltou a crescer em fev/22, mas ainda acumula queda no primeiro bimestre do ano.
O desempenho da balança comercial do Brasil no 1º trim/22 já traz sinais dos efeitos da guerra na Ucrânia, tanto nas exportações quanto nas importações.
A massa de rendimentos reais, que é a base do consumo das famílias, continua em declínio, agora não mais pela queda do emprego, mas pelo mergulho do rendimento real.
O emprego, a despeito de fragilidades remanescentes, continuou a dar sinais de melhora na entrada de 2022, mas os efeitos da guerra na Ucrânia trazem incertezas.
O setor de serviços não saiu do lugar neste início de 2022 sob efeito do recente surto da variante ômicron.
A involução de jan/22 não poupou os grandes centros industriais do Sudeste do país, mas se mostrou mais intensa sobretudo na região Norte e em parte do Nordeste.
O comércio varejista, ao menos em seu conceito restrito, cresceu em jan/22, mas não em intensidade suficiente para fazer frente ao retrocesso do final do ano passado.
A indústria começou 2022 do mesmo jeito que passou a maior parte de 2021: no vermelho, com sua produção encolhendo -2,4% em janeiro último.
Voltamos a crescer em 2021, mas as cicatrizes da crise da Covid-19 ainda são muitas, condicionando um fim de ano de menos dinamismo e expectativas de estagnação para 2022.
A trajetória de desaceleração das exportações pode ter sido estancada na entrada de 2022, mas pode não se sustentar diante da evolução dos conflitos armados na Europa.