Análise IEDI
Freios no Nordeste e em São Paulo
Recentemente, o IBGE divulgou o desempenho da indústria nacional no mês de mai/25, quando mais uma vez a produção se retraiu: -0,5% frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Hoje foi divulgado o perfil regional deste resultado.
Das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE, 9 perderam produção na passagem de abr/25 para mai/25, o equivalente a uma parcela majoritária de 60% do total. Os resultados mais fracos se concentraram no Nordeste, Centro-Oeste e Sul, além de São Paulo e do Amazonas, cujas quedas foram mais intensas do que no agregado nacional.
No caso de São Paulo, que possui um dos maiores e mais diversificados parques industriais do país, a queda de mai/25, de -0,8% com ajuste sazonal, se sobrepôs ao recuo do mês anterior (-1,7%), ainda que tenha ocorrido certa amenização, como mostram as variações com ajuste a seguir.
• Brasil: +1,2% em mar/25; -0,2% em abr/25 e -0,5% em mai/25;
• São Paulo: +2,0%; -1,7% e -0,8%, respectivamente;
• Nordeste: -4,9%; +7,3% e -1,3%;
• Amazonas: +5,9%; -1,3% e -3,3%;
• Mato Grosso: +0,9%; -2,0% e -7,0%;
• Rio Grande do Sul: -0,7%; -0,6% e +0,2%, respectivamente.
A produção industrial paulista também se mostra inferior aos patamares de um ano atrás. Em mai/25 ante mai/24 há declínio de -1,3% e no trimestre mar-mai/25 frente ao mesmo período de 2024, de -1,5%. Até mesmo no acumulado dos cinco primeiros meses do ano o sinal é negativo: -0,7%, fazendo parte dos 50% dos parques regionais no vermelho nesta comparação.
Estas são evidências de que o principal motor industrial está parado. Do seu total de ramos, 55% está no vermelho no acumulado jan-mai/25 e praticamente em todos os casos o trimestre móvel findo em mai/25 sinaliza agravamento das perdas ou a manutenção de seu patamar. Os piores casos são farmacêutica e farmoquímica e indústria extrativa, seguidas por máquinas e aparelhos elétricos e outros equipamentos de transporte.
Já o Nordeste como um todo, devido à Bahia (-3,7%), teve queda de -1,3% da sua produção industrial entre abr/25 e mai/25, já descontados os efeitos sazonais, e, tal como São Paulo, também acumula recuo tanto no último trimestre móvel (-2,8%) como em jan-mai/25 (-3,2%), mas em patamares mais intensos e de forma mais disseminada (67% de seus ramos).
Entre os piores resultado, contudo, estão Amazonas, com -3,3% na série com ajuste sazonal, e Mato Grosso, com -7,0%. Em jan-mai/25 acumulam quedas de -0,8% e -1,7%, respectivamente. No primeiro caso devido muito a bebidas e eletrônicos e no segundo, devido a bebidas, biocombustíveis e derivados de petróleo e produtos químicos.
Na região Sul, por sua vez, Santa Cataria foi o único estado a ficar no vermelho na passagem de abr/25 para mai/25 (-0,2%), mas sua indústria assim como a do Rio Grande do Sul (+0,2%) tem oscilado muito perto da estabilidade. No caso do Paraná, houve alta de +1,3%, mas sua trajetória tem alternado sinais positivos e negativos.
Nos três casos, com ajuda de bases de comparação mais modestas em 2024, o desempenho de jan-mai/25 está entre os melhores: +5,7% no Paraná, +4,8% em Santa Catarina e +4,1% no Rio Grande do Sul. As principais alavancas têm sido os seguintes ramos: metalurgia, minerais não metálicos, químicos, máquinas e equipamentos mecânicos, máquinas e aparelhos elétricos e veículos.