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                          Análise IEDI

                          Indústria
                          Publicado em: 01/08/2023

                          Trajetória obstruída

                          À espera de níveis menores de taxas de juros e de reformas que reduzam as distorções de nosso ambiente econômico, a indústria brasileira encerrou a primeira metade de 2023 virtualmente estagnada, segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE. Na ausência de fatores dinamizadores, a regra nestes primeiros seis meses do ano é de variações negativas e próximas de zero quando positivas. 

                          Na passagem de mai/23 para jun/23, já descontados os efeitos sazonais, o resultado da produção da indústria geral foi de mero +0,1%, graças a um avanço de +2,9% do ramo extrativo. A indústria de transformação, por sua vez, amargou sua terceira queda consecutiva, ao registrar -0,2%.

                          O desempenho industrial foi restringido pelos macrossetores cujos mercados são mais diretamente afetados pelas condições de financiamento e de juros da economia, bem como pelas expectativas em relação ao futuro, atualmente muito vinculadas às condições de realização das reformas estratégicas para a competitividade, como a reforma tributária.

                          A produção de bens de capital recuou -1,2% e a de bens de consumo duráveis -4,6% na série com ajuste sazonal. Bens intermediários, que formam o núcleo duro do sistema industrial, mal têm saído do lugar e agora em jun/23 declinou -0,3%. O único macrossetor no positivo foi o de bens de consumo semi e não duráveis (+0,9%), mas que não compensou integralmente a perda do mês anterior (-1,1% em mai/23).

                          Com a sequência de resultados fracos que temos visto mês após mês, a indústria acumulou declínio de -0,3% em jan-jun/23 devolvendo quase que integralmente a pequena expansão de +0,4% do 2º sem/22. A produção de bens de capital, como mostram as variações a seguir, foi quem mais puxou para baixo o setor como um todo.

                               •  Indústria geral: -1,8% no 1º sem/22; +0,4% no º sem/22 e -0,3% no 1º sem/23;

                               •  Bens de capital: +1,7%; -2,1% e -9,7%, respectivamente;

                               •  Bens intermediários: -1,0%; -0,4% e -0,5%;

                               •  Bens de consumo duráveis: -12,1%; +6,0% e +5,7%;

                               •  Bens de consumo semi e não duráveis: -2,2%; +1,6% e +1,8%, respectivamente.

                          Bens de capital piorou muito seu desempenho da segunda metade do ano passado para a primeira metade do presente ano, passando de -2,1% para -9,7% e, ao que indica o resultado do 2º trim/23, de -12,4%, não está contratada uma reversão de tendência. A redução do nível de juros no país e a expansão do financiamento de longo prazo são elementos importante para que isso ocorra.

                          Bens de capital para a própria indústria seguem no vermelho há ainda mais tempo. Já somam sete trimestres seguidos em que sua produção encolhe na comparação interanual, isto é, desde o final de 2021. É uma trajetória que aponta para a ausência de investimentos no setor, provocando o envelhecimento de seu maquinário e comprometendo sua produtividade.

                          Recente sondagem da CNI aponta nesta direção. A idade média das máquinas e equipamentos industriais no Brasil é de 14 anos e quase 40% estão próximos ou já ultrapassaram a idade sinalizada pelo fabricante como ciclo de vida ideal. Sem se modernizar, será mais difícil uma retomada consistente da indústria nacional.

                          Bens intermediários também ficaram no negativo no 1º sem/23, com -0,5%, tão ruim quanto na segunda metade do ano passado. O 2º trim/23, entretanto, trouxe alguma melhora, devido a alimentos e combustíveis, mas mesmo assim manteve este macrossetor próximo da estabilidade (+0,8%).

                          Bens de consumo, por sua vez, consistiram na parcela a indústria em expansão no 1º sem/23 ante o mesmo período do ano anterior, embora com sinais claros de desaceleração no período mais recente. 

                          Com bases deprimidas de comparação, bens duráveis saíram na frente, registrando +5,7%, apoiados na produção de eletrodomésticos (+12,9%) e outros equipamentos de transporte (+17,5%). No 2º trim/23, o ritmo de expansão deste macrossetor caiu pela metade, para +2,7%.

                          Já bens de consumo semi e não duráveis tiveram aumento de +1,8% em jan-jun/23, em grande medida devido à produção de álcool e gasolina (+9,8%) e de produtos farmacêuticos (+11,1%). A sinalização do 2º trim/23 é de um quadro de virtual estabilidade, com variação de apenas +0,3%.

                          Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal do mês de junho de 2023 divulgados hoje pelo IBGE, a produção da indústria nacional registrou aumento de 0,1% frente ao mês anterior na série livre de influências sazonais. No acumulado em doze meses registrou-se crescimento de 0,1% e considerando o acumulado no ano houve diminuição de 0,3%. Em comparação com o mesmo mês do ano anterior (junho de 2022), aferiu-se variação positiva de 0,3%.

                          Categorias de uso. Na comparação com o mês anterior (maio/2023), duas das cinco categorias analisadas apresentaram variação positiva: bens semiduráveis e não duráveis (0,9%) e bens de consumo (0,3%). As três categorias restantes registram queda no período: bens intermediários (-0,3%), bens de capital (-1,2%) e bens duráveis (-4,6%).

                          Frente ao mesmo mês do ano anterior (junho/2022), duas das cinco categorias analisadas apresentaram variação positiva: bens intermediários (1,8%) e bens semiduráveis e não duráveis (0,1%). Em sentido oposto, as três categorias restantes retrocederam: bens de consumo (-0,5%), bens duráveis (-3,9%) e bens de capital (-10,3%) diminuíram. 

                          No acumulado no ano, três das cinco categorias analisdas registraram crescimento: bens duráveis (7,8%), bens de consumo (2,9%) e bens semiduráveis e não duráveis (2,2%). As duas categorias restantes recuaram nessa base de comparação: bens intermediários (-1,0%) e bens de capital (-9,6%).

                          No índice acumulado em 12 meses, três dos cinco segmentos assinalaram resultado positivo: bens duráveis (5,7%), bens de consumo (2,3%) e bens semiduráveis e não duráveis (1,8%). Já as outras duas categorias, bens intermediários (-0,5%) e os bens de capital (-9,7%), registraram queda.

                          Setores. Na comparação de junho de 2023 com o mesmo mês do ano anterior (junho de 2022), houve variação positiva no nível de produção de oito dos 25 ramos pesquisados. As maiores variações positivas foram percebidas nos seguintes setores: impressão e reprodução de gravações (23,7%), indústrias extrativas (11,0%), outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (10,1%), produtos do fumo (5,1%) e produtos alimentícios (4,9%). Por sua vez, as maiores variações negativas ficaram por conta dos seguintes setores: produtos químicos (-9,4%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-10,5%), produtos de madeira (-12,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-13,0%).

                          Na comparação do acumulado do ano de 2023, nove dos 25 setores cresceram, sendo as maiores variações positivas: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (15,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11,1%), impressão e reprodução de gravações (8,6%), indústrias extrativas (5,8%) e coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (4,3%). Já as maiores quedas foram observadas nos seguintes ramos: produtos de minerais não-metálicos (-8,5%), artigos do vestuário e acessórios (-8,8%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,6%), e produtos de madeira (-17,6%).

                          Na comparação do acumulado nos últimos 12 meses, a produção industrial apresentou variação positiva em onze dos 25 ramos analisados, com destaque para os itens de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (16,7%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (9,8%), produtos do fumo (5,4%), coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (5,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,3%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores variações negativas foram: móveis (-7,0%), produtos de minerais não-metálicos (-7,4%), artigos do vestuário e acessórios (-9,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,4%) e produtos de madeira (-19,7%).

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                          Publicado em: 03/09/2025

                          Para a indústria, o segundo semestre de 2025 começou reproduzindo o mesmo padrão de desaceleração que vínhamos verificando desde a virada do ano.

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                          Fator decisivo para a desaceleração do nosso PIB no 2º trim/25 foi a alta dos juros, restringindo o investimento e o consumo e levando nossas importações ao terreno negativo.

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                          Em mai/25, o recuo da indústria atingiu a maioria dos seus parques regionais, inclusive São Paulo e o Nordeste, cuja produção também encolheu no acumulado de jan-mai/25.

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                          Os últimos dados da indústria divulgados pelo IBGE continuam apontando para um processo de esmorecimento do setor para o qual o IEDI vem chamando atenção desde o último trimestre do ano passado.

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                          O baixo dinamismo da indústria nacional em abr/25 foi produto do declínio da produção no Sudeste e no Norte e virtual estabilidade no Sul do país.

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                          Depois do primeiro resultado positivo em março, a indústria brasileira voltou a ficar virtualmente estagnada em abril último, tal como em jan-fev/25.

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                          O PIB brasileiro voltou a se expandir mais intensamente no 1º trim/25, mas apoiado em poucas alavancas, sobretudo, na agropecuária e no efeito positivo para o investimento da compra de plataformas de petróleo.

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                          O 1º trim/25 foi mais fraco para a maioria dos parques regionais da indústria, principalmente no Norte e Nordeste, mas São Paulo foi uma exceção, mesmo que devido a poucos dos seus ramos.

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                          Bens de capital foram o único macrossetor industrial a não aumentar produção em mar/25 e o que mais desacelerou no acumulado do 1º trim/25, sob efeito do aumento dos juros no país.

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                          A indústria já soma cinco meses consecutivos sem aumento de sua produção, já descontados os eventuais efeitos sazonais.

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