• SOBRE O IEDI
    • ESTUDOS
      • CARTA IEDI
        • ANÁLISE IEDI
          • DESTAQUE IEDI
            • IEDI NA IMPRENSA
              55 11 5505 4922

              instituto@iedi.org.br

              • HOME
              • SOBRE O IEDI
                • ESTUDOS
                  • CARTA IEDI
                    • ANÁLISE IEDI
                      • DESTAQUE IEDI
                        • IEDI NA IMPRENSA

                          Carta IEDI

                          Edição 1143
                          Publicado em: 13/05/2022

                          O avanço das exportações industriais na entrada de 2022

                          Sumário

                          No 1º trim/22, embora o saldo de comércio exterior da indústria de transformação brasileira tenha seguido no vermelho, como tem sido a regra desde a crise mundial de 2008/2009, houve recuo do déficit (US$ 13,5 bilhões) em relação ao mesmo período do ano anterior (-5%), depois de forte aumento entre o 2º trim/21 e o 4º trim/21.

                          Isso porque as exportações voltaram a se expandir à frente das importações do setor: +35,4% ante +22%, respectivamente. A Carta IEDI de hoje analisará esta evolução recente segundo o nível de intensidade tecnológica da indústria de transformação, dividida em quatro grupos, de acordo com a metodologia empregada pela OCDE: alta, média-alta, média e média-baixa.

                          Frente ao início do ano passado, o avanço das exportações da indústria de transformação no 1º trim/22 significou uma aceleração em comparação com o resultado do último trimestre de 2021 (+25,7%), o que foi ensejado por altas mais robustas no grupo de média-baixa intensidade tecnológica e por uma queda menos expressiva da indústria de alta tecnologia.

                          As vendas externas do grupo de média-baixa (+44,3%), por sua vez, foram condicionadas por um reforço nos resultados de quase todos os seus setores: alimentos, bebidas e fumo; madeira, papel e celulose; produtos de metal e coque e derivados de petróleo. Já na alta tecnologia, a queda ficou menor devido a maiores exportações da indústria farmacêutica e um declínio menos acentuado do setor aeronáutico.

                          Mesmo caindo menos, a participação da alta tecnologia nas vendas externas da indústria de transformação brasileira teve mais um encolhimento importante. No 1º trim/22, foi de meros 2,9%, a menor fatia desde 1997 para igual período. Vale lembrar que a alta intensidade já chegou a representar cerca de 15% do total exportado pela indústria no mesmo trimestre para os anos de 2001 e 2002, isto é, de vinte anos atrás.

                          A indústria de média-alta manteve seu ritmo de crescimento ao registrar +29,6% ante o 1º trim/21. Três de seus ramos tiveram aumentos mais fortes de suas exportações, entre os quais se destaca o de veículos automotores, enquanto outros três avançaram a um ritmo substancial, mas perderam força: máquinas e equipamentos, aparelhos e materiais elétricos e produtos químicos. Outros equipamentos de transporte foi o único segmento a acusar declínio (-9,2%).

                          Já as exportações do grupo de média intensidade tecnológica desaceleraram mais em comparação com o final de 2021. Registraram +29,4% depois de +57% no 4º trim/21, sempre frente ao mesmo período do ano anterior. Quase todos seus ramos foram responsáveis por esta evolução mais fraca, sobretudo, metalurgia, minerais não metálicos e borracha e plástico.

                          Quanto à desaceleração das importações, todos os grupos industriais por intensidade tecnológica registraram perda de dinamismo. O caso mais agudo foi o de média tecnologia, que ficou no vermelho (-2,2%), sob influência sobretudo de borracha e plástico. A média-baixa tecnologia cresceu (+20,1%) a metade do que havia crescido no último trimestre de 2021 (+44,3%), com a queda dos desembarques de alimentos, bebidas e fumo e de madeira, papel e celulose. O ramo de coque e derivados de petróleo também cresceu bem menos.

                          Os grupos de maior intensidade tecnológica seguiram ampliando suas importações a ritmos robustos, mas não sem alguma acomodação. A alta tecnologia, que no 4º trim/21 havia registrado +39,1%, agora no 1º trim/22 variou +30,9%, devido à desaceleração as compras externas do setor farmacêutico. 

                          Na média-alta, o resultado de +40,9% recuou para +25% do 4º trim/21 para o 1º trim/22, sempre em comparação com o mesmo período do ano anterior. Taxas de crescimento mais modestas foram verificadas principalmente nas importações de veículos, aparelhos e materiais elétricos e outros equipamentos de transporte.

                           

                          Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial

                          O primeiro trimestre de 2022 registrou saldo positivo na balança comercial de US$ 11,8 bilhões, o que, para janeiro-março, representou o segundo maior superávit em dólares correntes. A ampliação do superávit decorreu do aumento de 29,9% nas exportações totais, atingindo US$ 72,3 bilhões, recorde em dólares correntes para primeiro trimestre, aumento superior ao das importações, 27,1%, que chegou a US$ 60,5 bilhões, também o maior da série para janeiro-março em dólares correntes.

                          O saldo do trimestre inicial de 2022 foi logrado principalmente pelo resultado positivo de US$ 25,3 bilhões nos demais produtos, mormente agropecuários, da pesca e minerais, superávit recorde na série histórica em dólares correntes. Suas exportações cresceram 23,9% frente a igual acumulado do ano anterior, somando US$ 33,3 bilhões, superando bastante o maior patamar anterior obtido em 2021. Notar que as importações cresceram bem mais, 75,1%, só que sobre um montante bem menor da base comparativa.

                          No caso dos produtos tipicamente oriundos da indústria de transformação, o déficit diminuiu frente a janeiro-março de 2021, saindo de US$ 14,2 bilhões para US$ 13,5 bilhões. Suas exportações avançaram 35,4%, para US$ 39,0 bilhões, recorde para primeiro trimestre em dólares correntes. As importações cresceram 22,0%, atingindo US$ 52,5 bilhões, o maior da série para primeiro trimestre em importações medidas em dólares correntes.

                          Em suma, o déficit dos bens típicos da indústria de transformação teve ligeira redução por conta do avanço maior das exportações, mas ainda bem aquém do montante importado. Já o superávit dos demais bens aumentou bem, com os preços das commodities no mercado internacional favorecendo os números das exportações. As commodities agropecuárias, minerais e insumos básicos industriais nos quais o Brasil se sobressai, em termos de preço, ainda podem se beneficiar do contexto internacional mais incerto com a guerra entre Rússia e Ucrânia. 

                          Por outro lado, as cadeias globais de produção ainda nem se ajustaram aos impactos da pandemia no biênio anterior e já sentem os efeitos das medidas em vigência para contê-la na China, provocando a parada de circulação de mercadorias de relevo para processos produtivos, a exemplo dos semicondutores, componente usado em vários produtos, não apenas aparelhos eletrônicos, como na indústria automotiva.

                           

                           

                          A balança por intensidade tecnológica

                          Como exposto em cartas anteriores, a nova classificação por intensidade de P&D ou tecnológica constante de publicação da OCDE passou a abranger todas as atividades econômicas, não apenas as da indústria de transformação do esforço anterior. Ademais, se antes foram definidas quatro faixas de intensidade (alta, média-alta, média-baixa e baixa), passaram a ser cinco segmentos: de alta intensidade, de média-alta, média, média-baixa e de baixa intensidade de P&D ou tecnológica. 

                          No caso dos produtos da indústria de transformação, estes se fazem presentes nas quatro primeiras faixas, não havendo bens dessa atividade na de baixa intensidade.

                          Na faixa de alta intensidade, as atividades da indústria de transformação são as mesmas da classificação anterior. Acompanhando-as estão duas de serviços, P&D científico e publicação de software. A partir da divulgação na plataforma Comexstats dos dados de exportação e importação segundo a Classificação Industrial Internacional Uniforme, pode-se averiguar que não houve transações de produtos oriundos de tais serviços na balança comercial. 

                          No segmento de média-alta, dois agrupamentos de bens foram acrescidos àqueles tipicamente fabricados por atividades dessa faixa: equipamento bélico pesado, armas e munições; e instrumentos e materiais de uso médico e odontológico e artigos óticos. Ademais os serviços de tecnologia de informação (TI) e prestação de serviços de informação passaram a compor o segmento de média-alta, embora não tenham itens transacionados na balança comercial. 

                          Quanto ao segmento de média intensidade, guarda semelhança com a versão anterior da faixa de média-baixa intensidade, sendo que, o grupo dos produtos metálicos e da metalurgia foi dividido, ficando na faixa de média, apenas os da metalurgia. Também abarca os produtos diversos e a atividade de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Esta é a única faixa na qual todas as atividades são da indústria de transformação. 

                          Já a faixa de média-baixa intensidade conta com boa parte dos ramos da indústria de transformação que, antes, eram considerados de baixa intensidade (a exceção ficou por conta dos bens diversos, que foi para a de média intensidade), com a adição dos produtos de metal e da fabricação de coque, derivados de petróleo refinado e demais combustíveis. O segmento de média-baixa conta ainda com os serviços profissionais, científicos e técnicos; telecomunicações; e edição (com ou sem impressão), e com a indústria extrativa (extração mineral).

                          A faixa de baixa intensidade tecnológica não abarca nenhuma atividade da indústria de transformação, embora encampe duas atividades industriais: construção; e a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos. A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também compõe essa faixa, afora os serviços que não foram mencionados acima.

                           

                          Feitas tais considerações, a balança comercial brasileira pode ser detalhada a partir da versão atualizada da taxonomia por intensidade tecnológica, tendo por base os esforços de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

                          No primeiro trimestre, o intercâmbio externo de bens produzidos pelas indústrias de alta intensidade tecnológica experimentou déficit de US$ 10,9 bilhões, o maior para janeiro-março de toda a série em dólares correntes. As vendas externas desses produtos retrocederam 4,7% no contraponto entre primeiros trimestres de 2022 e de 2021, ficando em apenas US$ 1,1 bilhão. 

                          Tal recuo se deveu à redução de nas exportações de aeronaves, principal ramo dessa faixa em termos de vendas para o exterior, mas que têm experimentado déficits consecutivos no primeiro trimestre desde 2019, com o agravante de queda nas exportações desde esse mesmo ano. Já as exportações de bens eletrônicos e as de produtos farmacêuticos cresceram dois dígitos, embora ainda estejam aquém do montante exportado pela indústria aeronáutica. Ambos responderam pela maior parte do déficit da faixa. 

                          As importações dos bens de alta intensidade tecnológica, por sua vez, avançaram 30,9%, o que foi disseminado em seus três ramos, incluindo crescimento de quase 70% em bens da indústria aeronáutica.

                          A faixa de média-alta intensidade encerrou o trimestre em questão com déficit de US$ 17,2 bilhões, o maior dentre as cinco faixas em 2021, além de ser recorde em dólares correntes para tal segmento para janeiro-março. Essa deterioração no saldo decorreu do aumento nas importações de 25,0%, atingindo patamar recorde de US$ 26,2 bilhões. Tal aumento foi puxado principalmente pela indústria química, a produção de instrumentos e materiais de uso médico e odontológico e artigos óticos e a fabricação de máquinas e equipamentos não especificados noutros ramos, com taxas bem elevadas. 

                          As importações de automóveis, reboques e carrocerias, de outros equipamentos de transporte e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos também cresceram. As exportações das mercadorias em questão avançaram percentualmente até mais, 29,6%, chegando a US$ 9,0 bilhões. Assim como nas importações, o aumento foi bem difundido dentre os ramos da faixa. O saldo dos produtos químicos permaneceu como o de maior déficit, respondendo por mais da metade do déficit dessa faixa. Na sequência, os maiores déficits em 2021 foram registrados em máquinas e equipamentos não especificados e em máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

                          Já os produtos tipicamente originários de atividades de média intensidade tecnológica, todas da indústria de transformação, apresentaram superávit de US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre de 2021, o maior saldo para esse período desde 2007. As exportações avançaram 29,4%, subindo para US$ 8,3 bilhões. As importações, por sua vez, diminuíram 2,2%. 

                          O crescimento nas exportações ocorreu em todos os ramos, inclusive na casa dos dois dígitos, com destaque para os produtos metalúrgicos, de maior expansão e representatividade na pauta exportadora. Aliás o superávit dessa faixa está concentrado em produtos da metalurgia. O outro ramo superavitário dessa faixa foi o de produtos de minerais não-metálicos. A queda nas importações se deveu aos deficitários ramos de produtos de borracha e de plásticos e à construção de embarcações.

                          Quanto ao conjunto dos bens típicos das atividades de média-baixa intensidade tecnológica, seu superávit alcançou US$ 21,8 bilhões no primeiro trimestre 2022, o maior observado para janeiro-março na série iniciada em 1997. Tal recorde foi alcançado com as exportações crescendo 20,5%, chegando ao também sem igual patamar na série de US$ 37,1 bilhões. Os bens da indústria extrativa registraram superávit de US$ 10,4 bilhões, o segundo maior da série, só atrás do registrado no mesmo acumulado do ano anterior. Esse saldo menor que o equivalente de 2021 se deveu ao avanço impressionante das importações, 172,9%, enquanto suas exportações ficaram estáveis, 0,2%. Já as vendas externas de bens da indústria de transformação da faixa de média-baixa cresceram, 44,3%, alcançando recorde de US$ 20,5 bilhões, propiciando superávit histórico de US$ 11,4 bilhões, mesmo com suas importações crescendo 20,1%. Todos os ramos da indústria dessa faixa lograram exportações ascendentes de pelo menos 28,2%. Dentre estes, destaque para as taxas de crescimento de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis; e de produtos de metal (exceto equipamentos bélicos, armas e munições). Ambos, assim como o de têxteis, artigos de vestuário, de couro e calçados, registraram déficits. Bebidas, produtos alimentares industriais e tabaco, bem como produtos madeireiros, seus derivados, papel e celulose permanecem como os ramos superavitários e com maior volume exportados, sendo os primeiros os principais responsáveis pelos mencionados recordes.

                          Quanto ao segmento de baixa intensidade, no qual se sobressaem os produtos agropecuários e pescados, logrou superávit de US$ 14,8 bilhões, patamar recorde, com aumento de 63,4% das exportações. Esse incremento é praticamente ditado pelas vendas externas de gêneros agropecuários e da pesca e aquicultura, cujo avanço de 63,1%, as levou a exportações sem iguais na série em dólares correntes para janeiro-março, US$ 16,4 bilhões, bem como a superávit recorde de US$ 15,1 bilhões. Os produtos oriundos da produção e distribuição de eletricidade, gás e água e aqueles originados por serviços têm pouca participação nos fluxos comerciais dessa faixa. Reforçando, essa faixa não inclui bens da indústria de transformação.

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de alta intensidade tecnológica

                          No primeiro trimestre do ano, como mencionado, os produtos da indústria de transformação de alta intensidade registraram déficit de US$ 10,9 bilhões, o maior de toda a série para acumulado até março em dólares correntes. Essa deterioração no resultado comercial ocorreu com retração de 4,7% nas exportações em dólares correntes, ficando em US$ 1,1 bilhão, enquanto as importações avançaram bastante, 30,9%, chegando a US$ 12,0 bilhões.

                          Os produtos típicos da indústria aeronáutica registraram déficit de US$ 1,4 bilhão, o maior da série iniciada em 1997 para primeiro trimestre. Suas exportações retrocederam 20,7%, ficando em US$ 510 milhões, sendo o quarto ano seguido de queda nas vendas externas para acumulado até março. Já suas importações cresceram 69,5%, mais do que compensando o declínio observado na comparação entre janeiro-março de 2021 e mesmo período de 2020.

                          Passando para os bens do complexo eletrônico, como vem sendo a tônica, registrou o maior déficit dessa faixa, de US$ 6,8 bilhões. Suas vendas externas cresceram 12,1% no contraponto entre primeiros trimestres, chegando a US$ 311 milhões, um volume diminuto. As importações de eletrônicos, a seu turno, cresceram 22,4%, consubstanciando um montante importado de US$ 7,1 bilhões.

                          No caso dos produtos farmacêuticos, suas vendas externas foram as que mais cresceram dentro dessa faixa no primeiro trimestre, 17,4%, chegando a US$ 296 milhões. Mas o aumento de 33,7% das importações sobre uma base maior, fez com que esse ramo registrasse déficit de US$ 2,8 bilhões, o de maior magnitude na série iniciada em 1997.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica

                          O segmento de média-alta intensidade iniciou 2022 com déficit de US$ 17,2 bilhões, o maior déficit dentre todas as faixas de intensidade. Além de tanto, foi o maior déficit em dólares correntes dessa faixa para primeiro trimestre de toda a série iniciada em 1997. Suas exportações avançaram 29,6% frente a igual período de 2021, chegando a US$ 9,0 bilhões. Em que pese tal aumento, frisa-se que em janeiro-março de 2008 o Brasil exportou mais que tal montante. As importações cresceram 25,0%, ampliando a grandeza do saldo deficitário devido à base de comparação.

                          Os produtos da indústria automobilística experimentaram resultado negativo de US$ 1,1 bilhão, déficit menor que o de 2021 para o acumulado até março. Suas exportações aumentaram 16,9%, chegando a US$ 2,8 bilhões, patamar ainda aquém do observado nos mesmos períodos de 2017 e 2018 e mesmo de outros anos mais distantes. Suas importações foram de US$ 3,8 bilhões, incremento de 3,9%. Os equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas etc.) observaram déficit de US$ 238 milhões, maior do que no mesmo acumulado de 2021, com redução de 9,2% nas exportações, ficando em meros US$ 40 milhões.

                          Os dois grupamentos conhecidos por encamparem bens de capital, embora deficitários, registraram ampliação nos fluxos comerciais. O de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades (M&E) teve resultado negativo de US$ 3,2 bilhões, um déficit maior, mesmo com o aumento de 31,7% nas exportações no contraponto entre primeiros trimestres, chegando a US$ 2,2 bilhões. Suas importações cresceram 12,4%, chegando a US$ 5,4 bilhões. Já os materiais e equipamentos elétricos, tiveram saldo deficitário de US$ 1,8 bilhão, ligeiramente menor do que em igual período do ano anterior. Suas exportações tiveram aumento de 27,2%, chegando a US$ 711 milhões. Já suas importações cresceram 2,1%, subindo para US$ 2,6 bilhões.

                          Quanto aos produtos químicos, experimentaram déficit de US$ 10,4 bilhões, respondendo por mais de dois terços do déficit de toda a faixa de média-alta intensidade, além de ser o maior já registrado por esse ramo para janeiro-março. O país exportou US$ 3,1 bilhões desses bens, expansão de 41,8%, o maior avanço dentre os ramos desse segmento. As importações cresceram ainda mais, 47,3%, atingindo US$ 13,5 bilhões, maior montante importado em dólares correntes para primeiro trimestre de toda a série.

                          Os instrumentos e materiais médico-hospitalares e artigos óticos registraram déficit de US$ 588 milhões, com aumento de 23,0% nas exportações, chegando a US$ 86 milhões. Já suas importações cresceram 17,8%.

                          Por fim, o saldo dos equipamentos bélicos, armas e munições registrou superávit de US$ 105 milhões, o único ramo com saldo positivo nesse segmento. As exportações desses produtos aumentaram 77,2%, chegando a US$ 125 milhões, com as aquisições externas declinando 32,2% no primeiro quarto de 2022.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média intensidade tecnológica

                          As exportações em dólares correntes de produtos oriundos de indústrias de média intensidade tecnológica cresceram 29,4% no primeiro trimestre de 2022 frente a equivalente acumulado de 2021, chegando a US$ 8,3 bilhões, o maior montante registrado para janeiro-março de toda a série. Quanto às importações, estas retrocederam 2,2%, segundo ano seguido de recuo para tal acumulado. Tais comportamentos levaram a balança dessa faixa a lograr superávit de quase US$ 3,2 bilhões, o segundo maior da série iniciada em 1997contrastando com o déficit observado em igual período de 2020.

                          As transações internacionais de itens da construção de embarcações (indústria naval e náutica) resultaram em déficit de US$ 49 milhões em janeiro-março. Suas exportações aumentaram 24,6%, atingindo US$ 11 milhões. As importações, a seu turno, declinaram 87%, caindo para US$ 60 milhões.

                          Quanto aos produtos da metalurgia, lograram superávit recorde de US$ 4,1 bilhões. Suas exportações aumentaram 32,1%, atingindo US$ 7,0 bilhões, recorde para primeiro trimestre. Já suas importações cresceram 8,8%, chegando a US$ 2,8 bilhões, nível também nunca antes galgado no acumulado até março. O outro ramo superavitário, o de produtos minerais não-metálicos (saldo de US$ 20 milhões), apresentou incremento exportador de 12,7%, alcançando US$ 537 milhões, acompanhado de acréscimo de 9,7% nas aquisições externas.

                          Os dois grupos de bens restantes registraram resultado negativo em 2022. Os produtos de borracha e material plástico observaram o maior déficit dentro dessa faixa, de US$ 785 milhões, déficit de menor magnitude do que no mesmo período do ano passado. Tal resultado decorreu do aumento de 19,4% nas exportações, chegando a US$ 683 milhões, enquanto as importações recuaram 1,0%. Já os bens diversos (exclusive I&M médicos e odontológicos e artigos óticos) tiveram déficit de US$ 126 milhões, o mesmo saldo do primeiro trimestre de 2021. Suas exportações cresceram 25,8% após três anos consecutivos de declínio, chegando a US$ 140 milhões, enquanto as importações desses itens aumentaram 12,3%.

                           

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica

                          As vendas externas de bens produzidos pela indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica aumentaram 44,3% no primeiro quarto de 2022, alcançando o recorde de US$ 20,5 bilhões. As importações tiveram ampliação de 20,1%. Assim a balança desses bens apresentou saldo positivo de US$ 11,4 bilhões, superávit para janeiro-março sem equivalente na série.

                          Seu ramo mais pujante, o de produtos industriais alimentícios, bebidas e tabaco, conseguiu exportar 32,2% no primeiro trimestre, atingindo US$ 12,4 bilhões, enquanto suas importações retrocederam 6,7%, levando ao superávit de US$ 10,6 bilhões, o maior registrado para acumulado até março. Passando para balança de bens industriais madeireiros e seus derivados, incluindo produtos de papel, celulose e impressos, apresentou superávit de US$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022, exportando US$ 3,8 bilhões, 39,3% a mais do que em igual período de 2021, enquanto suas importações caíram 11,2%.

                          A balança de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, a seu turno, experimentou saldo negativo de US$ 1,2 bilhão, déficit menor do que o observado no mesmo trimestre do ano passado. Suas exportações foram as mais cresceram, 181,1%, atingindo US$ 2,9 bilhões. Suas importações aumentam 51,3%. Desse modo, o déficit menor também contribuiu para o superávit recorde dessa faixa como um todo.

                          O conjunto dos artigos têxteis, de vestuário, de couro e calçados registrou déficit de US$ 550 milhões no primeiro trimestre 2022, ligeiramente maior do que seu equivalente no ano passado. Suas exportações avançaram 28,2%, chegando a US$ 946 milhões, enquanto as importações retrocederam 12,8%. O saldo dos produtos metálicos apresentou déficit de US$ 905 milhões, maior que o registrado em janeiro-março de 2021. Concorreu para tanto o incremento de 13,7% nas importações, crescimento menor do que o das exportações, 41,4%, mas sobre uma base bem maior. Suas vendas externas atingiram US$ 458 milhões.

                           

                           

                           

                           

                           

                           
                          IMPRIMIR
                          BAIXAR

                          Compartilhe

                          Veja mais

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1312 - Indústria em 2024: mais produção, mais emprego
                          Publicado em: 09/05/2025

                          Em 2024, devido ao crescimento robusto e difundido entre os diferentes ramos da indústria, o emprego industrial se expandiu, superando o aumento do emprego do agregado do setor privado.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1311 - Um começo de ano fraco e incerto
                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1309 - Brasil e Mundo: divergência do desempenho industrial no final de 2024
                          Publicado em: 17/04/2025

                          No 4º trim/24, enquanto a indústria brasileira se desacelerava, o dinamismo da indústria global ganhou força, apesar do aumento de tensões e incertezas.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1308 - Brasil no Panorama Global da Indústria
                          Publicado em: 07/04/2025

                          O Brasil melhora sua posição no ranking global da manufatura, mas sem ampliar sua participação no valor adicionado total do setor.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1307 - Indústria estável, mas com poucos freios na entrada de 2025
                          Publicado em: 28/03/2025

                          Embora a produção industrial tenha ficado estagnada em janeiro de 2025, foram poucos os ramos e os parques regionais a registrarem declínio.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1306 - A Indústria por Intensidade Tecnológica: especificidades de 2024
                          Publicado em: 14/03/2025

                          A indústria de transformação ampliou sua produção em 2024, apresentando especificidades em relação à última década, o que também inclui a distribuição deste dinamismo entre suas diferentes faixas de intensidade tecnológica.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1305 - O Brasil e a guerra comercial entre EUA e China
                          Publicado em: 10/03/2025

                          Há muitos produtos coincidentes que Brasil e China exportam para os EUA e nossos embarques poderiam ser favorecidos com a imposição de alíquotas sobre as exportações chinesas.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1304 - Ano de crescimento, mas com inflexão à vista
                          Publicado em: 28/02/2025

                          Em 2024, todos os grandes setores econômicos se expandiram e a um ritmo superior ao de 2023, mas uma desaceleração já se avizinha, como resultado do aumento da Selic.

                           

                          English version of this text

                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1303 - O aumento dos juros e o crédito no final 2024
                          Publicado em: 24/02/2025

                          No último trimestre de 2024, embora a inadimplência tenha continuado a cair, as taxas médias de juros já apontam elevação, na esteira da alta da Selic. O dinamismo creditício ainda se mostrou resiliente.

                           

                          English version of this text

                           

                          INSTITUCIONAL

                          Quem somos

                          Conselho

                          Missão

                          Visão

                          CONTEÚDO

                          Estudos

                          Carta IEDI

                          Análise IEDI

                          CONTATO

                          55 11 5505 4922

                          instituto@iedi.org.br

                          Av. Pedroso de Morais, nº 103
                          conj. 223 - Pinheiros
                          São Paulo, SP - Brasil
                          CEP 05419-000

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Todos os direitos reservados.

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
                          Todos os direitos reservados.