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                          Carta IEDI

                          Edição 1340
                          Publicado em: 05/12/2025

                          O tarifaço dos EUA e as exportações industriais por intensidade tecnológica

                          Sumário

                          No 3º trim/25, as exportações da indústria de transformação brasileira para os EUA caíram -14,5% na comparação interanual, a perda mais intensa desde a pandemia (-26,3% no 2º trim/20).

                          Dentre as quatro faixas por intensidade tecnológica em que os produtos industriais podem ser classificados, de acordo com a metodologia da OCDE, duas condicionaram a perda no referido trimestre: média (-23,8%) e média-baixa (-16,5%). Nesta última, a perda foi a mais intensa também desde a pandemia. No caso da primeira, os resultados trimestrais são mais voláteis e já houve caso de trimestre com queda semelhante em 2024.

                          Ou seja, na média intensidade, embora haja produtos com quedas importantes (-30% em metalurgia e -25% em produtos diversos), sua trajetória mais oscilante já ocorria antes mesmo do tarifaço. Além disso, neste caso, praticamente toda a perda aos EUA foi compensada pelo aumento dos embarques para o restante do mundo.

                          De todo modo, média e média-baixa responderam, juntas, por 63% da queda interanual das exportações industriais para os EUA no 3º trim/25.

                          Outra faixa a também encolher exportações foi o de média-alta tecnologia: -7,6% ante o 3º trim/24, mas a intensidade não chama atenção, já que foi menor do que a do 1º trim/25 (-14,2%). Cabe observar, contudo, que alguns produtos que a compõem pioraram muito seu desempenho. 

                          É o caso de veículos (-6,5% em jan-mar; -14,7% em abr-jun e -68% em jul-set/25), mas também é o caso dos setores produtores de outros equipamentos de transporte terrestres (-32%; -55,8% e -72,2%), equipamento bélico, armas e munições (-14,3%; +9,6% e -68%) e produtos químicos (-10,5%; -2,5% e -7,0%).

                          Por fim, a alta intensidade tecnológica conseguiu evitar a redução de seus embarques, mas cresceu bem menos do que vinha crescendo. Registou variação positiva de +4,0% após quatro trimestres seguidos de taxas e crescimento de dois dígitos. Vale notar que isso se deu pela recomposição das bases de comparação nos produtos de aviação, que até meados de 2024 tiveram uma trajetória mais hesitante. 

                          Tomando a faixa de média-baixa tecnologia, que é onde o resultado do 3º trim/25 foi o pior desde a pandemia, a queda dos embarques de seus produtos para os EUA respondeu por 76% da queda do total de embarques desta faixa para todos os destinos atendidos pelo Brasil. Na relação bilateral Brasil-EUA esta faixa tornou-se superavitária, mas seu saldo no 3º trim/25 foi o equivalente a apenas 13% do saldo do mesmo período do ano anterior.

                          Na média intensidade, que é a faixa com retração mais intensa em nossas exportações para os EUA, os embarques para outros destinos mitigaram estes efeitos negativos, como dito anteriormente. Para os EUA, houve queda interanual de US$ -633 milhões, mas de apenas US$ -36 milhões se considerarmos todas nossas exportações industriais de média tecnologia no período.

                          Na média-alta, a queda das exportações para os EUA no 3º trim/25, que somou US$ -142 milhões, pouco afetou nossos embarques totais desta faixa, que apresentaram alta de US$ +1,57 bilhão ou +14,5%, sempre em relação ao mesmo período do ano anterior.

                          Na faixa de alta tecnologia, como mencionado, os embarques para os EUA cresceram, dando uma contribuição de 13% para o total do aumento das exportações do país destes bens.

                          Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial

                          O acumulado até setembro de 2025 registrou saldo comercial positivo de US$ 45,5 bilhões, bem abaixo dos superávits para tal acumulado logrados nos quatro anos anteriores pela série em dólares correntes. 

                          As exportações brasileiras cresceram +1,1%, de US$ 255,0 bilhões para US$ 257,8 bilhões frente ao mesmo período de 2024, o maior montante exportado para tal acumulado de toda a série. Porém, as importações avançaram +8,2%, para US$ 212,3 bilhões, recorde para tal acumulado.

                          Apesar da redução no resultado de janeiro-setembro, tal superávit foi galgado devido ao expressivo saldo positivo de US$ 103,7 bilhões dos demais produtos, mormente agropecuários, da pesca e minerais, só aquém do obtido em igual acumulado de 2024. Suas exportações em dólares correntes recuaram -1,8%, ficando em US$ 120,0 bilhões, porém suas importações retrocederam -13,4%, mas sobre uma base de comparação mais modesta.

                          Os produtos tipicamente oriundos da indústria de transformação experimentaram déficit maior frente ao mesmo período de 2024, com aumento de sua grandeza de US$ 44,6 bilhões para US$ 58,2 bilhões, déficit recorde para nove primeiros meses pela série em dólares correntes. As exportações cresceram +3,7%, atingindo US$ 138,2 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram +10,4%, para US$ 196,4 bilhões. Ambos os fluxos comerciais apresentaram patamares sem iguais para janeiro-setembro em dólares correntes.

                            

                           

                          O saldo dos bens típicos da indústria de transformação se deteriorou frente a janeiro-setembro do ano anterior pelo terceiro ano seguido, apesar do crescimento de suas exportações em dólares correntes nos dois últimos anos. 

                          Com o tarifaço posto em prática pelos EUA, impondo a produtos brasileiros tarifas de 50% a partir de agosto e atreladas inicialmente a questões políticas, o cenário então desenhado se mostrou desafiador. O terceiro trimestre trouxe impactos significativos, com as vendas brasileiras para os EUA tendo caído -20,3% na comparação entre meses de setembro. 

                          A linha do tempo a seguir explicita várias das medidas adotadas ao longo de 2025 pelo governo estadunidense, até a recente isenção do adicional de tarifa para alguns produtos adicionais importados do Brasil.

                            

                          O intercâmbio de mercadorias entre Brasil e EUA, no acumulado até setembro de 2025, registrou déficit comercial brasileiro de US$ 5,1 bilhões, enquanto o saldo deficitário de produtos tipicamente oriundos da indústria de transformação com esse país foi de US$ 7,8 bilhões, mais que dobrando frente ao ano anterior. 

                          As exportações do Brasil para os EUA desses bens ficaram estáveis, com variação de +0,1%, ficando em US$ 23,3 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram +15,8%, para US$ 31,1 bilhões, montante só abaixo do importado em janeiro-setembro de 2022.

                          Quanto aos demais produtos, mormente agropecuários, da pesca e minerais, embora para a balança comercial total do Brasil (+US$ 103,7 bilhões) consigam mais do que contrabalançar o déficit em bens da indústria de transformação, no caso das transações com os EUA, seu resultado não costuma ser o suficiente para tanto. 

                          No acumulado dos três trimestres iniciais de 2025, o superávit brasileiro desses bens com os EUA foi de US$ 2,7 bilhões, superando o saldo dos anos anteriores para tal período. As exportações desses itens para os EUA em dólares correntes, por sua vez, recuaram -3,2%, para US$ 5,9 bilhões, enquanto as importações retrocederam -16,1%.

                          Atendo-se apenas ao terceiro trimestre de 2025, mais afetado pelo tarifaço aplicado pelo governo estadunidense, o saldo positivo da balança comercial brasileira de US$ 15,7 bilhões ficou abaixo tanto do segundo trimestre, quanto do superávit obtido em julho-setembro dos dois anos anteriores. As exportações brasileiras do período de julho-setembro de 2025 avançaram +4,7%, frente ao terceiro trimestre de 2024, chegando a US$ 92,2 bilhões. As importações cresceram a um ritmo superior (+7,9%), atingindo US$ 76,5 bilhões. 

                          No mesmo período, o déficit comercial com os EUA atingiu US$ 3,4 bilhões, superando os resultados negativos dos mesmos períodos de 2024 e de 2023, bem como dos dois trimestres iniciais do ano. A ampliação do déficit trimestre a trimestre ocorreu à medida que as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil se avolumaram: as exportações para os EUA recuaram -9,6% frente ao terceiro trimestre de 2024, parando em US$ 9,2 bilhões. 

                           

                           

                          No total da balança comercial, em julho-setembro de 2025, o superávit deveu-se aos demais produtos (bens agropecuários e minerais em destaque): saldo de US$ 36,5 bilhões. As exportações desses produtos em relação ao terceiro trimestre de 2024 aumentaram +7,6%, para US$ 42,2 bilhões. As importações retrocederam -7,6%, porém uma base comparativa relativamente baixa. Desse total superavitário, os EUA representaram apenas US$ 704 milhões, saldo maior do que no mesmo trimestre de 2024, com crescimento das exportações em relação ao terceiro trimestre de 2024 de +15,7% (US$ 1,9 bilhão), enquanto as importações brasileiras dos EUA retrocederam 17,6%, ficando em US$ 1,2 bilhão.

                          Quanto aos bens típicos da indústria de transformação, suas exportações cresceram +2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, chegando a US$ 50,0 bilhões. Suas importações aumentaram +9,4%, para US$ 70, bilhões. Tais grandezas no trimestre em questão foram as maiores para trimestres convencionais da série em dólares correntes. Assim, o déficit aumentou de US$ 15,9 bilhões em julho-setembro de 2024 para US$ 20,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025. 

                          O impacto dos EUA neste resultado também é claro: as exportações desses bens para os EUA declinaram -14,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior ficando em US$ 7,3 bilhões. Já as importações desses produtos provenientes dos EUA aumentaram +16,7%, para US$ 11,4 bilhões. Em dólares correntes, esse montante importado só não superou o de julho-setembro de 2022.

                           

                          A balança por intensidade tecnológica

                          A classificação por intensidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) ou tecnológica mais recente, constante de publicação da OCDE, abrange todas as atividades econômicas, não só as da indústria de transformação do esforço anterior. Ademais, se antes eram quatro faixas de intensidade (alta, média-alta, média-baixa e baixa), passaram a ser cinco segmentos: de alta intensidade, de média-alta, média, média-baixa e de baixa intensidade de P&D. No caso dos bens da indústria de transformação, estão presentes nas quatro primeiras faixas. Não há bens dessa atividade na de baixa intensidade.

                          Na faixa de alta intensidade, as atividades da indústria de transformação são as mesmas da classificação anterior. Acompanhando-as estão duas de serviços, P&D científico e publicação de software. A partir da divulgação na plataforma Comexstats dos dados de exportação e importação segundo a Classificação Industrial Internacional Uniforme, pode-se averiguar que não houve transações de produtos oriundos de tais serviços na balança comercial. 

                          No segmento de média-alta, dois agrupamentos de bens foram acrescidos àqueles tipicamente fabricados por atividades dessa faixa: equipamento bélico pesado, armas e munições; e instrumentos e materiais de uso médico e odontológico e artigos óticos. Ademais os serviços de tecnologia de informação (TI) e prestação de serviços de informação passaram a compor o segmento de média-alta, embora não tenham itens transacionados na balança comercial. 

                          Quanto ao segmento de média intensidade, guarda semelhança com a versão anterior da faixa de média-baixa intensidade, sendo que, o grupo dos produtos metálicos e da metalurgia foi dividido, ficando na faixa de média, apenas os da metalurgia. Também abarca os produtos diversos e a atividade de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. Esta é a única faixa na qual todas as atividades são da indústria de transformação. 

                          Já a faixa de média-baixa intensidade conta com boa parte dos ramos da indústria de transformação que, antes, eram considerados de baixa intensidade (a exceção ficou por conta dos bens diversos, que foi para a de média intensidade), com a adição dos produtos de metal e da fabricação de coque, derivados de petróleo refinado e demais combustíveis. O segmento de média-baixa conta ainda com os serviços profissionais, científicos e técnicos; telecomunicações; e edição (com ou sem impressão), e com a indústria extrativa (extração mineral).

                          A faixa de baixa intensidade tecnológica não abarca nenhuma atividade da indústria de transformação, embora encampe duas atividades industriais: construção; e a produção e distribuição de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos. A agropecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também compõe essa faixa, afora os serviços que não foram mencionados acima.

                           

                          Com base em tanto, a balança comercial brasileira pode ser esmiuçada a partir da versão atualizada da taxonomia por intensidade tecnológica, tendo por base os esforços de P&D.

                            

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de alta intensidade tecnológica

                          No acumulado até setembro de 2025, o déficit dos produtos da indústria de transformação de alta intensidade cresceu frente a igual período de 2024, para US$ 38,3 bilhões, o maior déficit da série em dólares correntes para tal acumulado. 

                          O aumento do déficit decorreu principalmente da ampliação de 9,8% das importações, atingindo US$ 44,0 bilhões, também patamar sem igual. Dois de seus três ramos ampliaram suas aquisições externas: as de produtos farmacêuticos, aumentaram 16,3%; enquanto as importações de aeronaves e afins, inclusive partes e peças, avançaram 25,3%. As importações de produtos eletrônicos, incluindo componentes, ficaram praticamente estáveis (-0,3%), mas respondendo por 46,2% delas. 

                          Quanto às exportações a faixa de alta intensidade vendeu para o exterior 6,3% mais do que em janeiro-setembro de 2024, para US$ 5, bilhões. Tal acréscimo ocorreu disseminadamente, com as exportações de aeronaves e equipamentos de transporte aéreo crescendo 5,9% e representando praticamente 60% das exportações do segmento de alta intensidade. 

                          As exportações de produtos farmacêuticos avançaram 6,7%, para US$ 1,0 bilhão, enquanto a de bens do complexo eletrônico, 7,3%, para US$ 1,3 bilhão. Os três ramos se mostraram deficitários em janeiro-setembro. O déficit em eletrônicos, de US$ 19,1 bilhões, respondeu por metade do déficit de toda a faixa de alta intensidade.

                          O déficit do Brasil junto aos EUA desses produtos também cresceu frente a igual período de 2024, para US$ 8,9 bilhões, que também ocorreu principalmente por conta da ampliação das importações, atingindo US$ 11,4 bilhões. Foi o maior déficit bilateral brasileiro desses bens em dólares correntes para tal acumulado. Ademais dentre os cinco segmentos de intensidade tecnológica é o de maior déficit nas relações com os EUA, superando em 2024 e em 2025, o déficit da faixa de média-alta intensidade. 

                          Os três ramos (farmacêutico, aeronaves e equipamentos de transporte aéreo e produtos eletrônicos) se mostraram deficitários em janeiro-setembro, destacando-se o déficit recorde em dólares correntes de aeronaves e seus componentes, de US$ 5,2 bilhões, mesmo com ampliação de 10,0% nas vendas aos EUA.

                           

                           

                           

                          Em julho-setembro, a balança dos produtos das indústrias de alta intensidade ficou deficitário em US$ 13,1 bilhões, superando o déficit do trimestre correspondente de 2024. Suas exportações avançaram 13,3%, chegando a US$ 2,4 bilhões. As importações, a seu turno, cresceram 7,3%, mas sobre uma base bem maior, atingindo assim US$ 15,5 bilhões.

                          Em bases trimestrais, os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais experimentaram déficit de US$ 2,5 bilhões em julho-setembro. Suas exportações cresceram 15,8%, para US$ 1,6 bilhão, após retração na comparação entre segundos trimestres. As importações avançaram ainda mais, 18,2%, alcançando US$ 4,1 bilhões. 

                          Em relação aos EUA, esses bens experimentaram déficit de US$ 1,7 bilhão, com crescimento de 1,7% das exportações que não foram suficientes para balancear o aumento de 11,1% das importações e representando 61% do que o Brasil importou desses equipamentos e componentes do mundo.

                          Como tem sido recorrente, os bens típicos do complexo eletrônico concorreram sobremaneira para essa balança negativa dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica, déficit de US$ 6,6 bilhões ou 50,5% das importações da faixa em pauta. Ainda assim, o déficit diminuiu vis-à-vis o mesmo trimestre do ano passado. O saldo desses produtos com os EUA, por sua vez, teve movimento contrário, aumentando frente ao mesmo trimestre do ano passado e encerrando o trimestre com déficit de US$ 615 milhões. 

                          As exportações brasileiras totais desses produtos aumentaram 6,9%, mas chegando a somente US$ 456 milhões, enquanto para os EUA cresceram 17,9%, atingindo US$ 135 milhões e representando quase 30% das vendas brasileiras para o exterior.  Já as importações recuaram 3,2%, para US$ 7,1 bilhões, enquanto as importações aos EUA cresceram 7,9%, para US$ 750 milhões. 

                          Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 4,0 bilhões, sendo que 20% desse valor (US$ 802 milhões) deveu-se ao déficit com os EUA. Cabe destacar que esse resultado negativo é maior do que nos dois primeiros trimestres do ano e do que em julho-setembro de 2024. Suas exportações cresceram 11,3%, vendendo ao exterior US$ 371 milhões e apenas US$ 39 milhões aos EUA. As importações desses bens, por sua vez, avançaram 17,8%, atingindo US$ 4,4 bilhões. 

                            

                            

                            

                            

                          Bens da indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica

                          O segmento de média-alta intensidade registrou déficit de US$ 63,0 bilhões em janeiro-setembro 2025, o maior déficit dentre todas as faixas de intensidade e o seu maior de toda a sua série para tal acumulado em dólares correntes, sendo que 11,3% desse valor (US$ 7,1 bilhões) representa o déficit do Brasil com os EUA.  

                          As exportações desses produtos avançaram 13,3% vis-à-vis igual período do ano anterior, atingindo US$ 23,5 bilhões, recorde em dólares correntes, enquanto as exportações para os EUA retrocederam 5,9% no mesmo período, ficando em US$ 5,3 bilhões. As importações cresceram 10,2%, para US$ 96,4 bilhões, nível também recordista para janeiro-setembro em dólares correntes, comparativamente ao crescimento de 7,1%, das importações provindas dos EUA.

                          Os produtos da indústria automobilística experimentaram saldo negativo de US$ 6,3 bilhões, bem menor que o observado no mesmo período de 2024. Suas exportações aumentaram 33,7%, para US$ 12,8 bilhões, enquanto as importações cresceram 10,2%. O mesmo comportamento pode ser observado no comércio entre Brasil e EUA: déficit de US$ 403 milhões, o maior déficit que o Brasil registrou junto aos EUA em dólares correntes para janeiro-setembro desde 1997, com queda de 15,3% das exportações, para US$ 549 milhões, enquanto as importações cresceram 8,7%. 

                          Os equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas etc.) observaram déficit de US$ 1,3 bilhão, o maior registrado na série em dólares correntes, mesmo com aumento de 7,3% nas exportações, para US$ 208,0 milhões, mas com importações crescendo, 40,3%. O déficit comercial do Brasil com os EUA referentes a esses equipamentos foi de apenas US$ 72 milhões, porém com as exportações retrocedendo 53,2%.

                          Os dois grupamentos ligados a bens de capital experimentaram déficits maiores do que os registrados em janeiro-setembro de 2024, mesmo com crescimento nas exportações. O de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades, M&E, teve déficit de US$ 14,2 bilhões, com aumento de 2,3% nas exportações, chegando a US$ 8,0 bilhões. Suas importações cresceram 10,2% na mesma base comparativa. 

                          As máquinas, aparelhos e materiais elétricos tiveram balança negativa de US$ 6,8 bilhões, exportando US$ 3,1 bilhões, avanço de 12,3% frente a igual acumulado de 2024. As importações cresceram 7,5%. Por outro lado, houve dinâmica diferente em relação a balança Brasil-EUA: máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades, M&E, teve déficit junto aos EUA de US$ 1,0 bilhão, com recuo de 8,4% nas exportações, ficando em US$ 2,0 bilhões. Em máquinas, aparelhos e materiais elétricos, o Brasil logrou balança positiva de US$ 153 milhões, exportando US$ 1,0 bilhão, avanço de 18,4% frente ao mesmo acumulado de 2024. 

                          Quanto aos produtos químicos, experimentaram saldo negativo de US$ 32,7 bilhões, representando 51,9% do déficit de todo o segmento de média-alta intensidade tecnológica. Desse total, o déficit do Brasil com os EUA representou quase 17,0% desse valor (US$ 5,5 bilhões). Enquanto as exportações totais do Brasil ampliaram-se em 2,7% (US$ 8,6 bilhões desses bens), para os EUA houve retração do valor das exportações de 7,0% (US$ 1,3 bilhão). Já suas importações, avançaram na casa dos dois dígitos, 13,7%, chegando a US$ 41,3 bilhões e de US$ 6,9 bilhões para os EUA.

                          Os instrumentos e materiais médico-hospitalares e artigos óticos registraram déficit de US$ 1,7 bilhão, com aumento de 3,5% nas exportações, mas chegando a apenas US$ 412 milhões. Suas importações cresceram bem, 9,1%.

                          Por fim, o saldo dos equipamentos bélicos, armas e munições registrou superávit de US$ 95 milhões, mesmo com suas exportações retrocedendo 20,6%, ficando em US$ 305 milhões. Suas importações cresceram 34,2%, só superadas em termos de taxa de expansão pelos outros equipamentos de transporte.

                          Cabe destacar que o Brasil registrou superávit de US$ 122 milhões desses itens no comércio com os EUA, mesmo com as exportações brasileiras para os EUA retrocedendo 34,2%, ficando em US$ 158 milhões. As aquisições dos EUA cresceram 210,6%, mas sobre uma base pequena.

                            

                           

                           

                          No terceiro trimestre, o déficit da faixa de média intensidade tecnológica foi de US$ 22,5 bilhões, acima do registrado em julho-setembro de 2024. Suas exportações até cresceram bem em relação a igual período do ano anterior 2024, 14,5%, subindo para 12,4 bilhões. Contudo as importações dos bens típicos desse segmento de intensidade também aumentaram, 7,7%, taxa menor, mas sobre base de comparação maior.

                          O ramo mais deficitário dessa faixa, o de produtos químicos (exclusive farmacêuticos), apresentou saldo negativo de US$ 13,2 bilhões, respondendo por praticamente 60% do déficit dos bens média-alta intensidade tecnológica. Suas vendas externas cresceram 4,6%, exportando US$ 3,0 bilhões. As importações avançaram bem mais, 11,2%, no contraponto entre terceiros trimestres, alcançando US$ 16,2 bilhões.

                          Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram déficit de US$ 1,9 bilhão em julho-setembro de 2025. Os automóveis, reboques e carrocerias responderam por US$ 1,4 bilhão desse montante, ficando US$ 1,1 bilhão abaixo do déficit de igual trimestre do ano passado. As exportações deste ramo foram de US$ 4,8 bilhões, avanço expressivo de 33,2% frente ao mesmo período de 2024. Suas importações cresceram 2,4%. 

                          Quanto aos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações cresceram 12,1%, mas sobre base bem modesta, chegando a US$ 72 milhões. Já as importações avançaram 36,8%, levando ao déficit de US$ 491 milhões.

                          A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits de US$ 4,4 bilhões e de US$ 2,2 bilhões, respectivamente. As exportações de M&E cresceram 8,9% em relação a julho-setembro de 2024, com vendas de US$ 3,2 bilhões. Já suas importações cresceram 7,2%, o suficiente para ampliar seu déficit frente a igual trimestre do ano anterior. 

                          Quanto às vendas externas de aparelhos e materiais elétricos, cresceram 4,1%, para US$ 1,0 bilhão, enquanto as importações diminuíram 2,5%, com o déficit diminuindo vis-à-vis julho-setembro de 2024.

                          Quanto aos I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos, o país exportou US$ 140 milhões no terceiro trimestre de 2025, 2,5% a mais do que em igual período de 2024. Suas importações cresceram 14,5%, atingindo US$ 805 milhões. Assim seu déficit foi de US$ 665 milhões, superando seu equivalente do ano passado.

                          O intercâmbio de equipamentos bélicos, armas e munições logrou superávit de US$ 30 milhões em julho-setembro último. Em que pese o superávit, suas exportações retrocederam 44,3%, ficando em US$ 102 milhões, enquanto suas importações avançaram 66,0%.

                          O déficit dessa faixa do Brasil em relação aos EUA, por sua vez, foi de US$ 2,6 bilhões, acima do registrado em julho-setembro de 2024, com recuo das exportações de 7,6% em relação a igual período do ano anterior, ficando em US$ 1,7 bilhão e crescimento de 8,6% das importações. 

                          O ramo mais deficitário dessa faixa no intercâmbio Brasil - EUA, o de produtos químicos (exclusive farmacêuticos), apresentou saldo negativo de US$ 2,1 bilhões, respondendo por 80% do déficit dos bens média-alta intensidade tecnológica. As vendas para os EUA declinaram 7,6%, para US$ 387 milhões. As importações avançaram 9,1%, no contraponto entre terceiros trimestres, alcançando US$ 2,5 bilhões.

                          O comércio de automóveis, reboques e carrocerias entre ambos os parceiros ficou deficitário para o Brasil também (US$ 204 milhões), com retração das exportações para os EUA de 23,9% (US$ 179 milhões) frente a julho-setembro de 2024, enquanto as importações provenientes dos EUA cresceram 27,6%. 

                          Quanto aos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), as exportações para os EUA recuaram 72,2% (US$ 5 milhões) muito superior ao recuo de 10,1% das importações dos mesmos bens, finalizando o trimestre com déficit de US$ 21 milhões.

                          A balança entre Brasil e EUA de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos (M&E) registrou déficit de US$ 231 milhões. As exportações de M&E para a maior economia do mundo cresceram 3,7% em relação a julho-setembro de 2024, com vendas de US$ 763 milhões. Já as importações dos EUA caíram 2,9%, sem impedir o déficit, mas de magnitude menor que o déficit do terceiro trimestre de 2024. 

                          Já máquinas, aparelhos e materiais elétricos registraram superávit de US$ 31 milhões no intercâmbio entre os dois países. As vendas para o mercado estadunidense dessas máquinas e materiais cresceram 2,4%, para US$ 331 milhões, enquanto as importações subiram 24,9%, fazendo com que o superávit ficasse aquém do saldo de julho-setembro de 2024.

                          Quanto aos I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos, o país exportou US$ 43 milhões para os EUA no terceiro trimestre de 2025, 2,9% menos do que em igual período de 2024. Suas importações cresceram 19,4%, atingindo US$ 177 milhões. Assim o déficit de US$ 134 milhões do Brasil junto aos EUA superou seu equivalente do ano passado.

                          O intercâmbio Brasil – EUA de equipamentos bélicos, armas e munições logrou superávit de US$ 30 milhões em julho-setembro último. Em que pese o superávit, suas exportações retrocederam 68,0%, ficando em US$ 38 milhões, enquanto suas importações avançaram 91,9%.

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média intensidade tecnológica

                          Pela primeira vez desde o início da série em dólares correntes1997, o intercâmbio de bens oriundos de indústrias de média intensidade tecnológica registrou déficit em janeiro-setembro, de US$ 219 milhões. Frente a igual período de 2024, suas exportações até aumentaram, 8,9%, após dois anos de retração nessa base comparativa, chegando a US$ 23,5 bilhões. Todavia as importações avançaram 32,5%, para US$ 23,7 bilhões, patamar sem igual na série em dólares correntes.

                          O impacto dos EUA no comércio internacional brasileiro nessa faixa de produtos foi, no mínimo, pouco significativo: o superávit de US$ 5,5 bilhões, resultado da retração de 1,6% das exportações (US$ 6,9 bilhões) e alta de 9,1% das importações (US$ 1,4 bilhão).

                          As embarcações e demais produtos do setor naval-náutico reduziram suas exportações em 89,5%, ficando em meros US$ 66 milhões, segunda retração seguida nessa base comparativa e a maior queda exportadora dentre os ramos dessa faixa de intensidade. Suas importações avançaram mais de 1.000% no contraponto entre acumulados até setembro de 2025 e de 2024, devido à aquisição de uma plataforma de petróleo em setembro. Esses números propiciaram o expressivo déficit de US$ 5,3 bilhões, sendo o ramo que mais concorreu para a virada de sinal da balança comercial da faixa em pauta.

                          O ramo mais superavitário da indústria de média intensidade tecnológica, o de produtos da metalurgia, também é o de maior superávit nas relações com os EUA: logrou ampliar seu saldo em US$ 1,5 bilhão frente a janeiro-setembro de 2024, alcançando US$ 9,3 bilhões, enquanto o superávit com os EUA foi de US$ 4,9 bilhões. 

                          As exportações brasileiras desses itens cresceram 11,8%, atingindo US$ 19,0 bilhões, recorde da série em dólares correntes, mesmo contando com itens sobretaxados pelos EUA (que tiveram recuo de 5,9%). Ou seja, apesar do tarifaço e das alíquotas sobre ferro e aço em 2025, a queda vem de antes. Já suas importações aumentaram 5,1%, sendo que as compras desses produtos dos EUA, por sua vez, aumentaram 5,6%, contabilizando cinco anos de taxas positivas na comparação entre acumulados dos nove primeiros meses.

                          O outro ramo superavitário – produtos minerais não-metálicos – obteve saldo de US$ 140 milhões, maior do que no mesmo acumulado de 2024. Suas exportações cresceram 9,7%, para US$ 1,7 bilhão, enquanto as importações, 2,9%. O saldo dos produtos de minerais não metálicos com os EUA também registrou saldo positivo, US$ 679 milhões, o melhor resultado em dólares correntes desde 2006 para janeiro-setembro. As vendas do Brasil para o parceiro norte-americano cresceram 10,5%, chegando a US$ 797 milhões, enquanto as importações diminuíram 3,5%, quarta queda seguida considerando o acumulado até setembro.

                          Os dois grupos de bens restantes registraram saldo negativo em janeiro-setembro. O déficit dos produtos de borracha e material plástico atingiu US$ 3,4 bilhões, um pouco abaixo do que o do mesmo acumulado de 2024. Suas exportações avançaram 12,9%, chegando a US$ 2,3 bilhões, enquanto as importações cresceram 2,4%. O déficit desses produtos com os EUA atingiu US$ 122 milhões, com alta das vendas desses itens para os EUA crescendo 35,4%, atingindo o patamar recorde em dólares correntes para janeiro-setembro de US$ 564 milhões, enquanto as importações cresceram apenas 12,9%.  

                          Já os bens diversos (exclusive I&M médicos e odontológicos e artigos óticos) registraram pela primeira vez déficit bilionário, US$ 1,0 bilhão, com elevações quer nas exportações, 15,7%, quer nas importações, 23,6%. No comércio bilateral com os EUA, por sua vez, o Brasil ficou superavitário em US$ 52 milhões.

                            

                           

                           

                          Focando no terceiro trimestre de 2025, as exportações de gêneros típicos da indústria de média intensidade tecnológica ficaram praticamente estáveis frente a julho-setembro de 2024, taxa de -0,4%, parando em US$ 8,1 bilhões. As exportações para os EUA, por sua vez retrocederam 23,8%, para US$ 2,0 bilhões contrastando até com os dois primeiros trimestres do ano, quando as vendas cresceram. As importações, por sua vez, avançaram 37,7%. Dessa maneira, o segmento registrou déficit de US$ 787 milhões, sendo o segundo trimestre convencional com déficit em 2025 – antes, janeiro-março também fora deficitário. As importações brasileiras dos EUA, por sua vez, avançaram 24,6%. Ainda assim, o Brasil apresentou intercâmbio positivo de US$ 1,5 bilhão com os EUA, superávit US$ 500 milhões abaixo do observado no mesmo trimestre de 2024.

                          As embarcações e demais produtos da construção naval apresentaram novamente a maior retração nas exportações dentre os ramos da presente faixa, queda de 93,6%, significando um montante exportado de US$ 38 milhões no trimestre em pauta. Suas importações avançaram mais de 1.500,0%, para US$ 2,6 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões foram da compra da plataforma petrolífera em setembro. Esses números conduziram ao déficit de US$ 2,5 bilhões no período. 

                          Tal saldo e o do primeiro trimestre levaram ao déficit desse ramo em janeiro-setembro, além de ter concorrido sobremaneira para o resultado negativo de julho-setembro da faixa de média intensidade tecnológica como um todo. As exportações para os EUA de embarcações e demais produtos da construção naval, por sua vez, retrocederam 53,3%, ficando em US$ 8 milhões, enquanto as importações cresceram 5,9%. Ainda assim, a balança registrou superávit brasileiro, de US$ 2 milhões.

                          Os superavitários produtos metalúrgicos lograram saldo de US$ 3,4 bilhões, incremento de US$ 559 milhões frente ao resultado do terceiro trimestre de 2024. Mas suas vendas externas retrocederam 6,4%, para US$ 3,8 bilhões, ainda montante de expressão. Já suas importações cresceram 5,5%. 

                          Os produtos metalúrgicos lograram saldo positivo com os EUA de US$ 1,4 bilhões, imponente, mas US$ 734 milhões abaixo do resultado do terceiro trimestre de 2024. As exportações desses bens para os EUA retrocederam 30,2%, para US$ 1,6 bilhão. Vale frisar que, nos dois primeiros trimestres do ano, as vendas brasileiras para os EUA cresceram. Já as importações vindas dos EUA aumentaram 36,8%.

                          Os produtos de minerais não-metálicos registraram superávit de US$ 25 milhões, com exportações aumentando 4,7%, para US$ 550 milhões, e as importações crescendo 2,0%. Os produtos de minerais não-metálicos registraram superávit de US$ 191 milhões, no comércio Brasil-EUA, mesmo com exportações caindo 4,4%, para US$ 231 milhões. Suas importações provenientes do parceiro em pauta cresceram 5,2%, mas após vários trimestres de recuo.

                          Passando para os demais conjuntos de bens, os produtos de borracha e de material plástico apresentaram intercâmbio negativo de US$ 1,2 bilhão, praticamente o mesmo déficit observado em julho-setembro de 2024. Suas exportações avançaram 20,4%, chegando a US$ 813 milhões, enquanto suas importações cresceram 7,2%. A participação dos EUA nesse resultado foi mínima: déficit de US$ 39 milhões, menor do que o déficit observado em julho-setembro de 2024. Suas exportações para os EUA avançaram 55,2%, chegando a US$ 204 milhões, enquanto as importações originárias dos EUA cresceram 19,2%.

                          Quanto aos bens diversos, seu déficit de US$ 440 milhões foi consequência de aumento de 7,1%, nas exportações, para US$ 142 milhões, e expansão de 23,1% nas importações. 

                           

                           

                           

                           

                          Bens da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica

                          O saldo de tais produtos registrou superávit de US$ 43,4 bilhões, só aquém do acumulado equivalente de 2024. As exportações de mercadorias produzidas pela indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica diminuíram 1,6% na comparação entre acumulados até setembro de 2025 e 2024, ficando em US$ 75,6 bilhões. Apesar da retração, para janeiro-setembro do ano na série em dólares correntes, só ficou atrás do recorde atingido em 2024. As importações também retrocederam 0,6%, ficando em US$ 23,7 bilhões. 

                          As exportações para os EUA, entretanto, cresceram 2,9% na comparação entre acumulados até setembro de 2025 e 2024, chegando a US$ 8,6 bilhões e as importações cresceram bem mais, 24,8%. Tais números não impediram o superávit brasileiro de US$ 2,7 bilhões nas relações comerciais com os EUA, mas ficou abaixo do saldo obtido em janeiro-setembro de 2024.

                          As exportações de seu ramo mais pujante, o de produtos industriais alimentícios, bebidas e tabaco, ficaram estáveis, taxa de -0,1% menos na comparação entre acumulados, ficando em US$ 50,9 bilhões. Já suas importações aumentaram 1,7%, mas sobre uma base menor, levando ao saldo de US$ 43,2 bilhões no acumulado, só abaixo do superávit registrado no mesmo período de 2024. 

                          Contrasta com esse resultado a dinâmica do comércio desses bens com os EUA: as exportações brasileiras desses produtos destinados aos EUA cresceram 21,6%, atingindo o recorde de US$ 4,1 bilhões na série em dólares correntes, o sexto ano seguido de expansão desses itens para os EUA, sendo nos últimos cinco com taxas acima de 20%. As aquisições dos EUA também aumentaram, 19,7%, mas insuficiente para impedir o maior superávit em dólares correntes para tais produtos em janeiro-setembro que o Brasil conseguiu: US$ 3,7 bilhões.

                          Já o intercâmbio de bens industriais madeireiros e seus derivados, incluindo produtos de papel, celulose e impressos obteve superávit de US$ 10,9 bilhões, exportando US$ 12,5 bilhões, recuo de 2,6% frente a janeiro-setembro de 2024, impactado pelo tarifaço estadunidense. As importações desse ramo avançaram 10,5%. 

                          O intercâmbio entre Brasil-EUA dos mesmos setores registrou superávit de US$ 2,3 bilhões, imponente, mas aquém do obtido no mesmo acumulado de 2024. As exportações destinadas aos EUA desses itens caíram 11,4%, para US$ 2,5 bilhões, enquanto as importações vindas dos EUA desse ramo avançaram 6,9%.

                          A balança de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, por sua vez, registrou resultado negativo de US$ 4,3 bilhões, de expressão, mas foi o menor déficit para janeiro-setembro desde 2020. Contudo ainda mantém a condição de ramo mais deficitário da faixa de média-baixa intensidade tecnológica. Suas exportações declinaram 9,0%, para US$ 8,5 bilhões, enquanto as importações caíram 8,7%, para US$ 12,8 bilhões. 

                          A balança Brasil – EUA, por sua vez, registrou resultado negativo brasileiro de US$ 3,3 bilhões, superando o déficit para janeiro-setembro de 2024, mas abaixo dos déficits para tal acumulado registrados de 2017 a 2023. As exportações brasileiras para os EUA recuaram 6,0%, para US$ 1,4 bilhão, enquanto as importações dos EUA cresceram 31,4%.

                          O conjunto dos artigos têxteis, de vestuário, de couro e calçados registrou déficit de US$ 3,0 bilhões, o maior déficit em dólares correntes para acumulado dos três primeiros meses da série com início em 1997. As exportações desses itens diminuíram 2,8% pela mesma base comparativa, ficando em US$ 2,3 bilhões. Suas importações cresceram 7,4%. 

                          O saldo do comércio desses bens com os EUA, entretanto, registrou superávit brasileiro de US$ 273 milhões, mesmo com recuo de 1,5% nas vendas para os EUA, ficando em US$ 365 milhões. Foi o terceiro ano consecutivo de retração exportadora para o acumulado em pauta. As importações desses produtos originárias dos EUA cresceram 6,9%

                          O déficit dos produtos metálicos chegou a US$ 3,5 bilhões em janeiro-setembro de 2025, o maior déficit em dólares correntes que esse ramo registrou na série para o acumulado em tela. Suas exportações cresceram 4,7%, subindo para US$ 1,3 bilhão, enquanto as importações avançaram 8,7%. As vendas destinadas aos EUA caíram 25,5%, para US$ 226 milhões, enquanto as importações brasileiras recuaram 8,2%, representando um déficit brasileiro de US$ 262 milhões.

                           

                           

                           

                          Atendo-se ao terceiro trimestre de 2025, o País exportou US$ 27,1 bilhões de bens tipicamente oriundos dos ramos da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica, retração de 2,4% em relação a igual período de 2024. As importações desses produtos chegaram a US$ 11,5 bilhões, crescimento de 0,9% pela mesma base comparativa. Assim, o superávit atingiu US$ 15,6 bilhões em julho-setembro, ficando aquém do saldo logrado no mesmo trimestre do ano passado. 

                          No mesmo período, o país exportou para os EUA US$ 2,5 bilhões de bens de média-baixa intensidade tecnológica, apresentando queda muito maior que o total das exportações dessa faixa de bens (-16,5%) e as importações desses produtos dos EUA chegaram a US$ 2,4 bilhões (+31,0%). Dessa forma, o superávit com os EUA ficou em US$ 167 milhões em julho-setembro, em contraste com o saldo positivo bilionário do mesmo período de 2024 e dos demais trimestres desde o terceiro de 2023.

                          O saldo de alimentos da indústria, bebidas e tabaco apresentou superávit de US$ 16,4 bilhões, recorde para terceiro trimestre em dólares correntes, sendo US$ 1,0 bilhão de superávit com os EUA. Esse resultado decorreu do aumento de 1,6% nas exportações, atingindo US$ 19,2 bilhões, montante nunca antes atingido em qualquer trimestre convencional da série em dólares correntes. Suas importações cresceram 1,8%. As exportações para os EUA, por sua vez, diminuíram 14,3% frente a julho-setembro do ano passado, ficando em US$ 1,2 bilhão, enquanto as importações oriundas dos EUA cresceram 4,2%.

                          Os produtos madeireiros, de papel e celulose registraram superávit de US$ 3,3 bilhões no total e de US$ 661 milhões com os EUA, aquém do obtido no terceiro trimestre de 2024. Enquanto as exportações desses bens retrocederam 15,4% em seu total (US$ 3,8 bilhões) as exportações com destino aos EUA retrocederam 23,8% (US$ 713 milhões). Em relação aos resultados das importações, entreato, os sinais foram diferentes: enquanto avançaram 8,9% no geral, as importações vindas dos EUA ficaram estáveis, com variação de -0,2%.

                          As vendas para o exterior de derivados de produtos de petróleo e afins sofreram retração de 8,8%, caindo para US$ 2,8 bilhões em julho-setembro último. Quanto a suas importações, diminuíram 5,4%. Dessa forma, esse ramo apresentou déficit, de US$ 1,8 bilhão no terceiro trimestre de 2025, praticamente o mesmo saldo de seu equivalente do ano anterior. As vendas brasileiras para os EUA sofreram retração inferior ao total (- 5,6%, caindo para US$ 479 milhões) no mesmo período e as importações, cresceram 38,1%. Dessa forma, esse ramo apresentou déficit brasileiro na relação bilateral, de US$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre de 2025, bem acima do observado no mesmo trimestre de 2024.

                          Passando para os dois outros agrupamentos de bens típicos da indústria de média-baixa intensidade, ambos registraram seus maiores déficits em dólares correntes para terceiro trimestre na série iniciada em 1997. As vendas externas de produtos de metal, de US$ 505 milhões, cresceram 13,8%. Já suas importações aumentaram 12,0%, culminando no déficit de US$ 1,2 bilhão. As vendas para os EUA de produtos de metal, por sua vez, foram de US$ 74 milhões, com declínio 40,7% na comparação entre terceiros trimestres, enquanto as aquisições junto aos EUA cresceram a3,3%. 

                           Quanto aos artigos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados, seu déficit aumentou frente a julho-setembro de 2024, para US$ 1,1 bilhão. Em relação aos EUA, porém, continuamos superavitários (US$ 88 milhões), mesmo com o recuo e 6,1% nas vendas brasileiras destinadas ao parceiro norte-americano. No total, as exportações desses setores caíram 5,3%, ficando em US$ 754 milhões, enquanto as importações aumentaram 5,1%.

                           

                           

                           

                           

                           

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                          Carta IEDI n. 1339 - Indústria em baixa voltagem
                          Publicado em: 24/11/2025

                          No 3º trim/25, o desempenho industrial do país não esboçou reação, sob o peso da conjuntura de elevadas taxas de juros e dos desafios provocados pelas mudanças internacionais.

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                          Carta IEDI n. 1338 - Aspectos da “Nova” Infraestrutura
                          Publicado em: 14/11/2025

                          Estudo da McKinsey propõe uma definição ampliada de infraestrutura e identifica a necessidade mundial de investimentos até 2040 para atender às necessidades atuais.

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                          Carta IEDI n. 1337 - Relativa resiliência na economia global
                          Publicado em: 05/11/2025

                          O atual cenário básico do FMI prevê uma desaceleração suave da economia global em 2025 e 2026 devido ao impacto menor do que o esperado do choque tarifário do governo Trump.

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                          Carta IEDI n. 1336 - Trajetórias divergentes
                          Publicado em: 31/10/2025

                          A produção manufatureira mundial apresentou destacada resiliência em meio às tensões comerciais e cresceu bem à frente da indústria brasileira.

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                          Carta IEDI n. 1335 - Um sinal positivo: o desempenho industrial em agosto
                          Publicado em: 24/10/2025

                          Em agosto, após quatro meses consecutivos, a indústria brasileira voltou a crescer, mas ainda pesam dúvidas sobre o futuro, já que os juros seguem elevados e a confiança do setor não aponta melhoras.

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                          Carta IEDI n. 1334 - Gastos Tributários, Assimetrias Competitivas e Regressividade
                          Publicado em: 22/10/2025

                          Nos últimos anos, o gasto tributário tem crescido expressivamente, sem uma devida avaliação das desonerações e pesando sobre o equilíbrio fiscal, mas também há distorções competitivas e distributivas menos discutidas associadas a eles.

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                          Carta IEDI n. 1333 - O Brasil na nova geoeconomia
                          Publicado em: 17/10/2025

                          O Brasil precisa estabelecer novos instrumentos para lidar com a geoeconomia contemporânea, mas possui ativos estratégicos (energia, agricultura, mineração, mercado interno) que podem lhe dar poder de barganha.

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                          Carta IEDI n. 1332 - Contestando a ordem: postura comercial recente dos EUA, UE e China
                          Publicado em: 10/10/2025

                          O aumento de tarifas de importação dos EUA mais do que uma guinada protecionista, significa uma aceleração do processo de transformação da governança global.

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                          Carta IEDI n. 1331 - Alavancas para a infraestrutura e indústria
                          Publicado em: 01/10/2025

                          Estudo recente do IEDI identificou entraves à produtividade e competitividade do país com foco na situação de nossa infraestrutura.

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                          Carta IEDI n. 1330 - Começo de semestre fraco para a indústria
                          Publicado em: 29/09/2025

                          O segundo semestre, para a indústria, começou dando sequência à tendência de desaceleração e predominância de variações negativas.

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