• SOBRE O IEDI
    • ESTUDOS
      • CARTA IEDI
        • ANÁLISE IEDI
          • DESTAQUE IEDI
            • IEDI NA IMPRENSA
              55 11 5505 4922

              instituto@iedi.org.br

              • HOME
              • SOBRE O IEDI
                • ESTUDOS
                  • CARTA IEDI
                    • ANÁLISE IEDI
                      • DESTAQUE IEDI
                        • IEDI NA IMPRENSA

                          Carta IEDI

                          Edição 1047
                          Publicado em: 04/12/2020

                          A reação da indústria segundo os grupos de intensidade tecnológica

                          Sumário

                          No mês de setembro de 2020, a indústria brasileira retornou ao nível de produção anterior ao choque da Covid-19 verificado no bimestre de março-abril, depois de cinco meses seguidos de reativação. Com isso, o quadro no 3º trimestre foi de quase estabilização em comparação com o mesmo período do ano passado. A Carta IEDI de hoje analisa a evolução industrial segundo seus diferentes grupos de intensidade tecnológica.

                          Sem levar em conta o ramo extrativo, o desempenho industrial se mostrou um pouco mais favorável nos últimos meses. Enquanto o patamar de produção do setor como um todo em set/20 ficou apenas 0,2% acima daquele de fev/20, na indústria de transformação ultrapassou o pré-crise em 1,1%. O resultado do 3º trim/20 ante o 3º trim/19 foi de -0,6% na indústria geral e de -0,5% na indústria de transformação, sinalizando uma recuperação mais vigorosa neste último caso.

                          Embora tenha conseguido produzir mais do que no ano passado somente no mês de set/20 (+4,4%), o declínio registrado no 3º trim/20 pela indústria de transformação significou uma expressiva amenização de sua crise, já que no trimestre anterior, que foi o que mais concentrou os efeitos da pandemia, havia sofrido um tombo de -21,7%. Também se saiu melhor, inclusive, em comparação com o 1º trim/20 (-1,1%).

                          Por trás desta evolução favorável, estão desempenhos ainda heterogêneos dos diferentes grupos de ramos industriais segundo sua intensidade tecnológica. A classificação empregada pelo IEDI tem como base a metodologia divulgada pela OCDE, que agrega a indústria em quatro faixas: alta, média-alta, média e média-baixa tecnologia. Não existe nenhum ramo industrial na baixa intensidade tecnológica, que é composta sobretudo pela agropecuária e atividades de serviços.

                          Os dados do IBGE assim trabalhados pelo IEDI mostram dois padrões de resultados no 3º trim/20 para a indústria de transformação. Há quem já tenha deixado para trás os dias ruins e voltaram a crescer em comparação com o ano passado e há aqueles que reagiram, mas permaneceram no vermelho.

                          No primeiro padrão estão os grupos de alta e de média-baixa tecnologia, isto é, os extremos da classificação da indústria por intensidade tecnológica. No segundo padrão estão os grupos intermediários, de média-alta e média tecnologia.

                          A faixa de melhor resultado no 3º trim/20 foi a de média-baixa intensidade tecnológica. Sua alta de +4,1%, foi ensejada principalmente pelo ramo alimentício (+9,8%), sob estímulo não apenas do mercado interno, graças ao auxílio emergencial às famílias de menor renda, mas também pela reação de alguns mercados internacionais (como a China). Produtos de metal também cresceram e papel e celulose reduziu muito sua perda.

                          O obstáculo para uma recuperação mais vigorosa na indústria de média-baixa tecnologia vem do ramo de têxteis, vestuário, couros e calçados (-15,5% ante 3º trim/19). Além de uma demanda mais fragilizada, estas atividades, por serem intensivas em mão de obra, tendem a encontrar maiores dificuldades para normalizar suas linhas de produção sob  protocolos de segurança sanitária e distanciamento físico.

                          O segundo grupo com o melhor resultado foi a alta tecnologia, que registrou +2,0%. Desde o 1º trim/20 este grupo não apresentava uma taxa tão positiva. Muito disso, porém, deveu-se a uma base fraca de comparação. Entre seus ramos, a liderança coube a eletroeletrônicos de imagem e som (+21,9%), seguidos pela indústria farmacêutica (+2,1%). Informática e instrumentos médicos, óticos e de precisão caíram menos.

                          Entre aqueles com recuperação insuficiente, a indústria de média-alta intensidade tecnológica foi a que registrou maior declínio: -8,5% ante o 3º trim/19, mas é inegável seu progresso, já que seu resultado no trimestre anterior havia sido de -42,8%. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos assim como produtos químicos (exceto farmacêuticos) puxaram o desempenho para cima: +6,7% e +4,3%, respectivamente.

                          Frearam a recuperação da indústria de média-alta tecnologia a produção de veículos, que, a despeito de amenização recente, ainda caiu -25,0% em jul-set/20, e a produção de máquinas e equipamentos, com variação de -2,9%. Estes ramos, cuja demanda exige maiores níveis de confiança e otimismo, são importantes para espalhar dinamismo e construir a capacidade futura de produção.

                          Por fim, a indústria de média intensidade tecnológica, que não cresce há dois anos, isto é, desde o 3º trim/18, apresentou retração de -3,1% em jul-set/20, condicionada pelo ramo de metalurgia (-7,1%). A produção de borracha e plástico, com o aumento da demanda de embalagens e descartáveis devido à pandemia, cresceram (+3,9%), assim como outros minerais não metálicos (+4,4%), favorecidos pela reação da construção urbana.

                           

                          Panorama da indústria geral e da indústria de transformação

                          Após o período mais crítico de enfrentamento da pandemia da covid-19, setembro de 2020 representou, para a indústria geral (extrativa e de transformação), o quinto mês de incremento no contraste com o mês imediatamente anterior: 2,6% na série dessazonalizada. Esse aumento mês a mês permitiu à indústria geral voltar ao patamar anterior a março. 

                          A comparação entre meses de setembro de 2020 e 2019 chegou a apontar alta, de 3,4%. Porém, ainda assim, o contraponto entre terceiros trimestres de 2020 e de 2019, bem como no acumulado do ano continuaram refletindo os efeitos adversos da pandemia: quedas de 0,6% e de 7,2%, respectivamente. Em doze meses o declínio foi de 5,5%.

                          Esses números foram puxados, sobretudo, pela indústria de transformação, com recuperação em setembro, seja ante o mês imediatamente anterior (3,9%) pelos dados dessazonalizados, também pela quinta vez seguida, seja frente a seu equivalente de 2019 (4,4%). 

                          Contrastando julho-setembro e o mesmo período do ano passado, a variação foi de -0,5% no caso da indústria de transformação. No acumulado do ano e em doze meses, a sua produção retrocedeu 7,8% e 5,6%, respectivamente.

                          Já a extração mineral produziu 3,7% menos na passagem de agosto a setembro pela série livre de efeitos sazonais. Frente ao nono mês do ano passado, a queda foi de 4,1%.  Ou seja, setembro concorreu para a retração de 1,6% no terceiro trimestre frente a julho-setembro de 2019. 

                          Em que pese tanto, as retrações do ramo extrativo no acumulado de janeiro-setembro e em doze meses foram menores do que as da indústria geral: quedas de 2,3% e de 4,4%, respectivamente.

                           

                           

                          A indústria por intensidade tecnológica

                          A OCDE tem empregado há algum tempo uma taxonomia para a indústria de transformação, classificando seus distintos ramos por intensidade tecnológica, baseada em gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse esforço foi aprimorado por Hatzichronoglou, em estudo publicado pela própria OCDE. 

                          Tal material serviu de base para que o IEDI estruturasse os dados da indústria de transformação constantes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), obtendo a produção por faixas de intensidade tecnológica, a saber, alta, média-alta, média-baixa e baixa.

                          Em 2016, Galindo-Rueda e Verger, ampliaram o alcance dessa classificação, ao abarcar todas as atividades econômicas sistematizadas na revisão 4 da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU). A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada no Brasil e, por conseguinte, na PIM-PF, segue a CIIU. Nesse esforço e com a atualização de indicadores de P&D realizada pelos autores, foram definidas cinco faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa.

                          A PIM-PF encampa duas das quatro seções que constituem o setor industrial: a indústria extrativa e a indústria de transformação. Ambas compõem a chamada indústria geral. Pelo estudo de 2016, nenhum dos ramos cobertos pela PIM-PF faz parte da faixa de baixa intensidade tecnológica.

                          O grupo de baixa intensidade tecnológica é, então, composto pela agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; pelas duas outras atividades industriais (produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção); e amplo conjunto de serviços (alguns serviços compõem as faixas de alta, de média-alta e de média-baixa intensidade tecnológica). 

                          Assim todos os ramos da indústria de transformação se encontram classificados nas faixas de alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica, enquanto toda a extração mineral está dentro do segmento de média-baixa intensidade.

                           

                          A tabulação a seguir sintetiza os dados por intensidade tecnológica para o mês de setembro, considerando seja a indústria geral, seja a de transformação por intensidade tecnológica, focando nas comparações entre mês, terceiro trimestre e acumulado do ano contra seus equivalentes de 2019, bem como no contraponto em doze meses.

                          Três dos quatro segmentos da indústria geral por intensidade tecnológica lograram expansão frente a setembro de 2019. Apenas a faixa de média-alta intensidade sofreu retração nessa base comparativa, taxa de -1,2%. O maior incremento coube ao segmento de alta intensidade. 

                          Contrapondo os terceiros trimestres de 2020 e 2019, as faixas de alta e de média-baixa cresceram, enquanto as de média-alta e média retrocederam. Em comum aos quatro segmentos por intensidade tecnológica, a queda no acumulado até o nono mês e em doze meses.

                           

                          O segmento de alta intensidade logrou aumento de 8,4% em sua produção na comparação entre meses de setembro, puxada pelo complexo eletrônico e pela indústria farmacêutica, com a fabricação de aviões em sentido contrário. Esse desempenho concorreu para a expansão 2,0% dessa faixa como um todo no contraponto entre terceiros trimestres de 2020 e 2019. 

                          Apesar desses resultados, a indústria de alta intensidade declinou tanto no acumulado do ano, queda de 5,5%, quanto em doze meses, recuo de 4,2%. Nessas duas bases comparativas, o ramo farmacêutico apresentou incremento, enquanto o complexo eletrônico, declínio.

                          A faixa de média-alta intensidade produziu 1,2% menos no confronto entre meses de setembro, com retração de 8,5% no terceiro trimestre. As retrações foram ainda maiores pelo acumulado até setembro (-18,4%) e pela comparação entre acumulados em doze meses (-14,0%). 

                          Em todas as comparações, a indústria automotiva puxou tais performances da média-alta tecnologia, com taxas negativas de dois dígitos ainda mais pronunciadas. Os ramos de máquinas e equipamentos, de material elétrico e a indústria química cresceram pelo contraponto entre meses de setembro, mas sem impedir taxas negativas no acumulado do ano e em doze meses.

                          A indústria de média intensidade, por sua vez, cresceu 1,2% no nono mês, mas não foi o suficiente para impedir o retrocesso de 3,1% no terceiro trimestre. Nessas duas bases de comparação, enquanto a fabricação de produtos de borracha e material plástico e a de produtos de minerais não metálicos cresceram, a metalurgia e a produção de bens diversos declinaram. 

                          No acumulado do ano e em doze meses, a faixa de média intensidade tecnológica declinou 10,7% e de 9,2%, respectivamente, o que foi generalizado em todos os seus ramos.

                          O segmento de média-baixa intensidade cresceu 5,4% em setembro, contribuindo para a taxa positiva de julho-setembro de 2,9%. Embora tais performances não tenham impedido quedas pelo acumulado do ano, de 1,5%, e em doze meses, de 1,0%, estas foram as menores retrações dentre as quatro faixas da indústria geral. Como visto, a indústria extrativa retrocedeu em todas essas bases comparativas. Já a indústria de transformação de média-baixa intensidade registrou os mesmos sinais da faixa como um todo. 

                          Dos ramos da indústria de transformação de média-baixa tecnologia, a fabricação de produtos de metal (exceto armas, munições e equipamentos bélicos) teve comportamento ao desse conjunto, enquanto a indústria de alimentos, bebida e fumo e produção de derivados e petróleo, biocombustíveis e afins cresceram nessas quatro bases de comparação. Noutro extremo, a produção de têxteis, artigos de vestuário, de couro e calçados sofreu retração nessas mesmas bases comparativas.

                           

                          Indústria de transformação de alta intensidade tecnológica

                          Em setembro último, a faixa de alta intensidade tecnológica da indústria de transformação cresceu 8,4% frente a igual mês de 2019, em movimento de recuperação em relação ao período mais agudo da pandemia no País (mar-abr/20). Vale notar que tal expansão ocorreu mesmo com menor produção de aviões segundo o IBGE. 

                          No terceiro trimestre, a indústria de transformação de alta intensidade produziu 2,0% a mais do que no mesmo período de 2019. Ainda assim, não foi o suficiente para o segmento voltar a observar taxas positivas no acumulado do ano, -5,5%, tendo também a produção de aviões como destaque negativo. Em doze meses, a faixa em questão retrocedeu 4,2%.

                          A indústria farmacêutica, como seria de esperar, foi o único ramo desse segmento a crescer nas quatro bases de comparação em questão. Nas comparações entre meses de setembro e entre terceiros trimestres de 2020 e de 2019, logrou crescimento de 11,2% e de 2,1%. Estes números contribuíram para as taxas positivas no acumulado até setembro, 2,1%, e em doze meses, 0,3%.

                           

                          Quanto à produção do complexo eletrônico, cresceu 15,4% em setembro, puxando a expansão de 10,4% no terceiro trimestre. Apesar dessas taxas de crescimento de dois dígitos, o complexo retrocedeu 6,7% no acumulado do ano e 3,7% em doze meses.

                          Dentro do complexo eletrônico, a fabricação de equipamentos de áudio, vídeo e comunicação, que abrange a produção de componentes eletrônicos, muitos dos quais utilizados noutros ramos, obteve a maior expansão de setembro, 28,5%, culminando no crescimento de 21,9% em julho-setembro vis-à-vis igual período de 2019. Mesmo com tamanhas taxas, sua produção no acumulado do ano e em doze meses caiu: variações de -2,3% e de -0,1%. 

                          O comportamento desse ramo, distinto dos demais do complexo eletrônico, se deveu basicamente ao Polo Industrial de Manaus, cujos impactos negativos da pandemia se concentraram em abril e maio, com arrefecimento contundente já em junho, permitindo retomada produtiva antes do restante do País.

                          Os dois outros ramos do complexo eletrônico se retraíram nas quatro bases de comparação em evidência. A fabricação de material de escritório e informática recuou 11,2% no confronto entre meses de setembro, concorrendo para o declínio de 10,4% no terceiro trimestre. Desse modo, o ramo se retraiu 15,7% no acumulado do ano e 10,2% em doze meses. 

                          Quanto à fabricação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico, sua produção retrocedeu 3,0% em setembro e 13,5% em julho-setembro. No acumulado do ano, as quedas também atingiram os dois dígitos, quedas de 16,1% no acumulado até setembro e de 12,4% em doze meses.

                           

                          Indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica

                          A faixa de média-alta intensidade tecnológica vem sendo a que tem mais sentido os efeitos da pandemia, recuando 1,2% em setembro, com retrocesso de 8,5% no terceiro trimestre. As retrações no acumulado do ano e em doze meses foram ainda maiores: quedas de 18,4% e 14,0%, respectivamente.

                           

                          A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias puxou o retrocesso da indústria de transformação de média-alta intensidade, com significativas quedas em setembro e no terceiro trimestre, recuos de 13,7% e de 25,0%, respectivamente. 

                          As retrações de 37,0% no acumulado até o nono mês e de 18,3% em doze meses no ramo automobilístico refletiram as paralisações nas linhas de produção em face das medidas de distanciamento social em especial de março a maio, bem como concorreram para que a faixa de média-alta intensidade fosse a de maior perda nessas bases de comparação.

                          Os ramos mais associados à indústria de bens de capital, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e fabricação de máquinas e máquinas e equipamentos (M&E), cresceram em setembro: 12,6% e 8,1%, respectivamente. 

                          No caso da produção de máquinas e aparelhos elétricos, o desempenho de setembro contribuiu para que sua produção aumentasse 6,7%, no trimestre. Ainda assim, teve recuo de 6,5% no acumulado do ano e de 4,3% em doze meses. Quanto à fabricação de M&E, o incremento no mês foi insuficiente para taxas positivas nas demais comparações: retrações de 2,9% em julho-setembro, de 11,9% no acumulado do ano e de 9,3% em doze meses.

                          A indústria química cresceu 4,1% em setembro e 4,3% no terceiro trimestre. Todavia os meses de maior impacto da pandemia sobre a produção física industrial levaram o ramo a cair 1,1% no acumulado do ano e 1,5% em doze meses.

                          A fabricação de instrumentos e materiais (I&M) de uso médico e odontológico e artigos óticos registrou retrocedeu 4,6% em setembro e 9,9% no terceiro trimestre. A produção desses instrumentos e artigos diminuiu ainda mais pelo acumulado do ano (-24,6%) e em doze meses (-16,2%). 

                          Pode causar estranheza tais retrações em ramo ligado ao setor de saúde em meio à pandemia, porém seu comportamento se deveu à menor produção de produtos ligados à oftalmologia e à ortopedia, dissociados da covid-19.

                           

                          Indústria de transformação de média intensidade tecnológica

                          A produção física da faixa de média intensidade aumentou 1,2% na comparação entre meses de setembro, mas diminuiu 3,1% no terceiro trimestre. Nas demais bases comparativas, as retrações foram ainda maiores: queda de 10,7% no acumulado até o nono mês e de 9,2% em doze meses.

                           

                          Até pelo seu expressivo peso na composição dessa faixa, as retrações da metalurgia foram significativas. E ocorreram nas quatro bases de comparação. Em setembro, sua produção caiu 2,1%, enquanto, no terceiro trimestre, a queda foi de 7,1%. Os retrocessos foram maiores no acumulado do ano (-12,9%) e em doze meses (-11,9%).

                           A fabricação de produtos de minerais não-metálicos, outro ramo industrial intensivo em recursos naturais, também registrou quedas no acumulado do ano (-7,5%) e em doze meses (-5,8%). Entretanto, essas taxas negativas foram experimentadas a despeito do crescimento de 9,7% no contraste entre meses de setembro, que contribuiu para a expansão de 4,4% no terceiro trimestre.

                          Outros dois ramos cuja produção recuou nas quatro bases comparativas em questão, tal como a metalurgia, foram a fabricação de produtos diversos (exceto I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos) e os ramo de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. 

                          O primeiro deles teve queda de 11,6% em setembro e de 12,2% no terceiro trimestre. No acumulado do ano, o recuo foi de 16,9%, enquanto, em doze meses, o declínio foi de 11,1%. Quanto ao segundo, sua produção retrocedeu 19,8% no nono mês e 21,2% em julho-setembro, concorrendo para as retrações de 17,4% no acumulado do ano e de 15,3% em doze meses.

                          Passando para a fabricação de borracha e produtos plásticos, em setembro, sua produção cresceu 8,6%, contribuindo para a expansão de 3,1%. Apesar dessas performances, no sofreu recuo de 7,0% no acumulado até setembro e de 5,3% em doze meses.

                           

                          Indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica

                          O conjunto de ramos da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica cresceu 7,9% no contraponto entre meses de setembro, puxando o desempenho no terceiro trimestre, de 4,1%. Mesmo assim, experimentou taxas negativas no acumulado do ano (-1,3%) e em doze meses (-0,1%) – esta última, representando estabilidade.

                           

                          O agrupamento mais expressivo dentre os ramos dessa faixa, o das indústrias de alimentos, bebidas e de fumo cresceu em todas as bases de comparação evidenciadas. Em setembro, a taxa foi de dois dígitos, aumento de 12,2%, contribuindo para a expansão de 9,8% no terceiro trimestre. Esses desempenhos permitiram o incremento na produção física seja no acumulado até setembro, de 4,1%, seja em doze meses, de 4,4%.

                          A fabricação de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis também logrou expansão nas quatro comparações feitas. No contraponto entre meses de setembro sua produção aumentou 7,8%, o que contribuiu para a taxa de 6,0% no contraponto entre terceiros trimestres de 2020 e de 2019. Desse modo, o ramo conseguiu crescer 4,5% em janeiro-setembro frente ao mesmo acumulado do ano anterior e 5,0% em doze meses.

                          O outro ramo dessa faixa relativamente intensivo em recursos naturais, a produção do conjunto dos ramos madeireiro, de papel e celulose, gráficas e afins, até cresceu em setembro, 3,5%, mas sem lograr incremento nas demais comparações. No terceiro trimestre, sua produção caiu 1,3%. As quedas foram maiores no acumulado do ano (-5,6%) e em doze meses (-4,5%).

                          A fabricação de produtos de metal (exceto M&E e equipamentos bélicos, armas e munições), a seu turno, conseguiu ampliar sua produção em 6,7% em setembro e 3,3% no terceiro trimestre. Mas tais taxas não conseguiram fazer frente às perdas de trimestres anteriores, fazendo com que o ramo declinasse 6,9% no acumulado do ano 4,4% em doze meses.

                          O conjunto de atividades da indústria de transformação dessa faixa que usa mais intensivamente recursos humanos, as indústrias de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados, foi o que registrou as maiores retrações dentro dela: queda de 2,9% no nono mês e de 15,5% em julho-setembro. As retrações foram ainda mais agudas no acumulado do ano (-25,7%) e em doze meses (-19,2%).

                           
                          IMPRIMIR
                          BAIXAR

                          Compartilhe

                          Veja mais

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1319 - Dinâmica da produtividade, segundo a McKinsey
                          Publicado em: 04/07/2025

                          Estudo recente da McKinsey, identifica padrão recente do aumento da produtividade que complementam e também desafiam visões estabelecidas sobre o tema.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1318 - Estabilidade industrial em abr/25
                          Publicado em: 23/06/2025

                          Nos quatro primeiros meses de 2025 sobre os quais já temos dados disponibilizados pelo IBGE, tem sido difícil a indústria em seu agregado ampliar produção, a exemplo de abr/25, quando ficou virtualmente estável.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1317 - Inovação e Desenvolvimento: a trajetória chinesa
                          Publicado em: 18/06/2025

                          A China se tornou a “fábrica do mundo”, mas em um ritmo bastante acelerado vem também se firmando como um polo inovativo inconteste, constituindo competências industriais de alta tecnologia.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1316 - Sinais de arrefecimento sobretudo nas indústrias de alta e média-alta tecnologia
                          Publicado em: 13/06/2025

                          No 1º trim/25, os grupos de maior intensidade tecnológica foram os que mais desaceleraram, embora tenham se mantido com um desempenho superior ao agregado da indústria de transformação.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1315 - O crescimento global em meio à guerra comercial e ao aumento da incerteza
                          Publicado em: 06/06/2025

                          Embora não faltem especulações sobre ganhadores e perdedores da elevação de tarifas comerciais pelos EUA, os cenários mais recentes dos organismos multilaterais indicam enfraquecimento do PIB global e do comércio internacional. 

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1314 - Desempenho modesto na indústria de menor intensidade tecnológica
                          Publicado em: 23/05/2025

                          No 1º trim/2025, o déficit da balança de bens da indústria de transformação voltou a aumentar, devido a um desempenho inferior dos ramos de menor intensidade tecnológica.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1313 - Perda de tração industrial
                          Publicado em: 13/05/2025

                          No 1º trim/25, a indústria cresceu menos do que vinha crescendo na segunda metade de 2024, sendo que bens de capital e intermediários ficaram entre os que mais perderam dinamismo.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1312 - Indústria em 2024: mais produção, mais emprego
                          Publicado em: 09/05/2025

                          Em 2024, devido ao crescimento robusto e difundido entre os diferentes ramos da indústria, o emprego industrial se expandiu, superando o aumento do emprego do agregado do setor privado.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1311 - Um começo de ano fraco e incerto
                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

                           

                          English version of this text

                          INSTITUCIONAL

                          Quem somos

                          Conselho

                          Missão

                          Visão

                          CONTEÚDO

                          Estudos

                          Carta IEDI

                          Análise IEDI

                          CONTATO

                          55 11 5505 4922

                          instituto@iedi.org.br

                          Av. Pedroso de Morais, nº 103
                          conj. 223 - Pinheiros
                          São Paulo, SP - Brasil
                          CEP 05419-000

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Todos os direitos reservados.

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
                          Todos os direitos reservados.