Análise IEDI
Sinais positivos no Sudeste
Em mar/22, ainda que com muita timidez, a indústria logrou expandir sua produção na comparação com o mês anterior, em +0,3% já descontados os efeitos sazonais. Os dados divulgados hoje pelo IBGE mostram que este desempenho foi ensejado por 60% dos parques regionais do setor, com destaque para o Sudeste.
A indústria de São Paulo, em grande medida graças ao ramo automobilístico, foi quem melhor se saiu ao registrar +8,4% frente a fev/22. Outros parques da região também tiveram bons resultados, como Minas Gerais (+2,4%) e Rio de Janeiro (+2,1%). Os casos com queda ou em virtual estagnação marcaram as regiões Sul, Norte e parte do Nordeste (Pernambuco e Bahia).
A despeito desta evolução mais de curto prazo, a indústria segue produzindo menos do que um ano atrás. Para o agregado nacional, a queda foi de -4,5% no 1º trim/22 ante o 1º trim/21. Foi a terceira variação seguida nesta comparação. O quadro regional do setor indica uma grande difusão de sinais negativos e, como mostram as variações interanuais a seguir, apenas 1/3 das localidades acompanhadas pelo IBGE ficaram no azul.
• Brasil: -1,1% no 3º trim/21; -5,8% no 4º trim/21 e -4,5% no 1º trim/22;
• São Paulo: -0,9%; -9,5% e -3,7%, respectivamente;
• Minas Gerais: +6,8%; -2,2% e -2,7%;
• Rio Grande so Sul: -0,9%; -1,8% e -2,3%;
• Nordeste: -13,1%; -10,7% e -4,3%;
• Amazonas: -7,8%; -8,2% e +0,5%;
• Rio de Janeiro: +2,3%; +6,2% e +3,3%, respectivamente.
Entre as cinco indústrias regionais com ampliação da produção no 1º trim/22, a maior alta coube ao Rio de Janeiro, com +3,3% ante jan-mar/21, devido a avanços em quase 80% de seus ramos. Em seguido, ficou a Bahia, com alta de +2,3%, mas com um desempenho bastante concentrado em seus ramos: somente 1/3 conseguiram crescer no 1º trim/22. Foi a indústria baiana que possibilitou que o total Nordeste não recuasse ainda mais (-4,3%).
Os demais resultados positivos, mas bem mais modestos, ficaram a cargo do Amazonas, com +0,5%, de Mato Grosso, também com variação de +0,5%, e da indústria do Espírito Santo, que cresceu +1,6%, ainda que tenha recuado -2,3% em mar/22, em uma trajetória de nítida perda de dinamismo.
Já nos 2/3 em que prevaleceu o sinal negativo, o declínio mais intenso foi registrado por Ceará (-12,8%), seguido de perto pelo Pará (-12,2%). Em ambos os casos, a grande maioria de seus ramos ficou no vermelho: 90% e 86%, respectivamente. Completam o grupo dos que se saíram pior do que o total Brasil as indústrias de Santa Catarina (-8,9%) e Pernambuco (-6,1%).
São Paulo, que possui o maior e mais diversificado parque industrial do país, amenizou portanto o declínio do total Brasil ao registrar -3,7% no 1º trim/22. Este resultado também significou uma desaceleração importante do ritmo de queda que tinha apresentado no 4º trim/21 (-9,5%). Apesar disso, 78% de seus ramos ficaram no negativo, com destaque para farmacêuticos e farmoquímicos, borracha e plástico, máquinas e aparelhos elétricos, bebidas, têxteis e produtos de metal.
Outros parques industriais de relevo que não cresceram neste primeiro quarto do ano foram: Rio Grande do Sul (-2,3%), devido a 64% de seus ramos, em especial, couro e calçados, móveis e borracha e plástico; Paraná (-2,7%), com 69% de seus ramos no vermelho, principalmente, móveis, máquinas e aparelhos elétricos e borracha e produtos de metal; e Minas Gerais (-2,7%), também com perdas em 69% de seus ramos, lideradas por têxteis, produtos de metal e veículos e autopeças.
Na passagem de fevereiro para março de 2022, a produção industrial brasileira registrou variação positiva de 0,3%, a partir dos dados dessazonalizados. Entre os 15 locais pesquisados, nove registraram acréscimo, sendo os maiores observados nas seguintes unidades federativas: São Paulo (8,4%), Ceará (3,8%), Mato Grosso (2,8%), Minas Gerais (2,4%) e Região Nordeste (1,8%). Por outro lado, os seis locais pesquisados restantes apresentaram variação negativa, sendo as maiores: Santa Catarina (-3,8%), Pará (-3,3%), Espírito Santo (-3,0%), Pernambuco (-1,1%) e Goiás (-0,2%).
Analisando em relação a março de 2021, registrou-se variação negativa de 2,1% da indústria nacional. Entre os 15 locais pesquisado oito registraram variação positiva, sendo as maiores observadas em: Mato Grosso (22,9%), Bahia (8,6%), Rio de Janeiro (5,4%), Ceará (4,7%) e São Paulo (2,9%). Nos sete outros locais pesquisados observou-se retração, sendo as maiores em: Santa Catarina (-9,8%), Pará (-7,2%), Pernambuco (-2,9%), Paraná (2,8%) e Espírito Santo (-2,3%).
Analisando o acumulado no ano (jan-mar), registrou-se decréscimo de 4,5% na produção industrial nacional. Considerando os 15 locais pesquisados, seis apresentaram acréscimo, sendo os maiores observados em: Mato Grosso (25,6%), Rio de Janeiro (3,3%), Bahia (2,3%), Espírito Santo (1,6%), Amazonas (0,5%), Goiás (0,5%). Por outro lado, ou outros nove locais apresentaram queda, sendo as maiores observadas nos seguintes estados: Ceará (-12,8%), Pará (-12,2%), Santa Catarina (-8,9%), Pernambuco (-6,1%) e São Paulo (-3,7%).
Por fim, analisando o acumulado nos últimos 12 meses, registrou-se variação positiva de 1,8% na produção da indústria brasileira. Considerando-se os 15 locais pesquisados, nove apresentaram acréscimo, sendo os mais expressivos observados em: Mato Grosso (7,0%), Minas Gerais (7,0%), Amazonas (6,5%), Espírito Santo (6,4%) e Rio de Janeiro (6,2%). Por outro lado, os seis locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores observadas nos seguintes estados: Bahia (-8,2%), Pará (-7,1%), Região Nordeste (-5,9%), Goiás (-2,9%) e Pernambuco (-2,8%).
São Paulo. Na comparação de março de 2022 com fevereiro, a produção da indústria paulista registrou expansão de 8,4% a partir de dados dessazonalizados. Em relação a março de 2021, houve variação positiva de 2,9%, e analisando os dados acumulados no ano, registrou-se decréscimo de 3,7%. Os setores com maiores expansões no comparativo do acumulado no ano foram: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (17,9%), coque, produtos derivados do petróleo e bicombustíveis (10,7%), produtos alimentícios (7,1%) e máquinas e equipamentos (0,9%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores retrações nessa base de comparação foram: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-29,6%), produtos de borracha e de material plástico (-21,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,0%), bebidas (-13,4%) e produtos têxteis (-11,1%).
Rio de Janeiro. Em março de 2022 frente a fevereiro, a produção da indústria fluminense apresentou expansão de 2,1%, segundo dados livres de influências sazonais. Frente a março de 2021, houve expansão de 5,4%. No acumulado no ano houve variação positiva de 3,3%. Os setores que registraram as maiores expansões, na comparação do acumulado no ano, foram: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (90,6%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (18,5%), produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-10,6%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (7,6%) e indústrias extrativas (7,5%). Em sentido oposto, os maiores decréscimos foram observados nos seguintes setores: metalurgia (-10,6%), produtos de borracha e de material plástico (-8,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e bicombustíveis (-2,1%).
Bahia. Na passagem de fevereiro para março de 2022, a produção da indústria baiana apresentou expansão de 0,1% na série com ajuste sazonal. Em relação a março de 2021, houve variação positiva de 8,6%. No acumulado no ano registrou-se expansão de 2,3%, com as maiores expansões verificadas em: equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (90,9%), coque, produtos derivados do petróleo e bicombustíveis (21,0%), outros produtos químicos (8,0%), indústria da transformação (3,5%) e produtos de minerais não-metálicos (1,9%). Por fim, os maiores decréscimos nessa base de comparação foram observados nos seguintes setores: metalurgia (-44,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-21,7%), indústrias extrativas (-16,7%), produtos de borracha e de material plástico (-15,6%) e bebidas (-13,6%).