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                          Análise IEDI

                          Indústria
                          Publicado em: 05/10/2021

                          Sem pulso

                          A recuperação industrial está sem pulso e, ao menos por enquanto, a produção não está crescendo em 2021. A contar pelos dados do IBGE, variações positivas, quando existem, ocorrem mais em função de bases de comparação muito baixas do que por um processo de retomada do nível de atividade do setor. 

                          Os obstáculos são de diferentes ordens: do lado da oferta, ainda há gargalos na obtenção de insumos e pressão de custos; do lado da demanda, a inflação corrói poder de compra da população em um quadro de elevado desemprego. Além disso, o ambiente de incerteza se mantém, renovando suas causas sob os riscos da crise hídrica e da tensão política.

                          Os dados divulgados hoje pelo IBGE apontam recuou de -0,7% da produção industrial na passagem de jul/21 para ago/21, já descontados os efeitos sazonais. Esta é a sexta taxa negativa nesta comparação entre os oito meses com informações oficiais disponíveis. 

                          O setor não escapou do vermelho nem mesmo na comparação com o mesmo mês do ano passado, como vinha ocorrendo, e isso a despeito de um efeito calendário positivo, já que ago/21 teve um dia útil a mais do que ago/20. A queda neste caso também foi de -0,7%.

                          Com esta trajetória decepcionante, o nível de produção da indústria em ago/21 encontrava-se 2,9% abaixo de fev/20, isto é, antes do choque da Covid-19 e o desempenho do bimestre jul-ago/21 frente ao mesmo período do ano passado foi de mero +0,3%, apontando para um quadro de estagnação na entrada da segunda metade do ano, à medida em que as bases de comparação vão deixando de ser tão baixas.

                          E vale observar que esta falta de dinamismo industrial não está restrita a um ou outro ramo, mas se mostra bastante difundida. Em ago/21 dos 26 ramos acompanhados pelo IBGE, 15 ficaram no negativo ante jul/21 (58% do total) e 19 deles estão em um patamar inferior ao pré-crise (73%). Dos quatro macrossetores, três perderam produção no bimestre jul-ago/21 frente a jul-ago/20, como mostram as variações a seguir.

                               •  Indústria geral: +4,3% no 1º trim/21; +22,7% no 2º trim/21 e +0,3% em jul-ago/21;

                               •  Bens de capital: +21,1%; +78,5% e +31,8%;

                               •  Bens intermediários: +4,5%; +17,6% e -1,0%;

                               •  Bens de consumo duráveis: -0,2%; +127,7% e -13,8%;

                               •  Bens de consumo semi e não duráveis: +1,1%; +10,8% e -1,4%, respectivamente.

                          Tal como vinha ocorrendo em meses anteriores, o pior desempenho cabe a bens de consumo duráveis. Na passagem de jul/21 para ago/21 com ajuste sazonal foi o macrossetor que mais caiu: -3,4%. Também é o que se encontra mais longe do pré-pandemia (-21,8% ante fev/20) e o que acumula maior perda na entrada da segunda metade do presente ano em comparação com igual período do ano passado (-13,8% ante jul-ago/20). 

                          Muitos dos ramos de bens de consumo duráveis, como a indústria automobilística, de informática e de eletroeletrônicos, possuem produção em série, baseada em linhas de montagem, o que os torna mais vulneráveis ao atual quadro de escassez de insumos. Mesmo que a dificuldade de se obter partes e componentes se restrinja a poucos itens, pode levar a interrupções no processo produtivo. 

                          Além disso, jogam contra a demanda de bens de consumo duráveis a recomposição da parcela de serviços na cesta de consumo das famílias com o avançar da vacinação e a inflação de itens essenciais, como alimentos, combustíveis e energia, em um contexto de alto desemprego. 

                          Em contraste, com uma performance muito superior estão os bens de capital, embora tenham apresentado uma acomodação em ago/21 ante jul/21 (-0,8% com ajuste). Sua produção está 15,8% acima do pré-pandemia e acumula alta de +31,8% em jul-ago/21 ante o mesmo período do ano anterior, impulsionado principalmente por bens de capital para a construção (+67,4%) e para transporte (+47,9%).

                          Os demais macrossetores também não estão se saindo bem. Intermediários caíram seguidamente nos últimos cinco meses. Agora em ago/21 a queda foi -0,6% ante jul/21. Perdeu-se o que se conquistou no segundo semestre de 2020 e em ago/21 o macrossetor voltou a ficar exatamente no mesmo patamar pré-pandemia. Em relação a jul-ago/20, o recuo foi de -1%.

                          Por fim, bens de consumo semi e não duráveis têm apresentado uma trajetória mais oscilante, alternando altas (como em ago/21: +0,7%) e baixas, mas o resultado final é um nível de produção 6,1% abaixo de fev/20 e um declínio de -1,4% no bimestre jul-ago/21 frente ao mesmo período do ano anterior.

                          A partir dos resultados da Pesquisa Industrial Mensal do mês de agosto de 2021 divulgados hoje pelo IBGE, a produção industrial nacional registrou retração de 0,7% frente ao mês de julho, segundo dados livres de influências sazonais. No acumulado em doze meses registrou-se acréscimo de 7,2% e considerando-se o acumulado no ano houve crescimento de 9,2%. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior (agosto de 2020), aferiu-se retração de 0,7%.

                          Categorias de uso. Na comparação com o mês anterior (julho/2021), segundo dados sem influência sazonal, a categoria de bens semiduráveis e não duráveis apresentou expansão de 0,7%. Em sentido oposto, apresentaram retrações os quatro outros segmentos analisados: bens duráveis (-3,4%), bens de capital (-0,8%)bens intermediários (-0,6%) e bens de consumo (-0,1%).

                          No resultado observado na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto/2020), 1 dos 5 segmentos analisados apresentou expansão: a categoria de bens de capital (29,9%). Na mesma base de comparação, as demais categorias analisadas apresentaram variações negativas: bens de consumo duráveis (-17,3%), bens de consumo (-4,3%), bens intermediários (-2,1%) e bens semiduráveis e não duráveis (-0,8%). 

                          Para o índice acumulado nos últimos doze meses, registaram-se acréscimos em todos os segmentos considerados: bens de capital (29,8%), bens duráveis (12,2%), bens intermediários (6,6%), bens de consumo (4,1%) e bens semiduráveis e não duráveis (2,2%). Considerando o acumulado do ano (janeiro-agosto), todos os segmentos apresentaram variações positivas: bens de capital (41,3%), bens duráveis (19,9%), bens intermediários (7,4%) bens de consumo (6,6%) e bens semiduráveis e não duráveis (3,7%). 

                          Setores. Na comparação com agosto de 2020, houve variação positiva no nível de produção em 12 dos 26 ramos pesquisados. As maiores variações positivas foram percebidas nos seguintes setores: impressão e reprodução de gravações (39,1%), máquinas e equipamentos (23,7%), metalurgia (20,0%), outros equipamentos de transporte (13,7%), produtos de madeira (9,8%), confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,5%), couro, artigos de viagem e calçados (8,5%) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (5,9%). Por sua vez, as maiores variações negativas ficaram por conta dos seguintes setores: produtos do fumo (-23,3%), móveis (-12,9%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-10,1%), produtos alimentícios (-7,4%), produtos de borracha e de material plástico (-6,6%) e bebidas (-6,4%).

                          Na comparação do acumulado no ano de 2021 (janeiro-agosto) frente a igual período do ano anterior, a produção industrial apresentou variação positiva em 21 dos 26 ramos analisados, sendo os maiores: veículos automotores, reboques e carrocerias (42,6%), máquinas e equipamentos (36,8%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (31,3%),  produtos têxteis (25,5%), metalurgia (25,0%), couro, artigos de viagem e calçados (24,2%), produtos de minerais não-metálicos (23,9%), outros equipamentos de transporte (23,7%) e produtos diversos (22,9%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores variações negativas foram: produtos alimentícios (-6,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-4,6%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-3,5%), coque, produtos derivados do petróleo e bicombustíveis (-1,3%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-1,2%).

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