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                          IEDI na Imprensa - Segmentos de alta tecnologia crescem acima da indústria de transformação no país

                          Publicado em: 23/12/2024

                          O Globo

                          Expansão de janeiro a setembro de atividades que incluem fabricação de aeronaves e medicamentos, entre outras, chegou a 5%, enquanto o setor fabril avançou 3,3% no período

                          Glauce Cavalcanti

                          Aeronaves, veículos automotores, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos. São exemplos de segmentos que estão impulsionando uma reação da indústria de alta tecnologia no país. De janeiro a setembro, as classificadas como de média-alta e alta intensidade tecnológica ampliaram sua produção em 5% na comparação com esses mesmos meses de 2023. É desempenho acima do da indústria de transformação como um todo, de 3,3% no período.

                          O dado está em levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), que avalia o desempenho da indústria em 2024 por grupos de intensidade tecnológica, conforme classificação da OCDE balizada pelo esforço em pesquisa e desenvolvimento (P&D) dessas categorias. A divisão, no caso do Brasil, é composta por quatro faixas: alta, média-alta, média e média-baixa.

                          De janeiro a setembro, no de média-alta tecnologia, o avanço alcançou 5,2%, enquanto no de alta foi de 4%. É a primeira vez que este último grupo cresce no acumulado de janeiro a setembro desde 2018.

                          — Esses ramos de maior intensidade tecnológica congregam atividades de bens duráveis, tanto de consumo quanto de capital. E a expansão vem na esteira dos efeitos do ciclo de redução da taxa de juros no país, que puxou melhora de condições de financiamento — destaca Rafael Cagnin, economista do IEDI. — É um dinamismo de produção que vem condicionado pela introdução de novas tecnologias. Ou seja, o mercado está se expandindo por condições de produtos melhores.

                          No impulso ao segmento de bens de capital, a atuação mais presente do BNDES teve relevância, pondera ele, pois, embora a importação de máquinas e equipamentos venha subindo, há dinamismo da produção interna.

                          Cagnin chama atenção para o desempenho do topo dessas indústrias mais tecnológicas, com destaque para a produção em setores como o de aeronaves, por exemplo.

                          A Embraer entregou 128 aviões de janeiro a setembro, sendo 86 de aviação executiva e 42 de aviação comercial. Em igual período do ano passado foram 105. O lucro líquido da companhia até setembro bateu R$ 1,53 bilhão, ante a uma perda de R$ 17,4 milhões no mesmo período de 2023.

                          Aporte em inovação

                          O economista do IEDI destaca que o avanço em produção de aeronaves no país não é ainda ligado a novas frentes:

                          — É volume mesmo. É um setor com muito valor agregado, que sofreu com efeitos pandêmicos e conflitos comerciais que prejudicaram o comércio exterior lá atrás. Então, há uma trajetória de retomada, diversificação de portfólio — argumenta Cagnin.

                          A carteira de pedidos da Embraer fechou setembro em R$ 22,7 bilhões, nível mais alto em nove anos. E o plano de voo da companhia segue crescendo. O eVTOL — o ‘carro voador’ da Eve Air Mobility, empresa de mobilidade aérea urbana da companhia — teve o protótipo em escala real apresentado e deve começar a voar no início de 2025, tendo certificação prevista para dois anos depois.

                          Como outras grandes, a Embraer tem contratado crédito junto ao BNDES. Em meados do ano, tomou financiamento para exportação de 32 jatos comerciais E175 para a American Airlines, por exemplo.

                          Na alta tecnologia, o que tem reagido mais rápido este ano é o complexo eletrônico, de fabricantes de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. A Positivo Tecnologia, fabricante brasileira de computadores, celulares, tablets e outros dispositivos e soluções na área e TI, viu seu lucro encolher no terceiro trimestre, em razão de pressões conjunturais como a alta do dólar, a postergação de compras por instituições públicas e crises logísticas de Manaus e do Canal do Panamá.

                          De janeiro a setembro, porém, a companhia registra expansão de 10,7% em receita, avançando para R$ 3 bilhões. O lucro líquido subiu a R$ 71 milhões, alta de 20,3%. A perspectiva, de acordo com informações públicas, é de um quarto trimestre de expansão.

                          Há destaque também para farmacêuticas. Carlos Alberto Fonseca de Moraes, diretor executivo de P&D da EMS, destaca o investimento em inovação e tecnologia de ponta como motor do avanço da indústria intensiva em tecnologia no país.

                          — Com os processos tecnológicos avançados, como os incorporados pela EMS, a pesquisa, desenvolvimento e produção de novos medicamentos e terapias vêm ganhando novo impulso. Esses avanços são reflexo da união entre pesquisa e desenvolvimento , centros de inovação e investimentos estratégicos — afirma ele.

                          O centro de P&D da farmacêutica reúne 650 pesquisadores. Em 2025, diz o executivo, a previsão é destinar ao menos R$ 700 milhões à pesquisa e desenvolvimento, e chegar a 914 pesquisadores.

                          Em agosto, a EMS inaugurou, em Hortolândia (SP), a Rio Biopharmaceuticals Brasil Ltda., fábrica especializada na produção de medicamentos para diabetes do tipo 2 e obesidade, utilizando uma tecnologia inovadora e que permitirá atender aos mercados nacional e internacional. Projeto de R$ 70 milhões — com R$ 48 milhões financiados via BNDES —, tem capacidade para produzir 20 milhões de canetas ao ano.

                          — Essa iniciativa não só reforça a competitividade do setor farmacêutico nacional, mas contribui para expandir a presença internacional da EMS e elevar o patamar de inovação do país — diz ele.

                          Veículos e máquinas

                          Em média-alta tecnologia, há protagonismo da indústria automotiva e, mais recentemente, da de máquinas e equipamentos, sobretudo os elétricos, por serem componentes importantes na evolução tecnológica do parque produtivo, colaborando para eficiência econômica e também ambiental, pontua Cagnin.

                          A WEG, de motores e equipamentos elétricos e eletrônicos, registrou R$ 4,34 bilhões em lucro líquido até setembro, alta de 9,1% ante os nove meses iniciais de 2023. No terceiro trimestre, essa alta superou 20% na comparação anual. De julho a setembro, os equipamentos eletroeletrônicos industriais somaram quase metade (49,3%) da receita operacional líquida, enquanto produtos para geração, transmissão e distribuição de energia representaram 38,9%.

                          A reação no ramo de veículos, frisa o economista, é “muito forte”, em particular pela melhora nas condições de financiamento. Há estímulo da Nova Indústria Brasil, política industrial lançada em janeiro com R$ 342 bilhões em incentivos à atualização e à expansão do parque fabril nacional, e do Mover, programa de incentivo a descarbonização.

                          — O Mover e as melhores condições de financiamento atingiram o varejo e ajudaram a reduzir estoques. Houve melhoria nas condições de garantia. E as montadoras puderam ter uma carteira de crédito maior. Isso facilita planejamento de longo prazo, além de haver toda uma agenda de desenvolvimento produtivo com metas como o combustível do futuro — pontua o especialista do IEDI.

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                          Ainda que o avanço deste ano na indústria tenha um caráter muito conjuntural, ele tem elementos de longo prazo presentes e que olham para frente, afirma Cagnin:

                          — Tudo vem misturado. O destravamento de investimento do BNDES, ancorado em inovação e descarbonização, financiamentos concedidos. Tudo vai modernizando a estrutura em direção à digitalização. Daí o horizonte.

                          A Volkswagen anunciou este ano R$ 16 bilhões em investimentos até 2028, com aporte nas fábricas, 16 novos veículos, incluindo modelos híbridos. De janeiro a meados de outubro, foram 296 mil unidades vendidas, expansão de 17,4% sobre igual período de 2023. O Novo Polo se consolidou como o carro de passeio mais vendido do país.

                          A companhia credita os “excelentes” resultados do setor este ano, mesmo diante de “cenário econômico desafiador”, a um volume recorde de investimentos na indústria. Mas destaca pontos de atenção porque o segmento enfrenta desafios “como a ociosidade superior a 45% nas montadoras e a necessidade urgente do retorno da taxa de importação para 35%. Além disso, transformar o Brasil em um grande mercado exportador de veículos é um desafio igualmente importante para a sustentabilidade e competitividade do setor”.

                          O ramo de média tecnologia avançou 2,9% de janeiro a setembro deste ano, ante a igual período de 2023. O destaque fica principalmente com borracha, plástico e metalurgia. A construção, diante do avanço em obras de infraestrutura no país, puxa esses segmentos e a produção de bens intermediários para outros ramos, explica Cagnin.

                          Já no de média-baixa intensidade tecnológica, a alta foi de 2%. É a única dentre as quatro categorias que já apresentava crescimento no ano passado. E seguem em expansão, ainda que no terceiro trimestre tenha havido desaceleração em segmentos importantes como alimentos e biocombustíveis, que sofreram efeitos negativos da estiagem.

                          Alta do juros é desafio

                          Para 2025, um fator relevante para essa expansão industrial sairá de cena, já que a taxa de juros está subindo — a Selic foi para 12,25% ao ano, com a perspectiva de chegar a 14,25% em março. E há o avanço do dólar.

                          — A alta da taxa de juros tende a jogar areia nesse movimento. No primeiro semestre, esse efeito nem deve ser sentido, porque, após uma década de crise na indústria, o parque obsoleto tem demanda reprimida por modernização. O investimento pode ser intensificado para acelerar isso, produtividade, o que traz crescimento no longo prazo — pontua Cagnin.

                          Ainda que o aumento da Selic tenha efeito mais forte sobre bens de consumo, as condições macro também deverão segurar o impacto no mercado de trabalh. Com isso, a desaceleração tende a ficar para o segundo semestre, estima ele, embora afirme que a indústria tem tudo para engrenar numa expansão:

                          — Tudo vai depender da taxa de juros. Estamos em um novo ciclo da Selic e de política monetária criando incerteza, nublando o ambiente futuro. E isso impacta a indústria, que precisa de financiamento por ser intensiva em capital para produção e modernização.

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