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                          Carta IEDI

                          Edição 814
                          Publicado em: 10/11/2017

                          O Brasil no comércio mundial de serviços em 2016

                          Sumário

                          De acordo com o relatório sobre comércio mundial de 2017 (World Trade Report) da Organização Mundial do Comércio (OMC), um quarto do comércio mundial em 2016 correspondeu a serviços. De 2006 a 2016 as exportações mundiais de serviços passaram de US$ 2,9 trilhões para US$ 4,8 trilhões. Entre 2005 e 2010, período de maior expansão, o crescimento médio mundial anual das exportações de serviços foi 8%. Desde então, essa atividade vem oscilando em conjunção com os fracos resultados do comércio de mercadorias e a lenta recuperação da demanda mundial.

                          Em 2016, as exportações mundiais de serviços comerciais aumentaram somente 0,1% em valor, após queda de 5,5% em 2015. O desempenho foi afetado por serviços de transporte, que sofreram retração de 4,7% mundialmente, enquanto serviços relacionados a bens cresceram 3%, viagens 2% e outros serviços comerciais 1%.  Esta última categoria correspondeu a 53% das trocas mundiais de serviços em 2016, incluindo serviços de telecomunicações, informação e computação (10,3% do total das exportações de serviços em 2016); financeiros (8,7%); taxas por uso de propriedade intelectual (6,5%); seguros e pensões (2,5%); construção (1,8%); pessoais, culturais e recreacionais (0,9%); e outros de negócios (22,7%). 

                          Ainda, em outros serviços de negócios incluíram-se itens de peso como serviços de pesquisa e desenvolvimento (2,9% do total de serviços comerciais exportados), serviços de consultoria profissional e de administração (7,4%) e serviços técnicos (11,9%). A expressiva e crescente participação dos serviços tradicionalmente agrupados na categoria “outros” ilustra a célere diversificação e expansão das atividades relacionadas à chamada “servitização” das cadeias globais de valor, sendo que ainda nem se considera precisamente os serviços digitais, como pondera o relatório da OMC. 

                          No ranking internacional de serviços comerciais de 2016, os Estados Unidos lideraram tanto nas exportações como nas importações, com parcelas de 15% e 10% do comércio total mundial, respectivamente. No ranking das exportações, seguindo o líder EUA, estavam Reino Unido, Alemanha, França e China. No das importações, encontravam-se os mesmos países, mas em ordem diferente: EUA, China, Alemanha, França e Reino Unido. O Brasil estava na 32ª posição enquanto exportador e na 21ª enquanto importador de serviços comerciais no ano passado, com participação de 0,7% e 1,3%, respectivamente no total mundial. 

                          De 2006 a 2016 as exportações de serviços comerciais do Brasil passaram de US$ 17 bilhões para US$ 32,6 bilhões, enquanto as importações se elevaram de US$ 26 bilhões para US$ 61,5 bilhões. De 2007 a 2012 a variação anual das exportações e importações de serviços comerciais brasileiros superou a expansão mundial. Porém, desde 2013 – e principalmente em 2015 e 2016 – a retração foi mais forte no caso do Brasil.

                          Assim, a parcela do Brasil no comércio mundial de serviços foi se ampliando de 2006 até atingir seu pico, no caso das exportações, em 2012 (0,84%), e no caso das importações, em 2013 (1,77%). A partir de então o peso dos serviços brasileiros diminuiu, chegando, em 2016, a 0,68% nas exportações e 1,31% nas importações. 

                          A composição das exportações brasileiras de serviços em 2016 registrava elevada participação de outros serviços comerciais (64,8%), seguidos por viagens (18,5%), transportes (15,5%) e serviços relacionados a bens (1,1%). Em outros serviços, 5,5% foram de telecomunicações, informação e comunicação (TIC), 2,4% de seguros e pensões, 2,3% de serviços financeiros, 50,4% de outros serviços de negócios. 

                          A composição das importações brasileiras foi parecida, mas com peso ligeiramente menor de outros serviços comerciais (61,8%), de transportes (14,3%) e serviços relacionados a bens (0,3%), e maior de viagens (23,6%). Dentre as importações de outros serviços comerciais destacaram-se uso de propriedade intelectual (8,4%), TIC (5,3%), seguros e pensões (2,2%) e outros serviços de negócios (43%). 

                          Vale notar que em 2016 o Brasil foi o 11º importador mundial de outros serviços comerciais. Neste grupo, particularmente, em outros serviços de negócios o Brasil marcou a 8ª posição como importador, em serviços de “propriedade intelectual” e em “telecomunicações, informação e computação” foi o 10º colocado; sendo que especificamente em serviços de computação, ocupou a 5ª posição.  Dessa forma, o lugar do Brasil no comércio de serviços mundial caracteriza-se principalmente como absorvedor de serviços de alto preço, intensivos em conhecimento e/ ou tecnologia. Além disso, é importador líquido de serviços de transporte e de viagens.

                          Panorama do comércio de serviços mundial 

                          O relatório sobre comércio mundial de 2017 da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostra que no ano passado as exportações mundiais totais foram de US$ 20,5 trilhões, sendo três 75% de mercadorias e 25% de serviços comerciais. 

                          Por um lado, as trocas mundiais de bens registraram, em 2016, a menor variação desde a crise de 2008, de 1,3% em volume, tendo sido 2,6% em 2015. Como o PIB mundial medido a taxas de câmbio de mercado cresceu 2,3%, em 2016, o ritmo de comércio foi inferior ao da produção internacionalmente. Mais além, o comércio de mercadorias em valor caiu 3,3% em 2016 relativamente a 2015, generalizado nas regiões do globo, por causa da valorização do dólar e da queda dos preços das commodities.

                          As exportações de serviços comerciais aumentaram somente 0,1% em valor em 2016, sendo que em 2015 a queda tinha sido de 5,5%. Na maioria das regiões este comércio apresentou baixo crescimento, porém somente na África e CEI (Comunidade dos Estados Independentes) assinalou variação negativa. Tanto nas exportações de serviços comerciais quanto na de mercadorias, os dez maiores países exportadores detiveram 53% do comércio mundial em 2016, sendo que a participação dos países em desenvolvimento foi de 41% em mercadorias, mas apenas 34% em serviços. 

                           

                          De 2006 a 2016 as exportações mundiais de serviços passaram de US$ 2,9 trilhões para US$ 4,8 trilhões. Entre 2005 e 2010, período de maior expansão, o crescimento mundial anual das exportações de serviços foi 8% - com especial aceleração nos países em desenvolvimento: América do Sul e Central (9% a.a.), África (9% a.a.), CEI (12% a.a.) e Ásia (12% a.a.). Tomando-se cada tipo de serviços, houve expansão homogênea entre 2005 e 2010.  

                           

                          Todavia em 2016 os resultados setoriais foram mais divergentes. Enquanto serviços de transporte sofreram retração de 4,7% mundialmente, serviços relacionados a bens cresceram 3%, viagens 2% e outros 1%. 

                          Segundo a OMC, a queda nas exportações mundiais de serviços de transporte em 2016 foi puxada pela retração de 13% no modal marítimo, que responde por mais da metade deste tipo de serviço, devido à sobrecapacidade na indústria naval e à fraca demanda relacionada à estagnação econômica mundial. Assim, os preços dos fretes ficaram baixos, bem como os de embarcação de containers. Os fretes de transporte aéreo, ferroviário e rodoviário decresceram na ordem 3% no mesmo ano. Entretanto, serviços de transporte como um todo apresentaram recuperação já no último trimestre de 2016 e início de 2017. Regionalmente, destacaram-se, em 2016, as retrações das exportações da África (-9%), Ásia (-7%) e Europa (-4%), sendo que esta deteve quase a metade das exportações mundiais desse tipo de serviços naquele ano.

                          Em viagens, houve um aumento de quase 4% da chegada de turistas internacionais, alcançando 1,2 bilhão.  Chama a atenção em 2016 o crescimento das exportações asiáticas de viagens (5%), devido à maior interconectividade aérea e passagens mais baratas, mas principalmente ao maior fluxo de turismo a partir da China, com destino principalmente regional. Assim, o Japão teve suas receitas de viagens elevada em 25%, sendo que Austrália, Índia e Tailândia também assinalaram variações expressivas. Os chineses corresponderam a um quarto dos turistas internacionais que chegaram no Japão e na Tailândia, 15% da Austrália, quase 50% na Coreia e quase 70% em Macau e Hong Kong. 

                          Assim a China tornou-se a segunda maior importadora mundial de viagens, com 21,8% do mercado, atrás da União Europeia (29%), mas bem na frente dos EUA (10%). Os maiores exportadores mundiais de viagens em 2016 foram a União Europeia (31%), EUA (17%), Tailândia (4%) e China (4%). Mesmo tendo abrigado os Jogos Olímpicos, o Brasil não figurou entre os maiores exportadores mundiais de viagens no ano passado. 

                          Nas exportações de outros serviços comerciais, a maior expansão foi do setor de alta tecnologia, notadamente TCI (telecomunicações, informação e computação), o que guarda relação com o progresso tecnológico e a maior conectividade. Em 2016, virtualmente toda pessoa do mundo possuía um telefone celular. A quantidade de usuários de internet também vem expandindo, sobretudo por conta da queda nos preços de telecomunicações – sendo assim, o acesso a serviços internacionais relacionados vem se ampliando substancialmente.  

                          Dentre as regiões exportadoras de serviços de alta tecnologia, destaca-se a expansão em 2016 da União Europeia, Ásia e Oriente Médio – neste último caso por conta dos serviços de Israel de computação e também P&D. Na Ásia, ressalta-se o crescimento das exportações japonesas de serviços de alta qualificação e baseado em conhecimento – como propriedade intelectual, financeiros, P&D, técnicos e científicos. Tem-se como outro destaque pontual o aumento de mais de 50% das exportações da Índia de P&D em 2016. 

                           

                          Nos rankings dos serviços comerciais por país em 2016, os Estados Unidos lideram as exportações e importações, sendo que os montantes contrastam entre US$ 733 bilhões e US$ 482 bilhões, ou parcelas de 15% e 10%, respectivamente. No ranking das exportações, seguindo o líder EUA, estavam Reino Unido, Alemanha, França e China. No das importações, encontram-se os mesmos países, mas em ordem diferente: EUA, China, Alemanha, França e Reino Unido. O Brasil estava na 32ª posição enquanto exportador e na 21ª enquanto importador de serviços comerciais no ano passado, com participação de 0,7% e 1,3%, respectivamente, no total mundial. 

                          Evolução do comércio de serviços do Brasil

                          De 2006 a 2016 as exportações de serviços comerciais do Brasil passaram de US$ 17 bilhões para US$ 32,6 bilhões, enquanto as importações se elevaram de US$ 26 bilhões para US$ 61,5 bilhões. De 2007 a 2012 a variação anual das exportações e importações de serviços comerciais brasileiros superou às taxas de expansão mundial. Porém, a partir de 2013, principalmente em 2015 e 2016, a retração foi mais forte no caso do Brasil do que no mundo. O ritmo de crescimento das importações brasileiras tem sido superior ao das suas exportações, da ordem de 10% ao ano entre 2006 e 2016. 

                          Dessa forma, a parcela do Brasil no comércio mundial de serviços foi crescendo de 2006 até atingir seu pico, no caso das exportações, em 2012 (0,84%), e no caso das importações, em 2013 (1,77%). A partir de então o peso dos serviços brasileiros diminuiu, chegando a 0,68% nas exportações e 1,31% nas importações. 

                           

                          A composição das exportações e importações de serviços do Brasil apresentou, em 2016, uma parcela de “outros serviços comerciais” superior à média mundial, tendo como contrapartida menor parcela das outras três categorias. Isso se explica pelo grande peso de outros serviços de negócios para o Brasil, em que se destaca o item de serviços técnicos, relacionados ao comércio e outros, que em 2016 chegou cerca de 40% das exportações e das importações totais. 

                          Examinando a composição das exportações brasileiras, tem-se que o peso de outros serviços comerciais em 2016 foi de 64,8% (US$ 21 bilhões) sobre o total, viagens 18,5% (US$ 6 bilhões), transportes 15,5% (US$ 5 bilhões) e serviços relacionados a bens 1,1% (US$ 370 milhões). Em outros serviços, 5,5% foram de TIC, 2,4% de seguros e pensões, 2,3% financeiros, 50,4% de outros serviços de negócios. Em transportes, as exportações do Brasil em 2016 foram 80% por mar, 16% aérea e 4% outros. De 2006 para 2016, verifica-se retração na participação tanto das exportações dos serviços de viagens e transportes em benefício de outros serviços comerciais, assim como ocorreu mundialmente, só que em maior magnitude no caso brasileiro. 

                          Já em termos de importações, em 2016, viagens tiveram peso de 23,6% sobre o total (US$ 14,5 bilhões), transportes 14,3% (US$ 9 bilhões), serviços relacionados a bens 0,3% (US$ 182 milhões) e outros serviços comerciais 61,8% (US$ 38 bilhões). Nestes, uso de propriedade intelectual teve peso de 8,4%, TIC de 5,3%, seguros e pensões de 2,2% e outros serviços de negócios de 43%. Em serviços de transportes, as importações do Brasil em 2016 foram 66% por mar, 32% aérea e 4% outros. 

                          A despeito da baixa participação mundial, existem alguns tipos de serviços em que o Brasil esteve entre os 10 maiores exportadores ou importadores no ranking de comércio mundial, Em serviços relacionados a bens, subsetor manutenção e reparação, em 2016, o Brasil se destacou como 10º maior exportador mundial. Em outros serviços foi o 14º exportador e o 11º importador mundiais em 2016. Neste grupo, particularmente, em serviços de “propriedade intelectual” e de “telecomunicações, informação e computação”, o Brasil foi o 10º maior importador; sendo que especificamente em serviços de computação, foi o 5º maior – o que retrata a dependência tecnológica do país. Ainda dentre outros serviços comerciais, em outros serviços de negócios o Brasil marcou a 8ª posição como importador, sendo que em serviços audiovisuais a participação brasileira nas exportações foi de 9º lugar e nas importações 8º.

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                          Na entrada de 2023, a indústria não registrou progressos e sua produção voltou a encolher, com resultados ainda mais diversos em muitos de seus ramos e parques regionais.

                           

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