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                          Carta IEDI

                          Edição 538
                          Publicado em: 21/09/2012

                          Tendências Recentes do Crédito

                          Sumário

                          O crédito desempenha papel fundamental na economia por representar o adiantamento do poder de compra necessário para a efetivação das decisões de gasto das empresas e das famílias que demandam um volume de recursos superior ao montante acumulado previamente  e/ou à renda corrente. Assim, há uma “via de mão dupla” entre as operações de crédito e a atividade econômica: ao mesmo tempo em que para a concretização dessas decisões o volume de crédito fundamental, este é condicionado pela disposição de gasto dos empresários e consumidores, que podem ser ou não sancionadas pelos bancos.

                          A economia brasileira ilustra essa “via de mão dupla”. Desde dezembro de 2003, quando a razão crédito/PIB (este o principal indicador de aprofundamento financeiro) iniciou sua trajetória ascendente a partir do piso de 24,3%, a forte expansão das operações de crédito para as famílias e as empresas constituiu-se em um dos pilares da aceleração do crescimento econômico. Ao mesmo tempo, a situação macroeconômica favorável (ao lado de outros fatores, como a instituição do crédito consignado) estimulou a oferta e a demanda de crédito, contribuindo para a alta desse indicador, que atingiria 38,2% em agosto de 2008 (no limiar da falência do Banco Lehman Brothers, que transformou a crise subprime num fenômeno sistêmica) e atualmente (julho) é de 50,7%.

                          Essa tendência praticamente ininterrupta encobre, contudo, importantes mudanças na dinâmica de evolução do crédito no período pós-crise financeira global. O presente estudo pretende identificar essas principais mudanças. A primeira delas é o menor ritmo de expansão do estoque total das operações de crédito na comparação com o período pré-crise, que, contudo, continua sendo liderado pelo crédito às famílias.

                          Em segundo lugar, o perfil do crédito às famílias se alterou no pós-crise. O crédito à habitação desponta como o grande destaque, atingindo 10,2% do PIB em julho de 2012, percentual recorde e também, pela primeira vez na história, igual ao registrado pela indústria. Todavia, esse percentual continua pequeno em comparação às economias avançadas e alguns países emergentes, como Chile e África do Sul. Este é o principal fator explicativo para o patamar ainda baixo do indicador Crédito/PIB no Brasil relativamente a esses países. Em contrapartida, o crédito à indústria, que sempre absorveu a maior porcentagem do crédito corporativo, teve avanço muito pequeno no período, reflexo da pequena demanda de crédito pelo setor em função do seu encolhimento (desindustrialização) no período.

                          Em terceiro lugar, o sistema financeiro público, ancorado nos empréstimos direcionados e nos três principais bancos federais (BNDES, CEF e BB), teve papel relevante no crédito. Ele foi um dos pilares da política anticíclica deslanchada no último trimestre de 2008, contrabalançando a alta preferência pela liquidez dos bancos privados. Mesmo após a superação do contágio da crise, o crédito dos bancos públicos sustentou taxas expressivas de crescimento, associadas, sobretudo, às estratégias operacionais do BB e da CEF de manter suas recém-conquistadas fatias de mercado. A partir de setembro de 2011, após um breve período em que a liderança do crédito voltou aos bancos privados, esse expediente foi novamente utilizado como política anticíclica diante da desaceleração das operações dos bancos privados num ambiente de baixo dinamismo da economia brasileira associado a um novo efeito-contágio, agora da crise da área do Euro.

                          A ação dos bancos públicos federais no período em tela foi além do seu papel anticíclico. A CEF no crédito habitacional, o BNDES no crédito à infraestrutura e inovação tecnológica e o BB no crédito rural garantem a oferta de crédito a esses setores de alto risco ou baixo retorno, cuja demanda de crédito não é atendida pelos bancos privados a partir de recursos de tesouraria, independentemente da fase do ciclo econômico. Ademais, no primeiro semestre de 2009, os bancos com carteira comercial (BB e CEF) foram pilares da política financeira desencadeada pelo governo para forçar a queda dos spreads bancários. A mesma estratégia voltaria a ser utilizada em 2012, quando os bancos públicos desserviram de instrumento concorrencial para a redução dos spreads e assegurar que a redução da taxa básica de juros chegue aos tomadores finais do crédito no segmento de recursos livres.

                          A queda dos spreads bancários foi um das principais tendências nos primeiros sete meses de 2012. Todavia, a redução do spread bancário pelos bancos privados, em reação à pressão concorrencial das instituições públicas, teve o efeito colateral de reforçar a desaceleração do crédito na modalidade “Aquisição de veículos”, que têm sido a principal responsável pelo menor ritmo de expansão dos empréstimos às pessoas físicas com recursos livres desde março de 2011. Isto porque, essa redução, ao lado da alta da inadimplência nessa modalidade, inviabilizou a estratégia adotada até então pelos bancos privados, de repassar parte do spread para as concessionárias de veículos.

                          O avanço do BB e da CEF em várias linhas de financiamento com menores taxas de juros atenuou a desaceleração do crédito às famílias, bem como o aumento da inadimplência (devido ao círculo vicioso entre aumento do custo da dívida e capacidade de pagamento). Tal avanço, todavia, não foi suficiente para reverter a desaceleração do crédito devido ao perfil de endividamento das famílias brasileiras, concentrado no crédito ao consumo, de curto prazo de duração e alto custo. Assim, embora a relação dívida/renda disponível das famílias brasileiras continue abaixo de 50% e em linha com os demais países latino-americanos, o grau de comprometimento da renda com o pagamento das dívidas é muito mais elevado no Brasil (22% em maio de 2012), comparativamente a países como USA, Chile, México, Colômbia e Peru.

                          Ou seja, as famílias brasileiras atingem seu limite de contratação de dívidas num patamar relativamente pequeno de endividamento, devido, como já foi observado, ao prazo curto do crédito e ao seu alto custo. Ademais, como destaca o FMI em sua última análise sobre a economia brasileira, o comprometimento da renda das famílias brasileiras com o pagamento de dívidas continua abaixo do nível de “stress financeiro” (40%). A mesma conclusão se aplica para a taxa de inadimplência geral, que atingiu 7,9% em julho (percentual inferior aos registrados no início do período pré-crise e pós-crise – janeiro de 2003 e de 2009); percentuais mais elevados foram registrados somente nas modalidades com pequena participação no total, como cheque especial e Aquisição de bens-outros.

                          Nesse contexto, a partir de abril de 2012, o crédito às empresas passou a crescer na frente dos empréstimos às famílias (acima de 10% a.a.), tendência que também pode estar associada à tão esperada aceleração da economia brasileira no segundo semestre do corrente ano, diante das sucessivas medidas monetárias, creditícias, fiscais e na área de política industrial adotadas pelo governo.

                          Nos próximos meses, se a esperada retomada da atividade econômica no segundo semestre se confirmar, o crédito ao consumo pode se acelerar novamente, embora a taxas menores que as registradas no biênio 2010-2011. A despeito do comprometimento da renda das famílias brasileiras com o serviço da dívida já tenha atingido um patamar elevado, alguns fatores indicam que há espaço para essa recuperação.

                          Primeiro, a manutenção da taxa de desemprego no seu piso histórico e o aumento do rendimento real do trabalho contribuem para a sustentação da massa de rendimentos. Segundo, a redução dos spreads bancários (que deve ter continuidade nos próximos meses num contexto de acirramento da concorrência entre os bancos públicos e privados) se traduzirá em queda da taxa de juros na ponta do crédito e, assim, dos gastos com o serviço da dívida. Em terceiro lugar, essa queda terá um efeito colateral positivo sobre a inadimplência, o que também favorecerá a oferta de crédito pelos bancos privados. Em quarto lugar, mesmo que em menor velocidade, o processo de bancarização terá continuidade, ampliando a base de clientes dos bancos.

                          Todavia, no âmbito do crédito às famílias uma frente de negócio que deve se consolidar como a de maior dinamismo nos próximos anos é o crédito habitacional. Além dos empréstimos a partir de recursos direcionados, no período pós-crise o crédito habitacional para pessoas físicas com base em recursos livres também acelerou seu ritmo de expansão, que atingiu 29% no acumulado dos primeiros sete primeiros meses de 2012. O avanço da securitização nesse segmento, com base nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), tem contribuído para essa trajetória. Ademais, esse avanço deve ganhar impulso com a queda da taxa de juros básica, que já tem levado os investidores institucionais a buscar alternativas mais rentáveis de aplicação diante da necessidade de cumprimento das suas metas atuariais.

                          O crédito corporativo com recursos livres também deve se tornar mais dinâmico. Além da recuperação da atividade econômica e da redução do seu custo num contexto de menor espaço para expansão do crédito às famílias, nesse segmento a concorrência entre bancos públicos e privados também se acirrou desde 2009 com a penetração do BB e, sobretudo da CEF, em segmentos até então dominados pelos bancos privados, como o crédito às PMEs. A nova rodada de queda dos spreads pode levar a avanço adicional dessas duas instituições públicas com carteira comercial e desencadeará reações dos seus congêneres privados.

                           
                          A Dinâmica do Mercado de Crédito Após a Crise Financeira Global. Após atingir o piso histórico de 24,3% em dezembro de 2003, a razão Crédito/PIB desenhou uma trajetória de alta ininterrupta até julho de 2012, quando atingiu o valor recorde de 50,7%. Essa trajetória decorreu, quase que exclusivamente, da expansão do crédito ao setor privado, que passou de um patamar de 23,3% do PIB para 48,4%. Assim, a crise financeira global não interrompeu a fase certamente mais longa de expansão do crédito para o setor privado da história do país.  Todavia, importantes mudanças ocorreram após essa crise.

                          Em primeiro lugar, há uma forte redução da taxa de crescimento do estoque das operações de crédito, que flutua em torno do patamar de 10% desde meados de 2009. Esse desempenho decorre da desaceleração das operações tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas. Nesse segmento, que foi mais atingido pelo efeito contágio da crise (ver Carta Iedi n. 356), a perda de ritmo foi bem maior.  A partir de meados de 2009, o crédito para as famílias assume novamente a liderança em termos de taxa de crescimento. Somente num curto intervalo (agosto a novembro de 2010), os dois segmentos caminharam no mesmo ritmo.
                           



                          Assim, no pós-crise, o crédito às famílias seguiu mais dinâmico que o crédito corporativo, embora num ritmo bem inferior ao observado no período pré-crise. Considerando a variação no acumulado do período (entre janeiro de 2009 e janeiro de 2012), as taxas foram de, respectivamente, 89,9% e 68%. Com isso, a participação do segmento de pessoas físicas no total atingiu 46,8% em julho de 2012 (contra 38,4% em dezembro de 2003 e 48,8% em janeiro de 2009), se aproximando ainda mais do segmento de pessoas jurídicas (que recuou de 62,9% em dezembro de 2003 para 56,2% em janeiro de 2009 e 53,2% em julho de 2012). Mesmo com um peso no total ainda inferior (6,4 pontos percentuais - p.p), o maior dinamismo do crédito às famílias garantiu uma maior contribuição desse segmento ao crescimento do estoque total no período analisado (50,7% contra 49,3% do crédito corporativo).
                           


                          O perfil do crédito às famílias também se alterou no pós-crise. Na evolução do crédito total ao setor privado por setor de atividade, o crédito à habitação desponta como o grande destaque em termos de taxa de crescimento, que permanece acima do patamar de 30% ao longo de todo o período (com uma variação acumulada de 276,4%, contra 73,6% do crédito total ao setor privado). Esse dinamismo decorre, sobretudo, da forte expansão do crédito direcionado ao setor, que cresceu 268,5% na mesma base de comparação (contra 120,4% do total desse segmento). Com isso, a participação dessa modalidade no total do crédito ao setor privado atingiu 11,6%, frente ao percentual de 5,4% em janeiro de 2009, um avanço de 6,3 p.p. Em contrapartida, todas as demais modalidades perderam participação (sobretudo, a indústria e o setor rural, com variações negativas de, respectivamente, 3,4 p.p e 1,8 p.p). Já em termos da contribuição ao crescimento, as demais modalidades de crédito às pessoas físicas (principalmente, crédito pessoal e aquisição de veículos) continuaram na liderança (31,1% contra 20,1% do crédito habitacional) devido ao seu maior peso no total (32,1% em julho de 2012).

                          Também chama a atenção as mudanças no perfil do crédito ao setor privado em porcentagem do PIB. O crédito habitacional atingiu 10,2% (um avanço de 8,1 p.p frente aos 2,1% do início do período), percentual recorde e também, pela primeira vez na história do país, igual ao registrado pela indústria. Todavia, esse percentual continua pequeno em comparação às economias avançadas e alguns países emergentes, como Chile e África do Sul (FMI, 2012). Vale destacar que o peso ainda modesto do estoque de crédito imobiliário no total é o principal fator explicativo para o patamar ainda pequeno desse indicador no Brasil (50,7%) relativamente a esses países.

                          Em contrapartida, a indústria, que sempre absorveu a maior porcentagem do crédito às empresas, teve um ganho muito pequeno nesse critério, de 0,5 p.p, contra 0,9 p.p do comércio e 1,5 p.p dos “Outros serviços”. Nesse segmento, apenas o setor rural teve um desempenho pior (com uma perda de participação de 0,1 p.p). Esse desempenho decepcionante do crédito ao setor é reflexo da pequena demanda de crédito pelo setor em função do seu baixo dinamismo no período, associado, por sua vez, a problemas de competitividade, recorrentemente destacados pelo Iedi (ver, por exemplo, as Cartas Iedi n. 534, 535 e 536). Ademais, do lado da oferta, é possível que os bancos privados tenham se tornado mais cautelosos nesse segmento já que o processo de reestruturação das dívidas corporativas associado às perdas com derivativos cambiais envolveu, sobretudo, empresas industriais.
                           


                          Do ponto de vista da origem de recursos e da propriedade de capital, as mudanças foram, igualmente, significativas. Enquanto no período pré-crise, o segmento de recursos livres liderou a expansão, crescendo a taxas mais elevadas do que o crédito direcionado, no pós-crise a tendência se inverteu em função, sobretudo, do desempenho do crédito habitacional, que sustentou taxas superiores de crescimento ao longo de todo o período analisado. Contudo, devido ao maior peso dos empréstimos do BNDES no total do crédito direcionado, no acumulado do período sua contribuição ao crescimento foi maior (53,8% contra 37,9% do crédito habitacional).

                          O maior dinamismo do segmento de recursos direcionados não se limitou ao período do efeito-contágio da crise, quando seu crescimento atenuou o impacto adverso da forte desaceleração do crédito com recursos livres. Mesmo quando este ganhou impulso (entre março de 2010 e abril de 2011, ancorado, sobretudo, na expansão do crédito ao consumo nas modalidades de crédito pessoal e à aquisição de veículos – ver Carta Iedi n. 497), o crédito direcionado sustentou taxas superiores de crescimento, embora em desaceleração até outubro de 2011. A partir deste mês, ele volta a se acelerar no âmbito da política anticíclica do governo Dilma em resposta ao aprofundamento da crise da área do Euro. 
                           


                          O maior dinamismo do segmento de recursos direcionados no período pós-crise ancorou-se na ação dos três principais bancos públicos federais. Num primeiro momento (entre outubro de 2008 a agosto de 2009), essas instituições foram pilares fundamentais da política anticíclica adotada pelo governo brasileiro frente ao efeito-contágio da crise financeira global, expandindo suas operações de crédito a partir desses recursos (BNDES nos diversos segmentos do crédito corporativo, BB no crédito rural, industrial e às exportações e CEF no crédito habitacional) (ver Carta Iedi n.356). Ademais, o BB e a CEF – que captam depósitos à vista e, assim, concorrem diretamente com os bancos privados com carteira comercial –, aliando as diretrizes governamentais com suas estratégias concorrenciais, aproveitaram a maior preferência pela liquidez dessas instituições para diversificar sua atuação e, com isso, ingressar (caso, sobretudo, da CEF) ou aumentar sua participação em várias modalidades de crédito ao setor privado, como empréstimos consignados e à aquisição de bens duráveis no segmento de pessoas físicas e às pequenas e médias empresas (PMEs) no segmento de pessoas jurídicas (Freitas, 2011)

                          Num segundo momento (novembro de 2009 a junho de 2011) – que abrange o ano de 2010, quando a economia brasileira cresceu 7,5% a.a. – os empréstimos das instituições públicas perderam ritmo até atingirem a menor taxa de crescimento do período (11,5%) em junho de 2011. Simultaneamente, os bancos privados, principalmente nacionais, num comportamento tipicamente procíclico e buscando recuperar fatias de mercado perdidas para os bancos públicos, expandiram suas operações de crédito, cujo ritmo de crescimento ultrapassou o das instituições públicas entre maio e julho de 2011. A retomada do crédito pelos bancos privados foi mais agressiva exatamente nas duas modalidades de crédito ao consumo nas quais o BB e a CEF avançaram – aquisição a veículos e crédito consignado – que chegaram a registrar taxas de crescimento superiores a 40% e 20%, respectivamente.

                          Foram exatamente essas modalidades os dois principais alvos das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo em dezembro de 2010 e abril de 2011, em resposta tanto às pressões inflacionárias associadas à expansão do consumo lastreada em crédito como aos riscos potenciais de instabilidade financeira. Vale lembrar que, além das elevadas taxas de crescimento, os bancos ampliaram excessivamente os prazos das operações (reduzindo o valor das prestações e viabilizando o aumento do endividamento apesar das elevadas taxas de juros) e passaram a conceder crédito à aquisição de veículos sem entrada.

                          Nesse contexto, inaugurou-se uma terceira fase (a partir de meados de 2011), quando o crédito dos bancos privados voltou a se desacelerar. Além das medidas macroprudenciais, também contribuíram para reforçar a desaceleração do crédito pelos bancos privados a elevação gradual da taxa básica de juros entre janeiro e julho de 2011 (em 1,75 p.p, de 11% a.a. para 12,75 a.a.), o próprio efeito-colateral negativo dessas medidas sobre a inadimplência (ver Carta Iedi n. 497) e o contágio da crise da área do Euro sobre as expectativas empresariais e o crescimento doméstico.

                          Nesse fase, os bancos públicos voltaram a expandir suas operações de forma anticíclica, ancoradas, sobretudo, nos recursos direcionados. Os empréstimos do BNDES, – que continuam sendo a principal (e quase exclusiva) fonte de financiamento de longo prazo para o setor produtivo –, contrabalançaram não somente a maior aversão aos riscos dos bancos privados no mercado doméstico, bem como o fechamento do mercado internacional para captações de empresas brasileiras (Freitas, 2012). Já as operações dos bancos privados estrangeiros, que se retraíram numa intensidade muito maior após o efeito-contágio da crise (registrando, inclusive, taxas negativas entre setembro de 2009 e abril de 2010) e se recuperaram com atraso, passaram a crescer a taxas superiores aos privados nacionais a partir de novembro de 2011, também mitigando o efeito negativo da postura procíclico desses últimos. Esse desempenho parece estar associado às estratégias das matrizes de ganho de market share no mercado brasileiro (e em outras economias emergentes) frente à crise nos seus países de origem, com destaque para os braços financeiros das montadoras (que também atuaram anticiclicamente após o efeito-contágio da crise financeira global de 2008).
                           


                          Em suma, no período pós-crise, o sistema financeiro público, ancorado nos empréstimos direcionados e nos três principais bancos federais (BNDES, CEF e BB), teve um papel preponderante na dinâmica do mercado de crédito doméstico. Ele foi um dos pilares da política anticíclica deslanchada no último trimestre de 2008, contrabalançando a alta preferência pela liquidez dos bancos privados (nacionais e estrangeiros). Mesmo após a superação do efeito-contágio da crise (que transpareceu na taxa de crescimento de 7,5% em 2010), o crédito dos bancos públicos sustentou taxas expressivas de crescimento (inferiores às dos bancos privados nacionais num curto período de tempo), associadas, sobretudo, às estratégias operacionais do BB e da CEF de manter suas recém-conquistadas fatias de mercado. A partir de setembro de 2011, esse sistema foi novamente utilizado como instrumento da política anticíclica diante da desaceleração das operações dos bancos privados com base em recursos livres num ambiente de baixo dinamismo da economia brasileira associado ao novo efeito-contágio, agora da crise da área do Euro (que, na realidade, é um desdobramento da crise financeira global).

                          É importante ressaltar que, ao contrário do argumentado pelos críticos da política financeira anticíclico, o avanço dos bancos públicos não resultou em deterioração da qualidade da sua carteira de crédito. Pelo contrário, a inadimplência dessas instituições manteve-se não somente num patamar bem inferior aos dos seus congêneres privados nacionais e estrangeiros, como declinou no pós-crise. Além do menor risco de crédito dos empréstimos com recursos direcionados (sobretudo do BNDES e habitacional), o perfil da carteira de recursos livres da CEF e do BB também deve ter melhorado no período. Isto porque, no âmbito de suas estratégias concorrenciais de ampliar as respectivas fatias de mercado mediante a oferta de crédito em condições de prazo e custo mais favoráveis, essas instituições devem ter conquistado clientes de bom risco dos seus concorrentes privados, fenômeno oposto à chamada “seleção adversa”.
                           


                          A ação dos bancos públicos federais no período em tela, contudo, vai além do seu papel anticíclico. A CEF no crédito habitacional, o BNDES no crédito à infraestrutura e inovação tecnológica e o BB no crédito rural garantem a oferta de crédito a esses setores de alto risco ou baixo retorno, cuja demanda de crédito não é atendida pelos bancos privados a partir de recursos de tesouraria, independentemente da fase do ciclo econômico. Ademais, no primeiro semestre de 2009, os bancos com carteira comercial (BB e CEF) também foram pilares da política financeira voltada para forçar a queda dos spreads bancários pelos bancos privados. Essa estratégia foi mais uma vez utilizada em 2012, quando o governo Dilma utilizou novamente esses bancos como instrumento de pressão concorrencial para forçar essa queda e, assim, assegurar que a redução da taxa básica de juros chegasse aos tomadores finais no segmento de recursos livres. A seguir, analisa-se o desempenho desse segmento no pós-crise, com ênfase nos primeiros sete meses de 2012.

                          O Mercado de Crédito com Recursos Livres em 2012. O mercado de crédito com recursos livres entre janeiro e julho de 2012 apresentou algumas tendências que divergem do padrão observado no período pós-crise. A primeira mudança a ser destacada é o maior ritmo de expansão do crédito às empresas em comparação com os empréstimos às famílias a partir de abril de 2012 (acima de 10% a.a.).

                          O maior dinamismo do crédito corporativo num contexto de fragilidade da atividade econômica pode ser interpretado como um indicador antecedente da tão esperada aceleração da economia brasileira no segundo semestre do corrente ano, diante das sucessivas medidas monetárias, creditícias e fiscais adotadas pelo governo. Isto porque, o crédito corporativo com base em recursos livres é a principal fonte externa de capital de giro das empresas, utilizada para financiar os gastos correntes com insumos, salários, etc. Além da linha “Capital de giro” (que respondia, em julho de 2012, por 56,7% do total do crédito referencial a taxa de juros e por 65,1% desse crédito com base em recursos internos), também são contratadas para esse fim as modalidades de “Conta garantida”, “Aquisição de bens” e “Desconto de Duplicatas”. No caso das linhas com funding externo, a principal é o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC).

                          Uma análise mais detalhada do segmento de pessoas jurídicas revela, contudo, que, considerando somente as linhas com funding interno, desde o segundo trimestre de 2010 o crédito às empresas cresce num ritmo acima do segmento de pessoas físicas (com exceção de outubro de 2011). Esse ritmo começou a perder impulso a partir de agosto de 2010 e, sobretudo, de julho de 2011, em sintonia com a desaceleração da atividade econômica doméstica. A partir do final de 2011, o crédito corporativo com funding interno voltou a se acelerar, coerentemente com a interpretação acima. No acumulado do ano, a linha de capital de giro contribuiu com 91% do crescimento desse crédito (de 5,8%), reafirmando sua liderança no segmento.
                           


                          Na realidade, o menor dinamismo do crédito total às pessoas jurídicas no triênio 2009-2011 decorreu do desempenho das linhas com funding externo, que registraram taxas negativas de maio de 2009 a março de 2011 associadas não somente às condições de oferta e demanda, mas também à apreciação cambial no período. Em 2012, em contrapartida, o real se desvalorizou (9,3%), inflando os valores do estoque de crédito dessas linhas e, assim, do crédito corporativo total com recursos livres. Contudo, mesmo descontando a variação cambial, os empréstimos com funding externo tiveram um melhor desempenho do que as linhas com recursos internos, avançando 14,4% no acumulado do ano até julho, sob a liderança dos ACCs (+ 19,1% no mesmo critério de comparação).

                          Assim, a segunda mudança de tendência foi a aceleração desses empréstimos, que foi viabilizada pelas captações externas dos bancos no primeiro bimestre de 2012, antes da nova fase de deterioração da crise da área do Euro. Do lado da demanda, mesmo num ambiente de fraca demanda externa, a desvalorização cambial estimulou as exportações e, assim, a demanda por ACCs. Ademais, essa modalidade de financiamento continuou vantajosa mesmo com a redução do custo das linhas domésticas de capital de giro, associada à queda da taxa básica e dos spreads, devido à manutenção das taxas externas nos seus pisos históricos.
                           


                          A terceira mudança relevante é exatamente a queda dos spreads bancários. Como já mencionado, no primeiro semestre de 2012, o governo Dilma, retomando a estratégia utilizada pelo seu antecessor em 2009, utilizou novamente os dois principais bancos públicos com carteira comercial para forçar a queda dos spreads praticados pelos bancos privados.

                          Desde então, BB e CEF têm cortado as taxas de juros na ponta do crédito das principais linhas de financiamento aos consumidores e empresas, com destaque para o crédito especial. Frente às estratégias agressivas dessas instituições, os bancos privados reagiram mediante a redução do custo de seus empréstimos, mas em menor escala. Na comparação com a redução registrada no primeiro semestre de 2009, o destaque em termos de redução dos spreads foi essa modalidade de crédito, caracterizada, até então, por taxas extorsivas. O avanço desses dois bancos públicos no crédito com recursos livres a partir de 2009 certamente aumentou a eficácia da pressão da concorrência nessa modalidade. No mesmo sentido, o maior recuo do spread no segmento de pessoas jurídicas (1,9 p.p contra 0,5 p.p em 2009) parece estar associado ao aumento da participação do BB e CEF no crédito às PMEs, cujas taxas de juros são mais elevadas do que no segmento de grandes empresas. Já a queda do spread médio (considerando o total das operações referenciais para taxa de juros), foi idêntica nos dois períodos (3,9 p.p).
                           


                          A redução do spread bancário pelos bancos privados, em reação à pressão concorrencial das instituições públicas, teve o efeito colateral de reforçar a desaceleração do crédito na modalidade “Aquisição de veículos”, que têm sido a principal responsável pelo menor ritmo de expansão dos empréstimos às pessoas físicas com recursos livres desde março de 2011. Isto porque, essa redução, ao lado da alta da inadimplência nessa modalidade (que atingiu o patamar de 6% em julho de 2012, superior ao recorde anterior, registrado no início de 2009), inviabilizou a estratégia adotada até então pelos bancos privados, de repassar parte do spread para as concessionárias de veículos.
                           


                          Nesse contexto, essas instituições retraíram ainda mais a oferta dessa linha de financiamento, que cresceu somente 6% no acumulado do ano (contra 14,7% no mesmo período do ano anterior). Contudo, devido ao seu peso no total do crédito referencial para taxa de juros destinado a pessoas físicas (33% em julho de 2012, percentual inferior somente ao do credito pessoal - 49% do total), sua contribuição ao crescimento desse crédito de janeiro a julho de 2012 ainda foi significativa (23,2%). Todavia, foi a expansão de 10,7% do crédito pessoal, sobretudo pelos bancos públicos, que mais contribuiu para esse desempenho (em 57,1%), cujo ritmo de expansão manteve superior ao registrado no segmento de pessoa jurídica nessa base de comparação (8% e 6,8%, se descontada a variação cambial).
                           


                          Assim, a estratégia do BB e da CEF de aumento das suas fatias de mercado mediante a ampliação da oferta de linhas de financiamento com menores taxas de juros atenuou a trajetória de desaceleração do crédito às famílias, bem como de aumento da inadimplência (devido ao círculo vicioso entre aumento do custo da dívida e capacidade de pagamento). Ela, todavia, não foi suficiente para reverter essa desaceleração devido ao perfil de endividamento das famílias brasileiras.

                          Ao contrário dos demais países latino-americanos, esse endividamento ainda é concentrado no crédito ao consumo, de curto prazo de duração e alto custo. Assim, embora a relação dívida/renda disponível (em elevação desde 2005) continue abaixo de 50% e em linha com os demais países latino-americanos, o grau de comprometimento da renda com o pagamento das dívidas no Brasil é muito mais elevado (22% em maio de 2012). Ou seja, as famílias brasileiras atingem seu limite de contratação de dívidas num patamar relativamente pequeno de endividamento, como destaca o BIS (2012). Esse perfil contribuiu para a alta da inadimplência desde 2011 (ao lado do aumento da inflação, das medidas macroprudenciais e da alta da taxa selic), desestimulando tanto a oferta como a demanda de crédito no segmento de pessoas físicas.
                           

                           




                          Porém, como destaca o FMI (IMF, 2012), o comprometimento da renda das famílias brasileiras com o pagamento de dívidas continua abaixo do nível de “stress financeiro” (40%). A mesma conclusão se aplica para a taxa de inadimplência geral, que atingiu 7,9% em julho (percentual inferior aos registrados no início do período pré-crise e pós-crise – janeiro de 2003 e de 2009); percentuais mais elevados foram registrados somente nas modalidades com pequena participação no total, como cheque especial e Aquisição de bens-outros. 
                           


                          Perspectivas. Se a esperada retomada da atividade econômica no segundo semestre se confirmar (como sinalizam os indicadores mais recentes), o crédito ao consumo pode se acelerar novamente, embora a taxas menores que as registradas no biênio 2010-2011. Embora o comprometimento da renda das famílias brasileiras com o serviço da dívida já tenha atingido um patamar elevado, alguns fatores indicam a existência de espaço para essa recuperação, principalmente na modalidade de crédito pessoal e consignado.

                          Em primeiro lugar, a manutenção da taxa de desemprego no seu piso histórico e a desaceleração da inflação acumulada em 12 meses frente aos índices observados em 2011 contribuem para a sustentação da massa de rendimentos. Em segundo lugar, a redução dos spreads bancários (que deve ter continuidade nos próximos meses num contexto de acirramento da concorrência entre os bancos públicos e privados) se traduzirá em queda da taxa de juros na ponta do crédito e, assim, dos gastos com o serviço da dívida. Em terceiro lugar, essa queda também terá um efeito colateral, agora positivo, sobre a inadimplência, o que também favorecerá a oferta de crédito pelos bancos privados. Em quarto lugar, mesmo que em menor velocidade, o processo de bancarização terá continuidade, ampliando a base de clientes dos bancos.

                          Todavia, no âmbito do crédito às famílias, a frente de negócio mais promissora e que deve se consolidar como a de maior dinamismo nos próximos anos é o crédito habitacional. Como mencionado, embora crescente no período pós-crise, a participação ainda pequena dessa modalidade de crédito no estoque total constitui a principal explicação para o patamar ainda baixo da razão Crédito/PIB no Brasil em relação aos países avançados e alguns emergentes (como Chile e África do Sul). Além dos empréstimos a partir de recursos direcionados, no período pós-crise o crédito habitacional para pessoas físicas com base em recursos livres também acelerou seu ritmo de expansão, que atingiu 29% no acumulado dos primeiros sete primeiros meses de 2012 (frente aos percentuais de 9% do crédito com recursos livres para pessoas físicas e de 10,7% do crédito pessoal). O avanço da securitização nesse segmento, com base nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), tem contribuído para essa trajetória. Ademais, esse avanço deve ganhar impulso com a queda da taxa de juros básica, que já tem levado os investidores institucionais a buscar alternativas mais rentáveis de aplicação diante da necessidade de cumprimento das suas metas atuariais.

                          O crédito corporativo com recursos livres também deve se tornar mais dinâmico no curto prazo. Além da recuperação da atividade econômica e da redução do seu custo num contexto de menor espaço para expansão do crédito às famílias, nesse segmento a concorrência entre bancos públicos e privados também se acirrou desde 2009 com a penetração do BB e, sobretudo da CEF, em segmentos até então dominados pelos bancos privados, como o crédito às PMEs. A nova rodada de queda dos spreads apresenta uma oportunidade de avanço adicional dessas duas instituições públicas com carteira comercial e desencadeará reações dos seus congêneres privados.

                          No médio prazo, as perspectivas para esse segmento também são favoráveis. A manutenção da taxa básica de juros em patamares civilizados (ou seja, próximos aos vigentes nos demais países de grau semelhante de desenvolvimento) e o processo de alongamento do prazo dos passivos bancários mediante a emissão de Letras financeiras (que alongam o prazo do passivo bancário) devem contribuir para a melhora do perfil dos empréstimos corporativos dos bancos privados a partir de recursos de tesouraria, com a redução do custo e a aumento dos prazos. A ampliação dessas operações dependerá, contudo, da continuidade da queda dos spreads bancários e da própria demanda de crédito, ou seja, das expectativas dos empresários em relação à evolução de seus respectivos mercados.

                          Como a indústria ainda responde pela maior parcela dos empréstimos corporativos – 37% em julho de 2012 contra 40% em janeiro de 2009 –, seu desempenho e, com isso, sua demanda por crédito será um importante condicionante da evolução desse segmento do mercado de crédito brasileiro (ao lado do comércio, que tem atualmente a maior participação nas linhas de capital de giro com base em recursos livres). No caso dos “Outros serviços”, o segundo setor corporativo mais dependente de crédito (32% do total), predominam os setores de infraestrutura com investimentos de maior prazo de duração e maior risco, que são menos atrativos aos bancos privados e, por isso, têm sua demanda por crédito atendida, quase em sua totalidade, pelos empréstimos do BNDES. Diante das deficiências de infraestrutura da economia brasileira e do recente pacote de concessões em rodovias e ferrovias, a demanda por esses recursos seguirá elevada nos próximos anos. Como o BNDES também está sujeito às regras dos Acordos de Basiléia, a expansão das suas operações se depara com limites, que não poderão ser sucessivamente ampliados mediante aportes do Tesouro Nacional (como observado desde 2008). Ademais, como banco de desenvolvimento, essa instituição deve priorizar, além da infraestrutura, o crédito aos setores nascentes e mais inovadores, que também em função de seu maior risco, não são atendidos pelo crédito com recursos livres.

                          Em suma, o cenário provável (e desejável) é que a demanda de crédito pelos setores tradicionais da indústria seja crescentemente atendida pelos bancos privados com base em recursos livres. Esta demanda, por sua vez, dependerá da combinação de preços-chave (câmbio competitivo e juros baixos), das demais políticas voltadas para aumentar sua competitividade (tributária, industrial e tecnológica), bem como da evolução do cenário internacional.

                          Bibliografia

                          BIS. Annual Report. Basle: Bank of International Settlements, 2012.
                          FREITAS, M.C.P. de. Estratégias concorrenciais e crédito bancário no Brasil no contexto pós-crise, Boletim de Economia n. 6, agosto de 2011.

                          FREITAS, M.C.P. de. Evolução do Mercado de Crédito Brasileiro em 2011, Boletim de Economia 13, março de 2012.

                          IMF. Brazil: Financial System Stability Assessment. IMF Country Report No. 12/206, 2012. Washington D.C: International Monetary Fund.

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                          Embora não faltem especulações sobre ganhadores e perdedores da elevação de tarifas comerciais pelos EUA, os cenários mais recentes dos organismos multilaterais indicam enfraquecimento do PIB global e do comércio internacional. 

                           

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