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                          Carta IEDI

                          Edição 453
                          Publicado em: 04/02/2011

                          Produção Industrial em Dezembro de 2010: Mau Momento Para A Indústria

                          Sumário

                          Após variação negativa de 0,2% em novembro (dado revisto), a produção indústria física brasileira retraiu 0,7% em dezembro ante ao mês anterior, descontados as influências sazonais. Esse resultado reflete a redução no nível de produção em onze dos vinte e sete setores pesquisados, com destaque para material eletrônico e equipamentos de comunicações (–13,3%) e metalurgia básica (–4,4%).

                          Ainda na série com ajuste sazonal, a produção industrial ficou praticamente estável (–0,1%) no último trimestre de 2010 frente ao nível observado no trimestre imediatamente anterior. Ao longo de 2010, observou-se, contudo, clara redução de ritmo. Com índices positivos registrados nos períodos janeiro-março (3,1%) e abril-junho (1,1%) se revertendo nas taxas negativas nos 3º e 4º trimestres, sob o efeito da desvalorização cambial e consequente aumento das importações.

                          Frente a dezembro de 2009, o nível da produção fabril aumentou 2,7%, mas com arrefecimento do ritmo de expansão. Na comparação com o ano de 2009, marcado pelos efeitos da crise internacional, o setor industrial encerrou 2010 com alta de 10,5%, com perfil generalizado de crescimento em termos setoriais. Com esse resultado, a indústria não só reverteu a queda de 7,4% observada em 2009, como também registrou o maior incremento desde os 10,9% verificado em 1986.

                          Os resultados da indústria em dezembro confirmam o mau momento do setor, que vem enfrentando pressões crescentes dos produtos importados. Em um contexto de crescimento elevado do mercado interno, as compras no exterior contribuem efetivamente para complementar a oferta doméstica. Porém, na situação presente as importações já extrapolaram essa dimensão e passaram a restringir a produção nacional.

                          Há uma flagrante perda de competitividade de se produzir no País, sendo importante destacar que a produtividade na produção brasileira de bens e serviços poderia avançar mais rapidamente, assim como é importante também avançar mais nos esforços para dotar a empresa brasileira de uma maior capacidade inovadora. No entanto, é ainda mais contundente o diferencial de custos de produção em relação a outros países, sobretudo aqueles mais aguerridos em suas estratégias de desenvolvimento industrial, como a China.

                          Está muito caro produzir no Brasil, mais caro ainda é produzir para exportar. Não há um fator único, mas um conjunto deles que determinam o estágio atual do problema. O núcleo comum é a tolerância com que a política econômica lida com as elevadíssimas taxas de juros dos empréstimos domésticos para capital de giro, com a ausência de fontes voluntárias de longo prazo para investimentos, com os tributos que o exportador nacional ainda carrega nas vendas externas, com os encargos trabalhistas elevadíssimos, com a infraestrutura cara e insuficiente e, por fim, com juros e câmbio absolutamente fora do lugar.

                          No corte por categoria de uso, descontados os efeitos sazonais, à exceção do segmento produtor de bens intermediários, com variação nula, todas as demais categorias de uso registraram retração na passagem de novembro a dezembro. O maior recuo foi novamente verificado no setor de bens duráveis (–0,6%), seguido por bens de capital (–0,5%) e bens de consumo semiduráveis e não duráveis (–0,4%).

                          No indicador acumulado no período janeiro a dezembro, todas as categorias de uso registraram taxas positivas, confirmando o crescimento disseminando da atividade fabril, em parte explicado pela base mais baixa de comparação. Novamente, o setor produtor de bens de capital apresentou o maior dinamismo, com alta de 20,8%, seguido pelos setores produtores de bens intermediários (11,4%) e de bens de consumo duráveis (10,3%). Único com expansão a um dígito e bem abaixo da média global, o segmento produtor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis acumulou alta de 5,2% no ano de 2010 frente ao ano de 2009.

                          Refletindo a desaceleração da atividade industrial, o indicador, sem ajuste sazonal, de utilização da capacidade instalada na indústria de transformação divulgados pela FGV, se manteve em trajetória de queda em dezembro, declinando para 85,3% (–0,8 ponto percentual ante o mês de novembro).

                          No confronto da indústria de transformação brasileira com os de economias periféricas com semelhante grau de desenvolvimento, observa-se que o desempenho da produção manufatureira brasileira em dezembro (2,2%) foi bastante modesto ante ao verificado na maioria dos países da amostra, com destaque para as indústrias de transformação da Argentina (10,6%) e Rússia (9,7%) também no mês de dezembro, bem como Malásia (6,5%) em novembro frente igual mês de 2009.

                           

                          Desempenho da Indústria. Após variação negativa de 0,2% em novembro (dado revisto), a produção indústria física brasileira retraiu 0,7% em dezembro ante ao mês anterior, descontados as influências sazonais. Com essa taxa negativa, o patamar de produção ficou 2,7% abaixo do recorde atingido em março de 2010. Esse resultado, que surpreendeu negativamente a grande maioria dos analistas do mercado financeiro e das consultorias econômica, reflete a redução no nível de produção em três das quatro categorias de uso e onze dos vinte e sete setores pesquisados, com destaque para material eletrônico e equipamentos de comunicações (–13,3%) e metalurgia básica (–4,4%).

                          Ainda na série com ajuste sazonal, a produção industrial ficou praticamente estável (–0,1%) no último trimestre de 2010 frente ao nível observado no trimestre imediatamente anterior. Ao longo de 2010, observou-se, contudo, clara redução de ritmo. Em razão do término dos incentivos fiscais governamentais e da pressão crescente dos produtos importados, os índices positivos registrados pelo setor industrial nos períodos janeiro-março (3,1%) e abril-junho (1,1%) se reverteram em taxas negativas no 3º e 4º trimestres.

                          Frente a dezembro de 2009, o nível da produção fabril aumentou 2,7%, completando uma sequência de quatorze resultados positivos nessa base de comparação. Porém, houve expressivo arrefecimento no ritmo de expansão da indústria, que sofre com a concorrência dos produtos importados no mercado doméstico e com a perda de competitividade no mercado externo.

                          Também no confronto com igual trimestre do ano anterior, o setor industrial registrou desaceleração, explicada não só pela elevação da base de comparação, em razão da trajetória ascendente da produção ao longo de 2009, mas também pelo menor dinamismo da indústria nos últimos meses de 2010. Mantendo a sequência de cinco resultados positivos iniciada no último trimestre de 2009 (5,9%), a produção industrial registrou alta de 3,3% no 4º trimestre de 2010 ante 18,2% no 1º trimestre, 14,3% no segundo e 8,0% no terceiro trimestre.

                          Na comparação com o ano de 2009, marcado pelos efeitos da crise internacional, o setor industrial encerrou 2010 com alta de 10,5%, com perfil generalizado de crescimento em termos setoriais. Com esse resultado, a indústria não só reverteu a queda de 7,4% observada em 2009, como também registrou o maior incremento desde os 10,9% verificado em 1986.

                          Em dezembro, as demais classes da indústria voltaram a registraram resultados divergentes na série dessazonalizada. Frente ao mês de novembro, a indústria de transformação contraiu 0,6%, enquanto a indústria extrativa mineral avançou 0,3%.

                          Na passagem do 3º para o 4º trimestre, descontados os efeitos sazonais, a indústria de transformação registrou novamente variação negativa, passando de –1,0% para –0,1%. Já a indústria extrativa mineral desacelerou, registrando incremento de 1,3% no 4º trimestre de 2010 ante 2,4 no terceiro trimestre.

                          Ambas as classes da indústria apresentaram variação positivas nos demais indicadores. Na comparação com dezembro de 2009, o nível de produção da indústria de transformação subiu 2,2% enquanto o da indústria extrativa mineral cresceu 10,4%. No ano, a indústria de transformação acumulou crescimento da ordem de 10,3% e a indústria extrativa mineral de 13,4%.

                          No corte trimestral, tanto a indústria de transformação como a extrativa mineral apresentaram redução de ritmo no 4º trimestre de 2010 na comparação com igual trimestre do ano anterior. Na indústria de transformação, em razão da pressão das importações, a desaceleração foi mais bem intensa. Após crescer 7,8% no 3º trimestre, a produção manufatureira avançou apenas 2,9% no 4º trimestre, enquanto a indústria extrativa mineral passou de 11,4% no período julho a setembro para 10,2% no período outubro a dezembro.

                          Na avaliação do IEDI, os resultados da indústria em dezembro confirmam o mau momento do setor que vem enfrentando pressões crescentes dos produtos importados. Em um contexto de crescimento elevado do mercado interno, as compras no exterior contribuem efetivamente para complementar a oferta doméstica. Porém, na situação presente as importações já extrapolaram essa dimensão e passaram a restringir a produção nacional.

                          Há uma flagrante perda de competitividade de se produzir no País, sendo importante destacar que a produtividade na produção brasileira de bens e serviços poderia avançar mais rapidamente, assim como é importante também avançar mais nos esforços para dotar a empresa brasileira de uma maior capacidade inovadora. No entanto, é ainda mais contundente o diferencial de custos de produção e financiamento no Brasil em relação a outros países, sobretudo aqueles mais aguerridos em suas estratégias de desenvolvimento industrial, como a China.

                          Está muito caro produzir no Brasil, mais caro ainda é produzir para exportar. Não há um fator único, mas um conjunto deles que determinam o estágio atual do problema. O núcleo comum é a tolerância com que a Política Econômica lida com as elevadíssimas taxas de juros dos empréstimos domésticos para capital de giro, com a ausência de fontes voluntárias de longo prazo para investimentos, com os tributos que o exportador nacional ainda carrega nas vendas externas, com os encargos trabalhistas elevadíssimos, com a infraestrutura cara e insuficiente e, por fim, com juros e câmbio absolutamente fora do lugar.

                           

                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           

                          Resultado por Categoria de Uso. Na passagem de novembro a dezembro, descontados os efeitos sazonais, à exceção do segmento produtor de bens intermediários, com variação nula, todas as demais categorias de uso registraram retração. O maior recuo foi novamente verificado no setor de bens duráveis (–0,6%), seguido pelos setores de bens de capital (–0,5%) e de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (–0,4%).

                          Frente ao trimestre imediatamente anterior, descontados as influências sazonais, registraram variação positiva os setores de bens de consumo duráveis, que passou de –1,7% no 3º trimestre para 1,7% no período outubro-dezembro, e o de bens de capital (de –1,9% para 0,3%). Em contraste, o setor de bens intermediários registrou a segunda taxa negativa consecutiva (–0,7% no 3º trimestre e –0,1% no 4º trimestre), enquanto o setor de bens de consumo semiduráveis e não duráveis apresentou a terceira taxa negativa consecutiva (–0,6% no 2º e no 3º trimestre e –0,3% no 4º trimestre).

                          Ainda no corte trimestral, na comparação contra igual trimestre do ano anterior, todas as quatro categorias de uso mostraram redução no ritmo de crescimento na passagem do 3º para o 4º trimestre, com destaque para bens de capital, que mesmo apontando a taxa mais elevada (7,2%), mostrou a maior desaceleração frente ao resultado do período julho-setembro (21,2%). Na sequência, vieram os segmentos de bens intermediários (de 8,7% para 3,8%), bens de consumo semiduráveis e não duráveis (de 4,7% para 1,6%) e bens de consumo duráveis (de 2,4% para 1,5%).

                          Na comparação com dezembro de 2009, todos os quatro segmentos da indústria por categoria de uso registraram crescimento, ainda que menor do que o observado em novembro. O setor produtor de bens de capital voltou a registrar o maior aumento (6,2%), impulsionado pelo forte dinamismo do subsetor de bens capital para transportes, que avançou 16,7%, seguido pelos subsetores de bens de capital para fins industriais (11,0%) e para construção (17,9%). Já as pressões negativas originaram-se nos subsetores de bens de capital para uso misto (–2,3%), agrícolas (–16,2%) e para energia elétrica (–6,4%).

                          Também com desempenho superior ao da média global, o setor produtor de bens de consumo duráveis apresentou incremento de 6,0%. Este resultado foi particularmente influenciado pela maior fabricação de automóveis (8,3%), seguido por motocicletas (40,1%), artigos do mobiliário (7,7%) e de eletrodomésticos da “linha branca” (2,1%). Já a principal contribuição negativa neste segmento foi registrada em eletrodomésticos da “linha marrom” (–12,5%), especialmente pressionado pela redução na produção do item televisores.

                          Em linha com a média global da indústria, o setor produtor de bens intermediários avançou 2,7% frente a dezembro de 2009. Esse aumento é explicado, em grande parte, pelos avanços nos produtos associados à produção da indústria extrativa (10,4%), de minerais não metálicos (6,9%), de veículos automotores (7,9%), de outros produtos químicos (2,5%) e de alimentos (2,7%). Destaca-se também a manutenção dos resultados positivos nos grupamentos de insumos para construção civil (7,6%), décima quarta taxa positiva consecutiva, e de embalagens (2,0%), com quinze meses de crescimento. Já os impactos negativos foram observados nos setores de metalurgia básica (–4,2%), têxtil (–4,8%), produtos de metal (–5,6%) e refino de petróleo e produção de álcool (–0,8%).

                          Com incremento bem inferior ao da média global da indústria, o segmento de bens de consumo duráveis registrou ligeira variação positiva de 0,4% em dezembro no confronto com igual mês do ano anterior. Esse resultado foi influenciado pelo desempenho do subsetor de carburantes (4,1%), seguido pelos subsetores alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,8%) e outros não duráveis (0,3%). Nesses segmentos, de acordo com o IBGE, sobressaíram, respectivamente, os itens gasolina; cervejas, chope e refrigerantes; medicamentos e livros. Em contraposição, a queda de 4,9% no subsetor de semiduráveis, pressionado pelo recuo na produção de calçados femininos de couro e de plástico, contribuiu para amortecer o crescimento do setor.

                          No indicador acumulado no ano (janeiro a dezembro), todas as categorias de uso registraram variações positivas na comparação com 2009, confirmando o crescimento disseminando da atividade fabril, em parte explicado pela base mais baixa de comparação. Novamente, o setor produtor de bens de capital apresentou o maior dinamismo, com alta de 20,8%, influenciada pela recuperação dos investimentos e da confiança dos agentes econômico, seguido pelo setor produtor de bens intermediários (11,4%), refletindo a maior demanda doméstica por insumos industriais para a produção de bens finais e a recuperação em parte da demanda internacional por commodities. Também registrou aumento a dois dígitos, o segmento produtor de bens de consumo duráveis (10,3%), impulsionado pelo comportamento positivo do mercado interno, apoiado, sobretudo, na manutenção das condições favoráveis do crédito e do mercado de trabalho. Único com expansão a um dígito e bem abaixo da média global, o segmento de bens produtor de bens de consumo semiduráveis e não- duráveis acumulou alta de 5,2% no ano de 2010 frente ao ano de 2009.

                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           

                           

                           

                          Por Dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores. Em dezembro ante o mês de novembro, descontados os efeitos sazonais, a indústria geral retraiu 0,7%, enquanto a indústria de transformação recuou 0,6%. Entre as vinte e sete atividades pesquisadas, onze registraram declínio de produção, com destaque para a queda na produção de material eletrônico e equipamentos de comunicações (–13,3%), seguido por metalurgia básica (–4,2%), edição e impressão (–2,5%), celulose e papel (–1,5%), farmacêutica (–1,5%) e outros equipamentos de transportes (–2,1%). Em sentido oposto, as principais contribuições positivas originaram-se em máquinas e equipamentos (1,8%), outros produtos químicos (1,5%) e minerais não metálicos (2%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (9,7%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (3,9%).

                          Na comparação com dezembro de 2009, a indústria geral avançou 2,7% enquanto a indústria de transformação registrou alta de 2,2%. Esse resultado refletiu o crescimento de 19 dos 27 setores pesquisados, com destaque para a expansão de 12,1% de veículos automotores, seguido por indústrias extrativas (10,4%), máquinas e equipamentos (6,2%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (15,1%), minerais não metálicos (7,0%), bebidas (5,6%) e outros equipamentos de transporte (12,3%). De acordo com o IBGE, nesses segmentos, destacaram-se os itens automóveis, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator e caminhões; minérios de ferro; aparelhos de ar-condicionado, refrigeradores de uso doméstico e industrial, aparelhos carregadoras-transportadoras e empilhadeiras propulsoras; computadores e terminais de auto-atendimento; cimentos “portland” e ladrilhos e cerâmicas para revestimento; cervejas, chope e refrigerantes; e aviões e motocicletas.

                          Em contraste, entre os ramos com redução de produção, a principal contribuição negativa foi observada no setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações (–28,0%), pressionado, em grande parte, pelos recuos na fabricação de aparelhos de comutação para telefonia e televisores, seguido por farmacêutica (–8,8%), metalurgia básica (–4,3%) e alimentos (–1,4%). Nesses ramos, os itens que se destacaram foram medicamentos; bobinas a frio e lingotes, blocos e tarugos de aços ao carbono; sucos concentrados de laranja e açúcar cristal.

                          A desaceleração do ritmo de crescimento da indústria também é evidenciada na série mais desagregada. Apenas 48 (58 no mês de novembro) dos 76 subsetores registram variação positiva no confronto com dezembro de 2009. Os aumentos mais expressivos ocorreram na fabricação de defensivos agrícolas (46,2%), outros veículos e equipamentos de transporte (38,4%), óleo de soja em bruto (30,7%), máquinas e equipamentos para extração mineral e construção (27,4%), embalagens e artefatos de madeira (26,4%). Em contraposição, as maiores variações negativas foram verificadas na produção de sucos e concentrados (–51,6%), álcool (–44,6%), estruturas metálicas e obras de calderaria pesada (–39,7%), material eletrônico e aparelhos de comunicação (–35,0%) e outros eletrodomésticos (–18,1%).

                          No ano (janeiro a dezembro), a indústria geral e a indústria de transformação acumularam, respectivamente, aumento de 10,5% e 10,3% na comparação com igual período de 2009. Esse crescimento teve perfil generalizado, atingindo 25 das 27 atividades, 66 dos 76 subsetores e 75% dos produtos investigados. Por um lado, os principais destaques positivos foram: máquinas e equipamentos (24,3%), veículos automotores (24,2%), produtos de metal (23,4%), metalurgia básica (17,4%), indústrias extrativas (13,4%), borracha e plástico (12,5%), bebidas (11,2%), outros produtos químicos (10,2%) e alimentos (4,4%). Segundo o IBGE, nesses segmentos, sobressaíram, respectivamente, automóveis, caminhão-trator e caminhões; aparelhos carregadoras-transportadoras e motoniveladores; lingotes, blocos e tarugos de aços especiais; minérios de ferro; herbicidas para uso na agricultura; partes e peças para bens de capital; açúcar cristal; pneus para caminhões, ônibus e automóveis; e cervejas, chope e refrigerantes. Por outro lado, uma vez mais, os setores de produtos do fumo (–8,0%) e de outros equipamentos de transporte (–0,1%) foram as duas únicas atividades que apontaram queda no acumulado do ano.

                          Na série mais desagregada, destacam-se pela magnitude das taxas de crescimento, máquinas e equipamentos para extração mineral e construção (80,1%), caminhões e ônibus (59,7%), peças fundidas de ferro (53,1%), estruturas metálicas e obras de calderaria pesada (37,3%), tratores e máquinas agrícolas (33,3%), carrocerias e reboques (32,5%), eletrodomésticos da linha marrom (26,7%), peças e acessórios para veículos automotores (25,3%), ferro-gusa e semiacabados de aço (25,0%), máquinas e equipamentos para fins industriais e comerciais (23,9%), laminados e trefilados de aço (22,6%) e produtos diversos de metal (21,1%). No sentido oposto, os maiores recuos foram verificados em construção e montagem de vagões ferroviários (–11,4%), produção de tubos de ferro e aço (–9,4%), artefatos de concreto (–8,7%) e material eletrônico e de comunicação (–6,2%).

                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE - Pesquisa Industrial Mensal. Elaboração Própria.

                           

                           
                          Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais - Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)
                           

                          Utilização de Capacidade. O nível médio de utilização de capacidade instalada na indústria de transformação sem ajuste sazonal, divulgados pela FGV, reduziu 0,8 ponto percentual (p.p.) em dezembro, caindo para 85,3% (86,1% em novembro).

                          Em termos das categorias de uso, houve redução no nível médio de utilização de capacidade instalada em todos os segmentos. A queda mais expressiva ocorreu no setor produtor de bens de consumo (–1,0 p.p.).

                          No corte por gêneros industriais, a grande maioria (onze) registrou retração no grau médio de utilização de capacidade em dezembro. Os maiores recuos foram verificados em mecânica (–3,6p.p.) e em material elétrico e de comunicações (–3,3 p.p.). Entre os três gêneros com aumento no grau de utilização, o maior incremento ocorreu em produtos farmacêuticos e veterinários (1,7 p.p.).

                          Fonte: FGV/BCB. Elaboração própria.

                           

                          Comparação Internacional: Brasil e Países Selecionados. A despeito das diferenças metodológicas e defasagem na divulgação dos dados, o cotejo dos resultados da indústria brasileira com a indústria dos países membros da OCDE e de economias periféricas com grau semelhante de desenvolvimento é sempre muito ilustrativo.

                          Na série com ajuste sazonal, a indústria brasileira retraiu 0,7% na passagem de novembro a dezembro. Esse resultado é bem inferior ao apresentado por doze países da amostra, dentre os quais Espanha (1,7%), Coreia (1,4%), Japão (1,1%), Itália (1,1%) e Rússia (0,2%) em novembro, bem como da Índia (3,8%) e Alemanha (3,2%) e Espanha (0,2%), ambos em outubro frente setembro.

                          No confronto da indústria de transformação brasileira com os de economias periféricas com semelhante grau de desenvolvimento, observa-se que o fraco crescimento da produção manufatureira brasileira em dezembro (2,2%) ante igual mês do ano anterior ficou bem aquém do verificado na maioria dos países da amostra, com destaque para as indústrias de transformação da Argentina (10,6%) e Rússia (9,7%) também no mês de dezembro, bem como Malásia (6,5%) em novembro. A principal exceção foi a Tailândia, cuja indústria de transformação retraiu 2,5% em novembro frente igual mês de 2009. 

                          Fonte: IBGE-PIM (Brasil) e OCDE - Main Economic Indicators. Elaboração Própria.

                           
                          Fonte: IBGE e Órgãos Nacionais de Estatísticas. Elaboração Própria.

                           

                           

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                          Publicado em: 13/05/2025

                          No 1º trim/25, a indústria cresceu menos do que vinha crescendo na segunda metade de 2024, sendo que bens de capital e intermediários ficaram entre os que mais perderam dinamismo.

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                          Em 2024, devido ao crescimento robusto e difundido entre os diferentes ramos da indústria, o emprego industrial se expandiu, superando o aumento do emprego do agregado do setor privado.

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                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

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                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

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                          Carta IEDI n. 1309 - Brasil e Mundo: divergência do desempenho industrial no final de 2024
                          Publicado em: 17/04/2025

                          No 4º trim/24, enquanto a indústria brasileira se desacelerava, o dinamismo da indústria global ganhou força, apesar do aumento de tensões e incertezas.

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                          O Brasil melhora sua posição no ranking global da manufatura, mas sem ampliar sua participação no valor adicionado total do setor.

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                          Carta IEDI n. 1307 - Indústria estável, mas com poucos freios na entrada de 2025
                          Publicado em: 28/03/2025

                          Embora a produção industrial tenha ficado estagnada em janeiro de 2025, foram poucos os ramos e os parques regionais a registrarem declínio.

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                          Carta IEDI n. 1306 - A Indústria por Intensidade Tecnológica: especificidades de 2024
                          Publicado em: 14/03/2025

                          A indústria de transformação ampliou sua produção em 2024, apresentando especificidades em relação à última década, o que também inclui a distribuição deste dinamismo entre suas diferentes faixas de intensidade tecnológica.

                           

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                          Carta IEDI n. 1305 - O Brasil e a guerra comercial entre EUA e China
                          Publicado em: 10/03/2025

                          Há muitos produtos coincidentes que Brasil e China exportam para os EUA e nossos embarques poderiam ser favorecidos com a imposição de alíquotas sobre as exportações chinesas.

                           

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                          Carta IEDI n. 1304 - Ano de crescimento, mas com inflexão à vista
                          Publicado em: 28/02/2025

                          Em 2024, todos os grandes setores econômicos se expandiram e a um ritmo superior ao de 2023, mas uma desaceleração já se avizinha, como resultado do aumento da Selic.

                           

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