• SOBRE O IEDI
    • ESTUDOS
      • CARTA IEDI
        • ANÁLISE IEDI
          • DESTAQUE IEDI
            • IEDI NA IMPRENSA
              55 11 5505 4922

              instituto@iedi.org.br

              • HOME
              • SOBRE O IEDI
                • ESTUDOS
                  • CARTA IEDI
                    • ANÁLISE IEDI
                      • DESTAQUE IEDI
                        • IEDI NA IMPRENSA

                          Carta IEDI

                          Edição 1206
                          Publicado em: 05/06/2023

                          Contrastes no desempenho econômico do 1º trim/23

                          Sumário

                          A atividade econômica no 1º trim/23 foi marcada por uma importante assimetria. De um lado, enfraquecimento da demanda doméstica, com retração da indústria e acomodação dos serviços, e, de outro lado, forte expansão da agropecuária e contribuição positiva do setor externo. A alta do PIB de +1,9% frente ao 4º trim/22, já descontados os efeitos sazonais, e de +4,0% ante o 1º trim/22, deve muito a este eixo dinâmico.

                          Os dados divulgados recentemente pelo IBGE, mostram nova desaceleração do consumo das famílias, que na série com ajuste sazonal, ficou virtualmente estagnado (+0,2%) e queda do investimento: -3,4%, depois de já ter se contraído -1,3% no último trimestre do ano passado.

                          Do lado da oferta, setores mais associados ao mercado interno, como comércio (+0,3%, com ajuste), atividades imobiliárias (+0,3%) e outros serviços (-0,5%) não se saíram bem. A indústria de transformação (-0,6%) caiu pela terceira vez consecutiva e a construção (-0,8%), pela segunda vez. 

                          Em expansão mesmo, só a agropecuária, que registrou +21,6% ante o 4º trim/22, com ajuste sazonal, em boa medida graças à safra da soja. Ainda assim, embora sejamos grandes exportadores destes produtos, as exportações totais do país não evitaram o terreno negativo (-0,4%). O setor externo só deu contribuição positiva graças ao recuo intenso das importações (-7,7%), influenciado pela desaceleração do mercado interno.

                          Este perfil de evolução já havia sido sinalizado pelas pesquisas divulgadas mensalmente pelo IBGE. No início de 2023, o desempenho da produção industrial em geral ficou aquém dos demais setores da economia. 

                          Em mar/23, o dado mais recente disponível, a produção da indústria geral até cresceu +1,1% na série com ajuste, mas depois de ter ficado oscilando muito perto de zero desde nov/22. O varejo ampliado registrou +3,6%, em muito devido a veículos e autopeças, e o faturamento dos serviços, tal como nos dados do PIB, teve uma expansão moderada.

                          No acumulado do 1º trim/23 frente ao mesmo período do ano anterior, o PIB do Brasil avançou +4,0%, puxado exclusivamente pela agropecuária, que teve alta de +18,8%. Os outros setores cresceram menos que o total do PIB: +1,9% na indústria total e +2,9% nos serviços. O PIB da indústria de transformação (-0,9%) foi o único a ficar no vermelho.

                          A evolução da produção física do setor também apontava nesta direção: -1,0% no 1º trim/23 ante o 1º trim/22, levando a produção da indústria geral a se contrair -0,4%. Ao todo, 72% dos parques regionais da indústria brasileira não conseguiram crescer no período, inclusive São Paulo, cuja produção recuou -3,0%.

                          Na indústria geral, o retorno ao negativo no 1º trim/23 deveu-se a metade de seus macrossetores, com destaque para bens de capital (-6,3% ante o 1º trim/22), apontando para uma performance mais fraca do investimento, como os dados do PIB vieram confirmar.

                          Quanto ao comércio varejista, as vendas reais em sua totalidade voltaram a crescer, após três trimestres consecutivos no vermelho. A alta foi de +3,3%, com seis de seus onze ramos no positivo (54,5% do total).

                          Entre os ramos do varejo em alta no 1º trim/23, o destaque foi para veículos e autopeças, que, ao registrar +5,0%, interromperam uma sequência de três quedas trimestrais seguidas. Outro destaque positivo foi o ramo de supermercado, alimentos, bebidas e fumo (+2,6%), cujas vendas mantiveram o ritmo de crescimento do final do ano passado. Juntos, estes dois ramos mencionados representam quase metade do varejo ampliado.

                          Embora o resultado do faturamento real dos serviços continue sendo mais robusto do que nos demais setores, não deixou de apresentar certa acomodação. Do 3º trim/22 ao 1º trim/23, o ritmo de crescimento se reduziu em 1/3, de +8,1% para +5,8%, respectivamente.

                          A desaceleração recente foi liderada por serviços prestados às famílias, transportes, seus auxiliares e correios, além de serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços, que reúnem um conjunto diversificado de atividades.

                           

                          Indústria

                          Depois de quatro meses de virtual estagnação, a indústria voltou a se expandir em mar/23. A alta foi de +1,1% frente ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Embora a base baixa de comparação tenha ajudado, este desempenho pode ser visto como uma melhora gradual em relação aos meses anteriores. Isso não apenas porque o agregado do setor ficou no positivo, mas também porque o crescimento foi mais difundido. 

                           

                          Em mar/23, houve avanço em três dos quatro macrossetores industriais na série com ajuste sazonal. Em jan/23 tinha sido apenas um e em fev/23 dois deles. Entre os 25 ramos acompanhados pelo IBGE, a parcela de com expansão progrediu de 52% em dez/22 para 64% em mar/23.

                           

                          Além disso, a maioria dos parques regionais do setor também ficou no positivo, sob influência de resultados mais robustos no Norte e no Nordeste e da recuperação do Rio Grande do Sul. São Paulo continuou não se saindo bem.

                          Na passagem de fev/23 para mar/23, descontados os efeitos sazonais, 11 dos 15 parques industriais acompanhados pelo IBGE registraram expansão na produção, ou seja, uma fração de 73% do total. 

                           

                          Entre as altas mais intensas, ficaram a região Nordeste (+6,8%) e os estados do Norte do país, notadamente, o Amazonas (+8,7%), mas também o Pará (+4,3%). A indústria gaúcha, contando com uma base baixa de comparação, registrou +5,6%, o que apenas parcialmente compensou a retração de jan-fev/23.

                           

                          Já São Paulo, que possui o maior e mais diversificado parque industrial do país, ficou virtualmente estagnado ao variar somente +0,2% frente a fev/23, com ajuste sazonal. A última vez que sua indústria cresceu nesta comparação foi em nov/22, assumindo uma trajetória negativa desde então. 

                          Com isso, vale observar que a indústria paulista está 2,7% abaixo do pré-pandemia (fev/20), uma defasagem que é o dobro daquela registrada pelo setor no agregado Brasil (1,3% aquém de fev/20). Apenas 1/3 das indústrias regionais se apresenta acima deste patamar, com destaque para Amazonas (+16,4%), Minas Gerais (+11,5%) e Rio de Janeiro (+5,6%).

                           

                          São Paulo também não aparece bem na comparação com o início do ano passado. No 1º trim/23, a indústria paulista pisou no freio mais fortemente do que o agregado Brasil, passando de uma alta de +5,8% no 4º trim/22 para uma retração de -3,0% no 1º trim/23.

                          Além de mais intensa, o declínio da indústria paulista no 1º trim/23 também foi mais difundido, atingindo 78% de seus ramos ante 64% no total Brasil. Os ramos com os piores resultados em São Paulo foram equipamentos de informática e eletrônicos (-33,4%), minerais não metálicos (-13,3%) e extrativa (-12,1%). Atenuaram a situação têxteis (+16,4%) e farmacêuticos e farmoquímicos (+16,3%).

                           

                          Ao todo, 72% dos parques regionais da indústria brasileira não conseguiram crescer no 1º trim/23, o que sinaliza um processo bastante espalhado geograficamente. Quedas intensas marcaram o desempenho do Rio Grande do Sul (-9,2%), que já tinha ficado no vermelho no 4º trim/22 (-1,8%), Mato Grosso (-7,2%) e Rio de Janeiro (-5,2%), que amenizou suas perdas, mas que também não cresce desde o final do ano passado (-9,9% no 4º trim/22).

                           

                          Entre as poucas localidades em expansão, Amazonas foi quem melhor se saiu: +14,8%, com contribuição importante de informática e eletrônicos (+25,5% ante o 1º trim/22), bebidas (+14,8%) e derivados de petróleo (+26,9%).

                          Maranhão, que passou a ser acompanhado na última atualização da pesquisa do IBGE, também ficou entre os melhores colocados, com uma alta de +8,3% no 1º trim/23, devido a alimentos (+18,5%) e papel e celulose (+38,3%), seguido por Minas Gerais (+8,0%) e Rio de Janeiro (+6,1%), ambos apoiados nos resultados do ramo extrativo e de derivados de petróleo.

                            

                          Comércio

                          Quanto ao comércio varejista, a reação das vendas de veículos no mês de mar/23, levou o setor a crescer +3,6% em seu conceito ampliado, já descontados os efeitos sazonais. Os dados do IBGE também mostram que, em seu conceito restrito, o desempenho do varejo foi igualmente positivo, mas bem mais modesto: +0,8% ante fev/23, com ajuste.

                           

                          A ocorrência de resultados muito próximos da estabilidade (0%) em ramos de peso na passagem de fev/23 para mar/23 foi fator importante para esta expansão mais fraca do varejo restrito. Foram os casos de supermercados, alimentos, bebidas e fumo (0%) e combustíveis e lubrificantes (-0,1%), além de móveis e eletrodomésticos (+0,3%).

                           

                          No varejo ampliado, material de construção também mal saiu do lugar ao registrar +0,2% na série com ajuste sazonal. Ao todo, entre seus dez ramos, 4 ficaram virtualmente estagnados e outros 3 no vermelho, representando 70% do total. Por isso, o crescimento em mar/23 deveu-se sobretudo a veículos e autopeças, com +3,7% ante fev/23, e também a equipamentos de escritório, informática e comunicação (+7,7%).

                           

                          Em comparação com o início do ano passado, o varejo em sua totalidade voltou a crescer, após três trimestres consecutivos no vermelho, também com a ajudas das vendas de veículos e autopeças. A alta foi de +3,3%, com seis de seus onze ramos no positivo (54,5% do total).

                           

                          Entre aqueles em alta no 1º trim/23, o destaque foi para veículos e autopeças, que, ao registrar +5,0%, interromperam uma sequência de três quedas trimestrais seguidas. Outro destaque positivo foi o ramo de supermercado, alimentos, bebidas e fumo (+2,6%), cujas vendas mantiveram o ritmo de crescimento do final do ano passado. Juntos, estes dois ramos mencionados representam quase metade do varejo ampliado.

                           

                          Mas o melhor resultado no período coube às vendas de combustíveis e lubrificantes, que até este início de ano contavam com bases baixas de comparação. O resultado foi de +20% agora em jan-mar/23. Outro ramo com nesta situação foi eletrodomésticos, cuja alta de +6,9% foi, todavia, amortecida pelo recuo de móveis (-6,2%), levando o ramo de móveis e eletrodomésticos a um resultado moderado de +2,1%. 

                           

                          Entre as perdas, as mais intensas ocorreram em outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,6%), seu quarto trimestre consecutivo no vermelho, tecidos, calçados e vestuário (-4,7%), em queda desde o 3º trim/22, e material de construção (-3,3%), cujas vendas não crescem desde o 2º trim/21. Estes três ramos representam cerca de 15% do varejo ampliado e têm sido um obstáculo para uma expansão mais forte do varejo total.

                           

                          Serviços

                          Em mar/23, segundo os dados do IBGE, o faturamento real do setor de serviços se expandiu novamente, registrando +0,9% na série com ajuste sazonal. Três de seus cinco ramos foram responsáveis por este desempenho, notadamente transportes.

                           

                          Como também houve crescimento em fev/23, o setor passou a maior parte do primeiro trimestre do ano no azul, mas os resultados de fev-mar/23 não foram fortes o suficiente para anular a retração de jan/23.

                            

                          Por isso, este início de 2023 representa uma acomodação na trajetória dos serviços, que vinha puxando o nível de atividade econômica. Em mar/23, o faturamento real do setor como um todo encontrava-se 1,3% abaixo do nível de dez/22, bem como os ramos de serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,0%), daqueles prestados às famílias (-2,4%) e de outros serviços (-9,1%).

                           

                          Em comparação com o quadro do início do ano passado, o resultado é mais robusto, mas vem passando por um processo de lenta desaceleração. Do 3º trim/22 ao 1º trim/23, o ritmo de crescimento se reduziu em 1/3, de +8,1% para +5,8%.

                           

                          A acomodação recente foi liderada por dois ramos, ainda que tenham mantido um resultado superior ao agregado do setor: serviços prestados às famílias, cujo faturamento saiu de uma alta de +20,8% no 3º trim/22 para +8,5% no 1º trim/23, e transportes, seus auxiliares e correios, passando de +14,4% para +6,5%, respectivamente.

                           

                          No primeiro caso, vale lembrar, o patamar pré-pandemia ainda não foi recuperado. Os serviços prestados às famílias é o único ramo com defasagem: -6,8% ante fev/20, já descontada a sazonalidade. No segundo caso, como se sabe, sua evolução está muito relacionada com o dinamismo econômico em geral, que vem se mostrando mais modesto.

                          Em direção oposta, os serviços de informação e comunicação, que representam 23,5% do setor como um todo, foi o ramo que amorteceu a perda de dinamismo, ao passar de +3,7% no 3º trim/22 para +6,9% no 1º trim/23, graças ao crescimento mais intenso de seu segmento de tecnologia da informação (+10,9% em jan-mar/23).

                           

                          Os outros dois ramos dos serviços contribuíram para uma expansão menor neste início de ano, mas no caso dos serviços profissionais, administrativos e complementares a perda de ritmo foi pequena e concentrada nos serviços de apoio às atividades empresariais (-0,1% em jan-mar/23). Ainda assim este ramo cresceu menos que o agregado dos serviços (+5,3% ante +5,8%, respectivamente).

                           

                          Já em outros serviços, que reúnem um conjunto diversificado de atividades, a trajetória recente tem sido muito volátil e no 1º trim/23 ficou praticamente estável ao registrar +0,2% frente ao mesmo período do ano anterior, em boa medida devido às atividades auxiliares dos serviços financeiros (-4,1%). 

                           

                           
                          IMPRIMIR
                          BAIXAR

                          Compartilhe

                          Veja mais

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1311 - Um começo de ano fraco e incerto
                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1309 - Brasil e Mundo: divergência do desempenho industrial no final de 2024
                          Publicado em: 17/04/2025

                          No 4º trim/24, enquanto a indústria brasileira se desacelerava, o dinamismo da indústria global ganhou força, apesar do aumento de tensões e incertezas.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1308 - Brasil no Panorama Global da Indústria
                          Publicado em: 07/04/2025

                          O Brasil melhora sua posição no ranking global da manufatura, mas sem ampliar sua participação no valor adicionado total do setor.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1307 - Indústria estável, mas com poucos freios na entrada de 2025
                          Publicado em: 28/03/2025

                          Embora a produção industrial tenha ficado estagnada em janeiro de 2025, foram poucos os ramos e os parques regionais a registrarem declínio.

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1306 - A Indústria por Intensidade Tecnológica: especificidades de 2024
                          Publicado em: 14/03/2025

                          A indústria de transformação ampliou sua produção em 2024, apresentando especificidades em relação à última década, o que também inclui a distribuição deste dinamismo entre suas diferentes faixas de intensidade tecnológica.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1305 - O Brasil e a guerra comercial entre EUA e China
                          Publicado em: 10/03/2025

                          Há muitos produtos coincidentes que Brasil e China exportam para os EUA e nossos embarques poderiam ser favorecidos com a imposição de alíquotas sobre as exportações chinesas.

                           

                          English version of this text

                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1304 - Ano de crescimento, mas com inflexão à vista
                          Publicado em: 28/02/2025

                          Em 2024, todos os grandes setores econômicos se expandiram e a um ritmo superior ao de 2023, mas uma desaceleração já se avizinha, como resultado do aumento da Selic.

                           

                          English version of this text

                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1303 - O aumento dos juros e o crédito no final 2024
                          Publicado em: 24/02/2025

                          No último trimestre de 2024, embora a inadimplência tenha continuado a cair, as taxas médias de juros já apontam elevação, na esteira da alta da Selic. O dinamismo creditício ainda se mostrou resiliente.

                           

                          English version of this text

                           
                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1302 - Melhora do saldo comercial em 2024 apenas na indústria de média-baixa tecnologia
                          Publicado em: 12/02/2025

                          Em 2024, embora as exportações de bens industriais de alta tecnologia e de média-baixa tenham aumentado, apenas este último grupo melhorou seu saldo de balança.

                           

                          English version of this text

                           

                           

                           

                          INSTITUCIONAL

                          Quem somos

                          Conselho

                          Missão

                          Visão

                          CONTEÚDO

                          Estudos

                          Carta IEDI

                          Análise IEDI

                          CONTATO

                          55 11 5505 4922

                          instituto@iedi.org.br

                          Av. Pedroso de Morais, nº 103
                          conj. 223 - Pinheiros
                          São Paulo, SP - Brasil
                          CEP 05419-000

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Todos os direitos reservados.

                          © Copyright 2017 Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
                          Todos os direitos reservados.