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                          IEDI na Imprensa - Estag­na­ção Como esca­par da ara­puca da renda média

                          Publicado em: 27/04/2025

                          O Estado de São Paulo

                          Para atin­gir o pata­mar de nações ricas, eco­no­mia bra­si­leira pre­cisa com­ba­ter uma série de pro­ble­mas estru­tu­rais

                          Luiz Guilherme Gerbelli

                          Presa na cha­mada arma­di­lha da renda média, a eco­no­mia bra­si­leira tem um longo cami­nho a per­cor­rer se qui­ser inte­grar o grupo das nações mais ricas – aque­las com renda per capita anual acima de US$ 14.005, segundo cri­té­rios do Banco Mun­dial. Estag­nado ao longo das últi­mas déca­das, o Bra­sil tem se dis­tan­ci­ado das principais potên­cias e enfrenta uma série de desa­fios para subir de pata­mar e deixar, enfim, de ser o eterno país do futuro. Mas há solu­ções, mesmo que com­ple­xas.

                          O Esta­dão ouviu ana­lis­tas eco­nô­mi­cos para dis­cu­tir saí­das dessa situ­a­ção e cami­nhos para avan­çar de está­gio.

                          A eco­no­mia bra­si­leira lida com pro­ble­mas estru­tu­rais. A qua­li­dade da edu­ca­ção é ruim, o ambi­ente de negó­cios é pouco ami­gá­vel para os inves­ti­men­tos, o resul­tado das con­tas públi­cas fica aquém do neces­sá­rio para garan­tir con­fi­ança aos inves­ti­do­res no longo prazo, e o Bra­sil é um país fechado, pouco inte­grado ao resto do mundo. “Qual­quer sis­tema eco­nô­mico é o resul­tado, fun­da­men­tal­mente, de duas vari­á­veis: a qua­li­dade dos joga­do­res e das regras do jogo”, afirma Edu­ardo Gian­netti, eco­no­mista e filó­sofo.

                          CAPITAL HUMANO. As nações que con­se­gui­ram enri­que­cer foram aque­las que cons­tru­í­ram eco­no­mias mais pro­du­ti­vas. Elas con­cen­tram seus esfor­ços na for­ma­ção de capi­tal humano, têm ins­ti­tui­ções sóli­das, são inte­gra­das às cadeias glo­bais e fazem uma alo­ca­ção efi­ci­ente de recur­sos. São donas, por­tanto, de uma mão de obra qua­li­fi­cada e um bom ambi­ente de negó­cios. Tudo isso resulta em uma popu­la­ção alta­mente edu­cada, com acesso a empre­gos de qua­li­dade e, con­se­quen­te­mente, mais rica.

                          “É a dife­rença entre você acor­dar de manhã e ir para uma ban­qu­i­nha de camelô, ou você acor­dar de manhã e ir para uma fábrica robo­ti­zada ou para um com­pu­ta­dor tra­ba­lhar em cri­a­ção”, diz Gian­netti. “A per­gunta é a segu­inte: por que o tra­ba­lho de um ano de um bra­si­leiro gera um resul­tado eco­nô­mico qua­tro a cinco vezes menor do que o tra­ba­lho de um ano em um país de alta renda?”

                          Há um con­senso, por­tanto, de que o Bra­sil pre­cisa avan­çar em medi­das que ace­le­rem o ganho de pro­du­ti­vi­dade. No pas­sado, o País con­se­guiu cres­cer e enri­que­cer com o cha­mado bônus demo­grá­fico – a entrada maciça de tra­ba­lha­do­res no mer­cado de tra­ba­lho –, mas esse fenô­meno se esgo­tou com o enve­lhe­ci­mento da popu­la­ção.

                          “O Bra­sil vem enve­lhe­cendo e per­deu o bônus demo­grá­fico. Aquele boom de cres­ci­mento que vive­mos, nas déca­das de 1960, 1970 e 1980, não vai acon­te­cer mais. Não vamos ter aquela mesma massa de entrada de mão de obra que gerou o impulso e o grande cres­ci­mento da eco­no­mia bra­si­leira”, afirma Gui­lherme C. Ger­dau Johann­pe­ter, pre­si­dente do Ins­ti­tuto de Estu­dos para o Desen­vol­vi­mento Indus­trial (IEDI).

                          “Qual é a nossa saída para vol­tar a ter um cres­ci­mento sus­ten­tá­vel? A nossa saída é única e por meio do ganho de pro­du­ti­vi­dade. E esses ganhos de pro­du­ti­vi­dade só podem acon­te­cer com refor­mas”, acres­centa o exe­cu­tivo, tam­bém pre­si­dente do con­se­lho de admi­nis­tra­ção da Ger­dau.

                          Na his­tó­ria bra­si­leira, são comuns perí­o­dos de bons resul­ta­dos segui­dos de anos de baixo cres­ci­mento e reces­sões. É o cha­mado voo de gali­nha. Desde 2021, na saída da pan­de­mia de covid, o Pro­duto Interno Bruto (PIB) tem avan­çado de forma con­sis­tente, mas não há, ao menos por ora, uma expec­ta­tiva de que esse ritmo se man­te­nha.

                          CRISES. “Se pegar os últi­mos 40 anos até a pan­de­mia, de 1980 a 2019, o Bra­sil em 26 anos cres­ceu perto de 3% do PIB por habi­tante. O diabo é que a gente tem mui­tas cri­ses”, afirma Mar­cos Lis­boa, ex-secre­tá­rio de Polí­tica Eco­nô­mica e sócio-dire­tor da Gibral­tar Con­sul­ting. “O País teve 26 anos de cres­ci­mento bom, mas 14 anos de cri­ses graves. E as cri­ses gra­ves levam a essa perda de renda na com­pa­ra­ção com outros paí­ses.”

                          O ambi­ente macro­e­co­nô­mico é bas­tante incerto, sobre­tudo por causa da parte fis­cal. O País tem um endi­vi­da­mento alto. Sem pre­vi­são de esta­bi­li­zálo tão cedo, a per­cep­ção ele­vada de risco dos inves­ti­do­res com a nossa eco­no­mia aumenta, o que faz com que inves­ti­do­res cobrem juros mais altos para apli­car no Bra­sil. Os inves­ti­men­tos das com­pa­nhias ficam mais caros e tam­bém o con­sumo das famí­lias.

                          “O juro alto difi­culta tudo. Difi­culta a vida das pes­soas que que­rem finan­ciar a sua hipo­teca, enca­rece muito obras de infra­es­tru­tura, de estra­das, de por­tos e aero­por­tos. Enca­rece muito tam­bém a infra­es­tru­tura urbana, tão impor­tante para o dia a dia das pes­soas”, diz Samuel Pes­sôa, pes­qui­sa­dor asso­ci­ado do Ins­ti­tuto Bra­si­leiro de Eco­no­mia da Fun­da­ção Getu­lio Var­gas (FGV/Ibre).

                          INVESTIMENTO. E o Bra­sil tem apre­sen­tado uma difi­cul­dade para aumen­tar o inves­ti­mento.

                          Em 2024, foi de 17% do PIB, abaixo do pata­mar de 20% do PIB que a eco­no­mia bra­si­leira che­gou a colher no iní­cio dos anos 2010. “Esta­mos vendo uma defi­ci­ên­cia de inves­ti­mento em capa­ci­dade pro­du­tiva e em infra­es­tru­tura no Bra­sil”, afirma Gian­netti. “Parte é expli­cada pelo estran­gu­la­mento fis­cal do Estado bra­si­leiro, mas parte tam­bém é expli­cada pela retra­ção da dis­po­si­ção de inves­tir do setor pri­vado no Bra­sil. Em grande parte, por conta das incer­te­zas, das nuvens e da nebu­lo­si­dade do hori­zonte eco­nô­mico e, tal­vez, polí­tico.”

                          REFORMAS. A apro­va­ção da reforma tri­bu­tá­ria foi um dos gran­des mar­cos recen­tes da eco­no­mia e deve aju­dar a moder­ni­zar a eco­no­mia bra­si­leira e a melho­rar o ambi­ente de negó­cios, dado que o sis­tema que vigora atu­al­mente é caó­tico. A reforma uni­fica cinco impos­tos sobre con­sumo. São eles: os fede­rais IPI,

                          PIS e Cofins, o esta­dual ICMS e o muni­ci­pal ISS. Ela deverá estar imple­men­tada de forma com­pleta em 2033.

                          Ao longo dos últi­mos anos, o Bra­sil con­se­guiu ende­re­çar uma série de refor­mas, além da tri­bu­tá­ria.

                          Apro­vou a tra­ba­lhista e a da Pre­vi­dên­cia. Tam­bém ins­ti­tuiu mar­cos impor­tan­tes, como o do sane­a­mento, res­pon­sá­vel por atrair inves­ti­men­tos bili­o­ná­rios. Tudo isso ajuda na moder­ni­za­ção da eco­no­mia bra­si­leira e no ganho de pro­du­ti­vi­dade do País. Mas ainda há uma agenda extensa, como avan­çar numa reforma admi­nis­tra­tiva e melho­rar a qua­li­dade do gasto bra­si­leiro.

                          “A gente tem de dis­cu­tir com mais cui­dado a qua­li­dade da polí­tica pública. Será que o dinheiro está che­gando em quem pre­cisa?”, ques­ti­ona Lis­boa.

                          EDUCAÇÃO. O País tam­bém tem falhado na agenda edu­ca­ci­o­nal. Ainda que atra­sado em rela­ção a outros paí­ses, o Bra­sil con­se­guiu colo­car as cri­an­ças nas esco­las e ampliou os recur­sos para a edu­ca­ção, mas o desa­fio agora é melho­rar a qua­li­dade do ensino. Os mais recen­tes resul­ta­dos do Pro­grama Inter­na­ci­o­nal de Ava­li­a­ção de Alu­nos (Pisa) mos­tra­ram os alu­nos bra­si­lei­ros nas últi­mas colo­ca­ções entre 81 nações. A melhor posi­ção foi o 52.o lugar, no que­sito lei­tura.

                          “O Bra­sil ficou para trás na edu­ca­ção de uma maneira assus­ta­dora”, afirma Lis­boa. “A capa­ci­dade de uma cri­ança de 8 anos de idade ler um texto de oito, dez fra­ses, saber sepa­rar fato de opi­nião... ela não con­se­gue. Metade não con­se­gue.”

                          Che­gar ao seleto grupo de eco­no­mias ricas não é um cami­nho tri­vial. Nos últi­mos 70 anos, pou­cos paí­ses ven­ce­ram a arma­di­lha da renda média, conta Gian­netti. Hoje, o desa­fio de fazer parte do mundo é com­plexo dado o cená­rio de mais pro­te­ci­o­nismo, lide­rado pelo pre­si­dente dos Esta­dos Uni­dos, Donald Trump, com a impo­si­ção do seu tari­faço sobre impor­ta­ções pelos ame­ri­ca­nos para os seus prin­ci­pais par­cei­ros comer­ci­ais, inclu­indo o Bra­sil.

                          “Nesse momento em que está havendo um pro­cesso de des­glo­ba­li­za­ção, ou pelo menos o fim da hiper­glo­ba­li­za­ção, o Bra­sil tem um enorme poten­cial para avan­çar, até por­que nós fica­mos fora das cadeias glo­bais de pro­du­ção”, afirma Gian­netti.

                          Se o País almeja estar entre os líde­res de algum setor eco­nô­mico, per­mi­tir a impor­ta­ção de insu­mos e equi­pa­men­tos de qua­li­dade e mais bara­tos é fun­da­men­tal para con­se­guir com­pe­tir glo­bal­mente.

                          Aber­tura

                          Para Samuel Pes­sôa, País pode ‘avan­çar muito na aber­tura da eco­no­mia’ nos pró­xi­mos dez anos

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