IEDI na Imprensa - Indústria de SP recua 4,7% e lidera queda nacional
Valor Econômico
Contração da produção do Estado em novembro é a mais forte desde junho de 2023, aponta IBGE
Lucianne Carneiro
A produção industrial caiu 4,7% em São Paulo em novembro, ante outubro, e registrou a queda mensal mais intensa desde junho de 2023 (-5,4%). O recuo ocorre após ganho acumulado de 3,4% em dois meses seguidos de alta, mostram os dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São Paulo foi um dos nove locais com recuo na produção industrial em novembro, dos 15 pesquisados pelo IBGE, e também a principal influência negativa no resultado geral, que caiu 0,6%.
De acordo com o IBGE, o resultado de São Paulo está ligado aos setores de derivados do petróleo, alimentos, veículos automotores e produtos químicos. “Foram os setores que mais influenciaram a dinâmica da indústria do Estado”, diz o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Na comparação com novembro de 2023, a indústria paulista recuou 2,7% - frente a uma alta de 1,7% na média brasileira. Foi a primeira retração na comparação anual, ante igual mês do ano anterior, desde março de 2024.
No resultado acumulado nos 12 meses até novembro, São Paulo avançou 3%, mesmo ritmo da indústria brasileira como um todo. De janeiro a novembro de 2024, a indústria paulista sobe 3,4%, pouco acima dos 3,2% da indústria brasileira.
Com o desempenho de novembro, o patamar de produção da indústria de São Paulo está 1,3% abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020, enquanto a indústria brasileira se encontra 1,8% acima daquele nível.
Relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) cita o “freio industrial” em São Paulo. “Os dados divulgados mostram que São Paulo, que possui o maior e mais diversificado parque industrial do país foi um dos que pior se saíram.”
Entre os nove locais com recuo de produção na passagem entre outubro e novembro, a taxa mais intensa foi no Espírito Santo (-7,2%). É o segundo mês seguido de queda, com perda acumulada de 8,4%, puxada pelos setores extrativo e de metalurgia.
No campo positivo, aparecem como destaques as altas de Pará (4,4%), Amazonas (2,7%) e Pernambuco (2,6%). Na indústria paraense, é a segunda alta seguida, com ganho acumulado de 12,8%. O movimento, segundo o IBGE, é explicado principalmente pelo setor de produtos minerais não metálicos.