IEDI na Imprensa - Resultado regional mostra alta disseminada
Valor Econômico
Crescimento se deu na maioria dos setores e em 10 dos 15 lugares pesquisados pelo IBGE
Lucianne Carneiro
Os resultados regionais da indústria brasileira, divulgados nesta quinta-feira (13), mostram que o perfil disseminado de altas não se deu apenas entre os setores: foram 10 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com crescimento na produção em maio, ante abril. Na média brasileira, a indústria variou 0,3% em igual período, com taxas positivas em 19 dos 25 ramos industriais e três das quatro categorias econômicas.
Na análise regional, a alta da produção industrial foi puxada por São Paulo, que registrou expansão de 2,9%. Amazonas (12,8%), Paraná (5,3%), Minas Gerais (1%) e Pernambuco (5,6%) vieram em seguida como principais influências para o resultado da indústria como um todo. A alta de 2,9% foi a terceira taxa positiva da indústria paulista, que acumulou ganho de 3,6% no período.
“São Paulo teve um crescimento mais forte em maio, assim como o Nordeste. O Norte também avançou. Foram o Sul e o Rio de Janeiro que seguraram um pouco mais o resultado”, afirmou economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) Rafael Cagnin.
Em relatório, o IEDI destacou que “do ponto de vista geográfico houve evoluções mais favoráveis do que indica a virtual estagnação do total nacional”.
Analista responsável pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), Bernardo Almeida chamou atenção para o desempenho da indústria de Amazonas, que exerceu a segunda maior influência no resultado. A taxa de 12,8% foi a mais alta desde dezembro de 2021 (13,7%), mas ocorreu após queda de 15,7% em abril.
“O bom desempenho da indústria amazonense em maio se deve a alguns setores bastante importantes para a atividade industrial no estado, como o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, de equipamentos de transporte e de bebidas”, disse Almeida.
Frente a maio de 2022, a produção industrial subiu em 12 dos 18 locais pesquisados. Nesta comparação, a indústria brasileira subiu 1,9%. A maior influência veio do Pará (29,6%). Segundo o IBGE, isso reflete tanto a base de comparação baixa (após queda de 20,9% em maio de 2022) e quanto o crescimento de 36,6% de indústrias extrativas, com destaque para (minérios de ferro, de manganês e de cobre - em bruto ou beneficiados).
O segundo local com maior influência no resultado foi São Paulo, principal parque industrial do país, com alta de 2,6%, também acima da média nacional. “No caso de São Paulo, os setores de derivados de petróleo, de alimentos, no que tange a produção do açúcar, e de veículos automotores se destacaram”, afirmou Almeida.
Com este resultado, o patamar de produção da indústria de São Paulo ultrapassou o patamar pré-pandemia e está 0,6% acima de fevereiro de 2020. Mesmo assim, São Paulo está 21,8% abaixo de seu nível mais alto de produção industrial, alcançado em março de 2011. Na média, a indústria brasileira está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia e 18,1% abaixo do nível recorde, alcançado em maio de 2011. Sete dos 15 locais pesquisados pelo IBGE se encontram acima deste nível de produção de fevereiro de 2020.
Outras altas de destaque na indústria na comparação anual foram Amazonas (7,6%), Pernambuco (6,3%), Mato Grosso (5,3%), Minas Gerais (5,2%), Paraná (5,0%), Mato Grosso do Sul (4,5%) e Rio Grande do Norte (4,2%). Por outro lado, Maranhão (-9,6%) e Ceará (-8,1%) assinalaram os recuos mais acentuados.