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                          IEDI na Imprensa - Importação em alta leva indústria a déficit recorde em 2022

                          Publicado em: 16/12/2022

                          Valor Econômico

                          Setor acumula R$ 47 bilhões de janeiro a setembro, o maior desde 2014, indicam dados do IEDI

                          Marta Watanabe

                          Mesmo com retomada de exportações, o aumento de importações puxado fertilizantes e combustíveis deve levar a indústria de transformação a fechar 2022 com nível recorde de déficit da balança comercial ao menos desde o período de recessão da economia brasileira em 2015 e 2016, aponta o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

                          O déficit na balança comercial da indústria alcançou US$ 47,07 bilhões no acumulado até setembro deste ano, segundo dados do IEDI. É o pior resultado para o período desde 2014, quando o saldo negativo ficou acima de US$ 50 bilhões. No ano passado, até setembro, o déficit foi de US$ 37,3 bilhões.

                          Considerando a intensidade tecnológica, o saldo negativo foi puxado pela alta e média-alta tecnologia, que fecharam o acumulado de janeiro a setembro com déficits respectivos de US$ 32,04 bilhões e US$ 63,02 bilhões, recordes para o período em toda a série histórica do IEDI, iniciada em 1997.

                          O resultado parcial até setembro mostra um déficit da indústria de transformação já dado para o ano, que deverá ser recorde para o período desde a crise 2015/2016, diz Rafael Cagnin, economista do IEDI.

                          O déficit até o terceiro trimestre é resultado de US$ 135,93 bilhões em exportações e US$ 183 bilhões em importações.

                          Para o ano que vem a expectativa é ainda de déficit grande na balança da indústria de transformação, com exportações se desacelerando e com importações ainda resilientes porque, apesar do esperado esfriamento da demanda doméstica, as importações de fertilizantes e de combustíveis ainda deverão garantir ritmo aos desembarques.

                          Neste ano, lembra o economista, o déficit se alargou mesmo com a retomada de exportações de setores importantes, como do automotivo, com o bom desempenho dos ramos de metalurgia e de alimentos, além do avanço da indústria farmacêutica. As importações, explica, também cresceram de forma vigorosa, puxada por preços e quantidades em itens como fertilizantes e combustíveis. Os ramos nos quais se dão esses desembarques, que são a indústria química (excetuando os farmacêuticos) e a de derivados de petróleo, calcula, foram responsáveis por 70% do aumento das importações da indústria de transformação de janeiro a setembro deste ano na comparação com igual período do ano passado.

                          A exportação do setor nessa mesma comparação cresceu 29,9%, sobre alta de 26,6% em relação a iguais meses de 2021. Nas importações, o avanço este ano foi de 28,9% sobre alta de 34,7%, sob mesmos critérios.

                          O déficit no acumulado do ano, destaca Cagnin, veio com deterioração grande da indústria de alta tecnologia, que mostrou o déficit histórico para o período. Esse grupo reúne fabricação de aeronaves, indústria farmacêutica e complexo eletrônico. Embora a balança comercial de alta tecnologia tenha sido muito afetada nos últimos dois anos pela importação de vacinas, diz, há grande deterioração no saldo de aviação. O complexo eletrônico, normalmente deficitário, teve o saldo negativo ampliado de US$ 16,95 bilhões de janeiro a setembro do ano passado para US$ 20,47 bilhões em iguais meses deste ano.

                          “A aceleração do processo de digitalização como resultado da pandemia de covid-19 deve ter estimulado a importação e troca de equipamentos, pressionando de uma forma um pouco mais estrutural”, afirma.

                          O grupo de média-alta tecnologia também alargou o déficit da balança comercial. O saldo negativo de US$ 46,02 bilhões até o terceiro trimestre do ano passado se ampliou em US$ 17 bilhões em iguais meses deste ano. Trata-se do grupo que mais pesa para o déficit da indústria de transformação, ressalta Cagnin.

                          Neste ano, houve grande influência das importações de bens da indústria química, excluídos os farmacêuticos, com a forte compra externa de fertilizantes. “Há nisso uma questão estrutural, porque o país é forte produtor agrícola e dependente da importação desses insumos. Mas houve também a questão preço, que também afetou a importação de derivados de petróleo, sob os efeitos do conflito entre Rússia e Ucrânia.”

                          O resultado poderia ser pior, segundo Cagnin, se não fosse o desempenho relativamente bom dos grupos de média e média-baixa tecnologia, que amenizaram o resultado da indústria de transformação com superávits comerciais de US$ 10,85 bilhões e US$ 37,1 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Na média tecnologia isso está relacionado principalmente à metalurgia, cujas exportações também foram beneficiadas por preços, além de quantidade.

                          Os embarques do ramo de metalurgia somaram US$ 22 bilhões no acumulado até setembro, com alta de 24,9% contra iguais meses do ano anterior, após aumento de 31,4% contra mesmo período de 2020. Nesse grupo da média tecnologia, ressalta o economista, o superávit comercial até o terceiro trimestre do ano também é efeito da queda de importações de bens do grupo, também puxado pela metalurgia. O valor desembarcado nesse ramo caiu 3,4% este ano, após alta de 105,3% em 2021, sempre comparando o período de janeiro a setembro contra o ano anterior.

                          Já no grupo de média-baixa tecnologia, aponta, a grande ajuda veio da exportação de alimentos, que alcançou US$ 45,85 bilhões, com alta de 30% em relação a iguais meses do ano passado. Tanto os embarques de metalurgia quanto de alimentos bateram valor recorde para o período em toda a série do IEDI.

                          “Esses ramos são as principais alavancas de compensação, porque são tradicionalmente exportadores e se apropriam da competitividade que tem as atividades primárias no Brasil”, diz Cagnin. “A balança agregada da indústria de transformação reflete a nossa fragilidade na pauta exportadora e a nossa dependência da importação de produtos de maior intensidade tecnológicos, o que está ligado à obsolescência da estrutura Industrial do país.”

                          Apesar disso, aponta, Cagnin, há boas notícias nas exportações da indústria de transformação. Ele destaca o desempenho da indústria farmacêutica. Há, nesse ramos, pondera, um déficit de balança comercial estrutural que vem bem antes das vacinas, explica, e que está relacionado à área biotecnológica. “Há esforços de pesquisas e desenvolvimento e inovação das empresas do segmento no Brasil, mas isso ainda não acontece em velocidade suficiente.”

                          Mesmo assim, diz a indústria farmacêutica tem conseguido avançar mais recentemente na exportação, que ainda é pequena em relação ao total exportado pela indústria, mas já representa 27% do valor das vendas externas do grupo de alta intensidade tecnológica de janeiro a setembro deste ano. Em 2018, para esse mesmo período, essa fatia era de 12%. É verdade que parte desse avanço de participação também se dá pela queda de exportação do setor de aviação, que também integra o mesmo grupo. Mesmo assim, trata-se de um setor que vem se destacando, avalia.

                          “Há grandes empresas internacionais saindo de nichos de mercados tradicionais e indo para a área biotecnológica, o que tem mudado a configuração do setor. Essa participação pode ser crescente e resultar numa mudança de dinamismo da indústria de alta tecnologia.”

                          Outro destaque, diz Cagnin, é a retomada das exportações de automóveis (incluindo reboques e carrocerias), importante ramo da média-alta tecnologia. Esses embarques cujos destinos se diversificaram para além da Argentina, alcançando outros países da América Latina, somaram US$ 10,34 bilhões de janeiro a setembro deste ano, num nível mais comparável, embora ainda abaixo dos US$ 11,35 bilhões de 2018, no período pré-pandemia. Os embarques de veículos em 2019 alcançaram US$ 8,36 bilhões, mas representam uma base relativamente de baixa de comparação porque a exportação brasileira de então já estava sob efeito da crise da economia argentina, que se mantém como importante mercado do setor para o Brasil.

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