Carta IEDI
Indústria em 2022: expansão só na média-baixa tecnologia
Em 2022, a produção física da indústria geral do Brasil voltou ao terreno negativo, embora tenha ficado mais próxima da estabilidade, registrando -0,7%, em boa medida devido ao desempenho na segunda metade do ano, que na comparação com o mesmo período do ano anterior contou com a ajuda de bases baixas de comparação. No 4º trim/22 obteve expansão de +0,5%.
A indústria de transformação, isto é, excluídos os ramos extrativos, seguiu este mesmo movimento, mas com resultados um pouco melhores. No acumulado do ano apontou declínio de -0,4% e no 4º trim/22 seu crescimento foi de +0,7%. Esta Carta IEDI emprega a metodologia divulgada pela OCDE para analisar a evolução desta parcela da indústria brasileira segundo a intensidade tecnológica de seus ramos.
São quatro os grupos de intensidade tecnológica em que se distribuem estes ramos industriais: alta, média-alta, média e média-baixa. A indústria de transformação não possui atividades classificadas como sendo de baixa tecnologia, grupo que é composto agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção e amplo conjunto de serviços.
No agregado de 2022, pode se considerar que três das quatro faixas de intensidade tecnológica não conseguiram crescer. Apenas a indústria de média-baixa tecnologia ampliou sua produção, em +0,9% ante a 2021, depois de dois anos seguidos de recuo.
O avanço da média-baixa se deu graças a dois de seus ramos: alimentos e bebidas e derivados de petróleo, favorecidos pela alta dos preços das commodities e pela expansão de suas exportações, como discutido na Carta IEDI n. 1186. Todos os seus demais ramos ficaram no vermelho, sendo que produtos de metais (-9,5%) e têxteis, vestuário e calçados (-7,0%) tiveram quedas intensas.
No 4º trim/22, a média-baixa também registrou +0,9% ante o 4º trim/21, implicando uma importante desaceleração em relação aos resultados anteriores. Isso devido à perda de dinamismo no ramo de derivados de petróleo e manutenção de quedas importantes em metais, têxteis, vestuário e calçados e também em papel e celulose.
No extremo oposto, o grupo de pior resultado em 2022 como um todo foi o de média intensidade tecnológica, com perda de -5,4%, provocada por todos os seus cinco ramos. Em três deles, o resultado de 2022 conseguiu ser pior do que o de 2020, quando a crise da Covid-19 atingiu o Brasil. Foi o caso de borracha e plástico, minerais não metálicos e fabricação de bens diversos.
Assim como a média-baixa, a indústria de média tecnologia também não teve nenhuma melhora significativa de quadro no 4º trim/22. Foi o único grupo a permanecer no negativo, registrando -4,1% ante o 4º trim/21, e todos os seus ramos perderam produção.
Já a indústria de alta tecnologia evitou o terreno negativo, mas também não foi capaz de se expandir. Ficou estagnada em 2022, com uma variação de 0%. Com isso, esta parcela da indústria não cresce há quatro anos seguidos, o que coloca o Brasil na contramão do mundo, cuja indústria de maior intensidade tecnológica vem crescendo acima do agregado da indústria de transformação global, tal como discutido nas Cartas IEDI n. 1167 e 1180.
Entre os ramos de alta tecnologia, o único a ampliar sua produção em 2022 foi o de informática e material de escritório (+3,3%), mas não o suficiente para fazer com que o complexo eletrônico como um todo ficasse no azul (-0,3%). A indústria farmacêutica, por sua vez, caiu -1,1%.
No segundo semestre de 2022, contudo, bases baixas de comparação ajudaram a indústria de alta tecnologia a registrar variações positivas, chegando a +6,8% frente ao 4º trim/21. Mas isso apenas em função de importante crescimento do ramo farmacêutico (+13,0%), já que o complexo eletrônico voltou a cair (-1,3%).
Por fim, a indústria de média-alta intensidade tecnológica variou +0,3% em 2022, ou seja, quase nada, especialmente se comparado com o resultado de 2021 (+13,4%). Por isso, ficou em uma situação de virtual estagnação, tal como a alta tecnologia. Dos seus cinco ramos, três cresceram e dois caíram em 2022.
As perdas da média-alta se concentraram nos ramos associados a bens de capital e, consequentemente, ao investimento: máquinas e aparelhos elétricos tiveram queda de -10,7% e máquinas e equipamentos de -2,3%. Em ambos os casos o final do ano não ajudou: -7,1% e -4,6% no 4º trim/22, respectivamente.
Isso contribuiu para o ainda baixo crescimento da média-alta tecnologia no último trimestre do ano (+1,9%), assim como os recuos da indústria química (-0,3%) e da fabricação de instrumentos e materiais médicos, de ótica e precisão (-10%). No 4º trim/22 o único ramo deste grupo a crescer foi a indústria automobilística (+10,2%)
Um panorama da indústria geral e da indústria de transformação
Tanto a indústria geral quanto sua componente principal, a indústria de transformação, sofreram retração em 2022 frente a 2021. Ademais, o nível de produção física da indústria geral ficou acima apenas de 2020, de 2016 e do biênio inicial da série, enquanto o da indústria de transformação superou só seus equivalentes de 2020, 2017, 2016 e dos longínquos 2003 e 2002.
Atendo-se à produção física da indústria geral (indústria de transformação e a indústria extrativa), ficou estável no contraste entre dezembro e novembro (dados livre de sazonalidade), mas declinou 1,3% na comparação entre meses de dezembro. No confronto entre quartos trimestres, a indústria geral logrou incremento de 0,5%, porém sem impedir o citado retrocesso no ano.
A indústria de transformação apresentou comportamento similar, ficando praticamente estável na passagem de novembro para dezembro, taxa de 0,3% (série dessazonalizada), com recuo de 0,8% frente ao mesmo mês de 2021. No quarto trimestre, avançou 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, contudo sem impedir a mencionada retração em 2022.
Quanto à extração mineral, esta diminuiu 1,1% em dezembro vis-à-vis novembro pela série dessazonalizada. Contrapondo meses de dezembro, a queda foi ainda maior, de 4,0%, o que puxou o declínio de 0,8% na comparação entre quartos trimestres. Tais variações concorreram para o retrocesso de 3,2% em 2022.
A indústria geral por intensidade tecnológica
A OCDE tem utilizado há algum tempo uma taxonomia para os ramos da indústria de transformação, distinguindo-os por intensidade tecnológica, baseada em gastos em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Esse esforço foi aprimorado por Hatzichronoglou, em estudo publicado pela própria OCDE, servindo de base para que o IEDI estruturasse os dados da indústria de transformação da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), obtendo a produção por faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média-baixa e baixa.
Em 2016, Galindo-Rueda e Verger ampliaram o alcance dessa classificação, abarcando todas as atividades constantes da revisão 4 da Classificação Industrial Internacional Uniforme (CIIU). A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), adotada no Brasil segue a CIIU. Assim, com a atualização de indicadores de P&D, foram definidas cinco faixas de intensidade tecnológica: alta, média-alta, média, média-baixa e baixa.
A PIM-PF abrange duas das quatro seções da CNAE formadoras do setor industrial: a indústria extrativa e a indústria de transformação. Ambas compõem a chamada indústria geral. Pelo estudo de 2016, nenhum dos ramos cobertos pela PIM-PF faz parte da faixa de baixa intensidade tecnológica, composta pela agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; pelas outras duas atividades industriais (produção e distribuição de eletricidade, gás, água e limpeza urbana; e construção); e amplo conjunto de serviços (alguns serviços compõem as faixas de alta, de média-alta e de média-baixa intensidade). Logo todos os ramos da indústria de transformação se encontram nas faixas de alta, média-alta, média e média-baixa intensidade tecnológica, enquanto toda a extração mineral está na de média-baixa.
A tabela na sequência expõe as variações da produção física da indústria geral por intensidade tecnológica calculadas para dezembro, focando nas comparações entre mês, quarto trimestre e e 2022 como um todo frente a seus equivalentes de 2021.
Dos quatro segmentos da indústria geral por intensidade tecnológica, o de média intensidade foi o que puxou para baixo o resultado da indústria geral e da indústria de transformação em 2022. Ademais registrou as maiores quedas em dezembro e no quarto trimestre. Os demais ficaram praticamente estáveis.
A indústria de transformação de alta intensidade tecnológica ficou estável, 0,0% no ano, significando patamares de 2004 e bem aquém do de 2014, o maior da série. A produção da indústria de transformação de média-alta registrou taxa positiva de 0,3%. Embora tenha ficado acima dos resultados dos dois anos anteriores, de forte impacto da pandemia, não alcançou ainda o nível de produção de 2019, muito menos o recorde de 2013.
A indústria de média intensidade teve seu ápice em termos de produção física em 2011, contrastando bastante com seu desempenho de 2022, quando recuou 5,4% frente ao ano anterior. Já a indústria geral de média-baixa e o conjunto de ramos da indústria de transformação dessa faixa de intensidade tecnológica atingiram seus máximos em 2010, com 2022 registrando taxas de 0,1% e 0,9% em relação a 2021, respectivamente. A extração mineral, que também compõe a faixa de média-baixa intensidade, com retração de 3,2% em 2022, teve seu ápice em 2015.
O segmento de alta intensidade avançou 9,0% na comparação entre meses de dezembro, expansão decorrente das performances, conforme o IBGE, da indústria aeronáutica e da farmacêutica, com o complexo eletrônico atuando em sentido contrário. Destaque para o avanço de dois dígitos do ramo farmacêutico. Aliás, a taxa de 6,8% no contraponto entre quartos trimestres da faixa de alta intensidade decorreu também de aumento de dois dígitos da atividade industrial farmacêutica, tendo novamente o complexo eletrônico observado retração. Quanto à estabilidade em 2022 do segmento, esta se deveu a uma queda tanto da indústria farmacêutica quanto do complexo eletrônico, com a produção de aviões contrabalançando.
A indústria de média-alta intensidade sofreu redução de 2,0% em sua produção no contraponto entre meses de dezembro, arrefecendo a performance do quarto trimestre, aumento de 1,9% e até do ano, variação de 0,3%. A indústria automotiva cresceu nessas três bases comparativas, puxando os resultados da faixa como um todo no quarto trimestre e em 2022, mas sem impedir o declínio em dezembro. A fabricação de máquinas e equipamentos não especificados noutras atividades (M&E) e a de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, por sua vez, experimentaram retrações nessas bases de comparação, concorrendo para a retração no contraste entre meses de dezembro da faixa de média-alta. Já a indústria química se retraiu em dezembro e no quarto trimestre, mas logrou incremento em 2022.
A faixa de média intensidade retrocedeu 6,3% em dezembro, concorrendo para as quedas de 4,1% no quarto trimestre e de 5,4% em 2022. Tais retrações foram disseminadas nos ramos desse segmento. A fabricação de bens diversos (exceto instrumentos e materiais médicos, de ótica e precisão) foi o ramo que mais recuou em 2022. Nas comparações entre meses dezembro e de quartos trimestres, as maiores quedas foram de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos. No caso da produção metalúrgica, suas retrações não foram de dois dígitos, mas, além de terem sido expressivas, trata-se do ramo de maior peso do segmento de média intensidade, concorrendo assim, para o declínio da faixa como um todo.
A faixa de média-baixa intensidade declinou 0,5% em dezembro, mas com expansão de igual magnitude no quarto trimestre. Com tais variações, encerrou 2022 com taxa positiva, de 0,1%. A extração mineral sofreu retração nessas três bases de comparação. Quanto ao conjunto dos ramos da indústria de transformação, logrou incremento de 0,5% em dezembro, com aumento de 0,9% na produção seja no contraponto entres quartos trimestres, seja no resultado do ano. O desempenho positivo da indústria de transformação de média-baixa intensidade coube principalmente aos ramos de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, com as maiores taxas para dezembro e 2022, e de fabricação de alimentos, bebidas e fumo, que logrou a maior expansão no quarto trimestre da faixa, afora ser o ramo de maior peso dessa faixa. Os demais ramos – a indústria madeireira, de móveis, papel, celulose e de impressões; a fabricação de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados; e fabricação e produtos de metal – sofreram retração em todas as bases comparativas expostas.
Indústria de transformação de alta intensidade tecnológica
No derradeiro mês de 2022, o segmento de alta intensidade tecnológica avançou 9,0% frente a dezembro de 2021. Esse avanço puxou o aumento de 6,8% no quarto trimestre. Mesmo com tais taxas positivas, esta faixa se manteve no mesmo patamar de 2021, ainda que, como exposto pelo IBGE, a fabricação de aviões tenha crescido no ano, com dezembro contribuindo para tanto.
A fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos respondeu em larga medida pelas expansões em dezembro e no quarto trimestre em relação aos mesmos períodos de 2021: 32,1% e 13,0%, respectivamente. Por outro lado, tais taxas não impediram que esse ramo recuasse 1,1% no ano.
Quanto ao complexo eletrônico, pelos dados dessazonalizados, sua produção cresceu 4,7% na passagem de novembro para dezembro, conforme o IBGE. Na comparação entre meses de dezembro, contudo, houve retração 13,4%. Tal declínio de dois dígitos concorreu para a queda de 1,3% em outubro-dezembro, bem como para o declínio de 0,3% em 2022.
Dentro do complexo, a produção de equipamentos de áudio, vídeo e comunicação, que inclui a fabricação de componentes eletrônicos, muitos dos quais usados noutras atividades, retrocedeu 16,7% no contraponto entre meses de dezembro, puxando os retrocessos de 3,4% no quarto trimestre e de 1,9% em 2022. Devido a seu peso no complexo, ditou o sentido das variações do mesmo.
No tocante à fabricação de material de escritório e informática, sofreu retração de 16,6% em dezembro vis-à-vis seu equivalente de 2021, concorrendo para a queda de 5,2% no quarto trimestre. Apesar desses retrocessos, esse ramo do complexo eletrônico produziu 3,3% mais em 2022 em relação ao ano anterior.
Já a fabricação de equipamentos médico-hospitalares, instrumentos de precisão e material ótico foi o único dentro do complexo eletrônico a apresentar taxas positivas nas três bases comparativas em foco. Cresceu 18,9% em dezembro e 23,5% no quarto trimestre. Por sinal, sua performance no último quarto de 2022 foi de sumo relevo para a taxa de 0,2% no ano.
Indústria de transformação de média-alta intensidade tecnológica
O segmento de média-alta intensidade tecnológica retrocedeu 2,0% em dezembro, arrefecendo o desempenho quer no quarto trimestre, alta de 1,9%, quer no ano, taxa de 0,3%.
A fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu em dezembro, quer no contraponto com novembro, 1,3% pela série dessazonalizada, quer frente ao mesmo mês de 2021, 4,4%. Em outubro-dezembro, a expansão foi ainda maior, de 10,2% contribuindo sobremaneira para a produção 3,0% maior do que no ano anterior.
Os dois ramos mais associados à indústria de bens de capital, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; e fabricação de máquinas e máquinas e equipamentos (M&E), tiveram em comum as taxas negativas nos confrontos entre meses de dezembro, entre terceiros trimestres e entre acumulados no ano.
Em dezembro, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e a fabricação de M&E retrocederam 8,0% e 8,6%, respectivamente. Tais quedas concorreram para as retrações no quarto trimestre de 7,1% e de 4,6%, seguindo a mesma ordem. No, a produção de M&E recuou 2,3%, enquanto a fabricação de produtos elétricos retrocedeu 10,7%, arrefecendo a performance da faixa de média intensidade tecnológica como um todo.
A indústria química e a fabricação de instrumentos e materiais (I&M) de uso médico e odontológico e artigos óticos apresentaram o mesmo padrão: declínios em dezembro e no quarto trimestre, mas sem impedir o incremento em 2022.
A indústria química retrocedeu 2,8% em dezembro, levando o último trimestre do ano a uma taxa de -0,3%. Em que pese tanto, cresceu 1,1% em 2022. Já a fabricação de I&M de uso médico e odontológico e artigos óticos sofreu retração de 27,7% em dezembro, concorrendo para a queda de 10,0% no quarto trimestre. Mesmo com essas retrações de dois dígitos no final do ano, esse ramo foi o que mais cresceu dentro dessa faixa em 2022: 15,6%.
Indústria de transformação de média intensidade tecnológica
A produção física da faixa de média intensidade tecnológica declinou 6,3% em dezembro, puxando a queda de 4,1% no quarto trimestre. Em 2022, sua produção diminuiu 5,9%. Tais retrações concorreram bastante para os declínios experimentados pela indústria geral e a de transformação na comparação entre meses de dezembro e resultado do ano ou para um crescimento baixo no quarto trimestre. As retrações foram disseminadas.
Em suma, todos os ramos expostos nas tabulações sofreram queda nas bases de comparação explicitadas. O ramo metalúrgico, o mais expressivo da faixa de média intensidade, retrocedeu 6,2% na comparação entre meses de dezembro, concorrendo para as quedas de 2,1% no quarto trimestre, bem como para o declínio de 5,0% em doze meses.
A fabricação de produtos de minerais não metálicos registrou declínios ainda maiores, de 9,9% em dezembro, puxando a retração de 6,9% no último quarto do ano. Com isso, 2022 terminou com queda de 5,1%.
A produção de bens diversos registrou queda de 3,3% na comparação entre meses de dezembro. As retrações no quarto trimestre e no ano foram de dois dígitos: variações de -10,3% e de -18,2%, respectivamente. Aliás, foi a maior retração dentre os ramos expostos da indústria geral para o ano.
A fabricação de produtos de borracha e plásticos, por sua vez, observou retrocesso de 1,4% no comparativo entre meses de dezembro, puxando o resultado para outubro-dezembro, queda de 2,6%. No ano, a retração foi de 5,7%.
A manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos sofreu retração quer na comparação entre meses de dezembro (-13,2%), quer entre quartos trimestres (-11,7%). Foram as maiores quedas nessas bases de comparação da faixa de média intensidade. Tais retrocessos concorreram para o recuo de 1,5% em 2022.
Indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica
O conjunto de atividades da indústria de transformação de média-baixa intensidade tecnológica cresceu 0,5% na comparação entre meses de dezembro, com expansão de 0,9% no quarto trimestre. Em 2022, esse segmento cresceu também 0,9%.
O agrupamento mais expressivo dentre os ramos dessa faixa, o das indústrias de alimentos, bebidas e de fumo, ampliou sua produção em 1,1% no contraponto entre meses de dezembro e em 6,0% na comparação entre quartos trimestres. Em 2022, o ramo logrou expansão de 2,7%. Assim, nas três bases de comparação, tal indústria puxou a expansão do segmento de média-baixa intensidade.
A fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis também cresceu nas bases comparativas em comento. No contraponto entre meses de dezembro, cresceu 6,0%, puxando a performance em outubro-dezembro, 1,7%. No ano, sua produção aumentou 6,6%, a maior expansão dentre os ramos dessa faixa de intensidade tecnológica.
A produção dos ramos madeireiro, de papel e celulose, gráficas e afins, por sua vez, concorreu para arrefecer o desempenho da faixa como um todo. Sofreu retração nessas três bases de comparação. Em dezembro, o declínio foi de 5,8%, puxando a queda de 5,1% no quarto trimestre, bem como a retração de 3,7% no ano.
O agrupamento das indústrias de têxteis, artigos de vestuário, couro e calçados e a fabricação de produtos de metal (exceto M&E e equipamentos bélicos, armas e munições) também se retraíram nas bases de comparação em questão. Contrapondo meses de dezembro, o conjunto das atividades têxtil, de artigos de vestuário, couro e calçados retrocedeu 7,4%. No quarto trimestre o recuo foi ainda mais contundente, retração de 9,1%, puxando a queda de 7,0% no ano. A fabricação de produtos de metal de média-baixa intensidade experimentou recuo de 1,5% em dezembro e de 5,1% no quarto trimestre. No ano, esse ramo sofreu retração de 9,5%, a maior queda dentre os ramos dessa faixa.