Análise IEDI
Poucos casos de expansão
Assim como o setor de serviços, os dados do IBGE divulgados hoje mostram que o comércio varejista perdeu faturamento na passagem de set/23 para out/23, já descontados os efeitos sazonais: -0,3% em seu conceito restrito e -0,4% em seu conceito ampliado, que inclui as vendas de veículos, material de construção e do atacarejo.
Desde jun/23, a trajetória com ajuste sazonal do varejo oscila em torno da estabilidade (0%), tanto é que o nível de faturamento em out/23 encontra-se no mesmo patamar de mai/23. E isso mesmo com a ajuda de ramos importantes como veículos e autopeças (+5% ante mai/23), que foi estimulado pelo programa anticíclico de redução de impostos.
A performance dos diferentes segmentos de varejo aponta para poucos casos de expansão das vendas em out/23. Como mostram as variações com ajuste a seguir, somente três dos dez ramos acompanhados pelo IBGE cresceram de fato.
• Varejo ampliado: +0,6% em ago/23; 0% em set/23 e -0,4% em out/23;
• Varejo restrito: -0,1%; +0,5% e -0,3%, respectivamente;
• Supermercados, alimentos, bebidas e fumo: +1,1%; +1,4% e -0,8%;
• Combustíveis e lubrificantes: +1,5%; -1,9% e -0,7%;
• Móveis e eletrodomésticos: -2,0%; +2,2% e -0,1%;
• Equipamentos de escritório, informática e comunicação: +0,1%; -0,3% e -5,7%;
• Veículos e autopeças: +3,5%; -0,7% e +0,3%;
• Material de construção: +0,2%; -2,8% e +2,8%, respectivamente.
Os três melhores resultados couberam a artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de +1,4%, e material de construção e livros, jornais e papelaria, ambos com +2,8%, sempre em relação a set/23, com ajuste sazonal. Estes dois últimos ramos cresceram após resultados desfavoráveis em meses anteriores.
Já entre os que não se saíram bem, encontramos três ramos em virtual estabilidade, isto é, com resultados muito próximos de zero: -0,1% em móveis e eletrodomésticos, +0,2% em outros artigos de uso pessoal e doméstico e +0,3% em veículos e autopeças.
E outros quatro ramos perderam faturamento entre set/23 e out/23. O pior caso foi o de equipamentos de escritório, informática e comunicação, com queda de -5,7%, seguido por tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), supermercados, alimentos, bebidas e fumo (-0,8%) e combustíveis e lubrificantes (-0,7%).
Segundo os dados de outubro de 2023 da Pesquisa Mensal do Comércio divulgados hoje pelo IBGE, o índice de volume de vendas do comércio varejista nacional registrou queda de 0,3% frente ao mês imediatamente anterior (setembro/2023), na série com ajuste sazonal. Frente ao mês de outubro de 2022, houve acréscimo de 0,2%. No acumulado nos últimos doze meses aferiu-se crescimento de 1,5%.
O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui vendas de veículos, motos, partes e peças, de materiais de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, registrou variação negativa de 0,3% em relação a setembro de 2023, a partir de dados livres de influências sazonais. Frente ao mês de outubro de 2022 houve variação negativa de 0,3%. No acumulado nos últimos 12 meses verificou-se aumento de 1,8%.
A partir de dados dessazonalizados, na comparação com o mês imediatamente anterior (setembro/2023), três das oito atividades pesquisadas apresentaram expansão: livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%). Em sentido oposto, as cinco atividades restantes registraram queda: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%), tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), Combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,1%).
Em relação ao mesmo mês do ano passado (outubro de 2022), dois dos oito segmentos analisados cresceram: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,9%). Por outro lado, os seis segmentos restantes apresentaram queda: Combustíveis e lubrificantes (-9,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-4,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-3,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,4%).
Na análise do acumulado no ano (janeiro-outubro), cinco dos oito setores cresceram: combustíveis e lubrificantes (4,9%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%), móveis e eletrodomésticos (1,0%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,3%). Por outro lado, os três setores em queda foram: outros artigos de uso pessoal e doméstico (-11,3%), tecidos, vestuário e calçados (-6,7%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-4,1%). No comércio varejista ampliado, o setor de veículos, motos, partes e peças subiu 7,3%, enquanto a categoria de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo se manteve estável e de material de construção caiu 2,1%.
Por fim, comparando outubro de 2023 com o mesmo mês do ano passado (outubro/2022), 10 de 27 unidades federativas apresentaram crescimento no volume de vendas do comércio varejista, sendo os maiores: Maranhão (3,1%), Tocantins (1,9%), Bahia (1,9%), Rondônia (1,8%) e Pernambuco (1,0%).
Já as maiores quedas foram registradas no Rio de Janeiro (-2,0), Santa Catarina (-1,4), Mato Grosso (-1,3), Rio Grande do Norte (-1,3) e Paraná (-1,2).