IEDI na Imprensa - Supermercados sustentam expansão do varejo em 2023
Valor Econômico
Setor fecha ano com crescimento de 1,7% na comparação com 2022, mas dezembro tem resultado fraco, com queda de 1,3%
Marsílea Gombata, Lucianne Carneiro, Ívina Garcia e Luiz Fernando Figliagi
As vendas no varejo decepcionaram em dezembro e no ano de 2023. A expansão em 2023 foi puxada pelo segmento de supermercados, sustentado pela renda, enquanto outros que dependem mais do crédito encontraram obstáculos para avançar.
Em 2024, dizem economistas, a perspectiva é de um cenário mais positivo, ainda que com crescimento comedido.
De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas no varejo restrito caiu 1,3% em dezembro, em relação a novembro e fechou o ano passado com alta de 1,7% na comparação com 2022.
Os resultados vieram abaixo do esperado, segundo as medianas do Valor Data. Ainda assim, a expansão de 1,7% em 2023 marcou o sétimo ano seguido de crescimento do varejo restrito e a maior taxa desde 2019.
No varejo ampliado - segmento que inclui as vendas de veículos e motos, partes e peças, material de construção e atacarejo -, o volume de vendas caiu 1,1% em relação a novembro, com ajuste sazonal. Na comparação com dezembro de 2022, o volume de vendas ampliado ficou estável. As leituras vieram dentro do esperado.
No fechamento do ano, o varejo ampliado subiu 2,4%, abaixo da alta de 2,7% esperada por bancos e consultorias.
O resultado de dezembro mostrou que o varejo encerrou 2023 sem sinais fortes de aceleração, afirma Georgia Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
“No acumulado do ano houve variação de 1,7%, acima da alta de 1% em 2022”, diz a especialista. “Não foi muito positivo, mas foi melhor do que o ano anterior. Isso indica que, se a economia se mantiver sem grandes choques, é possível que 2024 seja melhor que 2023.”
A receita nominal do varejo restrito avançou 0,1% em dezembro, ante novembro, e fechou 2023 com alta de 4,1% na comparação com 2022.