29 de Janeiro de 2016 - nº 716

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Complexidade das Exportações Brasileiras: De Mal A Pior
 

Sumário

A presente edição da Carta IEDI resume e comenta, com ênfase no Brasil, o Atlas da Complexidade de 2014, que trata da complexidade das exportações mundiais. O IEDI também procurou aprofundar a análise da situação brasileira por meio do desempenho de suas microrregiões, a partir da base de dados DataViva, construída por iniciativa do Governo de Minas Gerais.

O Atlas da Complexidade 2014 foi elaborado pelos economistas Ricardo Hausmman e César Hidalgo, respectivamente da Universidade de Harvard e do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) dos Estados Unidos, que argumentam que a complexidade das exportações é determinante para o crescimento econômico de longo prazo dos países.

Isso se explica porque existem conjuntos de produtos no núcleo do tecido produtivo que são mais essenciais para dinamizar outras atividades produtivas, por conta de seus efeitos de encadeamento e transbordamento, sejam de oferta (porque reduzem custos produtivos e geram progresso técnico) sejam de demanda (porque criam e expandem mercados).

Colocando de modo simples, alguns setores produtivos estabelecem mais conexões com o restante das atividades econômicas. Neste grupo estão, principalmente, máquinas, materiais para construção, químicos e produtos relacionados à saúde e vestuário.

Já petróleo cru, algodão, arroz e soja tendem a ter menor conectividade e complexidade. Petróleo refinado, em contrapartida, é um dos produtos mais complexos, o que sinaliza que exportar recursos naturais não significa necessariamente uma baixa capacidade tecnológica. Sua transformação produtiva pode, na verdade, gerar bens de alto valor agregado.

O indicador de complexidade criado pelos autores considera as dimensões da diversificação e da ubiquidade. A diversificação é tomada em termos da quantidade de produtos exportados por um país, enquanto a ubiquidade é avaliada pela quantidade de países que exporta cada produto. Quanto maior a variedade de bens que um país consegue exportar e quanto mais exclusivos forem seus produtos exportados, maior a complexidade econômica. Em outras palavras, a complexidade econômica é maior quanto menos ubíquos e mais diversificados os produtos exportados.

No quesito complexidade, o Brasil vai de mal a pior. Em 2004, as exportações brasileiras ocupavam o 41º lugar no ranking mundial da complexidade; já em 2014 caíram para a 51ª posição, atrás de diversos países em desenvolvimento, como México, Uruguai, El Salvador e Costa Rica. Neste ranking, que em 2014 incluía 123 países, o líder é o Japão, seguido por Alemanha, Suíça, Coreia do Sul, Suécia, Áustria, República Tcheca, Finlândia, Hungria e Eslovênia. Esses últimos países em desenvolvimento, fazem parte dos esquemas regionais de integração intra-industrial, recebendo investimentos preferenciais de Alemanha, EUA e Japão.

Como cabe notar, os vinte países mais complexos incluem economias de alta renda e alguns poucos de renda média, como Eslováquia ou México, para onde houve realocação da produção relacionada às cadeias produtivas, respectivamente, da União Europeia e do NAFTA. Contudo, há exceções de países ricos que não estão entre os mais complexos – devido à baixa diversidade de suas pautas de exportação – como Noruega (31ª), Emirados Árabes (63ª) e Austrália (79ª). Mas sem dúvida, da 80ª posição em diante, ou seja, os países menos complexos do ranking, são de baixa renda. Portanto, pode-se traçar uma nova divisão centro/periferia baseada na complexidade das exportações, ainda que não haja uma perfeita correlação positiva com a qualidade de vida e padrão de renda dos países.

A queda do Brasil no ranking da complexidade das exportações entre 2004 e 2014 se deve à deterioração da pauta, cada vez mais concentrada em produtos minerais (27% em 2014), produtos vegetais (17%) e alimentos (12%). Dentre os gêneros industriais destacam-se equipamentos de transporte (7%), máquinas/elétricos (6%), produtos de metal (6%) e químicos e relacionados (5%).

Por outro lado, as importações brasileiras são compostas de itens industriais mais complexos como máquinas/elétricos (25%), produtos minerais (21%), químicos e relacionados (16%) e equipamentos de transporte (11%).  No caso de máquinas, o principal município exportador em 2014 foi Petrópolis, seguido de Piracicaba; com os Estados Unidos como destino central. Já em transportes, teve-se São José dos Campos e São Bernardo do Campo, com a Argentina como maior mercado.

Para avaliar de que locais no Brasil partem suas exportações mais ou menos complexas, o IEDI recorreu à base de dados DataViva, que disponibiliza informações no nível tanto municipal como estadual, além de agrupamentos em micro, meso e macrorregiões.

Dessa forma, quando se avalia a complexidade das exportações brasileiras por microrregiões, destacam-se São Paulo+ABC, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Guarulhos, todas elas áreas bastante industrializadas. Dentre as vinte microrregiões com exportações mais complexas, a maioria pertence ao Estado de São Paulo, mas também incluem Rio de Janeiro, Manaus, Caxias do Sul, Curitiba, Porto Alegre, Ipatinga e Vale do Paraíba Fluminense.

Na lista dos vinte produtos mais complexos, que somados responderam a míseros 0,2% das exportações brasileiras em 2014, há alguns itens das seções de química, instrumentos, máquinas, metais. Os produtos que encabeçaram o ranking foram material fotográfico/ exposto/ revelado (sendo Rio de Janeiro o principal município exportador e a Argentina o principal destino), equipamento de laboratório fotográfico, vidro soprado, maquinário para têxteis artificiais e dispositivos de cristal líquido. Somente na 148ª posição do ranking é que se encontra um bem cujas exportações excederam US$ 1 bilhão.

A diversidade de produção e exportação de bens no Brasil é alta, porém bastante concentrada na região Sudeste, berço também de produtos de maior complexidade tecnológica. Todavia, os bens mais complexos estão longe de ser os mais importantes da pauta comercial brasileira, inclusive a do Sudeste. Ao contrário, até 2014 existia a tendência de maior parcela de itens de baixíssima complexidade.

O enfraquecimento da posição comercial do Brasil é uma ameaça ao futuro da sua trajetória de desenvolvimento. Cada vez mais suas cadeias produtivas estão sendo corroídas, perdendo elos sofisticados, de modo que as exportações estão se especializando em atividades menos conectadas e menos complexas.

A conclusão geral desta análise é que exceto se o Brasil voltar a praticar políticas industriais e macroeconômicas corretas em prol do reerguimento industrial e do fomento às exportações mais complexas ficará comprometida a capacidade de crescimento de sua economia.

 
 

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A Contribuição da Complexidade das Exportações para o Desenvolvimento. Em um cenário internacional da produção e comércio organizados em cadeias globais de valor, torna-se cada vez mais importante entender a qualidade da participação das empresas dos diferentes países e como ela está relacionada ao seu próprio desenvolvimento e ao da economia. Em geral, atuar em atividades mais intensivas em conhecimento e tecnologia, inovadoras e que geram diferenciação – ou simplesmente que são mais exclusivas, isto é, porque poucos concorrentes conseguem faze-lo –  está associado à possibilidade de níveis mais elevados de valor dos bens e serviços e de maior poder de mercado.

Pensando nisso, recentemente os economistas Ricardo Hausmman e César Hidalgo, respectivamente da Universidade de Harvard e do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) dos Estados Unidos, criaram indicadores para analisar a complexidade dos bens exportados pelos diferentes países, reunidos no Atlas da Complexidade Econômica, uma base de dados que periodicamente lança uma publicação com as principais análises relativas ao último ano de atualização, disponíveis no site http://atlas.cid.harvard.edu/

O indicador de complexidade considera duas dimensões: a diversificação e a ubiquidade. A diversificação é tomada em termos da quantidade de produtos exportados por um país, enquanto a ubiquidade é avaliada pela quantidade de países que exporta cada produto. O simples e abrangente ponto de partida do indicador é, assim, de que quanto maior a variedade de bens que um país consegue exportar e quanto mais exclusivos forem seus produtos exportados, maior a complexidade econômica. Em outras palavras, a complexidade econômica é maior quanto menos ubíquos e mais diversificados os produtos exportados.

Em seus estudos, os autores e outros pesquisadores do Atlas têm demonstrado que existe uma significativa correlação entre a estrutura produtiva dos países e a desigualdade de renda: quanto mais complexa, menor a desigualdade. Conforme explicam na introdução do livro, as sociedades modernas podem produzir uma quantidade tremenda de conhecimento produtivo porque as diversas partes do processo estão distribuídas entre diversos trabalhadores, empresas, regiões e países.

A diversidade de especializações organiza-se a partir de instituições e mercados, de forma que a acumulação social desse conhecimento produtivo é desigual e está relacionada diretamente com o desenvolvimento econômico e a elevação do padrão de vida. “É por isso que o trabalhador comum de um país rico trabalha em uma firma maior e mais conectada do que as firmas dos países pobres”. Para que a sociedade opere com um nível alto de conhecimento produtivo, é preciso que o tecido produtivo se torne cada vez mais sofisticado, elevando a produtividade, salários, emprego e a dinâmica de renda. Mesmo em países ricos produtores de recursos naturais mais raros, ou seja, que poucos exportam, a melhor distribuição das rendas das exportações de produtos e a dinamização da economia também está relacionada com a sofisticação do tecido produtivo.

 

 
Mais além, o Atlas da Complexidade revela que a complexidade econômica é a principal explicação para a diferença entre os padrões de crescimento dos países comparada a outros determinantes relacionados à governança e à qualidade das instituições, como estabilidade política, cumprimento da lei, qualidade da regulação, efetividade do governo, controle da corrupção. A complexidade também se revela mais importante do que o próprio capital humano, seja avaliado por anos de escolaridade, habilidades cognitivas ou pelo conjunto de medidas educacionais.

 

 
Complexidade das Exportações no Mundo. De acordo com o Atlas da Complexidade Econômica da Universidade de Harvard, em um ranking de 123 países o Japão foi o responsável pelas exportações mais complexas em 2014, tendo mantido sua posição de 2004. Alemanha vem em segundo, também mantendo sua colocação, seguida pela Suíça, Coreia do Sul, Suécia, Áustria, República Tcheca, Finlândia, Hungria e Eslovênia. Esses últimos países, sobretudo aqueles em desenvolvimento, fazem parte dos esquemas regionais de integração intra-industrial, recebendo investimentos preferenciais de Alemanha, EUA e Japão.

Impressiona a ascensão de Coreia do Sul em dez anos, passando da 15ª posição para a 4ª, e também da Hungria – da 18ª para a 9ª. Vale destacar também a queda relativa dos EUA, da 8ª colocação em 2004 para 13ª em 2014 e a rápida ascensão chinesa da 33ª para 17ª. Em contraste, o Brasil, que em 2004 já estava numa situação de 41º no ranking da complexidade, caiu para a 51ª posição em 2014, atrás de diversos países em desenvolvimento, como México, Uruguai, El Salvador e Costa Rica.

Os vinte países mais complexos incluem economias de alta renda e alguns poucos de média renda, como Eslováquia ou México, para onde houve realocação da produção relacionada às cadeias produtivas, respectivamente, da União Europeia e do NAFTA. Contudo, há exceções de países ricos que não estão entre os mais complexos – devido à baixa diversidade de suas pautas de exportação – como Noruega (31ª), Emirados Árabes (63ª) e Austrália (79ª). Mas sem dúvida, da 80ª posição em diante, ou seja, os países menos complexos do ranking, são de baixa renda. Portanto, conforme mostra o mapa, pode-se traçar uma nova divisão centro/periferia baseada na complexidade das exportações, ainda que não haja uma perfeita correlação positiva com a qualidade de vida e padrão de renda dos países.

 

 

 
Em uma lista de mais de 800 produtos (seguindo classificação SITC - Standard International Trade Classification revisão 4), os cinco mais complexos pertencem aos ramos de máquinas ou de químicos e saúde. Já entre os cinco menos complexos, despontam produtos dos ramos de petróleo, mineração e gêneros agrícolas tropicais ou temperados. Interessantemente, petróleo refinado é um dos produtos mais complexos, ao passo que o petróleo cru está entre os menos complexos.

De acordo com os Atlas, alguns ramos de produtos estão no núcleo do tecido produtivo, sendo mais essenciais para a capacidade de diversificação, ou seja, de incremento da própria complexidade. Esses grupos são, essencialmente, máquinas, materiais para construção, químicos e saúde e vestuário. Ou seja, são atividades mais complexas e que, por consequência, apresentam mais conexões com o restante das atividades produtivas. Já petróleo cru, algodão, arroz e soja tendem a ter menores conectividade e complexidade.

Adicionalmente, maquinário, eletrônicos, químicos e saúde e outros químicos, além de serem os ramos de produtos mais complexos, são também os de maior participação no comércio internacional (cerca de 50% considerando a média 2006-2008), incluindo um grupo maior de produtos exportados. Os maiores exportadores nestes ramos de produtos incluem Alemanha, Estados Unidos, Japão, França, Bélgica, Hong Kong e China. O Brasil está entre os maiores produtores de cereais e óleos vegetais, carne e ovos e outros produtos agrícolas, que têm complexidade média-baixa.

 

 

 

 
Complexidade das Exportações e Importações do Brasil. Aquedado Brasil no ranking da complexidade das exportações entre 2004 e 2014 se deve à deterioração da pauta, cada vez mais concentrada em produtos minerais (27% – notavelmente, minérios de ferro e petróleo cru), produtos vegetais (17% – soja, milho e café) e alimentos (12% – açúcar bruto e farelo de soja). Dentre os gêneros industriais destacam-se máquinas e equipamentos elétricos (6% – rodo-escavadeiras, partes de ignição), produtos de metal (6% –derivados do ferro), químicos e relacionados (5% –corindo artificial, medicamentos) e equipamentos de transporte (7% – carros, aeronaves). Por outro lado, as importações brasileiras são compostas de itens mais complexos industriais como máquinas/ elétricos (25% – circuitos integrados eletrônicos, telefones, turbos a jato), produtos minerais (21% – petróleo refinado e cru), químicos e relacionados (16% – fertilizantes, pesticidas) e equipamentos de transporte (11% – carros, partes e acessórios).

 

 

 

 

 

 
Através do DATAVIVA (base elaborada por uma parceria entre o Escritório de Prioridades Estratégicas do Governo de Minas Gerais e uma consultoria internacional, com dados disponibilizados pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)) é possível também entender as diferenças de complexidade das regiões exportadoras nacionais. As informações estão no link http://www.dataviva.info/.

O maior estado exportador da Federação em 2014 foi São Paulo (US$ 51,5 bilhões), seguido por Minas Gerais (US$ 29,3 bilhões) e Rio de Janeiro (US$ 22,6 bilhões). Se consideradas as microrregiões produtoras, são líderes São Paulo (São Paulo mais as cidades do ABC paulista, US$ 12, 6 bilhões), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro mais 15 cidades da área metropolitana, US$ 12,6 bilhões) e Parauapebas (municípios paraenses de Parauapebas, Eldorado dos Carajás, Canaã dos Carajás, Água Azul do Norte, Curionópolis, US$ 8,3 bilhões) – sendo os principais grupos de produtos exportados, respectivamente, transportes (23%), petróleo cru (39%) e minério de ferro (90%). Em termos de municípios, os maiores exportadores são Parauapebas (US$ 7,6 bilhões), Rio de Janeiro (US$ 7,49 bilhões), São Paulo (US$ 7,32 bilhões).

Quanto aos produtos, como dito anteriormente, as seções com maior parcela nas exportações brasileiras em 2014 foram produtos minerais, produtos de origem vegetal, gêneros alimentícios, produtos de origem animal, transportes e máquinas. As duas últimas seções incluem produtos com índices de complexidade mais elevados relativamente aos outros. No caso de máquinas, o principal município exportador em 2014 foi Petrópolis, seguido por Piracicaba; enquanto o principal destino foram os Estados Unidos. Já em transportes, tem-se São José dos Campos e São Bernardo do Campo, com a Argentina como maior mercado.

Quando se avalia a complexidade das exportações das microrregiões brasileiras, são líderes São Paulo+ABC, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Guarulhos. Dentre as vinte microrregiões com exportações mais complexas, a maioria pertence ao Estado de São Paulo, mas também incluem Rio de Janeiro, Manaus, Caxias do Sul, Curitiba, Porto Alegre, Ipatinga e Vale do Paraíba Fluminense.

Na lista dos vinte produtos mais complexos, que somados responderam a míseros 0,2% das exportações brasileiras em 2014, há alguns itens das seções de química, instrumentos, máquinas, metais. Os produtos que encabeçaram o ranking foram material fotográfico/ exposto/ revelado (sendo Rio de Janeiro o principal município exportador e a Argentina o principal destino), equipamento de laboratório fotográfico, vidro soprado, maquinário para têxteis artificiais e dispositivos de cristal líquido. Somente na 148ª posição do ranking é que se encontra um bem cujas exportações excederam US$ 1 bilhão.

 

 

 

 

 
A diversidade de produção e exportação de bens no Brasil é alta, porém bastante concentrada na região Sudeste, berço também de produtos de maior complexidade tecnológica. Porém, os bens mais complexos estão longe de ser os mais importantes da pauta comercial brasileira, incluindo o Sudeste. Ao contrário, como visto, até 2014 existia uma tendência à maior participação de itens de baixíssima complexidade. O enfraquecimento da posição comercial do Brasil é uma ameaça ao futuro da trajetória de desenvolvimento. Cada vez mais suas cadeias produtivas estão sendo corroídas, perdendo elos sofisticados, de modo que as exportações estejam se especializando em atividades menos conectadas e menos complexas.

A conclusão geral desta análise é que exceto se o Brasil voltar a praticar políticas industriais e macroeconômicas corretas em prol do reerguimento industrial e do fomento às exportações mais complexas ficará comprometida a capacidade de crescimento de sua economia.