Cenário do Comércio
Internacional de Mercadorias. Em
2013 o crescimento das exportações
mundiais de bens manteve-se no mesmo ritmo
do ano anterior, crescendo a 2,2% em termos
de volume, ou 2,0% em termos de valor, conforme
o mais novo relatório da Organização
Mundial do Comércio (OMC). Segundo
o mesmo, esse resultado se deveu ao menor
ritmo de expansão das exportações
dos países em desenvolvimento no segundo
semestre de 2013. Dessa forma, o ritmo de
crescimento das exportações
de mercadorias desde 2011 mantém-se
abaixo da média dos últimos
20 anos.


Desde 2010, as exportações de
mercadorias da União Europeia para
fora da região mantém uma tendência
de alta importante, repondo as perdas anteriores,
embora tenha arrefecido o fôlego a partir
do segundo trimestre de 2013. As exportações
dos EUA também crescem em ritmo forte,
apesar de terem desacelerado no início
deste ano. Já as exportações
intra-EU e japonesas pararam de crescer desde
o segundo quadrimestre de 2012 – em
especial as do Japão, que retornaram
a níveis próximos de 2010. De
outro modo, apesar de não consecutivamente,
as exportações de bens da Ásia
em desenvolvimento, crescem em ritmo forte
desde 2010, e mantém viés altista
desde o terceiro trimestre de 2013 até
o primeiro de 2014.
Por sua vez, as variações das
importações em volume nos EUA
e na Ásia em desenvolvimento tiveram
um comportamento semelhante aos das exportações,
porém de menor magnitude. Por outro
lado, no caso do Japão, embora as exportações
não cresçam as importações
o fazem – o que ressalta seu papel de
locomotiva na região, enquanto o crescimento
das importações entre os países
da União Europeia e para fora da região
desacelerou desde o final de 2011 –
de forma que no caso das importações
de países de fora da região
o nível voltou a ser o mesmo de 2010.
No que se refere aos setores de mercadorias,
desde 2012 a tendência da maioria flutua
próxima aos níveis de 2010,
mas vale destacar que em do primeiro trimestre
de 2013 até o mesmo de 2014 os equipamentos
de escritório e telecomunicações
têm registrado variação
negativa, enquanto os restantes – automóveis,
químicos, aço e ferro, têxteis
e vestuário e maquinário industrial
- cresceram, ainda que a taxas reduzidas.

Houve poucas mudanças no ranking
dos maiores exportadores e importadores de
mercadorias (incluindo comércio intra-europeu).
Os maiores exportadores permaneceram sendo
China, EUA, Alemanha e Japão. E os
maiores importadores, EUA, China, Alemanha
e Japão, nessas ordens. O Brasil permaneceu
na posição de 22o maior exportador
e também 22º maior importador
de mercadorias. Entre as modificações
mais importantes de 2011 para 2012, a ascensão
da Arábia Saudita e México no
ranking das exportações
e do Reino Unido nas importações,
com queda deposição da Rússia
no primeiro ranking e da França
e Índia no segundo.

Vale a pena nota que a exceção
da África do Sul os outros países
dos BRICS ocupam colocações
acima do Brasil em ambos os rankings,
de exportação e importação.
Comparando com o México e com a Tailândia
– economias de renda média de
porte similar ao do Brasil -, respectivamente
15º e 24º no ranking mundial
das exportações, e 14º
e 21º no das importações,
os índices de corrente de comércio
brasileiros ainda são baixos. O índice
mexicano de comércio internacional
per capita médio entre 2010 e 2012
foi US$ 6048 foi mais do que o dobro brasileiro
(US$ 2788) e o de comércio internacional/
PIB também 61% (Brasil 24%). Os índices
tailandeses, por sua vez, foram respectivamente,
US$ 7482 e 145% (OMC). Esses valores evidenciam
a estratégia de industrialização
através de exportações
perseguida desde os anos oitenta.
A Inserção do Brasil
no Comércio Internacional.
Então, como em 2012 em 2013 o Brasil
ficou em 22º lugar no ranking
dos maiores exportadores e importadores de
bens internacionais. Quando desconsiderado
o comércio dentro da União Europeia,
o Brasil sobe para 16º em ambos os rankings
(pois a Alemanha, Itália, França,
Reino Unido, Bélgica, Espanha desocuparam
as primeiras colocações).
Em termos de exportações de
mercadorias, o Brasil vem ocupando a mesma
posição desde 2010, com uma
participação no total em valor
de 1,3%. Em termos de importações
a importância do Brasil é consistente
com a de exportações desde 2012,
e também significa 1,3% do total das
importações mundiais.


O ritmo de crescimento das importações
brasileiras em geral acompanhou a mesma tendência
das exportações de mercadorias,
porém em magnitude maior desde 2005.
As taxas de variação de ambas
melhoraram um pouco de 2012 para 2013, mas
ainda muito aquém dos índices
de 2 dígitos do passado recente. Apesar
da evolução das exportações
brasileiras de bens acompanharem as tendências
mundiais, mantiveram-se abaixo dos índices
médios do mundo em 2012 e 2013. O peso
das manufaturas nas exportações
mundiais mantêm-se muito elevado, em
torno de 67%, desde 2011. Já no Brasil,
o peso delas vem se contraindo significativamente
de 53% em 2005 para 36% em 2013.




Assim como o valor das exportações
brasileiras de mercadorias em 2013 manteve-se
praticamente estável em relação
a 2012, o coeficiente de exportações
(total da produção doméstica
que é exportado) da indústria
total também pouco oscilou, ficando
na casa dos 18% no quarto trimestre de 2013.
Contudo setorialmente houve mudanças
importantes, com destaque para a queda de
6 p.p. do coeficiente das indústrias
extrativas, voltando-se um pouco mais ao mercado
doméstico. Na indústria de transformação,
outros transporte assinalou a duplicação
do coeficiente, devido às vendas da
Embraer, provavelmente; tendo havido também
crescimento do índice para farmoquímicos/
farmacêuticos e celulose/ papel etc.
De outro modo, as indústrias de máquinas
e equipamentos e coque/ derivados do petróleo
foram as que assinalaram maior reduções
nos índices.

Analisando-se somente o comércio internacional
de manufaturas, constata-se que em 2013 o
Brasil caiu uma posição no ranking
dos maiores exportadores, caindo para da 31ª
posição. (se considerada a União
Europeia). Este resultado está a nove
posições de sua colocação
dentre as exportações totais.
Vale notar que já teve posições
melhores do que esta. E em termos de importações,
o Brasil ano a ano vem se tornando mais importante,
atingindo em 2013 a 19a posição.
A participação das exportações
brasileiras de manufaturas no total mundial
permaneceu estável em 0,71%, porém
a parcela do país nas importações
mundiais desses produtos se elevou de 1,36%
em 2012 para 1,40% em 2013.


Os maiores exportadores de manufaturas em
2013 são os mesmos desde 2011:
nessa ordem, União Europeia, China,
Alemanha, Estados Unidos e Japão. Em
comparação com 2012, os movimentos
mais importantes foram a ascensão no
ranking do Canadá em relação
à Espanha e da Áustria em relação
à Malásia. O Vietnã chegou
a 29ª colocação ultrapassando
a Hungria e o Brasil.
Já os maiores importadores são
União Europeia, EUA, China, Alemanha
e França, mantendo a ordem desde 2011
também. Além da subida do Brasil,
destacam-se a troca de posições
entre Bélgica e México nas 11ª
e 12ª posições, e entre
Taipei, Suíça e Tailândia
nas 21ª, 22ª e 23ª colocações.

A pauta brasileira de importações
em valor se manteve relativamente estável
desde 2005, com uma pequena diminuição
na parcela de manufaturas de 2012 para
2013, de 73,2% para 72,3% - a favor de combustíveis
e minérios. E o coeficiente de penetração
das importações continua se
elevando ano a ano, atingindo 23% no último
trimestre de 2013. O coeficiente de penetração
dos importados cresceu tanto nas indústrias
extrativas quanto na de transformação.
Entre os subsetores da indústria da
transformação, os que tiveram
maior aumento do coeficiente de penetração
de importação foram farmacêuticos/
farmoquíimicos (35,3% em 2013) e outros
de transporte (29,2%).


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