Introdução.
A lenta resposta da indústria brasileira
aos incentivos à sua recuperação
ao longo do primeiro semestre de 2012 chamou
a atenção para dificuldades
de caráter estrutural, ou seja, além
da conjuntura de recessão mundial,
que possam estar comprometendo a sua competitividade.
A divulgação da Pesquisa Industrial
Anual de 2010, com classificação
setorial compatível a partir de 2007,
possibilita uma análise detalhada sobre
custos e produtividade, que ajudam a entender
como o setor reagiu ao choque da crise financeira
internacional que atingiu a economia brasileira
no final de 2008.
Vale a pena recuperar que desde meado de 2003
o valor adicionado da Indústria de
Transformação começou
a apresentar um fôlego de crescimento
maior - a indústria Extrativa Mineral
retomou seu crescimento mais cedo, no início
da década - que é interrompido
com a crise financeira internacional no último
trimestre de 2008. Assim, o período
2007-2010 abrange o impacto da crise internacional
na economia brasileira e a recuperação
da mesma no período 2009-2010, permitindo
que se entenda melhor o porquê do início
da trajetória descendente do setor
industrial que se observa a partir de 2011.

Nesse período houve mudanças
na estrutura industrial, em termos do valor
agregado, sendo a mais importante a diminuição
de peso da Indústria de Transformação.
Considerando as informações
a preços constantes das Contas Nacionais,
a Indústria de Transformação
vem perdendo peso desde meado dos anos 1990,
sendo que esta perda se acelera a partir de
2007. Enquanto de 1996 a 2003 a Indústria
de Transformação passou de 18,3%
do total do valor adicionado para 17,0% em
2003 (-1,3pp), em 2007 este percentual foi
de 16,7%, caindo para 15,1% (- 1,6pp) em 2011.

Considerando as informações
da Pesquisa Industrial Anual, o peso da Indústria
de Transformação em termos de
valor agregado passou de 93,6% da Indústria
Geral (Indústrias de Transformação
mais Indústrias Extrativas, segundo
a Pesquisa Industrial Anual) em 2007 para
91,0% em 2010. A perda de 2,6 pontos percentuais
(pp) corresponde ao ganho que tiveram as Indústria
Extrativas, que passaram de 6,4% para 9,0%
do total da Indústria. Neste setor,
o ganho se concentrou na Extração
de minerais metálicos, que passou de
5,4% para 7,4%.
Na Indústria de Transformação
as perdas mais expressivas foram as da Metalurgia
– de 9,2% para 6,1% (-3,1 pp), Fabricação
de coque, de produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis – de 13,7%
para 11,5% (-2,2 pp), e Produtos químicos
– de 7,7% para 6,2% (-1,5 pp). O único
setor com ganho expressivo foi o de Fabricação
de produtos alimentícios – de
9,2% para 12,2% (+3,0 pp).
Uma avaliação geral do movimento
da estrutura produtiva no período indica
uma tendência à concentração
da Indústria em alguns setores produtores
de commodities: os tres setores que mais ganharam
peso no valor agregado – Fabricação
de produtos alimentícios, Extração
de minerais metálicos e Fabricação
de produtos de minerais não metálicos
– totalizavam 17,7% do valor adicionado
total em 2007 e passaram a responder por 23,5%
em 2010.
Dentre o grupo de setores ligados à
produção de commodities observa-se
que houve tanto ganhos - Extração
de minerais metálicos e Fabricação
de produtos alimentícios – quanto
perdas – Metalurgia e Fabricação
de coque, de produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis. Grande parte desse
movimento é explicada pelo preço
das commodities que oscilaram muito no período,
como os preços dos minerais, por exemplo,
que tiveram grande crescimento depois da crise.
Considerando que o grupo de setores produtores
de commodities apresenta participação
relativamente elevada na estrutura das Indústrias
de Transformação, e que as Indústrias
Extrativas vêm ganhando peso, pode-se
identificar dois grupos de setores dentre
os produtores de commodities: um que sofreu
mais com a oscilação de preços
no mercado internacional como o metalúrgico,
podendo incluir também setores ligados
à indústria química e
de papel e celulose, e outro grupo de setores
que também tem ligação
com o mercado externo - como o de Fabricação
de produtos alimentícios, e que também
atende ao mercado doméstico, que se
apresentou mais dinâmico no período
relativamente ao mercado externo. De fato,
a contribuição do Consumo das
Famílias, assim como a Formação
Bruta de Capital Fixo no PIB aumentou no período
2007-2010.

Setores cujo desempenho não está
ligado diretamente ao mercado de commodities
tiveram sua trajetória afetada, dentre
outros fatores, pelo comportamento da taxa
real de câmbio, que impactou tanto a
competitividade das exportações
de manufaturas como a oferta interna de produtos
manufaturados.
A taxa real de câmbio manteve no período
a tendência que se manifesta desde meado
dos anos 2000 de forte apreciação,
reduzindo a competitividade da exportação
de manufaturas. A evolução da
competitividade das exportações
de manufaturas pode ser medida pelo quociente
entre a taxa de câmbio nominal (em R$/unidade
de moeda estrangeira) e a relação
entre o Indice de Preço por Atacado
(IPA) do respectivo país e o Indice
de Preços por Atacado da Indústria
de Tranformação (IPA-IT/FGV)
do Brasil, ponderado pelas participações
de cada parceiro no total das exportações
brasileiras de manufaturados em 2001. Este
indicador mostra que mesmo com a súbita
desvalorização da moeda doméstica
no último trimestre de 2008, por força
da crise financeira americana, a moeda brasileira
encontrou-se na maior parte do tempo muito
apreciada, afetando negativamente a competititividade
das exportações de manufaturas.

Do ponto de vista da concorrência interna
com produtos importados, observa-se um aumento
persistente da participação
de bens importados na oferta interna da Indústria
de Transformação. O coeficiente
de penetração de importações
de manufaturados passou de 15,3% em 2007 para
19,0% em 2010, atingindo a 20,4% em 2011.
Em 2009 registrou-se retração
neste percentual para 15,4%, devido ao mau
desempenho do setor de manufatura (-7,3%)
neste ano. No entanto, este percentual ainda
foi ligeiramente superior ao registrado em
2007 (15,3%), ano em que a Indústria
de Transformação cresceu 6,0%.

A evidência de aumento de importados
na oferta interna de bens manufaturados, aliada
à tendência a concentração
do valor agregado da Indústria na produção
de commodities, implica perda de dinamismo
da produtividade. Isto se dá tanto
porque o enfraquecimento de elos dentre os
setores industriais como a maior concentração
na produção de bens finais com
menor conteúdo tecnológico (mesmo
que o processo de produção destes
bens incorpore muita tecnologia) leva a uma
menor interação entre setores
produtivos, o que é menos favorável
à exploração de economias
de escala dinâmicas.

A evolução da produtividade
depende da dinâmica de crescimento do
valor agregado e do emprego. Observa-se no
período 2007-2010 que o emprego industrial
cresceu, tanto nas Indústrias Extrativas
como de Transformação. Segundo
a Pesquisa Industrial Anual (Empresa) o percentual
de expansão acumulado da Indústria
Geral foi de 5,8% com a participação
do emprego das Indústrias de Transformação
se mantendo constante em torno de 98% do total.
Do ponto de vista do valor agregado, o que
se observou é que o movimento da produtividade
no período foi fortemente pró-cíclico,
com o coeficiente de correlação
entre variação da produtividade
e variação do valor agregado
da Indústria Geral de 0,85 (para efeito
do gráfico excluiu-se o setor de Extração
de petróleo e gás que teve comportamento
atípico, registrando que a Petrobras,
pela classificação do IBGE,
não é classificada neste setor
e sim no de refino de petróleo).

Em termos reais, o aumento acumulado de 2007
a 2010 da produtividade da Indústria
Geral (23,7%) ficou abaixo da variação
dos preços da economia medido pelo
deflator do PIB (25,7%) no mesmo período,
mas o crescimento nominal da produtividade
nas Indústrias Extrativas, de 66,0%,
ficou bem acima da evolução
dos preços, e muito superior ao das
Indústrias de Transformação,
que registrou no agregado expansão
nominal de 20,4%.
Nas Indústrias Extrativas os destaques
foram Extração de petróleo
e gás natural com (879,9%), Extração
de minerais não-metálicos (79,4%)
e Atividades de apoio à extração
de minerais (79,0%). O resultado do primeiro
setor é extremamente atípico
e fruto da grande elevação da
produtividade em 2010, quando quatro novas
empresas ingressaram nesse segmento, que em
2009 tinha apenas 13 empresas. Resultados
discrepantes são sempre mais comuns
em setores com poucas empresas.
Nas Indústrias de Transformação
os destaques positivos foram os incrementos
em Fabricação de produtos alimentícios
(54,7%), Fabricação de móveis
(46,0%) e Fabricação de produtos
minerais não metálicos (45,7%)
e Preparação de couros e fabricação
de artefatos de couro, artigos para viagem
e calçados (41,1%). Os piores desempenhos
foram os de Metalúrgica (-14,8%), Produtos
químicos (3,1%), Fabricação
de outros equipamentos de transporte, exceto
veículos automotores (14,4%) e Fabricação
de celulose, papel e produtos de papel (15,7%).
Novamente não há um padrão
favorável aos produtores de commodities,
pois nessa categoria há tanto aumentos
expressivos, como em Extração
de minerais não-metálicos, como
quedas (Metalúrgica) ou fraco desempenho
(Fabricação de celulose, papel
e produtos de papel).
O mesmo se pode dizer dos setores intensivos
em tecnologia, que por fragilidades tecnológicas
inerentes à indústria doméstica,
sofrem maior concorrência com produtos
importados. Neste grupamento há segmentos
tanto com evolução acima da
média nominal da indústria -
Fabricação de máquinas
e equipamentos (30,0%) e Fabricação
de máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (25,5%) – quanto abaixo
- Fabricação de outros equipamentos
de transporte, exceto veículos automotores
(14,4%) e Fabricação de equipamentos
de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (20,0%).

A capacidade das empresas em acumular recursos
internos está associada ao desempenho
da produtividade ser superior ao aumento no
custo do trabalho. O que se observou no período
2007-2010 é que o recuo da produtividade
da Indústria Geral em termos reais
no período veio acompanhado de um aumento
relativo na participação dos
custos com pessoal em relação
aos demais custos diretos de produção.
A proporção dos gastos com pessoal
na Indústria Geral, que inclui salário,
retiradas, encargos e benefícios, aumentou
tanto em relação ao valor agregado
– de 45,2% em 2007 para 46,3% em 2010-
como em relação ao valor bruto
da produção industrial –
de 13,7% para 15,2%. Os resultados foram diferenciados
setorialmente, sendo o aumento relativo do
gasto maior nas Indústrias de Transformação
– de 46,9% em 2007 a 48,9% 2010 no caso
valor agregado e de 13,7% para 15,4% no valor
bruto da produção industrial
– do que nas Indústrias Extrativas
- de 19,6% em 2007 a 20,0% 2010 no caso valor
agregado e de 12,8% para 12,5%, registrando
ligeira queda, no valor bruto da produção
industrial. Vale mencionar que parte da pressão
de custo com pessoal está associada
à baixa taxa de desemprego que reflete
fatores demográficos, com o crescimento
mais lento da população economicamente
ativa.

O maior peso dos gastos com pessoal no valor
adicionado com crescimento no emprego indica
que o aumento do salário médio
na Indústria no período (medido
pelo gasto com pessoal) foi superior ao da
produtividade. De fato, o aumento do gasto
com pessoal por trabalhador na Indústria
Geral de 2007 a 2010 foi de 26,7%, maior que
o aumento em termos correntes da produtividade
(23,7%), o que representou um aumento de 2,4%
no custo do trabalho. A elevação
do custo de trabalho foi maior nas Indústrias
de Transformação (4,2%) do que
nas Extrativas (2,2%). Nesta última,
todos os setores registraram queda no custo
de trabalho, exceto Extração
de Minerais metálicos (14,7%), que
é segmento de maior peso.
Nas Indústrias de Transformação
os maiores acréscimos no custo do trabalho
foram nos setores de Metalurgia (41,2%), devido
à queda na produtividade em termos
nominais (-14,8%), Produtos químicos
(15,5%) em função fraco desempenho
da produtividade (3,1%), Fabricação
de coque, de produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (13,9%), em consequência
do grande aumento do gasto médio em
pessoal (51,4% contra 26,7% da indústria
geral), e Fabricação de equipamentos
de informática, produtos eletrônicos
e ópticos (10,5%).

A maior pressão com os gastos com pessoal
foi mais que compensada pela perda de peso
no valor bruto da produção industrial
dos custos em operações industriais
(COI) – de 57,5% em 2007 para 54,4%
em 2010, determinado pela diminuição
relativa do principal componente do COI –
as despesas com consumo de matérias
primas, materiais auxiliares e componentes.
A contração relativa do COI
foi novamente maior nas Indústrias
Extrativas – de 41,8% em 2007 para 24,3%
em 2010 – do que nas Indústrias
de Transformação – de
58,0% para 55,9%.

Comparando a evolução da participação
dos custos com operação industrial
e do gasto com pessoal no valor bruto da produção
industrial, observa-se que dos 29 setores
da Indústria Geral, em 22 houve queda
na participação do COI no valor
bruto da produção industrial,
e em apenas 5 queda relativa dos gastos com
pessoal de 2007 a 2010.
Nas Indústrias Extrativas o destaque
para a queda no custo de operações
industriais foi Extração de
minerais metálicos com perda de 21,4
pp de 2007 a 2010. Nas Indústrias de
Transformação as quedas de participação
mais expressivas de 2007 para 2010 foram as
de Preparação de couros e fabricação
de artefatos de couro, artigos para viagem
e calçados (-8,8 pp), Confecção
de artigos do vestuário e acessórios
(-7,0 pp) , Manutenção, reparação
e instalação de máquinas
e equipamentos ( -6,5 pp) e Fabricação
de móveis (-4,3 pp). Todos esses setores,
intensivos em mão de obra, tiveram
aumento relativo de gastos com pessoal no
período. Dos quatro setores relacionados,
três são tradicionais e sofrem
forte concorrência como produto importado.
Esse resultado sugere que o aumento do gasto
com pessoal foi compensado com menor gasto
com COI, via importação de matérias-primas
mais baratas, favorecido pela taxa real de
câmbio apreciada.

Em suma o aumento no custo com pessoal no
valor bruto da produção industrial
compensado por queda no custo com operações
industriais explica como as empresas industriais
puderam manter sua rentabilidade no período,
apesar do fraco desempenho em termos de produtividade.
Em grande medida a perda de peso dos custos
operacionais esteve ligado à queda
no custo das matérias primas importadas,
favorecido pela taxa de câmbio apreciada.
O fraco desempenho agregado da produtividade
industrial tem como explicação
também o desempenho do investimento.
Segundo as Contas Nacionais, a taxa de investimento
da economia havia começado a se recuperar
a partir de 2004, porém, a crise financeira
internacional em 2007 interrrompeu este movimento.
A recuperação em 2010 perde
fôlego a partir de 2011.

O investimento industrial se concentra em
termos relativos no setor Fabricação
de coque, de produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis e essa concentração
aumentou em termos relativos, passando de
28,4% em 2007 para 37,7% em 2010, considerando
o total da Indústria. Portanto quase
40% do investimento industrial se concentra
num setor dominado por uma empresa estatal
– a Petrobras. O segundo setor que mais
investiu foi o de Fabricação
de produtos alimentícios, cuja participação
caiu de 13,0% em 2007 para 12,2% em 2010.
Em terceiro lugar está a Metalurgia
passando de 12,8% em 2007 para 7,2%. Considerando
os setores das Indústrias Extrativas,
o que mais investe é o de de Extração
de minerais metálicos, cuja participação
em 2010 foi de 4,6%.
Em termos de taxa de investimento, os setores
com maior taxa na Indústria de Transformação
em 2007 - Fabricação de coque,
de produtos derivados do petróleo e
biocombustíveis, Fabricação
de produtos alimentícios, Fabricação
de celulose, papel e produtos de papel e Metalúrgica
– estão ligados à produção
de commodities. O setor de Fabricação
de coque, de produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis foi o único,
dentre os quatro com maior taxa de investimento
em 2007, cujo ritmo de investimento aumentou
em 2010. O setor de Fabricação
de outros equipamentos de transporte, exceto
veículos automotores, cuja taxa de
investimento em 2007 foi de 10,9%, passou
a 25,3% em 2010, representando o segundo maior
aumento neste indicador em 2010.
Nas Indústrias Extrativas, em parte
por terem um número bem menor de empresas
- tanto no total, quando no subconjunto que
realiza investimentos - frente as Indústrias
de Transformação, as taxas de
investimento são muito oscilantes,
chegando a ser negativas – com aquisições
+ melhorias com valor inferior ao das baixas
no ativo- no caso da Extração
de Petróleo e gás natural.

Por fim, vale observar que não existe
correlação estatística
entre variação da produtividade
e taxa média de investimento (Gráfico
10, não inclui o setor de Extração
de petróleo e gás) para o conjunto
da indústria de 2007 a 2010. O setor
Fabricação de coque, de produtos
derivados do petróleo e biocombustíveis
apresentou a maior taxa de investimento e
teve uma variação de produtividade
acima da média. No entanto, o setor
com a terceira maior taxa de investimento
- Fabricação de celulose, papel
e produtos de papel teve uma variação
de produtividade abaixo da média. O
setor com um excepcional aumento de produtividade
– Extração de petróleo
e gás natural teve uma taxa de investimento
inferior aos dois primeiros setores citados.
Esse resultado deve considerar que o período
analisado é relativamente curto, e
de muita instabilidade, por abarcar o impacto
e posterior recuperação da crise
internacional na economia brasileira. Nestas
circunstâncias, a variação
da produtividade tende a ser fortemente influenciada
pelo ciclo econômico de curto prazo
e não pelos efeitos a médio
e longo prazos do investimento.
Portanto, para o investimento ter impacto
forte sobre a produtividade no curto prazo,
o aumento da produção de bens
de investimento (setores produtores de máquinas
e equipamentos incluindo máquinas elétricas
e eletrônicas e equipamentos de informática)
deve crescer acima da média, pois este
conjunto de setores, pelos elos com demais,
tem a capacidade de alavancar mais fortemente
o crescimento do valor agregado da indústria
que é fortemente correlacionado com
a evolução da produtividade.
Na medida em que este impacto é reduzido,
a correlação entre aumento de
produtividade e taxa de investimento é
baixa. No longo prazo, os benefícios
do aumento da taxa de investimento sobre a
produtividade industrial devem ser observados
na medida em que aumentem a eficiência
do setor e promovam a mudança estrutural
na direção de setores produtores
de bens de maior conteúdo tecnológico.


Em conclusão, como a produtividade
é pró-cíclica, o maior
efeito positivo de encadeamento do aumento
da produção levando ao aumento
de produtividade depende da composição
setorial da indústria, ou seja, se
mais dinâmica na produção
de bens com maior conteúdo tecnológico.
Quanto mais importantes forem estes setores
na estrutura industrial, maiores os ganhos
advindos da exploração de economias
de escala dinâmicas. Não parece
ser esta a direção para a qual
caminha a indústria brasileira na medida
em que tem ganho peso setores produtores de
commodities e de bens de baixo conteúdo
tecnológico, o que pode explicar porque,
a despeito das medidas recentes de estímulo
ao setor, que este tenha apresentado lenta
recuperação, apesar da rentabilidade
ter sido mantida pela queda nos custos operacionais.
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