30 de Dezembro de 2011 - nº 500

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O Preço Relativo do Investimento no Brasil em Perspectiva Comparada
 

Sumário

No processo mais recente de expansão econômica brasileira, a formação bruta de capital fixo (FBCF) teve papel decisivo até 2008, o que foi interrompido no final deste ano devido à crise internacional. Em 2010, houve sinais claros de retomada das inversões nos mesmos moldes, tendo na inversão fixa um de seus pontos de apoio. Mas há desafios de monta para a continuidade do crescimento do investimento como a própria desaceleração de 2011 evidenciou.

Tais desafios passam por dois aspectos. O primeiro reside no preço relativo do investimento fixo estar declinando no Brasil. Trata-se de ponto muito favorável, pois quem se arrisca a imobilizar seus recursos para gerar ou ampliar sua base produtiva só o faz antevendo um retorno que lhe propicie retorno suficiente capaz de adquirir uma cesta de consumo maior do que a que desfrutava antes de investir. Se o preço da FBCF cai frente ao preço dos bens e serviços finais, mais atrativo será criar capacidade produtiva. Mais precisamente: 

  • No Brasil, segundo dados da ONU e tomando o ano de 1985 como ano-base igual a 1, o preço relativo do investimento fixo em termos do PIB tem caído: de 1,14 em 2004 para 1,05 em 2010.
     
  • O preço relativo do investimento fixo em termos do consumo final (consumo das famílias e consumo do governo) também tem recuado quase que em igual grandeza.
     
  • Todavia, comparativamente a uma seleção abrangente de países, o preço relativo da FBCF do Brasil em termos do PIB ficou acima do da maioria destas economias – o preço relativo da FBCF no Brasil só foi superado pelo da China, Indonésia e Tailândia.
     
  • Atendo-se ao preço relativo da inversão fixa em termos do consumo final, em 2009, o Brasil só registrou uma razão inferior à da Tailândia e à da Indonésia. O da China ficou menor que o do Brasil, asseverando o efeito do preço das exportações no deflator do PIB chinês. Logo, comparativamente, a posição brasileira é menos cômoda do que aparenta.

Daí cabe entrar no segundo aspecto do investimento no Brasil: seu nível de preço (o deflator da formação bruta) tem subido e subido mais do que noutros países. O ponto em questão pode ser abordado pelas Penn World Tables, base de dados que traz o nível do preço do investimento – FBCF mais variação de estoques – em termos do nível de preços do PIB dos EUA (PIB dos EUA igual a 100 para todos os anos). Vale destacar pontos relevantes:

  • O nível do preço da FBCF do Brasil cresceu nos últimos anos atingindo o ápice em 2009, de 85,5 – em 1985, este deflator ficara em 35,4; e, no ano de 2000, foi de 48,1.
     
  • Assim, superou o próprio preço da inversão dos EUA (sob impacto da crise), bem como dos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Cingapura, Hong Kong e Taiwan), dos demais BRICS – notadamente China e Índia – e mesmo de países latino-americanos, a exemplo de Argentina, Chile e México, ficando somente menor do que o de países avançados, como Austrália, Canadá, Japão e países europeus, além da Venezuela.
     
  • Para uma multinacional ou firma brasileira internacionalizada e apta a se instalar fora do País, o preço da inversão é variável crucial. Não por menos, determinados estudos já constatarem uma relação negativa entre preço do investimento e valor adicionado na indústria de transformação.

Em suma, o fato é que outros países têm logrado certo dinamismo mesmo com cenário adverso e vêm apresentando, senão cadentes preços relativos do investimento fixo (dados da ONU), ao menos preço do investimento abaixo do brasileiro (conforme as PWT). Por conseguinte, não bastará ao Brasil o mercado interno aquecido para atrair inversões e propiciar adição nova de capital na economia. O abastecimento do mercado consumidor brasileiro pode se processar através pelo investimento e produção realizado em outro país.

Cabe ainda observar que a taxa de câmbio apreciada dos últimos anos concorreu sobremaneira para o investimento em máquinas e equipamentos. O erro que se pode cometer é simplesmente achar desejável a apreciação cambial como meio de baratear e, assim, fomentar o investimento. As políticas produtivas, na verdade, devem se debruçar na redução dos custos para o investimento e melhores condições para fabricação in loco de bens de capital e instalações. Não significa que o Brasil deva produzir toda a maquinaria que precisa – a redução na alíquota de importação de certos bens de capital inclusive é uma medida acertada.

Significa, sim, que os esforços passam pela maior oferta doméstica de mão-de-obra qualificada – a redução do conhecido déficit de engenheiros, por exemplo; pela ampliação e aprimoramento em serviços de apoio, como na área de medidas e de precisão, necessários para a produção de bens de capital e de consumo de maior valor agregado; sem citar a premência de se melhorar a infraestrutura e de simplificar o sistema tributário.

 
 

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Observações Iniciais. Analisar o preço relativo do investimento é importante, pois sendo o mesmo crescente indica condição adversa para investir. Isto pode ser apreendido do seguinte modo: caso um potencial empreendedor no país pretender imobilizar sua renda ou riqueza em máquinas, equipamentos e instalações, é necessária a perspectiva de retornos que ampliem seu poder aquisitivo no futuro ante ao que pode consumir de imediato.

Se, pela ótica de um empreendedor de dada localidade, o que lhe move é a perspectiva de retornos que lhe proporcionarão maior consumo adiante, sob o prisma das firmas transnacionais, tem assumido relevo cada vez maior confrontar os custos de investir em um país com os de fazê-lo em outro. Ademais, há estudos, que apontam para uma relação negativa entre o nível de preço do investimento e a adição de valor na indústria de transformação (ver, por exemplo, a pesquisa de Ilyas et al., intitulada “The determinants of value added in Pakistan”, publicada na Pakistan Economic and Social Review, v. 48, nº 2, inverno de 2010).

Logo, ambos os enfoques – o do preço relativo do investimento e o preço do investimento por si só – são primaciais para um diagnóstico acerca das perspectivas da economia brasileira. Em especial, se considerarmos o papel propulsor da formação bruta de capital fixo (FBCF) na expansão interrompida pela eclosão da crise internacional em setembro de 2008.

Para um contraponto entre níveis de preços de investimento de diferentes países, a base de dados conhecida por Penn World Tables é um reconhecido ponto de partida. A mesma chegou a sua versão 7 (PWT7), lançada em maio de 2011. Nesta atualização, passou a abarcar números até o ano de 2009. As PWT7 trazem, dentre outros indicadores, justamente o preço da inversão – investimento fixo mais variação de estoques – para um conjunto amplo de países desde 1950. Tal índice de preço toma como parâmetro o preço do produto interno bruto dos Estados Unidos (o PIB dos EUA é igual a 100 para todos os anos). Ilustrando, no Brasil em 1985, o nível do preço da formação de capital foi de 35,4 (com relação ao nível de preço do PIB dos EUA), significando um patamar no preço da inversão brasileira 64,6% menor do que o do preço do produto estadunidense.

Em dezembro de 2011, também foram atualizados os dados constantes de outro banco de dados, do National Accounts Main Aggregates Database, a cargo do Departamento de Estatística da ONU (UNSD, na sigla em inglês). Esta passou a contar com números inclusive para 2010, sendo, portanto, utilizado para a evolução do preço relativo do formação bruta de capital fixo (FBCF). O cálculo foi feito a partir dos dados em moeda doméstica, sendo apresentado na forma de número-índice, tendo como ano-base 1985 (1985 = 1).

Um Pouco Sobre o Deflator do Investimento Brasileiro. Uma primeira abordagem que pode ser feita a partir das PWT7 ao expor o indicador de preço da inversão para o Brasil. Apenas neste caso específico, adotou-se o período de 1970 a 2009.

De início, observa-se acréscimo do preço do investimento no transcorrer dos anos 1970, atingindo seu maior patamar de 51,0 em 1978, para 100 de preço do PIB dos EUA. Dito de outra forma, ficou 49% abaixo do preço do produto dos Estados Unidos. No começo da década seguinte, de 1983 a 1986, o preço da inversão chegou a seus menores níveis para o período abarcado: 32,6 em 1983; 30,6 no ano seguinte; 35,4, em 1985 e 33,6 em 1986. No entanto, a segunda metade do decênio o deflator do investimento voltou a aumentar, alcançando o patamar de 77,2 em 1989, o maior até então tomando-se 1970 como ano inicial. Os difíceis anos que se seguiram, com a recessão de 1991-1992, registraram recuo no preço do investimento, até 43,1 em 1992. Este voltaria a se recuperar, subindo até 1995: 65,4.

O período caracterizado como de miniciclo de investimento na economia brasileira, de 1995 a 1998, é justamente aquele de retração no preço da formação bruta de capital. Em 1999, continuou a declinar, ficando em 45,2. Apesar da alta em 2000, os anos de 2001 e de 2002 voltaram a observar queda, com o preço do investimento caindo para baixo da casa dos 40 (para o preço do PIB dos EUA igual a 100). A partir de então o preço do investimento no Brasil, tendo como parâmetro o preço do produto norte-americano, cresceu quase que ininterruptamente até 2009, quando foi registrado o maior patamar da série começada em 1970, 85,5, sobrepujando o preço da inversão de 1989.

 

 
O Nível do Preço do Investimento: Uma Primeira Comparação Internacional. Os gráficos seguintes expõem a posição do Brasil em meio a uma seleção de países no tocante a quão alto se encontra o preço do investimento brasileiro em termos comparativos. Os anos selecionados foram 1990, 2000 e 2008 e 2009. Devido ao fato do ano de 2009 ter sido de crise internacional, optou-se por expor também um equivalente para 2008.

O primeiro deles traz o ano de 1990, pelo qual se observa o Brasil experimentando um patamar de preço do investimento abaixo daquele das economias avançadas e mesmo do que países da América do Sul – Argentina e Chile. Também ficou abaixo de Taiwan e Hong Kong. Cumpre frisar que outros dois dos Tigres Asiáticos, Coréia do Sul e Cingapura, experimentavam patamares menores que o brasileiro, concorrendo para seus investimentos. Índia, China e Rússia também registravam preços do investimento mais baixo que o brasileiro, assim como México e países da Europa Central e Oriental (Hungria, Polônia, Romênia).

O ano de 2000 ilustra a queda no preço do investimento frente a outros países, em especial se tal comparação for feita tendo em mente 1990: o indicador para o Brasil se situou em 48,1 em 2000. Cumpre lembrar que tal indicador teve ligeiro acréscimo frente a 1999. Cingapura e Coréia do Sul, por exemplo, passaram a apresentar preço do investimento superior ao brasileiro. No hemisfério ocidental, vale notar que Costa Rica e Uruguai registraram preço do investimento superior ao brasileiro, além de Argentina, Chile e Venezuela.

 

 

 
Os dois últimos anos disponíveis pelas Penn World Tables salientam um aumento no preço do investimento do Brasil. Em 2008, alcançou 64,8, mas atingiu o ápice em 2009: 85,5. Nesse atípico ano, o preço da formação bruta de capital do Brasil superou o preço da inversão dos Estados Unidos, 83,9.

Atendo-se ao gráfico para 2009, é interessante notar que, com preço do investimento maior do que o Brasil, estão praticamente apenas países europeus, além do Japão, Canadá, Austrália e Venezuela. Como o ano em questão foi de crise internacional, a elevação do preço do investimento no Brasil é associável ao desaquecimento de outras economias, como o caso dos EUA, cujo preço do PIB consiste no parâmetro de medida.

No entanto esta pode ser uma leitura simplista. Embora o preço da inversão também tenha subido em outros países, muitos deles registravam nível inferior ao brasileiro. China, em suas duas versões, Índia e Vietnã continuaram a registrar nível bem inferior ao brasileiro. A Coréia do Sul e Cingapura presenciaram indicadores com patamares também inferiores ao do Brasil. Rússia e África do Sul foram dois outros países que servem de ilustração: Rússia em 2008 registrou um nível de preço da inversão superior ao do Brasil; enquanto a África do Sul, em 2000. Ademais, excetuando-se a Venezuela, os países latino-americanos selecionados presenciaram um indicador abaixo do experimentado pelo Brasil.

Deste modo, se o preço do investimento brasileiro cresceu frente ao de outros países como resultado do sucesso de suas medidas de combate aos efeitos da crise, isto tornou “mais barato” o investimento em outros países. Dentre tais países, como é bem sabido, há aqueles que ainda cambaleiam por conta dos desdobramentos da crise, principalmente na Europa, como Portugal. Todavia há notáveis concorrentes por capital novo, a exemplo dos países asiáticos citados no parágrafo anterior, da Rússia e da África do Sul. Logo, se o preço do investimento mais alto em 2009 foi uma decorrência do êxito relativo das políticas em face da crise, a tarefa a ser perseguida no momento seguinte consiste em atuar fortemente para reduzi-lo.

 

 

 
O Preço Relativo do Investimento Fixo em Termos do PIB.
Os dados das PWT7 servem de baliza para as próximas comparações internacionais que trazem a evolução do preço relativo da inversão fixa em termos do PIB dos respectivos países. Na sequência também são expostos gráficos comparativos para o preço relativo do investimento fixo em termos de consumo final. Este segundo grupo de comparação possui caráter complementar, pois o preço da formação bruta de capital fixo é contrastado com o preço do que é gasto pelas famílias e pelo governo, sem a influência que preço das exportações pode exercer no deflator do PIB.

Em face do período abarcado, fica nítido o incremento superlativo da razão entre o preço da FBCF e o preço do PIB do Brasil no fim dos anos 1980, saindo de 1,00 em 1980 (ano-base) para 1,45 em 1989. Deste ano até 1991 houve forte recuo, com aumento subsequente do preço relativo em 1992 e 1993, quando chegou a 1,17. Mas, em linha com o denominado mini-ciclo de investimento dos anos 1990, o preço relativo da inversão fixa declinou até 1998, quando o indicador voltou ao patamar de 1985. Nos anos seguintes, o preço relativo da FBCF brasileira cresceu quase que sem interrupções até 2004, chegando 1,14. Daí em diante a relação entre preços da FBCF e do PIB declinou de modo praticamente contínuo até 2010, ficando em 1,05. Um preço relativo menor do investimento fixo é relevante, pois quem imobiliza sua riqueza em uma unidade produtora faz este esforço na perspectiva de ampliar sua cesta de consumo em futuro próximo. Se investir passa ficar cada vez mais caro, a chance do empreendimento gerar o retorno esperado cai, passando a ser mais interessante recorrer a aplicações, até por conta da elevada taxa de juros em vigor no País.

Um detalhe a frisar: contrastando o declínio do preço relativo da FBCF de 2004 a 2010 com aquele de 1995 a 1998, o período mais recente apresentou tal queda com incremento do preço do investimento segundo os dados das Penn World Tables. No período anterior, de 1996 a 1998, o preço do investimento recuou, o que persistiu até 2002.

Frente ao conjunto de países selecionados, o Brasil não foi o único cujo preço relativo da FBCF caiu ao longo de 1985-2010. Dentre os países do G-7, Japão, França e Itália não tem apresentado uma tendência de recuo da razão preço da FBCF/ preço do PIB. Aliás, no G-7, desde 1992 nenhum país voltou a equiparar o preço relativo da inversão fixa de 1985. No contraponto com África do Sul, Austrália e Israel, os três países têm observado também comportamento cadente do preço relativo da FBCF, em que pese Israel ter percebido alta de 2002 a 2005.

Passando para os países asiáticos, dentre os Tigres, Cingapura tem sido a economia a experimentar um movimento mais contínuo de baixa do preço relativo do investimento fixo. Coréia do Sul e Hong Kong não apresentam tal movimento de modo claro como os países do G-7 e Cingapura. Índia e Malásia tem apresentado padrão mais similar ao de Cingapura, com uma razão cadente entre preços da FBCF e do PIB. China, Indonésia e Tailândia, por outro lado, registraram ao final, em 2010, um preço relativo inclusive superior ao brasileiro, considerando 1985 como ano-base. Todavia tais países se caracterizam pelo patamar bastante baixo do preço do investimento, segundo as PWT.

Por fim, Argentina, Chile, Colômbia e México chegaram em 2010 com um preço relativo da FBCF bem abaixo do brasileiro. O México tem apresentado um consistente indicador em queda. A Argentina voltou a experimentar recuo no preço relativo, mas após perceber um incremento no mesmo nos anos 2000.

Tais resultados asseveram que a inserção produtiva brasileira requer esforços redobrados, ainda que haja otimismo por conta do êxito relativo no lidar com a crise e com o dinamismo do mercado doméstico. Mas, mesmo que em ambiente adverso, é justamente por conta de tais janelas de oportunidade que engendrar condições para investir e baratear os fatores de produção para o investimento se tornam prementes. E tornar mais barato o investimento não quer dizer taxa de câmbio apreciada para tanto, significa ter condições de promovê-lo mesmo quando o câmbio não for favorável.

 

 

 

 

 

 

 
O Preço Relativo do Investimento Fixo em Termos do Consumo Final. Obtendo-se o preço relativo da FBCF em termos do consumo final (consumo das famílias mais consumo do governo), consegue-se ver que tal indicador para o Brasil pouco difere da razão entre deflator da FBCF e deflator do PIB.

Sendo igual a 1 em 1985, o preço relativo da FBCF em termos do consumo final do Brasil, cresceu quase que continuamente de 1999 a 2004, quando chegou a 1,13. A partir de 2005, passou a declinar com certa consistência, ficando em 2010 em 1,04, o menor preço relativo desde 2000 (1,03).

Nas comparações internacionais, o que mais chama atenção é a comparação com países asiáticos em desenvolvimento. Se, no comparativo a partir do preço relativo do investimento fixo em termos do PIB, em 2010, China, Indonésia e Tailândia perceberam um preço relativo acima do brasileiro, em termos do consumo final, apenas os dois últimos presenciaram preços relativos mais altos que o do Brasil. Evidencia-se assim que o preço das exportações chinesas concorreu para um deflator do PIB maior.