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                          Carta IEDI

                          Edição 727
                          Publicado em: 08/04/2016

                          Exportações de Bens da Indústria de Transformação: Recuperação à Vista?

                          Sumário

                          Nesse início de 2016, a balança comercial voltou a lograr superávit, de US$ 8,4 bilhões, após três anos de déficit no primeiro trimestre. No caso dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação, seu déficit retrocedeu sobremaneira, ficando em US$ 2,0 bilhões, o menor déficit desde janeiro-março de 2008. Na série iniciada em 1989, os produtos típicos da indústria de transformação experimentaram superávit no primeiro trimestre nos anos de 1989 a 1994 e nos anos de 2002 a 2007.

                          Como agravante, as vendas externas dos bens provenientes da indústria de transformação sofreram a quinta queda seguida, saindo do patamar de US$ 33,3 bilhões no primeiro trimestre de 2012 para US$ 26,8 bilhões no mesmo período de 2016. Em igual acumulado de 2015, o Brasil exportou US$ 27,7 bilhões. Portanto, a menor grandeza do déficit em dólares correntes refletiu mais a retração nas importações não só dos itens em questão, mas também dos demais bens que formam o intercâmbio externo brasileiro.

                          Na comparação entre acumulados até março, em especial perante 2015, e utilizando a classificação da indústria de transformação por intensidade tecnológica da OCDE, pode-se observar aspectos importantes do comércio exterior brasileiro:

                          • As trocas de bens fabricados por ramos de alta intensidade tecnológica geraram déficit de US$ 4,4 bilhões até março do ano, menor do que o experimentado em igual acumulado dos seis anos anteriores. Aliás, logrou exportações superiores às do período equivalente de 2015, aumento de 9,7%, com as vendas externas chegando a US$ 2,2 bilhões. Ou seja, apesar do acréscimo, ainda é a faixa de intensidade tecnológica que menos exporta. Os produtos da indústria aeronáutica continuam sendo os únicos superavitários dessa faixa, além de responder pelo acréscimo das exportações da faixa de alta intensidade. Os bens do complexo eletrônico tiveram déficit de vulto ainda que este tenha caído em janeiro-março de 2016. Já os produtos farmacêuticos viram seu déficit subir para US$ 1,6 bilhão.
                             
                          • O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas, porém com grandeza menor do que a experimentada em igual acumulado dos últimos seis anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 2,1% na exportação. Até março último, o País exportou US$ 7,1 bilhões desses itens. Contribuiu também para o déficit menor o retrocesso nas importações. Esta faixa comporta os materiais de transporte terrestre, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de bens da indústria de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos e da indústria automotiva cresceram. No caso desse último, veículos automotores, reboques e semi-reboques, a balança comercial voltou a registrar superávit para acumulado até março, o que não ocorria desde 2008.
                             
                          • Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, estes presenciaram discreto superávit, de US$ 271 milhões, após seis anos com saldo negativo no primeiro trimestre. Tal melhora, contudo, foi acompanhada de queda de 15,5% nas exportações. As importações retrocederam muito mais, 41,8%. Esses números refletem o comportamento nos fluxos comerciais dos dois principais tipos de bens desta faixa: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.
                             
                          • Passando ao grupo dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, este obteve o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 8,6 bilhões. Aliás, trata-se do maior superávit em dólares correntes da série para janeiro-março iniciada em 1989. Todavia as exportações declinaram 1,9% em relação ao mesmo período de 2015, com as importações também recuando, com queda de nada menos do que 34,2%. Tal conjunto de bens encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País – recuaram, enquanto as de produtos madeireiros, de papel e celulose e produtos gráficos cresceram. Em ambos os casos, o superávit cresceu devido ao recuo das importações.

                          Dois aspectos merecem ser frisados. De um lado, a melhora no saldo comercial como um todo e dos bens típicos da indústria de transformação em particular, decorreu mais do quadro recessivo pelo qual atravessa o País. Isto é, as importações diminuíram expressivamente. Possivelmente, os resultados refletem também um processo de substituição de importações derivado da mudança cambial, algo que pode estar presente em todo o leque de segmentos da indústria, mas que é particularmente intenso em segmentos mais tradicionais, como por exemplo na área têxtil, de vestuário e calçados.

                          De outro lado, um olhar mais detido nas faixas de intensidade tecnológica dos produtos da indústria de transformação mostra um início de recuperação nas exportações, mas ainda pontual, a exemplo de aeronaves; de veículos automotivos e afins; e de máquinas mecânicas ou não especificadas noutras atividades. Tais produtos respondem mais à taxa de câmbio que as commodities industriais das faixas de média-baixa e baixa intensidade.

                          Convém observar que, infelizmente, tal recuperação pontual pode ser arrefecida por conta da apreciação cambial recente, em contraste com a depreciação registrada ao longo de 2015 e mesmo antes de março. Ainda que tímida essa apreciação, deve ser lembrado que as oscilações excessivas da taxa de câmbio por si só já são um obstáculo às vendas ao exterior e que as incertezas políticas e de andamento de medidas econômicas pioram ainda mais tais condições.

                           
                          Bens Típicos da Indústria de Transformação e a Balança Comercial. Nesse início de 2016, balança comercial registrou superávit de US$ 8,4 bilhões, após três anos de déficit em janeiro-março. No caso do saldo dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação, seu déficit, que foi de US$ 14,7 bilhões no primeiro trimestre do ano passado, ficou em US$ 2,0 bilhões. A última vez na qual os bens típicos da indústria de transformação registraram superávit no trimestre inicial do ano foi em 2007.

                          Apesar do menor déficit destes produtos, este veio com queda nas exportações, sendo a quinta queda seguida, saindo do patamar de US$ 33,3 bilhões no primeiro trimestre de 2012 para US$ 26,8 bilhões no mesmo período de 2016. Em igual acumulado de 2015, o Brasil exportou US$ 27,7 bilhões. O fato da grandeza do déficit ter caído se deveu mais à retração nas importações não só dos itens em comento, mas também dos demais bens que compõem a balança comercial do País.

                          Em termos de primeiro trimestre, a balança comercial brasileira como um todo experimentou superávit após três começos de ano com déficit. O superávit dos demais bens, mormente agrícolas e minerais, de US$ 10,4 bilhões, superou um pouco o observado no mesmo período de 2015.
                           







                          A Balança por Intensidade Tecnológica. Considerando a classificação adotada pela OCDE para a indústria de transformação segundo a intensidade tecnológica, pode-se esmiuçar as relações de troca do País. São quatro faixas da indústria de transformação: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. A tabela a seguir discrimina melhor tais faixas.
                           


                          O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades tidas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 4,4 bilhões até março do ano corrente, um déficit de grandeza menor do que o experimentado em igual acumulado dos seis anos anteriores. Aliás, logrou exportações superiores às do período equivalente de 2015, incremento de 9,7%. As vendas externas, assim, chegaram a US$ 2,2 bilhões. Ou seja, apesar do acréscimo, ainda é a faixa de intensidade tecnológica que menos exporta. Os produtos da indústria aeronáutica continuam sendo os únicos superavitários dessa faixa, tendo também conseguido maior venda para o exterior.

                          O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas, porém com grandeza menor do que a experimentada em igual acumulado dos últimos seis anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 2,1% na exportação. Até março último, o País exportou US$ 7,1 bilhões desses itens. Contribuiu também para o déficit menor o retrocesso nas importações. Esta faixa comporta os materiais de transporte terrestre, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de bens da indústria de máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos e da indústria automotiva cresceram. No caso desse último, veículos automotores, reboques e semi-reboques, a balança comercial voltou a registrar superávit para acumulado até março, o que não ocorria desde 2008.

                          Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, estes presenciaram discreto superávit, de US$ 271 milhões, após seis anos com saldo negativo no primeiro trimestre. Tal melhora, contudo, foi acompanhada de queda de 15,5% nas exportações. As importações retrocederam 41,8%. Esses números refletem o comportamento nos fluxos comerciais dos dois principais tipos de bens desta faixa: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.

                          Passando ao grupo dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, obteve o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 8,6 bilhões. Aliás, trata-se do maior superávit em dólares correntes da série para janeiro-março iniciada em 1989. Todavia as exportações declinaram 1,9% em relação ao mesmo período de 2015, com as importações recuando muito mais do que isso, -34,2%. Tal conjunto de bens encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País – continuaram apresentando queda, mas em um patamar sensivelmente menor do que nos anos anteriores. Em contraste, as exportações de produtos madeireiros, de papel e celulose e produtos gráficos cresceram. Em ambos os casos, o superávit se ampliou devido ao recuo das importações.











                          Bens de Alta Intensidade Tecnológica. O conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia teve déficit de US$ 4,4 bilhões em janeiro-março, abaixo do observado nos seis anos anteriores. Ademais, as vendas para fora do País conseguiram crescer 9,7%, atingindo em US$ 2,2 bilhões. Mesmo obtendo a maior taxa de incremento, permanece como a menos expressiva em vendas externas. Já as importações ficaram em US$ 6,7 bilhões, com queda de 25,5%.

                          Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais conformaram o único grupo dessa faixa a obter superávit, de US$ 534 milhões, com exportações aumentando 25,4%, alcançando US$ 1,6 bilhão. As importações, a seu turno, declinaram 10,2%.

                          Os três ramos de bens típicos do complexo eletrônico, como tem sido a tônica, concorreram sobremaneira para o déficit dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica. Dos três só o de material de informática e escritório teve aumento em suas exportações, de 2,1%, mas ficando em irrisórios US$ 65 milhões. Quanto aos equipamentos de áudio, vídeo e telecomunicações (inclusive componentes eletrônicos) viram suas vendas externas caírem 24,8%, significando que o Brasil exportou apenas US$ 124 milhões, sendo que no mesmo trimestre de 2006 chegou a exportar US$ 848 milhões. Mesmo com queda de 45,3% nas importações, manteve-se como o agrupamento de maior déficit da faixa de alta intensidade, déficit de US$ 1,6 bilhão. Já o terceiro segmento do complexo eletrônico, de equipamentos e instrumentos médico-hospitalares, ótico e de precisão, suas exportações declinaram 14,3% e suas importações retrocederam 22,4%. Isso não impediu um déficit de monta, de US$ 1,0 bilhão, mas de menor expressão do que o registrado no mesmo acumulado dos seis anos anteriores.

                          Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 1,6 bilhão, sendo o único segmento de alta intensidade cujo resultado comercial piorou frente ao mesmo período de do ano anterior. Suas exportações recuaram de 11,6%, com o Brasil vendendo somente US$ 331 milhões para outros países. As importações, por sua vez, aumentaram 13,0%.










                           
                          Bens de Média-alta Intensidade Tecnológica. As vendas externas de produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica cresceram 2,1% em janeiro-março de 2016 frente a igual período do ano passado, situando-se em US$ 7,1 bilhões. Para acumulado até março, o resultado quebrou uma sequência de três anos consecutivos de declínio nas exportações. As importações, a seu turno, declinaram 29,9%. Isso permitiu que o déficit diminuísse de US$ 12,3 bilhões para US$ 6,4 bilhões, mas permanecesse ainda como o pior resultado dentre as quatro faixas de intensidade tecnológica.

                          Os produtos químicos (exclusive farmacêuticos) experimentaram variações negativas quer para as exportações – queda de 2,0% – quer para as importações – diminuição de 21,3%. Esses bens continuam tanto com o maior déficit comercial, de US$ 3,8 bilhões, quanto com o maior montante importado, US$ 5,8 bilhões, dentre todos os grupamentos de mercadorias tipicamente produzidos pela indústria de transformação. As exportações ficaram em US$ 1,9 bilhão.

                          Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram discreto superávit. Os produtos automobilísticos responderam por essa mudança de sinal frente a igual acumulado de 2015. As exportações de produtos automobilísticos aumentaram 7,3%, ficando em US$ 2,6 bilhões, enquanto as importações retrocederam 38,9%. Quanto ao grupo dos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações cresceram 28,9%, com as importações caindo 31,3%, levando a um resultado negativo de US$ 174 milhões.

                          A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits menores do que em janeiro-março de 2015, situando-se em US$ 1,6 bilhão e US$ 1,0 bilhão, respectivamente. Atendo-se às máquinas e equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos, suas exportações cresceram 2,9%, chegando a US$ 2,0 bilhões, com suas importações declinando 31,9%. Quanto às máquinas elétricas, suas vendas externas retrocederam 9,5% nesse início de ano, ficando em US$ 582 milhões, enquanto suas importações recuaram 36,8%.










                           
                          Bens de Média-baixa Intensidade Tecnológica. As exportações de gêneros típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica declinaram 15,5% no primeiro trimestre de 2015 vis-à-vis igual acumulado de 2015, ficando em US$ 5,7 bilhões. Já as importações, também em dólares correntes, declinaram 41,8%. A superlativa queda das aquisições externas contribuiu sobremaneira para a reversão do sinal da balança, tornando-se superavitária após seis anos no qual janeiro-março registrava déficit. Vale lembrar que, para primeiro trimestre, até 2009, essas mercadorias apresentavam saldo positivo pela série iniciada em 1989.

                          As relações de troca dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica são muito afetadas por dois agrupamentos de mercadorias: produtos metálicos, destacando-se a siderurgia; e bens derivados de petróleo refinado, outros combustíveis e afins.

                          As vendas para o exterior de US$ 202 milhões em produtos de petróleo refinado e afins retrocederam 46,2%. Quanto às importações, declinaram 52,4%. Com isso, o déficit caiu de US$ 3,2 bilhões em janeiro-março de 2015 para US$ 1,5 bilhão em igual período do ano corrente.

                          Com tal queda na magnitude do déficit em produtos de petróleo refinado e afins, estes voltaram a ser mais do que contrabalançados pelo superávit em produtos metálicos, mormente da siderurgia, o que mudou desde 2010. De 2010 a 2015, o primeiro trimestre teve saldos negativos em bens das atividades de média-baixa intensidade, mas, em janeiro-março de 2016, o superávit dos produtos metálicos e da siderurgia atingiu US$ 2,5 bilhões, tornando o segmento de média-baixa intensidade novamente superavitário. Porém suas exportações recuaram 16,1%, ficando em US$ 4,4 bilhões, menor do que em igual acumulado dos cinco anos anteriores. Assim, o acréscimo em seu saldo se deve à queda de 43,4% nas importações.

                          Passando para os de bens de menor expressão, os produtos de minerais não-metálicos lograram superávit de US$ 170 milhões. Suas exportações caíram 4,6%, situando-se em US$ 450 milhões, interrompendo a paulatina recuperação das vendas externas pela comparação entre janeiro-março e equivalente acumulado do ano anterior. As importações de tais bens caíram 39,7%, possibilitando mais um ano de superávit no primeiro trimestre.

                          Os produtos plásticos e de borracha, por sua vez, viram suas exportações diminuírem 0,8% em janeiro-março de 2016, enquanto as importações recuaram 33,6%. Tais variações concorreram para que o saldo desses itens ficasse negativo em US$ 315 milhões, o menor déficit desde o primeiro quarto de 2009.

                          O intercâmbio de embarcações, navios etc. registrou déficit de US$ 594 milhões em janeiro-março de 2015, sendo o pior resultado que o Brasil observou para esses itens na série iniciada em 1989 para primeiro trimestre. O País praticamente não exportou tais produtos, enquanto suas importações alcançaram US$ 599 milhões.











                          Bens de Baixa Intensidade Tecnológica. No trimestre inicial de 2016, o País exportou 1,9% menos bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica, vendendo para o exterior, portanto, US$ 11,8 bilhões. Quanto às importações, declinaram 34,2%. Assim, mesmo com o retrocesso exportador, obteve-se superávit recorde do segmento para primeiro trimestre na série iniciada em 1989: de US$ 8,6 bilhões. Mesmo com esse superávit maior e o retorno dos bens típicos de indústria de média-baixa intensidade à condição superavitária, a balança comercial dos produtos típicos da indústria de transformação permaneceu deficitária.

                          O saldo positivo do grupamento de bens em questão decorre sobretudo da balança dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, cujo superávit atingiu US$ 6,7 bilhões. Todavia, tal superávit ficou aquém do observado em janeiro-março de 2011, 2012, de 2013 e de 2014. De fato, suas vendas externas declinaram 2,5%, ficando em US$ 8,0 bilhões, mas cabe ressaltar que esse patamar de queda foi bastante inferior ao de 2015 (-6,3%) e de 2014 (-10,4%). As importações, por sua vez, caíram sobremaneira: variação de 22,5%.

                          O intercâmbio de produtos do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins teve superávit de US$ 2,1 bilhões nesse início de ano, sendo o melhor resultado da série iniciada em 1989 para acumulado até março. Nesse caso, as exportações contribuíram para tanto, com incremento de 5,0%, galgando US$ 2,5 bilhões, também recorde. Quanto às importações, estas caíram 31,2%.

                          Os dois outros conjuntos de bens típicos da indústria de baixa intensidade têm registrado déficit nos últimos anos. As exportações produtos diversos ou reciclados declinaram 4,1%, enquanto as aquisições do exterior recuaram 34,1%. Esse ramo ficou com déficit de US$ 93 milhões. Os produtos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados apresentaram também encolhimento nas vendas externas, de 11,0%, só que suas importações recuaram em um ritmo quatro vezes mais intenso, 44,8%. Com isso, o País exportou US$ 1,0 bilhão desses itens, com o déficit ficando em US$ 123 milhões, déficit menor do que o dos cinco anos anteriores.

                          Esses grupos de bens logo acima se distinguem daqueles com superávit dessa mesma faixa. Os artigos têxteis, de vestuário, calçados e artigos de couro, são intensivos em mão-de-obra, em que pese parcela deles ser susceptível a estratégias de diferenciação de produtos. Já os bens das indústrias de alimentos, bebidas, madeireiras, a seu turno, em seus processos produtivos utilizam de modo intensivo recursos naturais, nos quais o Brasil é notadamente abundante.















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                          Carta IEDI n. 1305 - O Brasil e a guerra comercial entre EUA e China
                          Publicado em: 10/03/2025

                          Há muitos produtos coincidentes que Brasil e China exportam para os EUA e nossos embarques poderiam ser favorecidos com a imposição de alíquotas sobre as exportações chinesas.

                           

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                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1304 - Ano de crescimento, mas com inflexão à vista
                          Publicado em: 28/02/2025

                          Em 2024, todos os grandes setores econômicos se expandiram e a um ritmo superior ao de 2023, mas uma desaceleração já se avizinha, como resultado do aumento da Selic.

                           

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                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1303 - O aumento dos juros e o crédito no final 2024
                          Publicado em: 24/02/2025

                          No último trimestre de 2024, embora a inadimplência tenha continuado a cair, as taxas médias de juros já apontam elevação, na esteira da alta da Selic. O dinamismo creditício ainda se mostrou resiliente.

                           

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                          Carta IEDI
                          Carta IEDI n. 1302 - Melhora do saldo comercial em 2024 apenas na indústria de média-baixa tecnologia
                          Publicado em: 12/02/2025

                          Em 2024, embora as exportações de bens industriais de alta tecnologia e de média-baixa tenham aumentado, apenas este último grupo melhorou seu saldo de balança.

                           

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