Carta IEDI
A Indústria em Novembro de 2014: Desalento
A análise dos resultados da pesquisa industrial do IBGE para novembro do ano passado evidencia tanto a profundidade da crise da indústria, quanto a inexistência de sinais de melhoria. Pelo ângulo externo não há indicações seguras de melhora, pois a valorização do dólar também é sentida por outros países competidores nos segmentos industriais em que o Brasil atua. Além disso, o longo período de perda progressiva da competitividade e acúmulo de déficit comercial em manufaturados provocou porosidades nas cadeias produtivas que não se refazem de uma hora para outra.
Do mesmo modo, melhorias não devem vir do setor de bens duráveis, pois o esgotamento do ciclo de consumo não será facilmente revertido. Tampouco há indícios de que a nova conjuntura reerga prontamente as expectativas a ponto de recuperar rapidamente o investimento. Assim, em 2015 deveremos assistir à continuidade da crise na indústria, registrando novo declínio de produção e com o emprego seguindo em queda.
Para novembro, foi registrada queda da produção industrial de 0,7% em relação a outubro, com ajuste sazonal, ratificando a trajetória negativa do setor – reafirmando também o baixo dinamismo da economia brasileira. No acumulado de 2014, a produção industrial registrou retração de 3,2%, a segunda mais acentuada desde 2002 (a primeira foi a de 2009, de -7,1%).
A significativa redução da produção industrial no acumulado do ano deve-se a resultados negativos em todas as categorias de bens, especialmente bens de consumo duráveis (-9,1%) e bens de capital (-8,8%). Bens intermediários caem 2,9% e bens de consumo semi e não-duráveis tiveram variação quase nula (-0,1%).
Em termos de gêneros na mesma comparação se constatou perfil disseminado de taxas negativas, em 19 dos 26 ramos, 61 dos 79 grupos e 63,7% dos 805 produtos pesquisados. Entre os ramos a queda mais significativa é a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,3%), seguida de produtos de metal (-11,1%), de metalurgia (-7,1%), de máquinas e equipamentos (-5,6%), de outros produtos químicos (-4,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,5%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,2%) e de produtos alimentícios (-0,9%). De outro modo, no acumulado do ano destacam-se o aumento na produção de indústrias extrativas (5,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,7%).
Comparando novembro de 2014 a novembro de 2013, houve redução na produção de 22 dos 26 ramos investigados pelo IBGE, sendo o principal motivo também a queda em veículos automotores, reboques e carrocerias (-14,4%), e de produtos alimentícios (-8,7%). Houve recuo em três das quatro categorias, quais sejam, bens de consumo duráveis (-2,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (-1,3%), bens de capital (-0,2%). Por fim, o setor de bens intermediários assinalou variação nula pelo segundo mês consecutivo.
Examinando-se o resultado de novembro em relação a outubro de 2014, a queda de 0,7% no total da indústria reverberou a retração em 11 dos 24 ramos investigados. Lideraram esse processo o setor de produtos alimentícios (-3,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,0%). Entre os 12 ramos que registraram crescimento, destacaram-se veículos automotores, reboques e carrocerias (1,2%), produtos diversos (11,9%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (3,6%) e produtos de minerais não-metálicos (1,3%).
O indicador de utilização de capacidade da FGV com ajuste sazonal registrou elevação importante, de 82% em outubro para 82,7% em novembro de 2014, considerando que houvera uma queda substancial na passagem de setembro para outubro (de 1 ponto percentual).
Resultados da Indústria. A produção industrial brasileira registrou queda de 0,7% em novembro frente a outubro na série livre de efeitos sazonais. Frente ao mesmo mês de 2013, o setor registrou variação negativa de 5,8%, nono resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. No acumulado entre janeiro e novembro, a indústria obteve decréscimo de 3,2%, a mesma variação dos últimos 12 meses.
Na comparação entre novembro e outubro de 2014, a queda de 0,7% no total da indústria reverberou a retração em 11 dos 24 ramos investigados. Lideram a retração da indústria o setor de produtos alimentícios (-3,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,0%). Entre os 12 ramos que registraram crescimento, destacaram-se veículos automotores, reboques e carrocerias (1,2%), produtos diversos (11,9%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (3,6%) e produtos de minerais não-metálicos (1,3%).
Houve queda na produção em três das quatro categorias de uso em novembro de 2014 em relação ao mês imediatamente anterior, quais sejam, bens de consumo duráveis (-2,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (-1,3%), bens de capital (-0,2%). Por fim, o setor de bens intermediários assinalou variação nula pelo segundo mês consecutivo.
Já na comparação entre novembro de 2014 e o mesmo mês de 2013, todas as categorias registraram diminuição na produção: bens de consumo duráveis (-11,0%), bens de capital (-9,7%), bens intermediários (-5,8%), e bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%).
Também comparando novembro de 2014 em relação a novembro de 2013, houve redução na produção de 22 dos 26 ramos investigados pelo IBGE, destacando-se a queda de 14,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias, e de produtos alimentícios (-8,7%), metalurgia (-11,4%), máquinas e equipamentos (-8,8%), de produtos de metal (-12,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-14,1%), outros produtos químicos (-5,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,2%). Por sua vez, entre as quatro atividades que marcaram crescimento na produção, a mais expressiva foi das indústrias extrativas (4,1%).
No acumulado entre janeiro e novembro de 2014 contra os mesmos onze meses de 2013, a redução de 3,2% apresenta perfil disseminado de taxas negativas, em 19 dos 26 ramos, 61 dos 79 grupos e 63,7% dos 805 produtos pesquisados. Entre os ramos a queda mais significativa é a veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,3%), seguida de produtos de metal (-11,1%), de metalurgia (-7,1%), de máquinas e equipamentos (-5,6%), de outros produtos químicos (-4,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,5%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,2%) e de produtos alimentícios (-0,9%). De outro modo, destacam-se o aumento na produção de indústrias extrativas (5,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,7%).
E ainda, no índice janeiro-novembro de 2014 em elação ao mesmo período do ano anterior, houve queda na produção de todas as categorias, especialmente bens de consumo duráveis (-9,1%) e bens de capital (-8,8%), devido à principalmente às retrações em automóveis (-15,0%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,5%), na segunda. Bens intermediários caem 2,9% e bens de consumo semi e não-duráveis tiveram variação quase nula (-0,1%).
Desempenho por Categoria de Uso. Houve queda na produção em três das quatro categorias de uso em novembro de 2014 em relação ao mês imediatamente anterior, quais sejam, bens de consumo duráveis (-2,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (-1,3%), bens de capital (-0,2%). Já o setor de bens intermediários assinalou variação nula pelo segundo mês consecutivo.
Já na comparação entre novembro de 2014 e o mesmo mês de 2013, todas as categorias registraram diminuição na produção: bens de consumo duráveis (-11,0%), bens de capital (-9,7%), bens intermediários (-5,8%), e bens de consumo semi e não-duráveis (-3,1%).
Analisando cada categoria, tem-se que o setor produtor de bens de consumo duráveis teve variação negativa de 11,0% no índice mensal de novembro de 2014, porque obteve forte pressão da queda na fabricação de automóveis (-10,8%), em parte devido às reduções de jornadas de trabalho e pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas. Também contribuíram negativamente para a média negativa do grupamento os eletrodomésticos da “linha marrom” (-30,4%) – com quedas expressivas em televisores, de motocicletas (-19,9%), de móveis (-6,1%) - e de eletrodomésticos da “linha branca” (-7,6%).
Também na comparação novembro de 2014 versus novembro de 2013, a queda de 9,7% em bens de capital se deveu ao recuo na maior parte dos seus grupamentos, especialmente bens de capital para equipamentos de transporte (-15,9%), bens de capital agrícola (-17,7%), para construção (-25,7%), para fins industriais (-1,1%) e para energia elétrica (-5,5%).
Bens de consumo semi e não-duráveis tiveram queda na produção de 3,1% em novembro de 2014 em relação ao mesmo mês do ano anterior principalmente pelas pressões negativas de carburantes (-9,7%), semiduráveis (-4,4%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-1,5%) e de não-duráveis (-1,3%).
Ainda nesta comparação, bens intermediários caíram 5,8% em novembro de 2014, a nona taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde abril de 2012 (-6,0%). Destacam-se as retrações nos produtos associados às atividades de produtos alimentícios (-16,3%), de metalurgia (-11,4%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-14,7%), de produtos de metal (-15,1%), de outros produtos químicos (-5,7%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,4%), de produtos de minerais não-metálicos (-4,7%), de produtos têxteis (-7,7%) e de máquinas e equipamentos (-3,0%). Por outro lado, houve crescimento nas por indústrias extrativas (4,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,5%) e celulose, papel e produtos de papel (1,0%). Os grupamentos de insumos para construção civil (-7,7%) e de embalagens (-1,8%), continuam mostrando tendência de baixa, o que sugere que a economia não esboça recuperação.
No acumulado de 2014 até novembro, também se contata queda na produção de todas as categorias, especialmente bens de consumo duráveis (-9,1%) e bens de capital (-8,8%),devido à principalmente às retrações em automóveis (-15,0%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,5%), na segunda. Bens intermediários caem 2,9%) e bens de consumo semi e não-duráveis tiveram variação quase nula (-0,1%).
Por Dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores. Na comparação entre novembro e outubro de 2014, a queda de 0,7% no total da indústria reverberou a retração em 11 dos 24 ramos investigados. Lideram a retração da indústria o setor de produtos alimentícios (-3,4%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,1%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-4,0%), de metalurgia (-1,9%), de indústrias extrativas (-0,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,8%) e de máquinas e equipamentos (-1,0%). Entre os 12 ramos que registraram crescimento, destacaram-se veículos automotores, reboques e carrocerias (1,2%), produtos diversos (11,9%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (3,6%) e produtos de minerais não-metálicos (1,3%).
Comparando novembro de 2014 em relação a novembro de 2013, houve redução na produção de 22 dos 26 ramos investigados pelo IBGE, destacando-se a queda de 14,4% em veículos automotores, reboques e carrocerias, e de produtos alimentícios (-8,7%) – principalmente por conta da queda na fabricação de automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões, autopeças e reboques e semirreboques, na primeira, e de açúcar cristal e VHP, na segunda. Quedas significativas também se fizeram valer em metalurgia (-11,4%), máquinas e equipamentos (-8,8%), de produtos de metal (-12,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-14,1%), outros produtos químicos (-5,3%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%), de produtos de borracha e de material plástico (-5,0%) e de produtos de minerais não-metálicos (-4,7%). Por sua vez, entre as quatro atividades que marcaram crescimento na produção, a mais expressiva foi das indústrias extrativas (4,1%), por conta do aumento em minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo.
No acumulado entre janeiro e novembro de 2014 contra os mesmos onze meses de 2013, a redução de 3,2% apresenta perfil disseminado de taxas negativas, em 19 dos 26 ramos, 61 dos 79 grupos e 63,7% dos 805 produtos pesquisados. Entre os ramos a queda mais significativa é a veículos automotores, reboques e carrocerias(-17,3%), com taxas negativas em 90% dos produtos investigados na atividade – tais como em automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, autopeças, reboques e semirreboques e veículos para transporte de mercadorias com motor diesel. Outras quedas importantes foram de produtos de metal (-11,1%), de metalurgia (-7,1%), de máquinas e equipamentos (-5,6%), de outros produtos químicos (-4,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,5%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,2%) e de produtos alimentícios (-0,9%). Conforme apresenta o IBGE, em termos de produtos, as influências negativas mais importantes nesses ramos foram, respectivamente, estruturas de ferro e aço, artefatos diversos de ferro e aço estampado, esquadrias de ferro e aço, parafusos, ganchos, pinos ou porcas de ferro e aço, construções pré-fabricadas de metal, pontes e elementos de pontes de ferro e aço e andaimes tubulares e material para andaimes; artefatos e peças diversas de ferro fundido, chapas, bobinas, fitas e tiras de aço relaminadas, bobinas ou chapas de outras ligas de aço (inclusive tiras), barras de aços ao carbono, tubos de aços com costura, bobinas grossas de aços ao carbono e ligas de alumínio em formas brutas; tratores agrícolas, válvulas, torneiras e registros, máquinas para colheita, retroescavadeiras, guindastes, pontes e vigas rolantes, pórticos, pontes-guindastes e carrospórticos e rolamentos de esferas, agulhas e cilindros para equipamentos industriais; tintas e vernizes para usos em geral, impressão e construção, fungicidas para uso na agricultura, propeno não-saturado, éteres e peróxidos orgânicos, hexametilenodiamina e seus sais, aditivos para óleos lubrificantes, silício, benzeno e etileno não-saturado; fios, cabos e condutores elétricos com capa isolante, interruptores, seccionadores e comutadores para tensão menor ou igual a 1kv, motores elétricos de corrente alternada ou contínua, aparelhos elétricos de alarme para proteção, eletroportáteis domésticos, máquinas de lavar ou secar roupas para uso doméstico, quadros, painéis, cabines e outros suportes equipados com aparelhos elétricos de interrupção ou proteção e fogões de cozinha; peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística, cartuchos de plástico para embalagem, garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico, borracha misturada não vulcanizada em formas primárias, juntas, gaxetas e semelhantes de borracha vulcanizada não endurecida, tubos, canos e mangueiras de borracha vulcanizada não endurecida para indústria automobilística, pneus para automóveis e filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem; e açúcar VHP, sorvetes, picolés e carnes de bovinos congeladas. De outro modo, destacam-se o aumento na produção de indústrias extrativas (5,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,7%), dado o crescimento na produção de minérios de ferro pelotizados e em bruto ou beneficiado, óleos brutos de petróleo e gás natural, na primeira, e de óleos combustíveis, álcool etílico, asfalto de petróleo e querosene de aviação, na segunda.
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)
Utilização de Capacidade. O indicador da FGV com ajuste sazonal registrou elevação importante, de 82% em outubro para 82,7% em novembro de 2014, considerando que houvera uma queda substancial na passagem de setembro para outubro (de 1 ponto percentual).