Carta IEDI
A Indústria em Maio de 2014: A Reação Que Não Chega
A despeito das expectativas positivas sobre o efeito da copa, a produção industrial ainda não consegue reverter a tendência de perdas em 2014. A queda de 0,6% na produção industrial em maio de 2014 em relação a abril, considerando os efeitos sazonais, foi a terceira retração mensal consecutiva. Em comparação com maio de 2013 a produção industrial recuou 3,2% e no acumulado de 2014 a retração é de 1,6%. E ainda, em maio de 2014 o indicador de utilização de capacidade da indústria de transformação da CNI, com ajuste sazonal, atingiu 80,7% - o patamar mais baixo desde setembro de 2009.
Essa diminuição de 0,6% na produção industrial em maio em relação a abril de 2014 decorreu da queda de 15 dos 24 gêneros da indústria pesquisados pelo IBGE, mas especialmente em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9) – a sua terceira queda sucessiva, com perdas de 10,8% nesses três meses. Entre as categorias de uso, também descontados os efeitos da sazonalidade, o principal recuo se deu em bens de consumo duráveis (-3,6%): o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perdas de 9,5%. Bens de capital recuaram 2,6%, também o terceiro consecutivo e acumulando redução de 7,5% nos últimos três meses mensurados. A produção de bens intermediários caiu 0,9%. Já bens de consumo semi e não duráveis cresceram 1,0%, mantendo o ritmo de crescimento positivo de todos os meses de 2014 – esse sim um resultado interessante que a copa pode estar provocando.
Contrastando maio de 2014 com igual mês de 2013, houve uma queda considerável de 3,2% da produção industrial, assinalada por 18 dos 24 gêneros estudados. Da mesma forma que no índice de abril 2014/ 2013, no indicador de maio veículos automotores, reboques e carrocerias exerceram a maior contribuição para a queda da indústria total – dado o recuo de 20,1%. Também pesaram negativamente para o total nacional a menor produção em metalurgia (-10,5%), produtos de metal (-9,5%), outros produtos químicos (-5,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,4%), máquinas e equipamentos (-3,1%). Em termos de categorias, bens de capital (-9,7%) e bens de consumo duráveis (-11,2%) apresentam as quedas mais expressivas, seguida de bens intermediários (-2,8%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis elevou-se 0,8%.
Tal elevação de 0,8% apontada em bens de consumo semi e não-duráveis em maio de 2014 comparado a maio de 2013 deve-se essencialmente à maior produção dos grupamentos de outros não-duráveis (3,7%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (2,6%) – puxados por medicamentos e impressos para fins publicitários ou promocionais, no primeiro subsetor, e de cervejas, chope, bombons e chocolates em barras, refrigerantes, açúcar refinado de cana, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e sucos concentrados de frutas, no segundo.
Ainda pensando nos efeitos da copa, cabe ressaltar que neste contraste de maio de 2014 com maio de 2013, a redução de 11,2% em bens de consumo duráveis foi particularmente puxada por automóveis (-21,1%), mas houve aumento de produção em eletrodomésticos da “linha marrom” (9,8%) – devido ao crescimento da fabricação de televisores e de aparelhos de DVDs, e de eletrodomésticos da “linha branca” (6,8%) – com os avanços em fogões de cozinha, refrigeradores ou congeladores para uso doméstico e fornos de micro-ondas.
Estas vitórias localizadas, no entanto, se diluem na crise dos setores mais dinâmicos (de bens de capital e de duráveis), que se aprofundou. No setor de bens intermediários – de maior peso e que pode ser considerado o termômetro da indústria nacional –, a produção reverteu seu comportamento do início deste ano, quando dava sinais, ainda que tímidos, de uma possível recuperação, acumulando no ano perdas de 1,8%. Vale notar que a crise é particularmente aguda na cadeia de veículos automotores. Assim, no acumulado entre janeiro e maio de 2014, a fabricação de bens de capital caiu 5,8% pressionada principalmente por bens de capital para equipamentos de transporte (-11,8%). E a queda em bens de consumo duráveis de 3,2% é puxada essencialmente por veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,5%) - devido à redução na produção de aproximadamente 86% dos produtos investigados no setor.
Resultados da Indústria. Os dados do IBGE mostram que a produção da indústria brasileira recuou 0,6% em maio comparativamente ao mês anterior, na série dessazonalizada, a terceira queda consecutiva. Na comparação com maio de 2013, houve recuo da produção industrial em 3,2%. No acumulado de 2014, a indústria brasileira assinalou retração de 1,6%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses frente a igual período imediatamente anterior, a produção industrial mostrou pequeno avanço de 0,2%.
Em maio de 2014, em relação ao mês anterior, essa diminuição de 0,6% na produção industrial decorreu da queda de 15 dos 24 gêneros da indústria pesquisados pelo IBGE. As reduções mais significativas se processaram em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9) – a sua terceira queda sucessiva, perdas de 10,8% nesses três meses. Por sua vezas indústrias com contribuições positivas mais importantes para a média total fora indústrias extrativas (1,4%), produtos alimentícios (1,0%) e produtos do fumo (18,5%).
Como em abril, três categorias de uso, descontados os efeitos da sazonalidade, obtiveram resultados negativos em maio de 2014 na comparação com o mês imediatamente anterior – mais uma vez puxada por bens de consumo duráveis (-3,6%), o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perdas de 9,5%. Bens de capital recuaram 2,6% - também o terceiro consecutivo e acumulando redução de 7,5% nos últimos três meses mensurados. A produção de bens intermediários caiu 0,9%. Já bens de consumo semi e não duráveis cresceram 1,0%, mantendo o ritmo de crescimento positivo de todos os meses de 2014.
Contrastando maio de 2014 com igual mês de 2013, houve uma queda considerável de 3,2% da produção industrial, assinalada por 18 dos 24 gêneros estudados. Da mesma forma que no índice de abril 2014/ 2013, no indicador de maio veículos automotores, reboques e carrocerias exerceram a maior contribuição para a queda da indústria total – dado o recuo de 20,1%. Também pesaram negativamente para o total nacional a queda na produção de metalurgia (-10,5%), de produtos de metal (-9,5%), de outros produtos químicos (-5,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,4%), de máquinas e equipamentos (-3,1%). De outro modo, os principais gêneros que apresentaram elevação mais expressiv foram indústrias extrativas (7,6%), produtos alimentícios (2,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,1%). Em termos de categorias, tem-se uma elevação em três das quatro medidas. Bens de capital (-9,7%) e bens de consumo duráveis (-11,2%) apresentam as quedas mais expressivas, seguida de bens intermediários (-2,8%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis elevou-se 0,8%.
No acumulado entre janeiro e maio de 2014, também houve queda em três das quatro categorias: bens de capital (-5,8%) - pressionado principalmente por bens de capital para equipamentos de transporte (-11,8%), bens de consumo duráveis (-3,2%) e bens intermediários (-1,8%). Bens de consumo semi e não-duráveis cresce 1,0%, ajudado principalmente pelas elevação na fabricação de medicamentos, gasolina automotiva e álcool etílico.
Ainda no índice acumulado dos cinco primeiros meses de 2014, 17 dos 26 ramos da pesquisa registram queda na produção. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,5%) continuam sendo o principal setor responsável por essa perda devido à redução na produção de aproximadamente 86% dos produtos investigados no setor. Outras quedas relevantes sobre o total nacional advieram de produtos de metal (-8,8%), de outros produtos químicos (-3,7%), de metalurgia (-3,4%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,4%) e de máquinas e equipamentos (-2,7%). Por sua vez, as contribuições positivas mais significativas se deram em indústrias extrativas (4,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,9%).
Desempenho por Categoria de Uso. Como em abril, três categorias de uso, descontados os efeitos da sazonalidade, obtiveram resultados negativos em maio de 2014 na comparação com o mês imediatamente anterior – mais uma vez puxada por bens de consumo duráveis (-3,6%), o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perdas de 9,5%. Bens de capital recuaram 2,6% - também o terceiro consecutivo e acumulando redução de 7,5% nos últimos três meses mensurados. A produção de bens intermediários caiu 0,9%. Já bens de consumo semi e não duráveis cresceram 1,0%, mantendo o ritmo de crescimento positivo de todos os meses de 2014.
Comparando maio de 2014 com maio de 2013, tem-se uma elevação em três das quatro categorias medidas. Bens de capital (-9,7%) e bens de consumo duráveis (-11,2%) apresentam as quedas mais expressivas, seguida de bens intermediários (-2,8%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis elevou-se 0,8%.
A queda de 9,7% em maio de 2014 na categoria de bens de capital, em relação a maio de 2013, foi puxada pela redução de 18,1% de bens de capital para equipamentos de transporte – devido majoritariamente à menor fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, caminhões e veículos para transporte de mercadorias. Outras quedas importantes foram em bens de capital para fins industriais (-4,2%), agrícola (-2,5%), para construção (-1,7%) e de uso misto (-0,4%). Apenas bens de capital para energia elétrica (6,9%) registrou crescimento neste índice.
Também no contraste de maio de 2014 com maio de 2013, a redução de 11,2% em bens de consumo duráveis foi particularmente puxada por automóveis (-21,1%), seguida de móveis (-9,1%), de outros eletrodomésticos (-8,1%) e de motocicletas (-5,2%). Já as principais elevações na produção foram em eletrodomésticos da “linha marrom” (9,8%) – devido ao aumento na fabricação de televisores e de aparelhos de DVDs, e de eletrodomésticos da “linha branca” (6,8%) – com os avanços em fogões de cozinha, refrigeradores ou congeladores para uso doméstico e fornos de micro-ondas.
O recuo de 2,8% em maio de 2014 versus maio de 2013 em bens intermediários, a segunda taxa negativa consecutiva neste indicador, teve como principal influência as quedas em metalurgia (-10,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-15,1%), produtos de metal (-11,6%), outros produtos químicos (-5,7%), produtos de borracha e de material plástico (-3,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), produtos de minerais não-metálicos (-3,0%), máquinas e equipamentos (-5,8%), produtos têxteis (-3,9%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,4%). Por outro lado, houve crescimento significativo nas indústrias extrativas (7,6%) e produtos alimentícios (3,5%). Os grupamentos de insumos para construção civil recuaram 5,6%, a terceira queda seguida nessa comparação, mas embalagens teve aumento na produção de 0,8% nesse mês após recuar 1,1% em abril último.
Finalmente, a elevação de 0,8% apontada em bens de consumo semi e não-duráveis em maio de 2014 comparado a maio de 2013, deve-se essencialmente à maior produção dos grupamentos de outros não-duráveis (3,7%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (2,6%) – puxados por medicamentos e impressos para fins publicitários ou promocionais, no primeiro subsetor, e de cervejas, chope, bombons e chocolates em barras, refrigerantes, açúcar refinado de cana, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e sucos concentrados de frutas, no segundo. Por outro lado, houve queda em carburantes (-3,0%) e de semiduráveis (-3,5%).
No acumulado entre janeiro e maio de 2014, também houve queda em três das quatro categorias: bens de capital (-5,8%) - pressionado principalmente por bens de capital para equipamentos de transporte (-11,8%), bens de consumo duráveis (-3,2%) e bens intermediários (-1,8%). Bens de consumo semi e não-duráveis cresce 1,0%, ajudado principalmente pelas elevação na fabricação de medicamentos, gasolina automotiva e álcool etílico.
Por Dentro da Indústria de Transformação: Gêneros e Subsetores. Como visto, em maio de 2014 em relação ao mês anterior, a produção indústria diminuiu o,6%, como decorrência da queda de 15 dos 24 gêneros da indústria pesquisados pelo IBGE. As reduções mais significativas se processaram em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,8%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,9) – a sua terceira queda sucessiva, perdas de 10,8% nesses três meses. Também foram expressivos os recuos em metalurgia (-4,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,1%), móveis (-4,4%) e produtos de borracha e de material plástico (-1,4%). Por sua vezas indústrias com contribuições positivas mais importantes para a média total fora indústrias extrativas (1,4%), produtos alimentícios (1,0%) e produtos do fumo (18,5%).
Contrastando maio de 2014 com igual mês de 2013, houve uma queda considerável de 3,2% da produção industrial, assinalada por 18 dos 24 gêneros estudados. Da mesma forma que no índice de abril 2014/ 2013, no indicador de maio veículos automotores, reboques e carrocerias exerceram a maior contribuição para a queda da indústria total – dado o recuo de 20,1%, devido à menor produção de automóveis, de caminhão-trator para reboques e semirreboques, de caminhões, de autopeças e de veículos para transporte de mercadorias. Também pesaram negativamente para o total nacional a queda na produção de metalurgia (-10,5%), de produtos de metal (-9,5%), de outros produtos químicos (-5,7%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,4%), de máquinas e equipamentos (-3,1%), de impressão e reprodução de gravações (-13,4%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,6%). De outro modo, os principais gêneros que apresentaram elevação mais expressiva impactos foram indústrias extrativas (7,6%), produtos alimentícios (2,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,1%).
Já no índice acumulado entre janeiro e maio de 2014 a indústria geral cai 1,6%, em 17 dos 26 ramos da pesquisa. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-12,5%) continuam sendo o principal setor responsável por essa perda devido à redução na produção de aproximadamente 86% dos produtos investigados no setor. Outras quedas relevantes sobre o total nacional advieram de produtos de metal (-8,8%), de outros produtos químicos (-3,7%), de metalurgia (-3,4%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,4%) e de máquinas e equipamentos (-2,7%). Por sua vez, as contribuições positivas mais significativas se deram em indústrias extrativas (4,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (14,7%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,9%), impulsionadas, em grande parte, pelo crescimento na produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiado, na primeira, de televisores, na segunda, e de medicamentos na última.
Tabela: Produção Física - Subsetores Industriais
Variação % em Relação ao Mesmo Mês do Ano Anterior (clique aqui)
Utilização de Capacidade. O indicador de utilização de capacidade da indústria de transformação da CNI em maio de 2014, com ajuste sazonal, atingiu 80,7% - o patamar mais baixo desde setembro de 2009.
Em maio de 2014 o indicador de nível de utilização da capacidade instalada da indústria de transformação da FGV com ajuste sazonal voltou a subir, alcançando 84,3%, após a queda de 84,4% para 84,1% na passagem de março para abril deste ano. Sem ajuste sazonal, o indicador de maio foi de 84,1% - resultado também de uma elevação com relação a abril, que se processou em três categorias de uso (bens intermediários, de consumo e materiais de construção), exceto bens de capital. Dentre os gêneros industriais, os maiores destaques de aumento do NUCI sem ajuste sazonal foram em produtos farmacêuticos/ veterinários, produtos alimentares e química. Por sua vez, as reduções mais significativas se deram em mobiliário, materiais de transporte e minerais não-metálicos.