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                          Carta IEDI

                          Edição 448
                          Publicado em: 30/12/2010

                          Produtividade na Indústria no Terceiro Trimestre de 2010

                          Sumário

                          A taxa de crescimento da produtividade industrial até o terceiro trimestre de 2010 atingiu a cifra recorde de 8,5% considerando as informações desde 2002. O ano de 2009 se iniciou com um nível produtivo muito baixo e só foi possível atingir o patamar produtivo pré-crise do último trimestre de 2008 no segundo trimestre de 2010. Portanto, toda comparação de 2010 com o ano de 2009, seja em relação à produção física, pessoal ocupado ou horas pagas na indústria, se beneficia de uma base de comparação muito retraída. A obtenção do crescimento de 8,5% da produtividade até o tercerio trimestre de 2010 é resultante da recuperação da produção física industrial de 13,1% e das horas pagas de 4,3%. 

                           
                          A evolução acumulada da produtividade indica que ao longo do ano as taxas de expansão foram se reduzindo, acompanhando a evolução da produção física. No primeiro trimestre a produtividade cresceu 16,1% contra igual período em 2009 e no primeiro semestre 12,3%; as taxas de crescimento da produção física foram de 18,2% e 16,2%, respectivamente. O emprego industrial também mostrou recuperação em 2010, sendo que as taxas de expansão foram aumentando ao longo do ano na comparação com igual período do ano anterior. Até o terceiro trimestre do ano, o número de empregados na indústria cresceu 3,4%, porém ainda se encontra abaixo do nível de 2009.
                           
                          A sequencia de menores taxas de crescimento acumuladas da produção industrial sinaliza que a recuperação da produção ao longo de 2010 tem sido moderada e as taxas crescentes de absorção de mão de obra e, consequentemente de expansão das horas pagas, resultam em menores ganhos de produtividade à medida em que a produção se expande. A expansão da folha de pagamento real por trabalhador até o terceiro trimestre foi de 3,0%, percentual que ficou bem aquém dos ganhos registrados na produtividade. 
                           
                          É de se esperar que haja uma desaceleração do crescimento de produtividade nos próximos meses frente ao acumulado até setembro, devido à provável estabilização da produção e das horas pagas combinado com a base de comparação mais elevada no último trimestre de 2009. 
                           
                          Todos os setores industriais (18) apresentaram até o terceiro trimestre de 2010 ganhos de produtividade, à exceção de Fumo (–5,9%). No ano de 2009, apenas sete setores tinham apresentado performance positiva, e considerando o terceiro trimestre de 2009, apenas três. 
                           
                          Fato significativo no desempenho setorial da produtividade até o terceiro trimestre de 2010 foi o aumento simultâneo da produtividade e do emprego e das horas pagas em quase todos os setores. Apenas três setores não exibiram este padrão de evolução: Madeira (26,2%), que contudo exibiu a maior taxa de expansão da produtividade; Vestuário (11,1% ) e Coque, Refino de petróleo, Combustíveis Nucleares e Álcool (4,8%).
                           
                          Sob a ótica regional, no acumulado dos três primeiros trimestres de 2010, o aumento da produtividade foi generalizado entre os locais pesquisados, com taxas variando entre 21,0% na indústria do Espírito Santo a 2,1% no parque industrial do Rio de Janeiro. Os melhores resultados foram obtidos por indústrias locais que são fortemente exportadoras - Espírito Santo (21,0%) e Minas Gerais (15,5%). Esses resultados positivos foram fruto do forte aumento da produção física no período – chegando a atingir 28,8% na indústria do Espírito Santo e 18,2% na de Minas Gerais – bem superior à variação das horas pagas. Além de Espírito Santo e Minas Gerais apenas Paraná (14,8%) registrou variação positiva da produtividade acima da média nacional. A indústria paulista teve incremento próximo à média brasileira (8,1%), seguida pela do Ceará (7,2%). Três estados apontaram taxas na faixa de 5,0% – Bahia (5,3%), Pernambuco (5,1%) e Santa Catarina (5,0%). Os menores incrementos foram os do Rio Grande do Sul (3,7%) e Rio de Janeiro (2,1%). 
                           
                           
                          Produtividade da Indústria Geral. O crescimento da produtividade industrial até o terceiro trimestre de 2010 atingiu a cifra de 8,5%, a maior taxa registrada desde 2002, primeiro ano da série com base nos indicadores mensais da indústria. O desempenho muito ruim da produção industrial em 2009, mesmo com recuperação a partir do segundo semestre explica em grande parte este resultado. 
                           
                          A obtenção do crescimento de 8,5% da produtividade até o terceiro trimestre de 2010 é resultante da recuperação da produção física industrial de 13,1% e das horas pagas de 4,3%. Em 2009 a produtividade industrial registrou queda de 2,1%, com retração de 7,4% na produção e 5,4% nas horas pagas. A evolução acumulada da produtividade indica que ao longo do ano as taxas de expansão foram se reduzindo, acompanhando a evolução da produção física. No primeiro trimestre a produtividade cresceu 16,1% contra igual período em 2009 e no primeiro semestre 12,3%; as taxas de crescimento da produção física foram de 18,2% e 16,2%, respectivamente.
                           
                          O emprego industrial também mostrou recuperação em 2010, sendo que as taxas de expansão foram aumentando ao longo do ano na comparação com igual período do ano anterior. Até o terceiro trimestre do ano o número de empregados na indústria cresceu 3,4%, porém ainda se encontra abaixo do nível de 2009, quando o pessoal ocupado na indústria registrou recuo de 5,1% em relação a 2008. A sequencia de menores taxas de crescimento acumuladas da produção industrial sinaliza que a recuperação da produção ao longo de 2010 tem sido moderada e as taxas crescentes de absorção de mão de obra e, consequentemente de expansão das horas pagas, resultam em menores ganhos de produtividade à medida que a produção se expande.
                           
                          Dentro do ano, a evolução mês a mês com ajuste sazonal da produção industrial mostra que depois de apresentar taxas positivas nos 3 primeiros meses, atingindo em março a expansão de 3,4% em relação a fevereiro, passou a registrar decréscimo, com exceção de julho de 2010. A evolução mês a mês do emprego foi positiva todo o período, apresentando queda de 0,1% em setembro, a primeira do ano. A evolução da produtividade na comparação mês a mês foi positiva em 4 meses até setembro, sendo a maior taxa de 2,2%, ocorrida em março. Na comparação mês contra igual mês do ano anterior a produtividade expandiu 1,0%. 
                           
                          A expansão da folha de pagamento real por trabalhador até o terceiro trimestre foi de 3,0%, percentual que ficou bem aquém dos ganhos registrados na produtividade. Assim, o processo de retomada da produção industrial em 2010 ainda apresenta espaço para continuar sua expansão sem pressão de custos por parte dos salários. Em 2009 a remuneração real média também havia registrado resultado positivo, porém com queda no nível do emprego. 
                           
                          As elevadas taxas observadas da produção e da produtividade industrial na comparação em relação ao ano anterior estão fortemente influenciadas pelo mau desempenho da indústria em 2009, quando ainda estava sob o impacto da crise financeira internacional no último trimestre de 2008. A comparação trimestre a trimestre em 2010 mostra que o processo de recuperação apresenta menor dinamismo a partir do segundo semestre. Desde o segundo semestre de 2009 as taxas de crescimento da produção, das horas pagas e da produtividade registravam saldo positivo em relação ao trimestre anterior. A partir do segundo trimestre de 2010 a produtividade contra o primeiro trimestre de 2010 apresentou pequeno percentual de queda (–0,5%) que se ampliou no terceiro trimestre (–0,9%), quando a produção industrial também se reduziu relativamente ao trimestre anterior. 
                           
                          A variação das taxas do indicador de média móvel de 12 meses, por abranger um número maior de meses na comparação (24 meses) sinaliza a tendência de evolução das taxas de crescimento da produção, emprego, horas pagas e produtividade industrial. Pode-se observar que, a partir de novembro de 2009, a produção e a produtividade industrial começaram a reverter a trajetória de queda. Em janeiro de 2010 o crescimento da produtividade passou a ser a taxas positivas e a partir de julho a evolução se deu a ritmo menor do que o da produção, uma indicação de que a expansão da produção passou a ocorrer com menores ganhos de eficiência. 
                           
                          Para se qualificar melhor a tendência de evolução da produtividade deve-se agregar informação sobre a taxa de investimento da economia, dada sua alta correlação com a produtividade industrial. Nota-se que, comparando com o último trimestre de 2008 que foi de forte desaceleração econômica, a evolução da formação bruta de capital fixo está tendo um desempenho positivo. Se se leva em conta ainda que o consumo das famílias também está tendo uma evolução favorável, fica em aberto porque as taxas de crescimento da produção industrial e da produtividade são mais moderadas a partir do segundo trimestre de 2010. 
                           
                          Uma possível causa deve estar na evolução da conjuntura externa, que atualmente não tem favorecido o setor industrial, em grande medida pela sobrevalorização da moeda brasileira. Um dos responsáveis pela pressão sobre o câmbio brasileiro é o cenário de grande indefinição sobre o desempenho futuro das economias desenvolvidas o que tem atraído para as economias emergentes volumosos fluxos de capitais em busca de melhores retornos. A economia brasileira, com taxas de juros dentre as mais elevadas do mundo, tem recebido uma quantidade excessiva de recursos externos, com influência perversa sobre sua taxa de câmbio. Assim, a atual combinação de juros elevados e taxa de câmbio valorizada tem reduzido os graus de liberdade da política econômica brasileira baseada no regime de metas de inflação com metas de superávit fiscal e ausência de controle mais rigoroso de capitais, com prejuízos para a competitividade da indústria. Vale observar que as exportações líquidas até o primeiro semestre de 2010 contribuíram negativamente para o crescimento do PIB.
                           
                          Em suma, embora a produção industrial tenha perdido dinamismo a partir do segundo trimestre, teve forte crescimento até março, tendo se estabilizado no terceiro trimestre num patamar bem superior a média de 2009. O ano de 2009 se iniciou com um nível produtivo muito baixo e só foi possível atingir o patamar produtivo pré-crise do último trimestre de 2008 no segundo trimestre de 2010. Portanto, toda comparação de 2010 com o ano de 2009, seja em relação à produção física, pessoal ocupado ou horas pagas na indústria, se beneficia de uma base de comparação muito retraída. É de se esperar que haja uma desaceleração do crescimento de produtividade nos próximos meses frente ao acumulado até setembro, devido à provável estabilização da produção e das horas pagas combinado com a base de comparação mais elevada no último trimestre de 2009. 
                           
                          Pode-se sugerir que mesmo havendo uma desaceleração na produção de outubro a dezembro é provável que o incremento anual da produtividade em 2010 seja o maior, ou no mínimo o segundo maior dos últimos nove anos, superando, ou na pior das hipóteses ficando um pouco abaixo da marca de 2004 (7,5% até setembro e 6,1% no ano). A taxa mais próxima à observada até o terceiro trimestre de 2010 foi a de 2004, com valor de 7,5% (acumulado até setembro). No entanto, houve uma desaceleração no último trimestre de 2004, ficando a variação anual da produtividade naquele ano em 6,1%. Mesmo que em 2010 a produtividade que alcançou a marca de 8,5% no acumulado até setembro se desacelere e caia até 2 pontos percentuais até dezembro, ainda se situará num patamar acima do de 2004. 
                           
                          Tanto 2004 como 2010 têm em comum o fato de serem anos de recuperação da atividade industrial e, portanto, terem uma base e comparação deprimida. O ano de 2003 foi o primeiro do governo Lula – um momento de elevada incerteza política, e a produtividade cresceu apenas 0,9%. Em 2009 a produtividade registrou queda de -2,1%. Sempre em momentos de recuperação a produção física cresce à frente do emprego e das horas pagas e, portanto, há significativo aumento da produtividade. Assim, o aumento de produtividade em 2010 reflete a recuperação da economia frente à crise financeira internacional, sendo, portanto, um movimento eminentemente pró-cíclico.
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                          A Evolução Setorial da Produtividade. Todos os setores industriais (18) apresentaram até o terceiro trimestre de 2010 ganhos de produtividade, à exceção de Fumo (–5,9%), que também apresentou a maior contração na produção industrial (–9,8%). Em 2009, apenas sete setores tinham apresentado performance positiva, e considerando o terceiro trimestre de 2009, apenas três. 
                           
                          Fato significativo no desempenho setorial da produtividade até o terceiro trimestre de 2010 foi o aumento simultâneo da produtividade e do emprego e das horas pagas em quase todos os setores. Um dos três setores a não exibir este padrão de evolução foi o de Madeira (26,2%) que, contudo, exibiu a maior taxa de expansão da produtividade. Esta taxa foi resultado de um crescimento de 18,2% na produção e de queda de 6,3% nas horas pagas e de 6,7% no emprego.
                           
                          A produtividade dos setores de Máquinas e Equipamentos – exclusive elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações (21,3%), de Produtos de Metal – exclusive máquinas e equipamentos (20,4%), de Metalurgia Básica (12,6%), de Fabricação de Meios de Transporte (12,5%), de Borracha e Plástico (12,3%) e de Indústrias Extrativas (10,7%) acumularam as maiores altas na produção industrial, com taxas variando de 32,1% no primeiro caso e 14,6% no último, e também expansão expressiva nas horas pagas e no emprego. Destaca-se neste caso o setor de Metalurgia Básica que teve a maior expansão nas horas pagas (10,1%) e a quinta maior taxa de crescimento do emprego (6,4%). Em relação a 2009, os três primeiros setores – Máquinas e Equipamentos, Produtos de Metal e Metalurgia Básica – e o de Indústrias Extrativas tinham fechado o ano com evolução negativa da produtividade, sendo o de Metalurgia Básica (–9,7%) e o de Máquinas e Equipamentos (–8,9%) com o segundo e o terceiro piores desempenhos em 2009, respectivamente. Os setores de Fabricação de Meios de Transporte e de Borracha e Plástico fecharam 2009 com taxas de crescimento próxima de zero. 
                           
                          O setor de Vestuário (11,1%), com a sétima melhor taxa de crescimento da produtividade em 2010, obteve este resultado com queda nas horas pagas (–1,8%) e no emprego (–1,9%). O setor de Fabricação de Outros Produtos da Indústria de Transformação (10,0%) conclui a lista dos segmentos que se situaram com taxa de crescimento da produtividade acima da média da indústria geral.
                           
                          Dentre os segmentos com expansão da produtividade abaixo da média da indústria, destaca-se o de Máquinas e Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, de Precisão e de Comunicações, que em 2009 exibiu a maior queda na produtividade (–15,0%). Até o terceiro trimestre de 2010 a produtividade industrial havia crescido 5,9%, com expansão de 13,5% na produção industrial e 7,2% nas horas pagas. A recuperação da produtividade ao longo de 2010 ainda não compensou a queda de 2009.
                           
                          O setor de Produtos Químicos (7,3%), de Calçados e Couro (6,6%), de Alimentos e Bebidas (4,9%), de Minerais Não-Metálicos (3,9%), de Papel e Gráfica (2,1%) e de Têxtil (0,6%), com taxas de variação da produtividade abaixo da média da indústria, apresentaram expansão na produção e nas horas pagas e no emprego. Os setores de Produtos Químicos e de Alimentos e Bebidas foram uns dos poucos a apresentar crescimento da produtividade em 2009 (5,2% e 2,3%, respectivamente). Os setores de Calçados e Couro e de Têxtil foram os que mais expandiram o emprego (6,8% cada um) até o terceiro trimestre de 2010. 
                           
                          O setor de Coque, Refino de petróleo, Combustíveis Nucleares e Álcool, com 4,8% de expansão da produtividade, apresentou a menor expansão na produção industrial (0,7%) e queda de 3,8% nas horas pagas e de 1,7% no emprego. Vale lembrar que este segmento apresentou o maior decréscimo na produtividade em 2008 (–9,9%) e também registrou crescimento negativo em 2009 (–3,0%). 
                           
                          Em suma, frente aos resultados ruins de 2009, com 11 taxas setoriais negativas de crescimento da produtividade, os registrados até o terceiro trimestre de 2010 mostram a recuperação da produção e da produtividade da indústria: dos 18 setores, em 14 a produtividade cresceu com expansão da produção, das horas pagas e do emprego.
                           
                          Vale observar também que a evolução da produtividade no terceiro trimestre comparada à evolução da remuneração média da mão de obra em termos reais. Em apenas um setor – Metalurgia Básica – verificou-se queda na remuneração média real da mão de obra (–1,8%). Nos setores de Coque, Refino de petróleo, Combustíveis Nucleares e Álcool (5,0%), de Minerais Não-Metálicos (6,1%), de Papel e Gráfica (3,6%), de Têxtil (1,8%) e de Fumo (4,2%) a remuneração média real superou os ganhos de produtividade. Uma característica do comportamento da produtividade até o terceiro trimestre de 2010 é um aumento na dispersão das taxas, devido aos ganhos muito expressivos nos setores de Madeira, de Máquinas e equipamentos, exclusive elétricos, eletrônicos, de precisão e de comunicações e de Produtos de Metal (acima de 20%). Esses ganhos ficaram longe de serem compensados por aumentos reais de salário.
                           
                           
                           
                          Evolução Regional da Produtividade. No acumulado dos três primeiros trimestres de 2010, contra igual período do ano anterior, o aumento da produtividade foi generalizado entre os locais pesquisados, com taxas variando entre 21,0% na indústria do Espírito Santo a 2,1% no parque industrial do Rio de Janeiro. Os melhores resultados foram obtidos por indústrias locais que são fortemente exportadoras – Espírito Santo (21,0%) e Minas Gerais (15,5%). Esses resultados positivos foram fruto do expressivo aumento da produção física no período – chegando a atingir 28,8% na indústria do Espírito Santo e 18,2% na de Minas Gerais –, a qual foi bem superior a variação das horas pagas. Além de Espírito Santo e Minas Gerais, apenas Paraná (14,8%) registrou variação positiva da produtividade acima da média nacional. A indústria paulista teve incremento próximo à média brasileira (8,1%), seguida pela do Ceará (7,2%). Três estados apontaram taxas na faixa de 5,0% – Bahia (5,3%), Pernambuco (5,1%) e Santa Catarina (5,0%). Os menores incrementos foram os do Rio Grande do Sul (3,7%) e Rio de Janeiro (2,1%). 
                           
                          Em termos da série histórica, para o acumulado no período janeiro-setembro, a taxa de incremento da produtividade em 2010 de 8,5%, além de ser a maior para o país, também é a maior já alcançada para Minas Gerais (15,5%), Espírito Santo (21,1%) e Paraná (14,8%). 
                           
                          O incremento da indústria do Espírito Santo, de 21,0% no acumulado do ano até setembro, é o maior de todos os locais pesquisados. Essa taxa recorde reflete o grande aumento da produção física (28,8%), fruto do enorme incremento na produção das Indústrias Extrativas (72,5%) e taxas muito expressivas registradas na Metalúrgica Básica (23,9%) e Alimentos e Bebidas (18,9%). Todos esses setores, portanto atingiram marcas elevadas de variação da produtividade: Indústrias Extrativas (54,0%) – taxa recorde para o setor dentre as indústrias locais –, Metalúrgica Básica (13,2%) e Alimentos e Bebidas (10,8%). O segmento mais importante da atividade Indústrias Extrativas é o de minério de ferro, cujas exportações para a China estão elevadas em 2010. Metalúrgica Básica, onde no estado se destaca a produção de lingotes e placas de aço, também é fortemente exportador. Esse não é o caso, no entanto, de Alimentos e Bebidas, que é voltado para o mercado interno e cuja indústria de maior peso é a de bombons.
                           
                          A indústria de Minas Gerais atingiu um crescimento de 15,5% na produtividade no acumulado até setembro de 2010, o segundo maior dentre os locais analisados. O perfil do incremento da produtividade foi similar ao do Espírito Santo com destaque para Metalúrgica Básica (31,8%) – taxa recorde para o setor dentre as indústrias locais – e Indústrias Extrativas (26,1%), setores de perfil exportador e ambos com aumentos muito expressivos de produção física no período – de 35,7% e 35,8%, respectivamente. Destaca-se ainda a atividade de Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool com acréscimo de 13,1% na produtividade. Cabe registrar a indústria mineira registrou o menor aumento de horas pagas (2,3%) dentre os locais analisados.
                           
                          A indústria do Paraná apontou um acréscimo de 14,8% na produtividade no acumulado até setembro de 2010, o terceiro maior dentre os locais analisados. Nesse caso as maiores variações positivas foram de indústrias voltadas para o mercado interno: Madeira (18,1%), Produtos de Metal-exclusive Máquinas e Equipamentos (17,2%) e Borracha e Plástico (16,9%). No caso de Madeira e Borracha e Plástico, o incremento da produção física – de 11,4% e 15,2% respectivamente – foi acompanhado por queda nas horas pagas – de –5,7% e –1,5% respectivamente – e também no emprego, numa combinação atípica para segmentos com bom desempenho em produtividade no ano de 2010. O mais comum esse ano é que aumentos expressivos de produtividade venham acompanhados de acréscimos nas horas pagas e no emprego. Cabe notar que a indústria paranaense registrou o menor aumento de emprego (1,0%) dentre os locais analisados.
                           
                          A indústria de São Paulo apresentou taxa de variação positiva da produtividade de 8,1%, marca bem próxima à média nacional (8,5%). O maior aumento de produtividade ocorreu na atividade Produtos de Metal-exclusive Máquinas e Equipamentos (32,8%) que alcançou a maior taxa para o setor dentre os locais analisados. Também registraram taxas expressivas os setores Metalurgia Básica (19,1%), Borracha e Plástico (18,0%) e Vestuário (12,6%). A indústria Têxtil registrou queda na produtividade (–3,9%), pois o aumento na produção física (8,0%) não foi suficiente para compensar o significativo incremento das horas pagas (12,3%). Cabe destacar que vários setores da indústria paulista, para os quais não é possível estimar índices de produtividade, devem ter tido aumentos significativos dessa variável, dado ao elevado incremento da produção física. Esses segmentos e suas respectivas taxas de variação de produção física industrial são: Veículos automotores (29,7%), Máquinas e Equipamentos (33,0%), Máquinas para escritório e equipamentos de informática (32,9%), e Máquinas e Aparelhos elétricos (19,1%).
                           
                          A indústria do Ceará alcançou um incremento de produtividade de 7,2% no acumulado até setembro de 2010. Os maiores aumentos de produtividade se verificaram na Metalúrgica Básica (31,5%), Produtos de Metal-exclusive Máquinas e Equipamentos (21,6%) e Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (16,0%). Tanto Metalúrgica Básica quanto Produtos de Metal-exclusive Máquinas e Equipamentos tiveram taxas muito elevadas de crescimento da produção física de 47,4% e 47,0%, respectivamente. Todos os setores investigados tiveram variações positivas de produtividade, exceto Vestuário e Acessórios (–2,3%) e Calçados e Artigos de Couro (–0,7%).
                           
                          A indústria da Bahia atingiu um crescimento de 5,3% na produtividade no acumulado até setembro de 2010. As maiores taxas foram as de Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (27,7%), Minerais não metálicos (14,5%) e Indústrias extrativas (9,3%). No primeiro setor destaca-se o expressivo aumento da produção física (30,8%) e nos demais o fato do incremento da produção ter sido acompanhado de contração das horas pagas de 0,9% e 1,5%, respectivamente. Todos os setores da indústria baiana, para os quais é possível calcular índices de produtividade tiveram incremento nessa variável.
                           
                          A indústria de Pernambuco apontou um acréscimo de 5,1% na produtividade no acumulado até setembro de 2010. Nesse local destaca-se o incremento muito expressivo da produtividade em Calçados e couro (96,7%), fruto de um acréscimo surpreendente de 130,3% na produção, percentual muito superior a elevada variação nas horas pagas (17,1%). Tal resultado sugere uma mudança significativa no processo de trabalho no setor. Outros aumentos importantes foram os da Têxtil (25,1%), Minerais não-metálicos (15,4%) e Metalúrgica Básica (11,2%). Cabe registrar as quedas de produtividade ocorridas em Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (–29,5%) – maior queda para o setor dentre os locais pesquisados – e Alimentos e Bebidas (–4,4%). No caso do primeiro setor o resultado foi fruto do decréscimo da produção física (–26,1%) e no segundo do aumento das horas pagas (12,0%).
                           
                          A indústria de Santa Catarina registrou uma variação positiva da produtividade de 5,0% em janeiro-setembro de 2010. Os maiores aumentos foram os dos setores Metalúrgica Básica (25,9%) e Madeira (20,2%). No caso do primeiro segmento, o desempenho foi resultado do forte acréscimo na produção física (49,8%) e no caso do segundo a contração das horas pagas (–7,0%) se agregou a variação positiva da produção física (11,7%). Todos os setores da indústria catarinense, para os quais é possível calcular índices de produtividade, tiveram incremento nessa variável.
                           
                          A indústria do Rio Grande do Sul alcançou um incremento e produtividade de 3,7% no acumulado até setembro de 2010, portanto um patamar que representa menos da metade da média nacional (8,5%). As maiores variações positivas foram as de Produtos de Metal-exclusive Máquinas e Equipamentos indústrias (18,4%), Metalúrgica Básica (18,4%) e Calçados e Couro (9,7%). Fumo (–11,7%), Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (–10,8%) e Borracha e Plástico (-4,9%) registraram quedas de produtividade.
                           
                          A indústria do Rio de Janeiro atingiu um crescimento de apenas 2,1% na produtividade no acumulado até setembro de 2010, a pior marca dentre os locais analisados. Nenhum de seus segmentos industriais registrou taxas expressivas de aumento de produtividade, sendo as mais elevadas as de Têxtil (5,0%), Borracha e Plástico (3,3%) e Metalúrgica Básica (2,3%). Setores de peso no parque industrial local tiveram decréscimo de produtividade: Indústrias extrativas (–5,9%) – única queda para esse segmento dentre os locais analisados – e Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool (–3,4%). Minerais não Metálicos também apontou variação negativa de produtividade (–1,5%).
                           
                           
                           
                           
                           
                           
                           
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                          Publicado em: 23/06/2025

                          Nos quatro primeiros meses de 2025 sobre os quais já temos dados disponibilizados pelo IBGE, tem sido difícil a indústria em seu agregado ampliar produção, a exemplo de abr/25, quando ficou virtualmente estável.

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                          Publicado em: 18/06/2025

                          A China se tornou a “fábrica do mundo”, mas em um ritmo bastante acelerado vem também se firmando como um polo inovativo inconteste, constituindo competências industriais de alta tecnologia.

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                          Carta IEDI n. 1316 - Sinais de arrefecimento sobretudo nas indústrias de alta e média-alta tecnologia
                          Publicado em: 13/06/2025

                          No 1º trim/25, os grupos de maior intensidade tecnológica foram os que mais desaceleraram, embora tenham se mantido com um desempenho superior ao agregado da indústria de transformação.

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                          Carta IEDI n. 1315 - O crescimento global em meio à guerra comercial e ao aumento da incerteza
                          Publicado em: 06/06/2025

                          Embora não faltem especulações sobre ganhadores e perdedores da elevação de tarifas comerciais pelos EUA, os cenários mais recentes dos organismos multilaterais indicam enfraquecimento do PIB global e do comércio internacional. 

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                          Carta IEDI n. 1314 - Desempenho modesto na indústria de menor intensidade tecnológica
                          Publicado em: 23/05/2025

                          No 1º trim/2025, o déficit da balança de bens da indústria de transformação voltou a aumentar, devido a um desempenho inferior dos ramos de menor intensidade tecnológica.

                           

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                          Carta IEDI n. 1313 - Perda de tração industrial
                          Publicado em: 13/05/2025

                          No 1º trim/25, a indústria cresceu menos do que vinha crescendo na segunda metade de 2024, sendo que bens de capital e intermediários ficaram entre os que mais perderam dinamismo.

                           

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                          Carta IEDI n. 1312 - Indústria em 2024: mais produção, mais emprego
                          Publicado em: 09/05/2025

                          Em 2024, devido ao crescimento robusto e difundido entre os diferentes ramos da indústria, o emprego industrial se expandiu, superando o aumento do emprego do agregado do setor privado.

                           

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                          Publicado em: 30/04/2025

                          Em fev/25, a indústria brasileira somou cinco meses consecutivos sem crescimento, um quadro que se agrava com o aumento das incertezas mundiais.

                           

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                          Carta IEDI n. 1310 - Destaques do comércio exterior do Brasil
                          Publicado em: 28/04/2025

                          Em 2024, o Brasil comprou mais e de mais parceiros internacionais do que conseguiu ampliar e diversificar nossas exportações de manufaturados, o oposto do que precisaria fazer para enfrentar as mudanças atuais no comércio mundial.

                           

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                          Carta IEDI n. 1309 - Brasil e Mundo: divergência do desempenho industrial no final de 2024
                          Publicado em: 17/04/2025

                          No 4º trim/24, enquanto a indústria brasileira se desacelerava, o dinamismo da indústria global ganhou força, apesar do aumento de tensões e incertezas.

                           

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