Análise IEDI
Expansão puxada pelo Sudeste
A produção da indústria nacional cresceu +0,5% na passagem de out/23 para nov/23, já descontados os efeitos sazonais, e, segundo a pesquisa divulgada hoje pelo IBGE, este resultado deveu-se à maioria dos parques regionais do setor.
Das quinze localidades acompanhadas pelo IBGE, nove registraram avanço em nov/23, representando uma parcela de 60% dos parques industriais regionais. O destaque neste mês coube à região Sudeste, já que todos os seus estados obtiveram aumento de produção: +1,9% em São Paulo, +2,5% em Minas Gerais, +3,7% no Rio de Janeiro e +4,3% no Espírito Santo.
Entre outros parques com altas bem acima da média nacional podem ser citados: Paraná (+5,4% ante out/23, com ajuste), Goiás (+3,3%) e Bahia (+2,7%). Já entre os piores resultados ficaram por conta de Pernambuco (-9,7%), que condicionou o agregado da região Nordeste (-1,2%), Amazonas (-4,2%) e Rio Grande do Sul (-2,9%).
No acumulado dos onze meses de 2023 já cobertos por dados do IBGE, enquanto o agregado nacional mostra-se virtualmente estagnado, com variação de +0,1% ante jan-nov/22, 55% de seus parques apresentam aumento de produção, tendo entre as maiores altas aqueles especializados no ramo extrativo e no processamento de commodities agrícolas, como Espírito Santo (+9,4%), Pará (+4,5%), Rio de Janeiro (+4,4%), Mato Grosso (+5,4%) e Goiás (+4,9%).
Já parques mais diversificados encolheram em 2023 até o mês de novembro. O destaque neste grupo é São Paulo, principal polo industrial do país, com queda de -1,4% ante jan-nov/22. Outros exemplos são Rio Grande do Sul (-4,4%) e o Nordeste como um todo (-4,0%).
Nestes estados os dados mais recentes mostram, ao menos, uma atenuação de suas adversidades, influenciando inclusive o agregado nacional, tal como discutido na Análise IEDI de 05/01/24 e ilustrado nas variações interanuais a seguir.
• Brasil: -0,3% em jan-jun/23; 0% em jul-set/23 e +1,2% em out-nov/23;
• São Paulo: -2,1%; -1,0% e -0,2%, respectivamente;
• Nordeste: -4,4%; -6,2% e +0,6%;
• Rio Grande do Sul: -6,0%; -3,1% e -1,8%;
• Pará: +5,5%; +0,5% e +8,3%;
• Espírito Santo: +0,5%; +23,7% e 18,4%;
• Mato Grosso: +2,3%; +8,4% e +9,6%;
• Goiás: +0,3%; +6,4% e +15,0%, respectivamente.
A indústria paulista, que havia recuado -2,1% no acumulado do primeiro semestre do ano, caiu a metade disso no 3º trim/23 (-1,0%) e ficou praticamente estável no bimestre out-nov/23 (-0,2%). A melhora não foi suficiente para recolocá-la na trajetória de crescimento, mas cessou seu encolhimento.
Entre os ramos da indústria paulista com retomada ou reforço do crescimento estão: bebidas, têxteis, máquinas e aparelhos elétricos, borracha e plástico e derivados de petróleo. Outros ramos continuaram no vermelho, mas com quedas menos intensas, sobretudo, produtos químicos e farmacêuticos e farmoquímicos.
O Rio Grande do Sul também não conseguiu voltar a expandir sua produção industrial, mas vem caindo menos. Agora em out-nov/23 registrou -1,8% frente ao mesmo período do ano anterior. Ramos que voltaram a crescer nestes últimos meses e ajudaram a amenizar o quadro geral no estado foram: derivados de petróleo, bebidas, fumo e móveis.
Já o Nordeste, diferentemente de São Paulo e Rio Grande do Sul, saiu do vermelho no bimestre out-nov/23, registrando +0,6%. Isso se deu notadamente devido à produção de alimentos, bebidas e de derivados de petróleo, mas também de borracha e plástico e têxteis, todos com expansão considerável neste último bimestre.
Em novembro de 2023, quando a produção industrial nacional registrou aumento de 0,5% frente ao mês imediatamente anterior na série livre de influências sazonais, nove dos quinze locais pesquisados (como Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul ainda não têm série histórica longa o suficiente, não há ajuste sazonal para estes estados) apresentaram taxa positiva, sendo os maiores: Paraná (5,4%), Espírito Santo (4,3%), Rio de Janeiro (3,7%) e Goiás (3,3%). Em sentido oposto, os maiores recuos no período foram observados em: Pernambuco (-9,7%), Amazonas (-4,2%) e Rio Grande do Sul (-2,9%).
Analisando em relação a novembro de 2022, registrou-se acréscimo de 1,3% da indústria nacional. Entre os dezoito locais pesquisados, treze registraram expansão da produção, sendo as mais expressivas observadas em: Paraná (21,1%), Espírito Santo (18,5%), Goiás (16,6%) e Pará (12,8%). Os locais pesquisados restantes registraram retração da produção nessa base de comparação, com as mais expressivas em: Amazonas (-10,3%), Rio Grande do Sul (-4,4%) e Rio Grande do Norte (-2,7%).
Analisando o acumulado no ano (janeiro-novembro), houve incremento de 0,1% na produção nacional, com aumento em onze locais, sendo os maiores: Rio Grande do Norte (12,2%), Espírito Santo (9,4%), Mato Grosso (5,4%) e Goiás (4,9%). Já os locais com maiores quedas foram: Ceará (-5,8%), Rio Grande do Sul (-4,4%), Nordeste (-4,0%) e Maranhão (-3,4%).
Analisando o acumulado nos últimos 12 meses, registrou-se estabilidade na produção industrial brasileira. Dos quinze locais pesquisados (novamente, Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul não têm dados suficientes ainda para essa análise), oito apresentaram acréscimo, sendo os mais expressivos: Espírito Santo (6,8), Mato Grosso (4,9%), Goiás (4,6%) e Rio de Janeiro (4,4%). Por outro lado, os sete locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores observadas em: Ceará (-6,0%), Nordeste (-4,8%) e Rio Grande do Sul (-4,1%).
São Paulo. Na comparação do mês de novembro de 2023 com o mês de outubro, a produção da indústria paulista registrou acréscimo de 1,9% a partir de dados dessazonalizados. Frente a novembro de 2022, houve variação negativa de -0,3%, e analisando o acumulado no ano, registrou-se variação de -1,4%. Os setores com maiores expansões no comparativo do acumulado no ano foram: fabricação de produtos têxteis (9,4%), fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (8,7%) e produtos alimentícios (6,4%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores retrações foram: fabricação de máquinas e equipamentos (-9,6%), fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-28,4%) e fabricação de produtos de minerais não metálicos (-8,7%).
Paraná. A partir de dados dessazonalizados, no mês novembro de 2023 a produção da indústria paranaense cresceu 5,4% frente ao mês de outubro. Já em relação a novembro de 2022, houve variação positiva de 21,2%. No acumulado no ano registrou-se variação de 4,2%. Os setores que registraram maiores aumentos, na comparação do acumulado no ano, foram: Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (32,2%), Fabricação de produtos alimentícios (7,7%) e bebidas (4,1%). Os maiores decréscimos nessa base de comparação foram: Fabricação de máquinas e equipamentos (-9,6%), Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-28,4%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,1%).
Pernambuco. Em novembro de 2023 frente a outubro, a produção da indústria pernambucana apresentou uma queda de -9,7% na série com ajuste sazonal. Em relação a novembro de 2022, houve crescimento de 1,6%. No acumulado no ano verificou-se um acréscimo de 0,9. Os setores que registraram maiores expansões, na comparação do acumulado no ano, foram: fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (77,2%) e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (52,7%). Em sentido oposto, as maiores quedas foram: fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-12,1%) e fabricação de produtos de minerais não metálicos (-25,1%).