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                          Análise IEDI

                          Publicado em: 20/01/2012

                          Análise IEDI – 20/01/2012 – O Comércio Exterior Brasileiro em 2011


                          Em 2011, o comércio exterior dos bens típicos da indústria de transformação foi deficitário em US$ 48,7 bilhões, um valor superior em 40,2% ao já expressivo déficit de US$ 34,8 bilhões registrado em 2010. Outro dado negativo: a participação dos produtos industriais na pauta exportadora brasileira chegou a 57,8%, muito aquém dos 81,3% correspondentes ao ano 2000. Responde por esse resultado um processo muito intenso de commoditização da pauta exportadora brasileira, o qual ganharia forte impulso após 2005 com o boom dos preços internacionais de produtos primários impulsionado pelo crescimento econômico chinês.

                          Outro movimento vai se tornando evidente nos últimos dados do comércio exterior brasileiro: dentro das próprias commodities tem havido um aumento dos itens de menor valor agregado. De fato, commodities do setor extrativo mineral e da agropecuária vêm ganhando terreno vis-à-vis commodities industriais delas derivadas, fato este associado ao peso dos impostos e demais custos sistêmicos que incidem sobre o produto manufaturado quando são ampliadas as etapas de produção. A propósito, o superávit comercial de US$ 78,5 bilhões que as mercadorias típicas da extração mineral (saldo de US$ 43,3 bilhões), da agropecuária (US$ 29 bilhões) e demais segmentos (US$ 6,2 bilhões) obtiveram, mais do que compensou o déficit da indústria de transformação, levando a um saldo global de US$ 29,8 bilhões, um aumento de US$ 9,5 bilhões ante o resultado do ano anterior.

                          Exportar commodities é bom para o país porque ajuda a dar sustentabilidade às contas externas, mas a excessiva dependência de maiores preços para elevar as vendas ao exterior desses produtos como ocorreu em 2011, é fator de vulnerabilidade. No ano passado até novembro, segundo a Funcex, nossas exportações de produtos básicos foram 39,3% maiores do que em 2010, superando o crescimento de 29,2% das exportações totais. No entanto, o aumento em volume foi de somente 4,3%, enquanto os preços médios cresciam 33,7%.

                          O déficit comercial da indústria também não é em si ruim. Mas, o quadro muda diante de duas constatações. Primeira, a velocidade com que o processo vem se desenvolvendo é inusitada e reveladora das forças adversas que estão em jogo. O resultado comercial da indústria, cujo valor em 2011 foi negativo em quase US$ 50 bilhões, era superavitário em US$ 18,8 bilhões em 2007. Em segundo lugar, o enorme descompasso entre o dinamismo do mercado consumidor doméstico e a produção industrial interna, como aconteceu em boa parte de 2011, evidencia uma súbita e enorme perda de competitividade da produção nacional em relação ao produto importado. Assim, se as vendas do varejo cresceram 6,9% em termos reais no período de janeiro a novembro de 2011 frente a mesmo período 2010, a evolução da produção de bens de consumo industriais foi negativa em 0,7%. Há capacidade ociosa na indústria mundial e a grande vantagem que um país como a China obtém com seu controle sobre o câmbio concorrem para a formação de agressivos preços nas exportações para o Brasil, o que desloca a produção de bens comercializáveis realizada no país, especialmente os da indústria.

                          Em suma, a taxa de câmbio continua como óbice às vendas externas do Brasil, assim como os conhecidos problemas de infraestrutura, complexo sistema tributário, custo de capital e de energia, carência de recursos humanos qualificados e baixa produtividade em serviços.

                          A ironia é que a favor do Brasil está sua baixa exposição a desastres naturais, diferentemente do que tem ocorrido recentemente, a exemplo do Japão com o tsunami e da Tailândia, cujas enchentes comprometeram a produção de discos rígidos usados em computadores, notebooks etc. Tais fenômenos têm levado as transnacionais a reverem suas estratégias de cadeias produtivas enxutas. As corporações querem mais opções para não ficar refém de fornecedores e serviços. Logo, é um momento propício para a inserção brasileira. A questão é suplantar os obstáculos expostos acima e aproveitar a janela de oportunidades, que pode não se abrir desta forma futuramente.

                          Com o cenário internacional desfavorável por conta dos desdobramentos da crise internacional, as poucas oportunidades que surgem para os produtos produzidos no Brasil devem ser buscadas com afinco. O fato da estratégia de cadeias enxutas estarem em xeque é uma delas, o que casa com o intento do governo federal em atrair fornecedores de componentes eletrônicos, um dos focos do déficit comercial, bem como de buscar defender e fomentar segmentos intensivos em recursos humanos, como a indústria têxtil, do vestuário e calçadista. A adição de valor também deve continuar a ser perseguida na perspectiva de que elos produtivos podem ser difusores de um “aprender a fazer” essencial para ganhos de produtividade na indústria.

                           

                           


                           

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                          A indústria brasileira caminha para encerrar 2025 quase sem crescimento, especialmente a indústria de transformação.

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                          Na conjuntura atual de elevadas taxas de juros, os avanços industriais tendem a ser pontuais, como indica o resultado de set/25, que anulou maior parte da expansão de ago/25.

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                          Em ago/25, a produção industrial voltou a crescer, mas este resultado pode vir a ser pontual, como foi o de mar/25; por isso deve ser visto com cautela.

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                          Para a indústria, o segundo semestre de 2025 começou reproduzindo o mesmo padrão de desaceleração que vínhamos verificando desde a virada do ano.

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                          Fator decisivo para a desaceleração do nosso PIB no 2º trim/25 foi a alta dos juros, restringindo o investimento e o consumo e levando nossas importações ao terreno negativo.

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                          Em mai/25, o recuo da indústria atingiu a maioria dos seus parques regionais, inclusive São Paulo e o Nordeste, cuja produção também encolheu no acumulado de jan-mai/25.

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                          Os últimos dados da indústria divulgados pelo IBGE continuam apontando para um processo de esmorecimento do setor para o qual o IEDI vem chamando atenção desde o último trimestre do ano passado.

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                          O baixo dinamismo da indústria nacional em abr/25 foi produto do declínio da produção no Sudeste e no Norte e virtual estabilidade no Sul do país.

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                          Depois do primeiro resultado positivo em março, a indústria brasileira voltou a ficar virtualmente estagnada em abril último, tal como em jan-fev/25.

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                          O PIB brasileiro voltou a se expandir mais intensamente no 1º trim/25, mas apoiado em poucas alavancas, sobretudo, na agropecuária e no efeito positivo para o investimento da compra de plataformas de petróleo.

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