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O quadro desfavorável da indústria brasileira recebeu
mais uma pincelada hoje, dada pelo resultado da produção
industrial de junho divulgado pelo IBGE. De acordo com esse Instituto,
a produção física da indústria nacional
recuou 1,6% em junho com relação a maio –
a partir da série com ajuste sazonal. O fraco desempenho
da indústria, que já pode ser observado desde abril
do ano passado, se deve à forte perda de sua competitividade
– consequência do real valorizado e do alto custo
de se produzir no País – e também, nos últimos
meses, ao menor ritmo da economia brasileira imposto pelas medidas
governamentais que visam a conter o consumo interno e, consequentemente,
a inflação.
Ou seja, a
indústria brasileira é, hoje, atingida por dois
fatores: o da desaceleração da economia nacional
– o que vale para todos os demais setores da atividade econômica
do País – e o velho e já bem conhecido custo
Brasil, o qual fica cada vez mais explícito pelo câmbio
valorizado. Pode-se observar nos dados do IBGE que o desempenho
negativo da indústria é generalizado. Em todas as
categorias de uso, a produção recuou no mês
de junho frente a maio. No setor de bens de consumo semi duráveis
e não duráveis, a produção caiu 2,4%;
no de bens de capital, 1,9%; no de bens intermediários,
1,6%; e no de bens duráveis, 0,5%. E mais: em 20 das 27
atividades industriais pesquisadas pelo IBGE houve recuo da produção
na passagem de maio para junho.
Em outras
comparações, é nítida a desaceleração
da produção industrial. Ao se tomar o crescimento
da produção nos dois primeiros trimestres deste
ano, vê-se o seguinte movimento de perda de ritmo: no setor
de bens de capital, de um aumento de 4,8% no primeiro trimestre
passou-se para uma elevação de somente 0,3% no segundo
trimestre; em bens intermediários, de 0,9% para 0,2%; em
duráveis, de 5,3% para –6,2%; e em semi e não
duráveis, de 1,0% para –1,2% (todas as taxas calculadas
com relação ao trimestre imediatamente anterior
com ajuste sazonal). A taxa anualizada também apresenta
forte desaceleração: 9,4%, 8,7%, 6,9%, 5,4%, 4,5%
e 3,7%, nessa ordem, de janeiro a junho deste ano. Nesse ritmo,
a indústria poderá fechar o ano de 2011 com crescimento
abaixo de 3,0%, o que significaria um recuo muito grande em comparação
ao resultado de 2010, quando ela cresceu 10,5%.
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Segundo dados divulgados pelo IBGE, a produção industrial
recuou 1,6% em junho frente ao mês anterior, na série livre
de influências sazonais. Com relação a junho de 2010,
houve crescimento de 0,9%. Assim, o indicador acumulado entre janeiro
e junho de 2011 registrou expansão de 1,7%. Já, no acumulado
dos últimos 12 meses encerrados em junho, a expansão da
produção industrial foi de 3,7%.
Em todas as categorias
de uso, a produção recuou no mês de junho frente a
maio. O setor de bens de consumo semi duráveis e não duráveis
registrou a maior queda (–2,4%). Os segmentos de bens de capital
(–1,9%) e de bens intermediários (–1,6%) também
registraram taxas negativas, revertendo os resultados positivos de maio
(1,6% para ambos).
Ainda entre as categorias
de uso, na comparação com junho de 2010, os bens de capital
(6,2%) assinalaram ritmo bem acima do total da indústria (0,9%),
impulsionado principalmente pelo crescimento nos subsetores de bens de
capital para transporte (15,8%) e para construção (6,9%).
Os bens consumo duráveis (0,4%) também registraram variação
positiva, seguidos dos bens de consumo intermediários (0,1%). Por
outro lado, observou-se queda da produção do setor de bens
de consumo semi e não duráveis (–1,3%) nessa mesma
comparação.
No acumulado entre janeiro e junho de 2011, comparado ao mesmo período
do ano passado, a produção industrial em geral registrou
alta de 1,7%. Os bens de capital (6,5%) registraram a taxa mais elevada,
seguidos pelos bens de consumo duráveis (2,0%), bens intermediários
(1,4%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,2%).
Entre maio e junho, houve recuo da produção em 20 das 27
atividades industriais pesquisadas pelo IBGE. Os principais impactos negativos
vieram de: Refino de petróleo e produção de álcool
(–8,9%), produtos de metal (–10,9%), veículos automotores
(–1,4%), alimentos (–1,2%), máquinas para escritório
e equipamentos de informática (–6,0%), máquinas e
equipamentos (–1,4%) e metalurgia básica (–2,1%). Por
outro lado, entre as sete atividades que ampliaram a produção,
edição e impressão (5,9%), após recuar 1,8%
em maio, exerceu a influência positiva mais relevante sobre o total
da indústria em junho.
Na comparação
com junho de 2010, a maioria (18) das 27 atividades registrou avanço
na produção. Com maior impacto sobre o índice global,
por ordem de importância, aparecem: veículos automotores
(2,5%), outros equipamentos de transporte (12,1%), farmacêutica
(6,9%), material eletrônico e equipamentos de comunicações
(10,0%), indústrias extrativas (3,9%), minerais não metálicos
(5,9%) e fumo (21,0%). Entre os nove ramos que registraram queda na produção,
as principais pressões sobre a média da indústria
vieram de têxtil (–16,6%), bebidas (–10,4%), refino
de petróleo e produção de álcool (–4,9%),
alimentos (–2,4%) e metalurgia básica (–3,4%).
No acumulado do ano,
entre os destaques dos setores que pressionaram positivamente para a taxa
geral estão: equipamentos de transporte (12,5%), farmacêutica
(6,4%), equipamentos de instrumentação médico–hospitalares,
ópticos e outros (20,8%), minerais não metálicos
(4,8%), indústrias extrativas (3,0%), máquinas e equipamentos
(2,1%) e refino de petróleo e produção de álcool
(2,0%). Por outro lado, os ramos de produtos têxteis (–12,6%),
de outros produtos químicos (–2,4%), de bebidas (–4,6%)
e de alimentos (–1,3%) exerceram as principais pressões negativas
sobre a média global.
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