IEDI na Imprensa - Plano mira competitividade de PMEs
Plano mira competitividade de PMEs
DCI - 07/04/2016
Governo vai ajudar a financiar consultoria para 3 mil indústrias até 2017 para elevar produtividade. Projeto reflete orçamento restrito do governo, diz IEDI
Jéssica Kruckenfellner
O governo federal lançou ontem o programa Brasil Mais Produtivo para elevar a produtividade de pequenas e médias indústrias. Com orçamento de R$ 50 milhões, a primeira fase do plano vai promover consultoria a 3 mil empresas.
"Esse plano é bem pontual, em função de um orçamento limitado do governo, mas não deixa de ser importante num momento em que a indústria enfrenta uma conjuntura difícil", avaliou o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Rafael Cagnin.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), que coordena o projeto, o objetivo é ampliar em pelo menos 20% a produtividade das indústrias participantes. A previsão do MDIC é ter empresas de dez estados (Bahia, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso) integrando o programa até maio deste ano.
"Essa iniciativa pode ser ampliada num prazo razoavelmente curto e realmente oferece uma contribuição para melhorar o padrão de competitividade da indústria brasileira, mesmo com alcance limitado", disse o ministro da Indústria, Armando Monteiro.
A primeira fase do Brasil Mais Produtivo termina em maio de 2017. Nesse período, 400 consultores do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que financia parte do programa, vão auxiliar as 3 mil empresas selecionadas. Pequenas e médias indústrias com até 200 funcionários podem aderir ao programa. Setores metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro, alimentos e bebidas são elegíveis na primeira fase.
"Os setores selecionados também tendem a usufruir de algum alento nos próximos meses, ajudados pelo efeito da desvalorização da taxa de câmbio nas exportações", observou o economista do Iedi.
No entanto, Cagnin ponderou que a melhora para esses setores não significa necessariamente uma retomada e sim uma interrupção da trajetória de queda da produção. "A iniciativa pode ajudar as pequenas e médias empresas, já que elas estão mais expostas aos efeitos da crise", destacou ele.
O programa do governo vai promover consultorias baseadas na metodologia de manufatura enxuta (lean manufacturing), que mira na redução de desperdícios em sete aspectos principais do processo industrial, como superprodução, tempo de espera e transporte.
O aporte total por empresa será de R$ 18 mil, com R$ 15 mil subsidiados pelo programa e o valor restante poderá ser financiado pelas empresas com o cartão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).