IEDI na Imprensa - Indústria de SP recua para nível de 2004
Publicado em: 09/12/2015
Indústria de SP recua para nível de 2004
O Estado de São Paulo - 09/12/2015
Dez das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE apresentaram recuo em outubro; São Paulo teve a quinta queda consecutiva
Idiana Tomazelli
A produção industrial recuou em 10 das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em outubro ante setembro. Em São Paulo, parque industrial mais diversificado do País, o recuo de 0,4%, apesar de menos intenso do que na média nacional, foi o quinto seguido e levou a atividade no Estado a patamares de maio de 2004. A sequência de cinco quedas ante o mês anterior é inédita na série.
“Com isso, a indústria de São Paulo já está num momento pior do que em dezembro de 2008”, afirmou Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE, em referência ao auge dos efeitos da crise internacional. No acumulado do ano, o quadro é ainda pior, já que 12 das 15 regiões investigadas apresentam retração na produção. Nesta comparação, a produção já cai 7,8% ante 2014, no pior desempenho da história da indústria brasileira (a série começa em janeiro de 2002). “Com isso, cresce a capacidade ociosa da indústria e torna cada vez mais difícil qualquer recuperação da economia brasileira em geral e desses Estados em específico por meio dos investimentos”, avalia o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Regiões. As fábricas paulistas operam 21,6% abaixo de seu pico histórico, que foi em março de 2011. Apenas em outubro, a principal pressão negativa partiu dos derivados de petróleo e biocombustíveis, mas não se trata de um impacto isolado. Na comparação contra outubro de2014, a queda de 12,9%naprodução paulista foi acompanhada por 17 das 18 atividades presentes no Estado – além de ser a 20ª retração consecutiva.
O setor de veículos também é destaque negativo em São Paulo. Desde automóveis até máquinas, caminhões e autopeças, todos os segmentos apresentam menor dinamismo mês a mês. Por lá, a queda na produção de veículos foi de 33,2% em outubro ante igual mês do ano passado.
“O desempenho de São Paulo é alarmante porque se trata do parque industrial mais diversificado do país. Todos os fatores que têm minado o dinamismo da economia brasileira afetam de forma mais intensa a indústria paulista”, diz o IEDI.
A atividade automotiva acaba deprimindo o resultado de outras regiões onde está presente. No Rio de Janeiro, a produção está 23,0% abaixo de seu pico histórico, verificado em fevereiro de 2011, e muito próximo do menor patamar da série. Estão nessa situação também Paraná e Rio Grande do Sul.
“Nos locais onde há produção de veículos, essa é a atividade que causa impacto”, diz Lobo. Goiás, Bahia e Minas Gerais também são afetados no acumulado do ano.
No Amazonas, um dos destaques do mês por conta da queda de 4,9% na produção, a pressão vem dos eletroeletrônicos e das motocicletas. Pará e Espírito Santo acabaram punidos pela atividade extrativa em baixa em outubro, embora continuem apresentando bons resultados no saldo de 2015.
Ceará, Pernambuco, Bahia e Santa Catarina foram as únicas regiões que escaparam de uma queda na produção em outubro ante setembro, segundo o IBGE.