IEDI na Imprensa - Emprego Industrial Está Menos Resistente em 2013, Afirma Iedi
Emprego Industrial Está Menos Resistente em 2013, Afirma Iedi
Valor Econômico - 13/09/2013
Camilla Veras Mota
As retrações consecutivas da ocupação na indústria refletem bem a instabilidade pela qual o setor tem passado neste ano, na avaliação de Rogério Souza, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “É um indicador mais sensível, reflete bem a confiança do empresariado”, afirma.
Pequenos desequilíbrios na produção, continua o economista, costumam ser ajustados com as horas pagas. Quando o emprego começa a oscilar, porém, sinaliza que as perspectivas de médio prazo do setor não são animadoras. “O emprego está muito atrelado às expectativas.”
Mesmo em anos mais complicados para a economia brasileira, como em 2009 e em 2012, exemplifica Souza, o emprego industrial mostrou certa resistência e teve desempenho melhor do que a produção — naqueles anos, a ocupação cedeu 5,3% e 1,4%, respectivamente, enquanto a produção retraiu 7,4% e 2,7%.
O cenário neste ano é diferente. No acumulado dos sete primeiros meses de 2013, ante mesmo intervalo de 2012, a produção industrial avançou 2%, mas o emprego retraiu 0,8%. Essa inversão mostra que a indústria está mais frágil e é reflexo também do esforço das empresas, no início do ano, para manter sua mão de obra qualificada, mesmo com um cenário adverso, diante de perspectivas melhores de crescimento.
Ele chama atenção para os setores beneficiados pela desoneração na folha de pagamentos, que têm apresentado diminuição no emprego ainda mais severas do que a média dos 17 segmentos da indústria de transformação contemplados pela pesquisa do IBGE.
Calçados e couro, móveis, têxtil e vestuário — todos atingidos pela medida desde 2012 — mostraram reduções respectivas de 5,5%, 5%, 3,4% e 1,3% na ocupação entre janeiro e julho, em comparação ao mesmo período do ano passado.
As perspectivas do emprego no setor para o ano, para Souza, não são boas. “Ele só vai deslanchar quando a produção mostrar uma retomada mais consistente”, avalia.