IEDI na Imprensa - Medidas Urgentes
Medidas Urgentes
DCI - 09/11/2010
Não é preciso esperar o início do governo de Dilma para que sejam adotadas medidas que reduzam o impacto do câmbio na economia brasileira. Esta é a avaliação do empresário Pedro Luiz Passos, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne grandes companhias brasileiras. Segundo ele, os dados comerciais na indústria de média e alta tecnologia são alarmantemente negativos. Além da queda das exportações, o Brasil está perdendo também mercado interno para os produtos importados. O executivo do Iedi afirma que, como o próximo governo deve continuar a política em vigor, o País tem todas as razões para solicitar que sejam adotadas medidas urgentes, sem necessariamente esperar a transição para a próxima presidente.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o câmbio tem levado o País a uma gradativa desindustrialização. Para a entidade, são basicamente três as circunstâncias que, somadas, levam à substituição da produção doméstica pela importada.
A rota de expansão da demanda interna faz do mercado brasileiro um "prato apetitoso" para a entrada de produtos estrangeiros. A Fiesp diz que a disputa de mercados com boa demanda e bom estágio de crescimento, principalmente com o arrefecimento do comércio mundial depois da crise, está diretamente relacionada ao fator câmbio.
O real sobrevalorizado frente à subvalorizada moeda da China, por exemplo, acaba favorecendo as exportações do país asiático.
A entidade paulista afirma que a questão da guerra cambial está presente no mundo, e não é possível saber quando e como essa situação vai terminar. A entidade acredita que nunca houve uma situação de risco tão evidente para a indústria brasileira, que trava uma batalha frente a frente com a competição internacional. Para o Iedi, as questões estruturais também requerem urgência. Um ajuste fiscal rigoroso que permita a redução dos juros está na lista de prioridades do setor privado. "É absolutamente importante uma ação coordenada entre política fiscal e política monetária", diz o instituto. Para o Iedi, o momento agora é de implantar medidas estruturais de aumento de produtividade e de melhoria do ambiente de negócios no Brasil.