IEDI na Imprensa - Taxa de Investimento Sobe Para 20,6%, no 2º Maior Nível da Série
Taxa de Investimento Sobe Para 20,6%, no 2º Maior Nível da Série
DCI - 20/12/2006
Danielle Nogueira
O Produto Interno Bruto (PIB) medido a preços de mercado foi de R$ 1,529 trilhão de janeiro a setembro deste ano, crescimento de 8% em relação ao R$ 1,416 trilhão registrado no mesmo período em 2005, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O destaque da divulgação foi a taxa de investimento, de 20,6% entre janeiro e setembro, a maior desde 1995 (21,4%), se considerados os primeiros nove meses do ano. Os números confirmam que o investimento tem crescido acima da expansão do PIB. No acumulado do ano, aquele foi ampliado em 10,5%. Mas ainda há dívidas quanto às condições para novos avanços de investimentos e à disposição do empresariado de investir.
A economista do IBGE, Claudia Dionísio, afirma que a taxa de investimento cresceu por três fatores: a redução da taxa Selic, o aumento do crédito às pessoas jurídicas e a demanda na construção civil. A depreciação do dólar também contribuiu para facilitar a importação de máquinas, favorecendo investimentos em expansão de capacidade. No terceiro trimestre, a taxa de investimento foi de 20,8%, a segunda maior em um terceiro trimestre desde 1995. No mesmo período, a produção de riquezas nacionais foi de R$ 542,1 bilhões ou 2,5% superior à registrada de julho a setembro de 2005. O investimento avançou 6% na mesma base de comparação. As maiores contribuições vieram dos setores de serviços, que somou R$ 275 milhões, e indústria, (R$ 200 milhões). A agropecuária gerou R$ 34,4 milhões.
Na previsão de analistas, a taxa de investimento este ano deve fechar em cerca de 20,5% a 20,7%, mais que os 19,9% referentes ao ano de 2005, porém ainda insuficiente para sustentar o crescimento econômico no patamar de 5%, como deseja o presidente Lula. No cálculo do analista Guilherme Maia, da consultoria Tendências , tendo em vista as atuais condições da economia, o PIB deve crescer gradualmente dos 2,9% previstos para este ano até 3,5%, em 2011. Nesse período, a taxa de investimento também cresceria modestamente, alcançando 22% apenas daqui a cinco anos, abaixo da taxa necessária de 25% para se atingir o patamar de 5% de crescimento do PIB. “Para que o País cresça, o investimento terá de avançar mais”, disse Maia.
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) reiterou a preocupação do analista. “Mesmo batendo recordes, o ano de 2006 ainda nos deixa muito aquém dos 25% do PIB que são necessários para assegurar um crescimento maior e mais sustentável”.
Apesar das críticas aos gastos do governo, houve aumento da capacidade de financiamento da economia nacional, que ficou em R$ 16,2 bilhões no terceiro trimestre de 2006, superior à registrada em 2005 (R$ 13,4 bilhões). Tal variação deve-se, sobretudo, à redução de despesas com juros. No ano, porém, a capacidade de financiamento ficou em R$ 22,8 bilhões, abaixo dos R$ 26,5 bilhões no mesmo período de 2005. O Investimento Brasileiro Direto (IBD) cresceu R$ 4,9 bilhões no terceiro trimestre. No ano passado, o crescimento havia sido de R$ 1,7 bilhão em relação a 2004.