IEDI na Imprensa - O Real Se Valorizou Frente A Todos Os Parceiros Comerciais do País
O Real Se Valorizou Frente A Todos Os Parceiros Comerciais do País
O Estado de São Paulo – 29/12/2005
Sonia Racy
Direto da Fonte
Os técnicos do Iedi passaram os últimos dias imersos em cálculos. O foco principal? Descobrir quanto, afinal, o real se valorizou em 2005 em relação às moedas de 24 países, que representam cerca de 75% do comércio exterior brasileiro. Embora não tenham surpreendido - 2005 se caracterizou por forte valorização da taxa de câmbio real -, os resultados foram piores do que se esperava, segundo Julio Gomes de Almeida. "A valorização da moeda brasileira ocorreu, sem exceção, ante todos os parceiros comerciais relevantes do País, a uma taxa média de 19,1%." Pior. Esse movimento destoou do padrão mundial. Países como China, Coréia, Canadá e Colômbia registraram pequena valorização frente ao dólar em termos nominais. Algumas moedas, como a russa e a britânica, se desvalorizaram, e a Argentina ficou na estabilidade, associada a uma inflação alta. As moedas do México e do Chile também tiveram valorização, só que bem menos intensa que a brasileira. Quem mais se aproximou foi o Uruguai, com valorização de 11,7%.
Moral dessa história, conforme destaca Gomes da Silva: o Brasil perdeu competitividade frente a todos os seus parceiros comerciais. Um exemplo? Com relação aos EUA e à UE, os dois mais importantes destinos de nossos produtos, as exportações brasileiras tiveram em 2005 resultado muito inferior à média. De janeiro a novembro, enquanto as exportações como um todo cresciam 23,1% sobre igual período de 2004, para esses mercados a evolução foi, respectivamente, de 11,7% e 12%.
Considerando os três últimos anos (2003 a 2005), a valorização real da moeda brasileira, com relação a uma cesta de moedas de nossos parceiros comerciais, sobe, segundo o cálculo do Iedi, a 25,4%, um nível muito alto. Mas ele é muito maior em relação a moedas de países mais relevantes para o comércio exterior brasileiro, como o México (37%), EUA (32,8%) e China (32,1%). "Com a valorização do real, estamos reduzindo a capacidade de nossas exportações continuarem evoluindo em importantes mercados, duramente conquistados nos últimos anos. E dando munição para nossos competidores nos sobrepujarem nestes mercados e em nosso próprio espaço econômico."
Silvia Penteado (interina)