Análise IEDI
O atraso na atração de investimentos
19 de dezembro de 2005 | |||||||
Investimento Direto Estrangeiro |
|||||||
Pensando na ótica do desenvolvimento, na contribuição que o capital estrangeiro pode dar a esse processo, o Brasil vem desperdiçando oportunidades na atração de investimentos. Outros países atraem mais porque crescem mais, porque suas políticas cambiais não desestimulam investimentos voltados à exportação, porque não taxam as inversões e porque abrem maiores perspectivas e oportunidades na infra-estrutura. O Brasil está atrasado na questão da atração de investimentos. Com a divulgação do ingresso líquido de investimento direto estrangeiro (IDE) em novembro (US$ 1,2 bilhões), o total acumulado de IDE ao longo desse ano soma US$ 13,8 bilhões. Trata-se de um valor que se comparado ao correspondente do mesmo mês do ano passado, é 10,9% menor (US$ 1,3 bilhões em novembro de 2004) e 8,2% inferior ao acumulado entre janeiro e novembro de 2005 com relação ao mesmo período do ano passado (US$ 15,0 bilhões). A redução de novembro foi a 3ª seguida na comparação do mês com o mesmo mês do ano anterior. Cabe assinalar ainda dois outros pontos:
Em suma, o resultado de 2005 não é bom e a tendência do IDE para os últimos meses não é favorável. É claro que do ponto de vista meramente dos fluxos cambiais, o resultado do IDE do corrente ano não traz problemas e, até mesmo, pode ser considerado “bom” se se tem em conta o excelente resultado do setor externo brasileiro cujo saldo em transações correntes deve alcançar US$ 14,6 bilhões ou 1,84% do PIB. Fruto de um saldo comercial muito expressivo (de cerca de US$ 45 bilhões), esse resultado tornou muito menor a necessidade de recursos externos para financiar a economia brasileira. Mas, do ponto de vista de uma maior possibilidade de inserção do país no mercado mundial de bens e serviços, através do aumento de exportações com maior valor agregado (com maior dinamismo comercial), a atração de IDE pelo Brasil em relação a outros países em desenvolvimento se mostra pouco eficiente, principalmente para criação de nova capacidade produtiva ou incorporação do país em alguma etapa realmente importante da cadeia mundial de agregação de valor montada pelas grandes redes de empresas transnacionais. Outros resultados:
|
|||||||
Leia outras edições de Análise IEDI na seção Economia e Indústria do site do IEDI | |||||||