Após a escalada de três variações consecutivas
positivas (0,2%, 0,6% e 0,6%, respectivamente, em agosto, setembro
e outubro), a produção industrial brasileira recuou
0,2% em novembro – todas as taxas calculadas com relação
ao mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Esse resultado
foi consequência da queda de produção em catorze
dos vinte e sete ramos industriais pesquisados pelo IBGE, com
destaque para o segmento de veículos automotores (–3,2%),
máquinas e equipamentos (–3,0%), edição,
impressão e reprodução de gravações
(–5,3%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar,
ópticos e outros (–16,0%), indústrias extrativas
(–3,1%) e produtos de metal (–3,4%).
Entre os grandes
setores, ainda na passagem de outubro para novembro do ano passado,
a produção industrial apresentou retração
somente no setor de bens de capital (–2,6%) – nos
demais setores, houve aumento de 1,2%, 0,3% e 0,3% na produção
de bens intermediários, bens duráveis e bens semi
e não duráveis, nessa ordem.
O mês
de novembro de 2013 não destoa do comportamento mais geral
da produção industrial brasileira observada ao longo
de todo aquele ano, qual seja, um comportamento bastante oscilante
nos seus mais diferentes ramos industriais. Para muitos desses
segmentos, novembro apareceu mais como um mês de desaceleração
da produção. Por exemplo, a produção
de veículos automotores caiu, como supracitado, 3,2% em
novembro, mas no acumulado dos onze primeiros meses de 2013, sua
atividade produtiva cresceu 9,0%. O mesmo vale para máquinas
e equipamentos (–3,0% em novembro e 6,6% no acumulado janeiro-novembro).
Para outros
segmentos, novembro confirmou o que vinha sendo ruim desde o início
do ano: por exemplo, no segmento de edição, impressão
e reprodução de gravações, a produção
industrial acumula queda de 10,2% no período janeiro-novembro;
nas indústrias extrativas, o recuo foi de 3,9% em igual
acumulado.
No meio desses
resultados nada favoráveis, há um ponto positivo
em novembro. Seja na comparação com outubro (com
ajuste sazonal) ou com novembro de 2012, a produção
de bens intermediários apresentou variação
positiva e, relativamente, expressiva: 1,2% e 1,3%, respectivamente.
Esses resultados não revertem, infelizmente, o quadro bastante
desalentador desse que é o setor com maior participação
na indústria nacional – a produção
de bens intermediários ficou estagnada (0,0%) no acumulado
de janeiro-novembro de 2013 –, mas pode ser um sinal mais
promissor de que os efeitos da desvalorização cambial
já estão se fazendo presentes. É esperar
os próximos meses para ver.
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