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Já se sabe: 2012 será marcado como um ano em que
a indústria brasileira sofreu uma de suas crises mais aguda.
A característica dessa crise, e que a distingue de crises
anteriores, é o que mais preocupa: é uma crise assentada
na baixa competitividade de um bom número de setores e
ramos da atividade industrial.
Há
alguma luz no fim do túnel? Talvez. Os dados do IBGE divulgados
hoje mostram que, na passagem de dezembro para novembro do ano
passado, a produção no estado de São Paulo
ficou positiva (+0,6%) – variação calculada
com ajuste sazonal. É um resultado muito modesto, e será
necessário esperar os indicadores de produção
do início deste ano para se falar de uma retomada da produção
industrial. De qualquer modo, é o que se pode destacar
de positivo para a indústria no mês de dezembro de
2012 e o que traz alguma melhora para as expectativas de 2013.
A crise é, de fato, aguda. A indústria fechou 2012
com retração da produção em nove dos
catorze locais pesquisados pelo IBGE. Em São Paulo, maior
parque industrial do País, a queda da produção
(–3,9%) foi generalizada (atingindo treze dos vinte segmentos
industriais pesquisados) e maior que a da média nacional
(–2,7%). No Rio de Janeiro, outro estado com grande participação
na indústria nacional, o recuo da produção
industrial foi mais acentuado (–5,6%) e representou o pior
resultado da sua série histórica dos últimos
vinte anos.
Ainda no sudeste,
a produção industrial encolheu 6,3% no Espírito
Santo no ano passado, em decorrência das quedas nas atividades
da indústria extrativa (–1,6%) e, sobretudo, da metalurgia
básica (–39,5%). Por sua vez, a produção
industrial de Minas Gerais andou em sentido contrário e
colaborou para que os resultados não fossem ainda mais
desfavoráveis. Valendo-se dos segmentos de outros produtos
químicos (16,6%), de veículos automotores (5,4%)
e de refino de petróleo e produção de álcool
(8,1%), a produção industrial mineira cresceu de
1,4% em 2012.
No sul, a
produção industrial também caiu fortemente
em seus três estados: Paraná (–4,8%), Santa
Catarina (–2,7%) e Rio Grande do Sul (–4,6%). Nos
estados do Norte, a produção industrial caiu 7,0%
no Amazonas e 1,1% no Pará. Por sua vez, ao crescer 1,7%
em 2012, a indústria no Nordeste se saiu melhor, devido
principalmente ao desempenho dos segmentos de produtos químicos
(8,0%), refino de petróleo e produção de
álcool (3,6%), minerais não–metálicos
(4,6%).
Segue abaixo
o desempenho da indústria em diferentes locais do País
em 2012.
Amazonas:
recuo de 7,0% da produção industrial
em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi o
pior resultado na série histórica do estado). Nove
dos onze segmentos industriais pesquisados no Amazonas apresentaram
queda da produção em 2012. Resultados negativos
em 2012: outros equipamentos de transporte (–21,4%), material
eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(–6,6%), refino de petróleo e produção
de álcool (–17,0%), máquinas e equipamentos
(–8,5%), edição, impressão e reprodução
de gravações (–7,4%), equipamentos de instrumentação
médico–hospitalar, ópticos e outros (–5,6%),
borracha e plástico (–4,2%) e extrativa mineral (–1,0%).
Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (2,8%) e produtos
químicos (9,3%).
Pará:
queda de 1,1% da produção industrial
em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse também
foi o pior resultado na série histórica do estado).
Quatro dos seis segmentos industriais pesquisados no Pará
apresentaram queda da produção em 2012. Resultados
negativos em 2012: madeira (–18,5%), metalurgia básica
(–1,2%), celulose, papel e produtos de papel (–0,9%)
e extrativa mineral (–2,5%). Resultados positivos em 2012:
alimentos e bebidas (7,6%) e minerais não–metálicos
(5,7%).
Região
Nordeste: crescimento de 1,7% da produção
industrial em 2012, com cinco dos onze segmentos pesquisados assinalando
aumento da produção. Principais resultados positivos
em 2012: produtos químicos (8,0%), refino de petróleo
e produção de álcool (3,6%), minerais não–metálicos
(4,6%), celulose, papel e produtos de papel (3,3%) e calçados
e artigos de couro (4,1%). Principais resultados negativos em
2012: metalurgia básica (–3,4%), alimentos e bebidas
(–0,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(–8,8%) e produtos têxteis (–2,0%).
Minas
Gerais: aumento de 1,4% da produção
industrial em 2012, com expansão em sete dos treze segmentos
pesquisados. Principais resultados positivos no ano passado: outros
produtos químicos (16,6%), veículos automotores
(5,4%), refino de petróleo e produção de
álcool (8,1%) e produtos de metal - exclusive máquinas
e equipamentos (4,2%). Principais resultados negativos: de metalurgia
básica (–5,1%), bebidas (–6,4%) e alimentos
(–1,2%).
Espírito
Santo: retração de 6,3% da produção
industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009,
esse foi o pior resultado na série histórica do
estado). Dois dos cinco segmentos industriais pesquisados no Espírito
Santo apresentaram queda da produção em 2012. Resultados
negativos em 2012: metalurgia básica (–39,5%) e indústria
extrativa (–1,6%). Resultados positivos: celulose, papel
e produtos de papel (2,8%), minerais não–metálicos
(4,3%) e alimentos e bebidas (0,6%).
Rio
de Janeiro: recuo de 5,6% da produção
industrial em 2012 (o pior resultado da série histórica
do estado), com dez dos treze segmentos pesquisados registrando
queda de suas atividades produtivas. Principais resultados negativos
em 2012: veículos automotores (–35,5%), metalurgia
básica (–6,4%), alimentos (–10,8%), minerais
não–metálicos (–11,1%) e bebidas (–7,1%).
Resultados positivos: outros produtos químicos (9,5%),
Farmacêutica (8,8%), Perfumaria, sabões, detergentes
e produtos de limpeza (7,7%).
São
Paulo: queda de 3,9% da produção industrial
em 2012, com treze dos vinte segmentos pesquisados apontando recuo
na produção. Principais resultados negativos no
ano passado: veículos automotores (–15,2%), máquinas
e equipamentos (–8,4%), material eletrônico, aparelhos
e equipamentos de comunicações (–20,5%), edição,
impressão e reprodução de gravações
(–7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos
(–7,5%), borracha e plástico (–7,0%) e alimentos
(–3,5%). Principais resultados positivos em 2012: outros
equipamentos de transporte (17,5%, refino de petróleo e
produção de álcool (7,2%) e farmacêutica
(2,6%).
Paraná:
recuo de 4,8% da produção industrial
em 2012, com oito dos quatorze setores pesquisados registrando
taxas negativas. Principais impactos negativos em 2012: veículos
automotores (–16,2%), edição, impressão
e reprodução de gravações (–14,4%)
e outros produtos químicos (–10,1%). Principais contribuições
positivas em 2012: madeira (15,9%), alimentos (1,9%) e mobiliário
(6,2%).
Santa
Catarina: retração de 2,7% da produção
industrial em 2012, com sete dos onze ramos pesquisados apresentando
recuo da produção. Principais resultados negativos:
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–34,4%),
alimentos (–5,9%), borracha e plástico (–9,5%),
vestuário e acessórios (–9,0%), veículos
automotores (–16,7%) e minerais não–metálicos
(–6,4%) Resultados positivos: o setor de máquinas
e equipamentos (15,1%), madeira (5,5%), celulose, papel e produtos
de papel (4,8%) e têxtil (0,9%).
Rio
Grande do Sul: a produção indústria
gaúcha caiu 4,6% em 2012, com nove das quatorze atividades
pesquisadas assinalando queda na produção. Principais
impactos negativos: veículos automotores (–17,3%),
alimentos (–9,7%), calçados e artigos de couro (–9,8%),
fumo (–12,7%) e metalurgia básica (–18,9%).
Principais resultados positivos em 2012: máquinas e equipamentos
(12,9%), edição, impressão e reprodução
de gravações (5,6%), bebida (5,4%) e mobiliário
(2,5%).
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De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal –
Regional do IBGE, na passagem de novembro para dezembro, a produção
industrial caiu em sete dos catorze locais pesquisados. Os recuos mais
acentuados foram registrados nos estados de Paraná (–3,5%),
Rio Grande do Sul (–2,0%), Espírito Santo (–1,9%);
Rio de Janeiro (–1,3%), Ceará (–1,1%), Minas Gerais
(–1,0%) e Amazonas (–0,5%) completaram o conjunto de locais
que apontaram resultados negativos nesse mês. Por outro lado, os
avanços foram observados nos estados de Goiás (13,7%), Pernambuco
(7,6%), Bahia (4,7%), Pará (4,0%), Região Nordeste (2,7%),
São Paulo (0,6%) e Santa Catarina (0,4%).
Na base de comparação
mês contra mesmo mês do ano anterior, nove dos 14 mostraram
redução na produção em dezembro. Vale citar
que dezembro de 2012 (20 dias) teve dois dias úteis a menos que
igual mês do ano anterior. Os recuos mais intensos foram observados
nos estados do Paraná (–28,3%), Rio Grande do Sul (–13,4%),
Espírito Santo (–9,8%), Amazonas (–6,0%) e Pará
(–3,4%). Por outro lado, Bahia (20,6%) mostrou o avanço mais
acentuado nesse mês, impulsionado em grande parte pelo desempenho
positivo do setor de produtos químicos e de refine de petróleo
e produção de álcool. Goiás (7,6%), Região
Nordeste (7,1%), Minas Gerais (4,1%) e Pernambuco (0,8%), complementaram
o conjunto de locais que apontaram resultados positivos.
A produção
industrial acumulada no último mês de 2012 apresentou queda
em nove das quatorze localidades. Seis locais recuaram acima da média
nacional (–2,7%): Amazonas (–7,0%), Espírito Santo
(–6,3%), Rio de Janeiro (–5,6%), Paraná (–4,8%),
Rio Grande do Sul (–4,6%), São Paulo (–3,9%). As demais
taxas negativas foram: Santa Catarina (–2,7%), Ceará (–1,3%)
e Pará (–1,1%). Por outro lado, Bahia (4,2%), Goiás
(3,8%), Região Nordeste (1,7%), Minas Gerais (1,4%) e Pernambuco
(1,3%) assinalaram os resultados positivos no índice acumulado
no ano.
Amazonas.
Recuo de 7,0% da produção industrial em 2012 (com exceção
do ano de 2009, esse foi o pior resultado na série histórica
do estado). Nove dos onze segmentos industriais pesquisados no Amazonas
apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos
em 2012: outros equipamentos de transporte (–21,4%), material eletrônico,
aparelhos e equipamentos de comunicações (–6,6%),
refino de petróleo e produção de álcool (–17,0%),
máquinas e equipamentos (–8,5%), edição, impressão
e reprodução de gravações (–7,4%), equipamentos
de instrumentação médico–hospitalar, ópticos
e outros (–5,6%), borracha e plástico (–4,2%) e extrativa
mineral (–1,0%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas
(2,8%) e produtos químicos (9,3%).
Pará.
Queda de 1,1% da produção industrial em 2012 (com exceção
do ano de 2009, esse também foi o pior resultado na série
histórica do estado). Quatro dos seis segmentos industriais pesquisados
no Pará apresentaram queda da produção em 2012. Resultados
negativos em 2012: madeira (–18,5%), metalurgia básica (–1,2%),
celulose, papel e produtos de papel (–0,9%) e extrativa mineral
(–2,5%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (7,6%)
e minerais não–metálicos (5,7%).
Região
Nordeste. Crescimento de 1,7% da produção industrial
em 2012, com cinco dos onze segmentos pesquisados assinalando aumento
da produção. Principais resultados positivos em 2012: produtos
químicos (8,0%), refino de petróleo e produção
de álcool (3,6%), minerais não–metálicos (4,6%),
celulose, papel e produtos de papel (3,3%) e calçados e artigos
de couro (4,1%). Principais resultados negativos em 2012: metalurgia básica
(–3,4%), alimentos e bebidas (–0,8%), máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (–8,8%) e produtos têxteis (–2,0%).
Minas Gerais.
Aumento de 1,4% da produção industrial em 2012, com expansão
em sete dos treze segmentos pesquisados. Principais resultados positivos
no ano passado: outros produtos químicos (16,6%), veículos
automotores (5,4%), refino de petróleo e produção
de álcool (8,1%) e produtos de metal - exclusive máquinas
e equipamentos (4,2%). Principais resultados negativos: de metalurgia
básica (–5,1%), bebidas (–6,4%) e alimentos (–1,2%).
Espírito
Santo. Retração de 6,3% da produção
industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi
o pior resultado na série histórica do estado). Dois dos
cinco segmentos industriais pesquisados no Espírito Santo apresentaram
queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012:
metalurgia básica (–39,5%) e indústria extrativa (–1,6%).
Resultados positivos: celulose, papel e produtos de papel (2,8%), minerais
não–metálicos (4,3%) e alimentos e bebidas (0,6%).
Rio de Janeiro.
Recuo de 5,6% da produção industrial em 2012 (o pior resultado
da série histórica do estado), com dez dos treze segmentos
pesquisados registrando queda de suas atividades produtivas. Principais
resultados negativos em 2012: veículos automotores (–35,5%),
metalurgia básica (–6,4%), alimentos (–10,8%), minerais
não–metálicos (–11,1%) e bebidas (–7,1%).
Resultados positivos: outros produtos químicos (9,5%), Farmacêutica
(8,8%), Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (7,7%).
São
Paulo. Queda de 3,9% da produção industrial em
2012, com treze dos vinte segmentos pesquisados apontando recuo na produção.
Principais resultados negativos no ano passado: veículos automotores
(–15,2%), máquinas e equipamentos (–8,4%), material
eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações
(–20,5%), edição, impressão e reprodução
de gravações (–7,7%), máquinas, aparelhos e
materiais elétricos (–7,5%), borracha e plástico (–7,0%)
e alimentos (–3,5%). Principais resultados positivos em 2012: outros
equipamentos de transporte (17,5%, refino de petróleo e produção
de álcool (7,2%) e farmacêutica (2,6%).
Paraná.
Recuo de 4,8% da produção industrial em 2012, com oito dos
quatorze setores pesquisados registrando taxas negativas. Principais impactos
negativos em 2012: veículos automotores (–16,2%), edição,
impressão e reprodução de gravações
(–14,4%) e outros produtos químicos (–10,1%). Principais
contribuições positivas em 2012: madeira (15,9%), alimentos
(1,9%) e mobiliário (6,2%).
Santa Catarina.
Retração de 2,7% da produção industrial em
2012, com sete dos onze ramos pesquisados apresentando recuo da produção.
Principais resultados negativos: máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (–34,4%), alimentos (–5,9%), borracha e plástico
(–9,5%), vestuário e acessórios (–9,0%), veículos
automotores (–16,7%) e minerais não–metálicos
(–6,4%) Resultados positivos: o setor de máquinas e equipamentos
(15,1%), madeira (5,5%), celulose, papel e produtos de papel (4,8%) e
têxtil (0,9%).
Rio Grande
do Sul. A produção indústria gaúcha
caiu 4,6% em 2012, com nove das quatorze atividades pesquisadas assinalando
queda na produção. Principais impactos negativos: veículos
automotores (–17,3%), alimentos (–9,7%), calçados e
artigos de couro (–9,8%), fumo (–12,7%) e metalurgia básica
(–18,9%). Principais resultados positivos em 2012: máquinas
e equipamentos (12,9%), edição, impressão e reprodução
de gravações (5,6%), bebida (5,4%) e mobiliário (2,5%).
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