6 de fevereiro de 2013

Indústria Regional
Um ponto de luz no fim do túnel


   

 
Já se sabe: 2012 será marcado como um ano em que a indústria brasileira sofreu uma de suas crises mais aguda. A característica dessa crise, e que a distingue de crises anteriores, é o que mais preocupa: é uma crise assentada na baixa competitividade de um bom número de setores e ramos da atividade industrial.

Há alguma luz no fim do túnel? Talvez. Os dados do IBGE divulgados hoje mostram que, na passagem de dezembro para novembro do ano passado, a produção no estado de São Paulo ficou positiva (+0,6%) – variação calculada com ajuste sazonal. É um resultado muito modesto, e será necessário esperar os indicadores de produção do início deste ano para se falar de uma retomada da produção industrial. De qualquer modo, é o que se pode destacar de positivo para a indústria no mês de dezembro de 2012 e o que traz alguma melhora para as expectativas de 2013.

A crise é, de fato, aguda. A indústria fechou 2012 com retração da produção em nove dos catorze locais pesquisados pelo IBGE. Em São Paulo, maior parque industrial do País, a queda da produção (–3,9%) foi generalizada (atingindo treze dos vinte segmentos industriais pesquisados) e maior que a da média nacional (–2,7%). No Rio de Janeiro, outro estado com grande participação na indústria nacional, o recuo da produção industrial foi mais acentuado (–5,6%) e representou o pior resultado da sua série histórica dos últimos vinte anos.

Ainda no sudeste, a produção industrial encolheu 6,3% no Espírito Santo no ano passado, em decorrência das quedas nas atividades da indústria extrativa (–1,6%) e, sobretudo, da metalurgia básica (–39,5%). Por sua vez, a produção industrial de Minas Gerais andou em sentido contrário e colaborou para que os resultados não fossem ainda mais desfavoráveis. Valendo-se dos segmentos de outros produtos químicos (16,6%), de veículos automotores (5,4%) e de refino de petróleo e produção de álcool (8,1%), a produção industrial mineira cresceu de 1,4% em 2012.

No sul, a produção industrial também caiu fortemente em seus três estados: Paraná (–4,8%), Santa Catarina (–2,7%) e Rio Grande do Sul (–4,6%). Nos estados do Norte, a produção industrial caiu 7,0% no Amazonas e 1,1% no Pará. Por sua vez, ao crescer 1,7% em 2012, a indústria no Nordeste se saiu melhor, devido principalmente ao desempenho dos segmentos de produtos químicos (8,0%), refino de petróleo e produção de álcool (3,6%), minerais não–metálicos (4,6%).

Segue abaixo o desempenho da indústria em diferentes locais do País em 2012.

Amazonas: recuo de 7,0% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi o pior resultado na série histórica do estado). Nove dos onze segmentos industriais pesquisados no Amazonas apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: outros equipamentos de transporte (–21,4%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–6,6%), refino de petróleo e produção de álcool (–17,0%), máquinas e equipamentos (–8,5%), edição, impressão e reprodução de gravações (–7,4%), equipamentos de instrumentação médico–hospitalar, ópticos e outros (–5,6%), borracha e plástico (–4,2%) e extrativa mineral (–1,0%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (2,8%) e produtos químicos (9,3%).

Pará: queda de 1,1% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse também foi o pior resultado na série histórica do estado). Quatro dos seis segmentos industriais pesquisados no Pará apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: madeira (–18,5%), metalurgia básica (–1,2%), celulose, papel e produtos de papel (–0,9%) e extrativa mineral (–2,5%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (7,6%) e minerais não–metálicos (5,7%).

Região Nordeste: crescimento de 1,7% da produção industrial em 2012, com cinco dos onze segmentos pesquisados assinalando aumento da produção. Principais resultados positivos em 2012: produtos químicos (8,0%), refino de petróleo e produção de álcool (3,6%), minerais não–metálicos (4,6%), celulose, papel e produtos de papel (3,3%) e calçados e artigos de couro (4,1%). Principais resultados negativos em 2012: metalurgia básica (–3,4%), alimentos e bebidas (–0,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–8,8%) e produtos têxteis (–2,0%).

Minas Gerais: aumento de 1,4% da produção industrial em 2012, com expansão em sete dos treze segmentos pesquisados. Principais resultados positivos no ano passado: outros produtos químicos (16,6%), veículos automotores (5,4%), refino de petróleo e produção de álcool (8,1%) e produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos (4,2%). Principais resultados negativos: de metalurgia básica (–5,1%), bebidas (–6,4%) e alimentos (–1,2%).

Espírito Santo: retração de 6,3% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi o pior resultado na série histórica do estado). Dois dos cinco segmentos industriais pesquisados no Espírito Santo apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: metalurgia básica (–39,5%) e indústria extrativa (–1,6%). Resultados positivos: celulose, papel e produtos de papel (2,8%), minerais não–metálicos (4,3%) e alimentos e bebidas (0,6%).

Rio de Janeiro: recuo de 5,6% da produção industrial em 2012 (o pior resultado da série histórica do estado), com dez dos treze segmentos pesquisados registrando queda de suas atividades produtivas. Principais resultados negativos em 2012: veículos automotores (–35,5%), metalurgia básica (–6,4%), alimentos (–10,8%), minerais não–metálicos (–11,1%) e bebidas (–7,1%). Resultados positivos: outros produtos químicos (9,5%), Farmacêutica (8,8%), Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (7,7%).

São Paulo: queda de 3,9% da produção industrial em 2012, com treze dos vinte segmentos pesquisados apontando recuo na produção. Principais resultados negativos no ano passado: veículos automotores (–15,2%), máquinas e equipamentos (–8,4%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–20,5%), edição, impressão e reprodução de gravações (–7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–7,5%), borracha e plástico (–7,0%) e alimentos (–3,5%). Principais resultados positivos em 2012: outros equipamentos de transporte (17,5%, refino de petróleo e produção de álcool (7,2%) e farmacêutica (2,6%).

Paraná: recuo de 4,8% da produção industrial em 2012, com oito dos quatorze setores pesquisados registrando taxas negativas. Principais impactos negativos em 2012: veículos automotores (–16,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–14,4%) e outros produtos químicos (–10,1%). Principais contribuições positivas em 2012: madeira (15,9%), alimentos (1,9%) e mobiliário (6,2%).

Santa Catarina: retração de 2,7% da produção industrial em 2012, com sete dos onze ramos pesquisados apresentando recuo da produção. Principais resultados negativos: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–34,4%), alimentos (–5,9%), borracha e plástico (–9,5%), vestuário e acessórios (–9,0%), veículos automotores (–16,7%) e minerais não–metálicos (–6,4%) Resultados positivos: o setor de máquinas e equipamentos (15,1%), madeira (5,5%), celulose, papel e produtos de papel (4,8%) e têxtil (0,9%).

Rio Grande do Sul: a produção indústria gaúcha caiu 4,6% em 2012, com nove das quatorze atividades pesquisadas assinalando queda na produção. Principais impactos negativos: veículos automotores (–17,3%), alimentos (–9,7%), calçados e artigos de couro (–9,8%), fumo (–12,7%) e metalurgia básica (–18,9%). Principais resultados positivos em 2012: máquinas e equipamentos (12,9%), edição, impressão e reprodução de gravações (5,6%), bebida (5,4%) e mobiliário (2,5%).
  

 
 
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal – Regional do IBGE, na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial caiu em sete dos catorze locais pesquisados. Os recuos mais acentuados foram registrados nos estados de Paraná (–3,5%), Rio Grande do Sul (–2,0%), Espírito Santo (–1,9%); Rio de Janeiro (–1,3%), Ceará (–1,1%), Minas Gerais (–1,0%) e Amazonas (–0,5%) completaram o conjunto de locais que apontaram resultados negativos nesse mês. Por outro lado, os avanços foram observados nos estados de Goiás (13,7%), Pernambuco (7,6%), Bahia (4,7%), Pará (4,0%), Região Nordeste (2,7%), São Paulo (0,6%) e Santa Catarina (0,4%).

Na base de comparação mês contra mesmo mês do ano anterior, nove dos 14 mostraram redução na produção em dezembro. Vale citar que dezembro de 2012 (20 dias) teve dois dias úteis a menos que igual mês do ano anterior. Os recuos mais intensos foram observados nos estados do Paraná (–28,3%), Rio Grande do Sul (–13,4%), Espírito Santo (–9,8%), Amazonas (–6,0%) e Pará (–3,4%). Por outro lado, Bahia (20,6%) mostrou o avanço mais acentuado nesse mês, impulsionado em grande parte pelo desempenho positivo do setor de produtos químicos e de refine de petróleo e produção de álcool. Goiás (7,6%), Região Nordeste (7,1%), Minas Gerais (4,1%) e Pernambuco (0,8%), complementaram o conjunto de locais que apontaram resultados positivos.

A produção industrial acumulada no último mês de 2012 apresentou queda em nove das quatorze localidades. Seis locais recuaram acima da média nacional (–2,7%): Amazonas (–7,0%), Espírito Santo (–6,3%), Rio de Janeiro (–5,6%), Paraná (–4,8%), Rio Grande do Sul (–4,6%), São Paulo (–3,9%). As demais taxas negativas foram: Santa Catarina (–2,7%), Ceará (–1,3%) e Pará (–1,1%). Por outro lado, Bahia (4,2%), Goiás (3,8%), Região Nordeste (1,7%), Minas Gerais (1,4%) e Pernambuco (1,3%) assinalaram os resultados positivos no índice acumulado no ano.

 

 
Amazonas. Recuo de 7,0% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi o pior resultado na série histórica do estado). Nove dos onze segmentos industriais pesquisados no Amazonas apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: outros equipamentos de transporte (–21,4%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–6,6%), refino de petróleo e produção de álcool (–17,0%), máquinas e equipamentos (–8,5%), edição, impressão e reprodução de gravações (–7,4%), equipamentos de instrumentação médico–hospitalar, ópticos e outros (–5,6%), borracha e plástico (–4,2%) e extrativa mineral (–1,0%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (2,8%) e produtos químicos (9,3%).

Pará. Queda de 1,1% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse também foi o pior resultado na série histórica do estado). Quatro dos seis segmentos industriais pesquisados no Pará apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: madeira (–18,5%), metalurgia básica (–1,2%), celulose, papel e produtos de papel (–0,9%) e extrativa mineral (–2,5%). Resultados positivos em 2012: alimentos e bebidas (7,6%) e minerais não–metálicos (5,7%).

Região Nordeste. Crescimento de 1,7% da produção industrial em 2012, com cinco dos onze segmentos pesquisados assinalando aumento da produção. Principais resultados positivos em 2012: produtos químicos (8,0%), refino de petróleo e produção de álcool (3,6%), minerais não–metálicos (4,6%), celulose, papel e produtos de papel (3,3%) e calçados e artigos de couro (4,1%). Principais resultados negativos em 2012: metalurgia básica (–3,4%), alimentos e bebidas (–0,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–8,8%) e produtos têxteis (–2,0%).

Minas Gerais. Aumento de 1,4% da produção industrial em 2012, com expansão em sete dos treze segmentos pesquisados. Principais resultados positivos no ano passado: outros produtos químicos (16,6%), veículos automotores (5,4%), refino de petróleo e produção de álcool (8,1%) e produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos (4,2%). Principais resultados negativos: de metalurgia básica (–5,1%), bebidas (–6,4%) e alimentos (–1,2%).

Espírito Santo. Retração de 6,3% da produção industrial em 2012 (com exceção do ano de 2009, esse foi o pior resultado na série histórica do estado). Dois dos cinco segmentos industriais pesquisados no Espírito Santo apresentaram queda da produção em 2012. Resultados negativos em 2012: metalurgia básica (–39,5%) e indústria extrativa (–1,6%). Resultados positivos: celulose, papel e produtos de papel (2,8%), minerais não–metálicos (4,3%) e alimentos e bebidas (0,6%).

Rio de Janeiro. Recuo de 5,6% da produção industrial em 2012 (o pior resultado da série histórica do estado), com dez dos treze segmentos pesquisados registrando queda de suas atividades produtivas. Principais resultados negativos em 2012: veículos automotores (–35,5%), metalurgia básica (–6,4%), alimentos (–10,8%), minerais não–metálicos (–11,1%) e bebidas (–7,1%). Resultados positivos: outros produtos químicos (9,5%), Farmacêutica (8,8%), Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza (7,7%).

São Paulo. Queda de 3,9% da produção industrial em 2012, com treze dos vinte segmentos pesquisados apontando recuo na produção. Principais resultados negativos no ano passado: veículos automotores (–15,2%), máquinas e equipamentos (–8,4%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (–20,5%), edição, impressão e reprodução de gravações (–7,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–7,5%), borracha e plástico (–7,0%) e alimentos (–3,5%). Principais resultados positivos em 2012: outros equipamentos de transporte (17,5%, refino de petróleo e produção de álcool (7,2%) e farmacêutica (2,6%).

Paraná. Recuo de 4,8% da produção industrial em 2012, com oito dos quatorze setores pesquisados registrando taxas negativas. Principais impactos negativos em 2012: veículos automotores (–16,2%), edição, impressão e reprodução de gravações (–14,4%) e outros produtos químicos (–10,1%). Principais contribuições positivas em 2012: madeira (15,9%), alimentos (1,9%) e mobiliário (6,2%).

Santa Catarina. Retração de 2,7% da produção industrial em 2012, com sete dos onze ramos pesquisados apresentando recuo da produção. Principais resultados negativos: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (–34,4%), alimentos (–5,9%), borracha e plástico (–9,5%), vestuário e acessórios (–9,0%), veículos automotores (–16,7%) e minerais não–metálicos (–6,4%) Resultados positivos: o setor de máquinas e equipamentos (15,1%), madeira (5,5%), celulose, papel e produtos de papel (4,8%) e têxtil (0,9%).

Rio Grande do Sul. A produção indústria gaúcha caiu 4,6% em 2012, com nove das quatorze atividades pesquisadas assinalando queda na produção. Principais impactos negativos: veículos automotores (–17,3%), alimentos (–9,7%), calçados e artigos de couro (–9,8%), fumo (–12,7%) e metalurgia básica (–18,9%). Principais resultados positivos em 2012: máquinas e equipamentos (12,9%), edição, impressão e reprodução de gravações (5,6%), bebida (5,4%) e mobiliário (2,5%).

 

 

 

 

 

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