Análise IEDI
Exportação de bens industriais em alta
No primeiro mês de 2021, a balança de comércio exterior do Brasil acumulou déficit de US$ 1,13 bilhão, resultado de importações de US$ 15,9 bilhões e exportações de US$ 14,8 bilhões. O saldo, porém, foi menos negativo do que o registrado em jan/20 (US$ 1,7 bilhão), devido a um superávit maior das indústria extrativa e um déficit menor da indústria de transformação.
De fato, a tendência favorável das exportações industriais no final de 2020 teve continuidade em jan/21, ajudando a melhorar o saldo do setor. Na indústria de transformação, o valor exportado no 4º trim/20, segundo a média por dia útil, representou alta de +0,8% gente a igual período do ano anterior. Agora em jan/21, o desempenho avançou para +6,0% na mesma comparação.
Na indústria extrativa, impulsionadas sobretudo pelo aumento de 45% no preço do minério de ferro, em jan/21, as vendas externas registraram alta de +35,3% ante jan/20, segundo a média por dia útil, também reforçando o resultado do último trimestre do ano passado (+6,6% ante 4º trim/19).
Como mostram as variações interanuais a seguir, ainda de acordo com as médias diárias, enquanto a evolução das exportações industriais se tornou positiva nos últimos meses, a agropecuária tem apresentado uma sequência de recuos, ainda que em jan/21 tenha ficado menos intenso.
• Exportações totais: -6,9% no 3º trim/20; -2,2% no 4º trim/20 e +12,4% em jan/21;
• Exportações da indústria de transformação: -13,1%; +0,8% e +6,0%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: -2,0%; +6,6% e +35,3%;
• Exportações da agropecuária: +11,8%; -21,3% e -2,6%, respectivamente.
Em jan/21, exerceram grande influência positiva sobre as vendas externas da indústria de transformação os seguintes produtos: açúcares e melaços (+46,1% ante jan/20), farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (+40,1%), ouro, não monetário (+ 35,6%), ferro-gusa, spiegel, ferroesponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (+ 39,7%), entre outros.
Já na indústria extrativa tiveram destaque: minério de ferro e seus concentrados (+73,6%), minérios de cobre e seus concentrados (+70,3%), outros minerais em bruto (+32,2%) e outros minérios e concentrados dos metais de base (+23,8%).
Nossas importações, por sua vez, embora tenham superado em valor as exportações, registraram uma taxa de crescimento menor do que estas: +8,3% ante jan/20 ante +12,4%, segundo as médias diárias. Este resultado deu continuidade à expansão já registrada no último trimestre de 2020 (+3,1%).
Também neste caso o dinamismo positivo vem da indústria, sendo de +6,5% na indústria de transformação e de +7,6% na extrativa, mas ocorreu mais intensamente na agropecuária, cujas importações saltaram +22% ante jan/20, devido a trigo e centeio, não moídos (+35,1%), soja (+487,3%) e milho não moído, exceto milho doce (+85,3%) com preços em elevação.
A atividade agropecuária também contribuiu muito para o aumento da importação de bens industriais em jan/21, já que adubos e fertilizantes químicos, sozinhos, responderam por 1/5 do aumento total das compras externas da indústria de transformação, segundo as médias diárias.
Conforme os dados divulgados pelo Ministério da Economia, no mês de janeiro de 2021 a balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,125 bilhões, retração de 33,2% frente ao valor alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 1,684 bilhões.
As exportações registraram valor de US$14,808 bilhões, representando expansão de 12,4% em relação a janeiro de 2020, pela média diária. As importações totalizaram US$ 16,178 bilhões, o que significou expansão de 8,3% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês.
Para o mês de janeiro de 2021, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 658,8 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 735,4 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (18,88%) - China (+21,0% com aumento de US$ 35,1 milhões na média diária); Indonésia (+146,3% com aumento de US$ 8,9 milhões na média diária); Coreia do Sul (+73,6% com aumento de US$ 7,0 milhões na média diária); Malásia (+44,8% com aumento de US$ 6,3 milhões na média diária); Vietnã (+43,5% com aumento de US$ 2,7 milhões na média diária); América do Sul (26,4%) - Argentina (+41,1% com aumento de US$ 11,1 milhões na média diária); Chile (+52,0% com aumento de US$ 7,3 milhões na média diária); Peru (+52,4% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Colômbia (+14,9% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); Paraguai (+14,9% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); América do Norte (1,23%) - Canadá (+15,9% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); México (+20,7% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); América Central e Caribe (12,98%) - Porto Rico (+298,8% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); República Dominicana (+40,2% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Trinidad e Tobago (+225,2% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Bahamas (+92,9% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Cuba (+166,5% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Oriente Médio (16,65%) - Omã (+536,6% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); Barein (+63,6% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Iêmen (+99,6% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Palestina (+1.393,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Líbano (+128,6% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); África (25,72%) - Egito (+95,4% com aumento de US$ 5,1 milhões na média diária); Nigéria (+154,2% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Angola (+63,1% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Maurício (+1.104,5% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária) e Camarões (+267,2% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária).
Por outro lado, caíram as exportações, principalmente, para os seguintes países: Europa (-4,22%) - Portugal (-78,2% com queda de US$ -6,0 milhões na média diária); Espanha (-31,9% com queda de US$ -4,1 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (-11,7% com queda de US$ -2,7 milhões na média diária); Turquia (-34,9% com queda de US$ -2,6 milhões na média diária); Rússia (-37,7% com queda de US$ -2,2 milhões na média diária) e Oceania (-24,92%) - Kiribati (-100,0% com queda de US$ -1,6 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (-28,2% com queda de US$ -0,3 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento da importações, principalmente, dos seguintes países: América do Sul (33,53%) - Argentina (+30,2% com aumento de US$ 9,1 milhões na média diária); Chile (+53,6% com aumento de US$ 5,7 milhões na média diária); Paraguai (+67,2% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Uruguai (+58,3% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Colômbia (+22,4% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); América Central e Caribe (46,89%) - Trinidad e Tobago (+117,1% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Panamá (+330,5% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); República Dominicana (+257,0% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Suriname (+- com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Oriente Médio (27,77%) - Catar (+372,9% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Omã (+457,3% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Arábia Saudita (+16,3% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Barein (+88,4% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); África (12,7%) - Marrocos (+115,0% com aumento de US$ 2,7 milhões na média diária); Argélia (+121,5% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Egito (+157,3% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária) e África do Sul (+17,6% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Angola (+32.809,3% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária).
Em sentido oposto, houve variação negativa nas importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (-8,53%) - China (-26,0% com queda de US$ -59,8 milhões na média diária); Índia (-6,5% com queda de US$ -1,3 milhões na média diária); Hong Kong (-29,6% com queda de US$ -1,2 milhões na média diária); Bangladesh (-53,6% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária); Vietnã (-2,1% com queda de US$ -0,2 milhões na média diária); Europa (-5,22%) - Alemanha (-21,4% com queda de US$ -9,9 milhões na média diária); Noruega (-78,3% com queda de US$ -8,6 milhões na média diária); Grécia (-91,6% com queda de US$ -1,5 milhões na média diária); Áustria (-23,0% com queda de US$ -1,1 milhões na média diária); França (-7,8% com queda de US$ -0,9 milhões na média diária); América do Norte (-2,56%) - México (-10,3% com queda de US$ -1,7 milhões na média diária); Estados Unidos (-1,4% com queda de US$ -1,6 milhões na média diária); Canadá (-2,3% com queda de US$ -0,1 milhões na média diária) e Oceania (-53,98%) - Austrália (-59,2% com queda de US$ -2 milhões na média diária).