Análise IEDI
Expansão no eixo Rio-SP
Em ago/22, quando a indústria retornou ao negativo, anulando todo o avanço do mês anterior, praticamente metade dos parques regionais do setor perderam produção. É o que mostram os dados divulgados hoje pelo IBGE: dos 15 parques acompanhados, 7 ficaram no vermelho. O eixo Rio-SP, contudo, integrou o grupo em expansão.
Na passagem de jul/22 para ago/22, já descontados os efeitos sazonais, a produção da indústria nacional recuou -0,6%, como visto semana passada, mas em algumas localidades a queda foi bem mais intensa.
Destacaram-se no lado negativo os parques regionais com importante participação do ramo extrativo, como Pará (-6,2% ante jul/22), responsável pelo pior resultado em ago/22, Espírito Santo (-3,9%), Minas Gerais (1,9%) e, em menor medida, Bahia (-2,8%).
Os estados do Sul do país também não se saíram bem. A produção da indústria de Santa Catarina recuou -4,8%, sendo o segundo pior resultado de ago/22 na série com ajuste sazonal. Paraná perdeu -1,5% e Rio Grande do Sul ficou virtualmente estável, com variação de +0,1%.
Levando em conta que a indústria de Pernambuco (0%) também não cresceu, podemos considerar que somente 6 das 15 localidades acompanhadas, ou 40% do total, efetivamente conseguiram ampliar sua produção na passagem de jul/22 a ago/22. Como mostram as variações com ajuste a seguir, o eixo Rio-SP está entre os melhores resultados.
• Brasil: -0,4% em jun/22; +0,6% em jul/22 e -0,6% em ago/22;
• São Paulo: +0,5%; -0,4% e +2,6%, respectivamente;
• Rio de Janeiro: -2,9%; +1,3% e +3,3%;
• Amazonas: -1,4%; -2,7% e +7,0%;
• Nordeste: -0,4%; -6,0% e +1,1%;
• Rio Grande do Sul: +0,7%; -0,8% e +0,1%;
• Minas Gerais: -0,3%; +0,4% e -1,9%, respectivamente.
São Paulo, que entre maio e julho se manteve próximo à estabilidade, conseguiu crescer +2,6% em ago/22, já descontado os efeitos sazonais. No acumulado jan-ago/22, porém, segue em contração (-1,7%) tal como o agregado Brasil (-1,3%).
Os seguintes ramos têm impedido um desempenho superior da indústria paulista no em 2022, pelo menos até o momento: farmacêuticos e farmoquímicos (-11,3%), borracha e plástico (-10,6%), máquinas e aparelhos elétricos (-10,3%) e veículos (-4,5%), entre outros ramos.
Juntamente com São Paulo, mais 7 parques regionais acumulam declínio em jan-ago/22, totalizando uma parcela de 53%, entre os quais, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Santa Catarina e Pará.
O Rio de Janeiro, cuja produção avançou +3,3% na passagem de jul22 para ago/22, já descontados os efeitos sazonais, diverge de São Paulo e do total Brasil no acumulado do ano, ao registrar alta na produção de +3,8%.
Setorialmente, a indústria fluminense apresenta fortes contrastes. Há ramos em intenso declínio, como metalurgia e produtos de metal, mas os ramos em alta expressiva predominam, a exemplo de alimentos (+13,7% ante jan-ago/21), derivados de petróleo (+14,6%), farmacêuticos e farmoquímicos (+31,2%) e outros equipamentos de transporte (+113,4%).
Ao lado do Rio de Janeiro, outros 6 parques industriais apresentam expansão em jan-ago/22, representando uma parcela de 47% do total. A maior alta cabe à indústria de Mato Grosso, com +24,2%, devido notadamente à produção de alimentos (+28,5%). A Bahia surge em segundo lugar, com +6,2%, em função da grande contribuição de derivados de petróleo (+42,3%), que representa pouco mais de ¼ da estrutura industrial do estado.
Em agosto de 2022, quando a produção industrial nacional registrou variação negativa de 0,6% frente ao mês imediatamente anterior na série livre de influências sazonais, oito dos quinze locais pesquisados apresentaram taxas positivas, sendo as maiores: Amazonas (7,0%), Rio de Janeiro (3,3%), São Paulo (2,6%) e Mato Grosso (2,1%). Em sentido oposto, Pará (-6,2%), Santa Catarina (-4,8%), Espírito Santo (-3,9%) e Bahia (-2,8%) apontaram os recuos mais elevados no período.
Analisando em relação a agosto de 2021, registrou-se aumento de 2,8% da indústria nacional. Entre os quinze locais pesquisados, dez registraram expansão da produção, sendo as maiores observadas em: Mato Grosso (29,9%), Amazonas (13,4%), Rio de Janeiro (6,4%) e Rio Grande do Sul (6,3%). Os locais pesquisados restantes registraram retração da produção nessa base de comparação, sendo as mais expressivas: Espírito Santo (-12,2%), Pará (-8,7%), Ceará (-4,7%) e Paraná (-2,2%).
Analisando o acumulado no ano (jan-ago), registrou-se decréscimo de 1,3% na produção industrial brasileira. Dos quinze locais pesquisados, sete apresentaram expansão da produção, sendo os mais expressivos: Mato Grosso (24,2%), Bahia (6,8%), Rio de Janeiro (3,8%) e Amazonas (3,6%). Por outro lado, os oito locais restantes apresentaram queda, sendo as maiores observadas em: Pará (-8,1%), Ceará (-4,6%), Espírito Santo (-3,7%) e Santa Catarina (-3,6%).
Analisando o acumulado nos últimos 12 meses, registrou-se variação negativa de 2,7% na produção industrial nacional. Considerando os quinze locais pesquisados, três apresentaram acréscimo: Mato Grosso (18,9%), Rio de Janeiro (4,4%) e Rio Grande do Sul (0,2%). Em sentido oposto, os doze outros locais pesquisados apresentaram queda, sendo as maiores observadas nos seguintes estados: Ceará (-8,0%), Pará (-7,9%), Pernambuco (-4,6%) e Santa Catarina (-4,5%).
São Paulo. Na comparação do mês de agosto de 2022 com o mês de julho, a produção da indústria paulista registrou crescimento de 2,6% a partir de dados dessazonalizados. Frente a agosto de 2021, houve variação positiva de 4,5%, e analisando o acumulado no ano registrou-se decréscimo de 1,7%. Os setores com maiores expansões no comparativo do acumulado no ano foram: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (19,5%), produtos têxteis (10,2%) e coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (5,3%). Por outro lado, os setores que apresentaram as maiores retrações foram: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-11,3%), produtos de borracha e de material plástico (-10,6%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,3%).
Rio de Janeiro. Em agosto de 2022 frente a julho, a produção da indústria fluminense apresentou aumento de 3,3% na série com ajuste sazonal. Em relação a agosto de 2021, houve aumento de 6,4%. No acumulado no ano verificou-se variação positiva de 3,8%. Os setores que registraram maiores expansões, na comparação do acumulado no ano, foram: outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (113,4%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (31,2%) e coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (14,6%). Em sentido oposto, os maiores decréscimos foram observados nos seguintes setores: metalurgia (-13,9%), de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-12,8%) e bebidas (-5,9%).
Pará. A partir de dados dessazonalizados, no mês agosto de 2022 a produção da indústria paraense apresentou queda de 6,2% frente ao mês de julho. Em relação a agosto de 2021, houve variação negativa de 8,7%. No acumulado no ano registrou-se decréscimo de 8,1%. Os setores com maiores contribuições positivas no comparativo do acumulado no ano foram: produtos alimentícios (10,1%) e produtos de minerais não metálicos (0,6%). Por fim, as seções com maiores decréscimos nessa base de comparação foram: metalurgia (-31,9%), celulose, papel e produtos de papel (-27,6%) e produtos de madeira (-17,4%).