Análise IEDI
Três trajetórias exportadoras
Em ago/22, enquanto as importações seguiram crescendo a um ritmo acelerado, nossas exportações perderam força, provocando queda importante no superávit de balança comercial do país na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Frente a ago/21, o total das exportações, que somaram US$ 30,8 bilhões neste mês, cresceu +8% frente a ago/21 na média por dias úteis. Já as importações, no valor de US$ 26,7 bilhões, avançaram +30,5% na mesma comparação. O superávit decorrente destes fluxos foi de US$ 4,1 bilhões, o que representa um declínio de -48% em relação ao saldo de um ano atrás.
A menor expansão de nossas vendas externas esteve relacionada ao setor extrativo, que nos últimos meses tem ficado no negativo. Em ago/22 registrou -30,2% segundo as médias diárias, em função sobretudo de minério de ferro (-56%). Este resultado foi compensado pela manutenção do ímpeto exportador da indústria e certa aceleração na agropecuária.
A seguir, as variações interanuais das exportações, consideradas as médias trimestrais por dias úteis, sugere três padrões distintos de evolução em 2022:
• Exportações totais: +27,3% em jan-mar/22; +14,0% em abr-jun/22 e +15,7% em jun-ago/22;
• Agropecuária: +63,2%; +12,8% e +35,3%;
• Indústria extrativa: +0,2%; -11,1% e -19,8%;
• Indústria de transformação: +30,8%; +30,1% e +31,9%, respectivamente.
Enquanto a indústria extrativa acumula perdas na média móvel trimestral, a agropecuária apresenta um padrão de maior oscilação, embora venha conservando o sinal positivo e taxas robustas de crescimento. Depois de importante desaceleração no 2º trim/22, o resultado de jun-ago/22, de +35,3%, indica uma reação para o 3º trim/22.
Específicamente em ago/22 ante ago/21, a alta do setor agropecuário foi puxada pelas exportações de soja (+16,6%), por um efeito preço, e de milho (+136,8%), que além do aumento de preços também ampliou o volume embarcado.
Na indústria de transformação, a trajetória das vendas externas é resiliência, com uma média móvel variando em torno de +30% em relação ao ano passado desde o início de 2022. A contar pelo resultado de jun-ago/22 (+31,9%), é possível que o padrão se mantenha, ainda que ago/22 ante ago/21 tenha apresentado algum arrefecimento (+24,8%).
Neste último mês em questão, as exportações industriais de destaque estiveram muito associadas ao ramo alimentício, como carnes de aves (+28,9%), açúcares e melaços (+33,1%), farelo de soja e alimentos para animais (+36,3%), além de combustíveis e derivados de petróleo (++76,9%). Cabe mencionar ainda as exportações de veículos, que dobraram entre ago/21 e ago/22.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, no mês de agosto de 2022 o saldo da balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,2 bilhões, variação de -45,6% frente ao montante alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 7,7 bilhões.
As exportações registraram valor de US$ 30,8 bilhões, representando expansão de 8,4% em relação a agosto de 2021, pela média diária. As importações totalizaram US$ 26,7 bilhões, o que significou expansão de 30,5% na mesma base de comparação, considerando os 23 dias úteis do mês.
Para o mês de agosto de 2022, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 1.340,9 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 1.159,8 milhões.
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Europa (7,71%) - Espanha (+33,9% com aumento de US$ 10,1 milhões na média diária); Itália (+24,5% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); Reino Unido (+26,1% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+6,9% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Noruega (+33,8% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); América do Sul (35,51%) - Argentina (+34,3% com aumento de US$ 17,4 milhões na média diária); Colômbia (+79,6% com aumento de US$ 12,8 milhões na média diária); Chile (+39,1% com aumento de US$ 11,2 milhões na média diária); Uruguai (+84,8% com aumento de US$ 6,9 milhões na média diária); Paraguai (+34,7% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); América do Norte (23,86%) - Estados Unidos (+22,8% com aumento de US$ 28,8 milhões na média diária); Canadá (+48,8% com aumento de US$ 7,4 milhões na média diária); México (+15,2% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); América Central e Caribe (109,1%) - Bahamas (+523,5% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); República Dominicana (+150,4% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Costa Rica (+190,7% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Guatemala (+120,8% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Panamá (+77,8% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Oriente Médio (50,26%) - Irã (+203,8% com aumento de US$ 24,8 milhões na média diária); Israel (+300,3% com aumento de US$ 6,3 milhões na média diária); Arábia Saudita (+54,8% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Catar (+167,4% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); Iêmen (+109,9% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); Oceania (64,73%) - Austrália (+83,2% com aumento de US$ 1,6 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+51,4% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Nova Caledônia (+484,8% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (16,49%) - Egito (+80,6% com aumento de US$ 6,7 milhões na média diária); Marrocos (+92,0% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Angola (+156,5% com aumento de US$ 1,3 milhões na média diária); Libéria (+38,4% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Maurício (+1.176,2% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária). Houve queda nas exportações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (-10,13%) - China (-17,2% com queda de US$ -72,2 milhões na média diária); Malásia (-54,0% com queda de US$ -10,3 milhões na média diária); Tailândia (-29,8% com queda de US$ -3,6 milhões na média diária); Hong Kong (-34,1% com queda de US$ -2,8 milhões na média diária); Paquistão (-36,1% com queda de US$ -1,5 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (3,67%) - Singapura (+55,9% com aumento de US$ 12,5 milhões na média diária); Índia (+41,5% com aumento de US$ 6,9 milhões na média diária); Bangladesh (+46,1% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); Indonésia (+37,1% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); Vietnã (+32,5% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); Europa (28,26%) - Espanha (+68,0% com aumento de US$ 15,8 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+23,9% com aumento de US$ 9,1 milhões na média diária); Portugal (+71,7% com aumento de US$ 7,2 milhões na média diária); Bélgica (+37,9% com aumento de US$ 5,0 milhões na média diária); Alemanha (+23,3% com aumento de US$ 4,7 milhões na média diária); América do Sul (38,96%) - Argentina (+34,1% com aumento de US$ 15,8 milhões na média diária); Chile (+50,4% com aumento de US$ 12,2 milhões na média diária); Colômbia (+57,9% com aumento de US$ 7,1 milhões na média diária); Uruguai (+56,3% com aumento de US$ 4,4 milhões na média diária); Paraguai (+24,4% com aumento de US$ 2,6 milhões na média diária); América do Norte (25,38%) - Estados Unidos (+27,1% com aumento de US$ 31,1 milhões na média diária); México (+25,6% com aumento de US$ 5,5 milhões na média diária); Canadá (+14,3% com aumento de US$ 2,6 milhões na média diária); América Central e Caribe (53,27%) - República Dominicana (+137,6% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Virgens, Ilhas (Americanas) (+53.377,3% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Panamá (+30,1% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Costa Rica (+60,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Guatemala (+56,5% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Oriente Médio (42%) - Irã (+117,9% com aumento de US$ 9,3 milhões na média diária); Israel (+273,4% com aumento de US$ 6,0 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+47,9% com aumento de US$ 3,7 milhões na média diária); Arábia Saudita (+34,7% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Iraque (+62,5% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Oceania (43,77%) - Austrália (+35,2% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+62,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Nova Zelândia (+32,4% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (42,79%) - Egito (+88,4% com aumento de US$ 5,0 milhões na média diária); África do Sul (+53,1% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária); Marrocos (+112,8% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Argélia (+22,6% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); Togo (+258,5% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária).