Análise IEDI
O ímpeto exportador da indústria em 2022
Em maio de 2022, segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, o saldo de balança comercial foi positivo em US$ 4,9 bilhões, recorrente de exportações de US$ 29,6 bilhões e de importações de US$ 24,7 bilhões.
Em mai/22, puxadas pela indústria extrativa (+74,8%), as importações do país (+33,5%) cresceram a um ritmo quase quatro vezes maior do que nossas exportações totais (+8,0%) na comparação com mesmo mês do ano anterior, segundo as médias por dias úteis.
Na origem da forte alta das importações da indústria extrativa estão principalmente as commodities energéticas. Nossas importações de carvão mineral saltaram +238% ante mai/21, devido à alta de preços, e as de petróleo bruto cresceram +41,5% na mesma comparação.
Já entre as exportações, a depender da indústria de transformação nosso desempenho teria sido muito melhor, já que frente a mai/21 o setor registrou alta de +19,4%, pelas médias diárias. As vendas externas da agropecuária quase não saíram do lugar (+0,2%) e da extrativa recuaram -4,5%.
Se tomarmos o acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o que dá um bom retrato do perfil deste primeiro semestre de 2022, vemos que são as exportações da indústria de transformação que tem puxado para cima o ímpeto exportador do país.
• Exportações totais: +20,3% em jan-mai/22
• Exportações da indústria de transformação: +30,2%
• Exportações da agropecuária: +27,1%
• Exportações da indústria extrativa: -3,0% em jan-mai/22
Em jan-mai/22 ante jan-mai/21, as exportações da indústria de transformação cresceram 30,2%, segundo as médias diárias. Este resultado foi superior ao da agropecuária (+27,1%), a despeito da valorização de muitas commodities agrícolas após a guerra na Ucrânia.
Com isso, do total exportado pelo Brasil em 2022, a indústria de transformação respondeu por uma parcela majoritária de 52,8%, sendo seguida pela agropecuária, com uma fração de 24,8%, e então pela indústria extrativa, com 21,9%.
Apesar deste desempenho exportador recente, superior ao aumento de suas importações (+25,7% em jan-mai/22), a indústria não conseguiu evitar a deterioração de seu saldo comercial. Seu déficit subiu +15,4% em relação a jan-mai/21, atingindo US$ 24,1 bilhões.
Neste mesmo período, o superávit da agropecuária cresceu +29,9%, para US$ 30,2 bilhões, e a indústria extrativa passou de um superávit de US$ 25,1 bilhões para US$ 19,3 bilhões, ou seja, -23,2%.
Segundo dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, o saldo da balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 4,94 bilhões no mês de maio de 2022, variação de -42,1% frente ao saldo alcançado no mesmo período do ano anterior, US$ 8,54 bilhões.
As exportações registraram valor de US$ 29,65 bilhões, representando expansão de 8,0% em relação a maio de 2021, pela média diária. As importações totalizaram US$ 24,70 bilhões, o que significou expansão de 33,5% na mesma base de comparação, considerando os 22 dias úteis do mês.
Para o mês de maio de 2022, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 1.347,6 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 1.122,9 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente para os seguintes países: Europa (26,5%) - Países Baixos (Holanda) (+40,6% com aumento de US$ 18,9 milhões na média diária); Espanha (+67,8% com aumento de US$ 16,1 milhões na média diária); Itália (+100,6% com aumento de US$ 13,2 milhões na média diária); Alemanha (+42,7% com aumento de US$ 7,1 milhões na média diária); França (+59,4% com aumento de US$ 6,2 milhões na média diária); América do Sul (24,4%) - Argentina (+27,5% com aumento de US$ 14,4 milhões na média diária); Colômbia (+48,4% com aumento de US$ 6,5 milhões na média diária); Paraguai (+32,9% com aumento de US$ 3,8 milhões na média diária); Bolívia (+32,5% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Peru (+21,9% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); América do Norte (11,4%) - Estados Unidos (+7,9% com aumento de US$ 10,3 milhões na média diária); México (+23,8% com aumento de US$ 5,3 milhões na média diária); Canadá (+22,3% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); América Central e Caribe (43,5%) - Jamaica (+1.005,2% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); República Dominicana (+268,6% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Guatemala (+35,3% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); El Salvador (+82,3% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Trinidad e Tobago (+5,8% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oriente Médio (63,0%) - Irã (+256,2% com aumento de US$ 16,1 milhões na média diária); Israel (+597,2% com aumento de US$ 5,2 milhões na média diária); Arábia Saudita (+31,9% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+31,9% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Catar (+131,6% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); Oceania (73,7%) - Austrália (+65,2% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+92,9% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Nova Zelândia (+66,2% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); África (89,8%) - Argélia (+78,4% com aumento de US$ 6,7 milhões na média diária); Egito (+214,9% com aumento de US$ 6,6 milhões na média diária); Marrocos (+400,2% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); Moçambique (+2.586,6% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Nigéria (+156,5% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária). Houve queda nas exportações, principalmente para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (-11,4%) - China (-11,4% com queda de US$ -49,4 milhões na média diária); Singapura (-37,6% com queda de US$ -12,3 milhões na média diária); Malásia (-38,2% com queda de US$ -7,7 milhões na média diária); Hong Kong (-34,9% com queda de US$ -2,9 milhões na média diária); Índia (-13,5% com queda de US$ -2,9 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (8,8%) - China (+14,4% com aumento de US$ 26,4 milhões na média diária); Coreia do Sul (+7,2% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); Cazaquistão (+246,6% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Indonésia (+15,2% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Singapura (+22,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Europa (25,7%) - Rússia (+147,1% com aumento de US$ 28,4 milhões na média diária); Alemanha (+11,0% com aumento de US$ 5,1 milhões na média diária); Espanha (+40,0% com aumento de US$ 4,8 milhões na média diária); Bélgica (+42,5% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); Bulgária (+1.114,3% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); América do Sul (32,4%) - Argentina (+44,0% com aumento de US$ 17,0 milhões na média diária); Chile (+45,8% com aumento de US$ 6,8 milhões na média diária); Peru (+61,8% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Bolívia (+43,6% com aumento de US$ 2,0 milhões na média diária); Colômbia (+21,4% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); América do Norte (70,7%) - Estados Unidos (+68,5% com aumento de US$ 90,1 milhões na média diária); Canadá (+219,4% com aumento de US$ 18,5 milhões na média diária); México (+15,1% com aumento de US$ 2,6 milhões na média diária); América Central e Caribe (131,1%) - Trinidad e Tobago (+279,7% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); Porto Rico (+83,7% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Costa Rica (+109,9% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Bahamas (+556.440,8% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Oriente Médio (100,3%) - Omã (+200,1% com aumento de US$ 6,1 milhões na média diária); Israel (+167,0% com aumento de US$ 5,6 milhões na média diária); Coveite (Kuweit) (+255.993,8% com aumento de US$ 5,5 milhões na média diária); Arábia Saudita (+43,2% com aumento de US$ 5,4 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+72,0% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Oceania (213,5%) - Austrália (+236,9% com aumento de US$ 9,1 milhões na média diária); África (52,4%) - Marrocos (+242,0% com aumento de US$ 13,3 milhões na média diária); Argélia (+117,1% com aumento de US$ 4,4 milhões na média diária); Angola (+5.636,2% com aumento de US$ 2,6 milhões na média diária); Tunísia (+641,1% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); Costa do Marfim (+50,8% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária).