Análise IEDI
Resultados heterogêneos
O faturamento do setor de serviços voltou a se expandir em abr/21, depois de acentuado recuo no mês anterior. Segundo os dados do IBGE, divulgados hoje, a variação foi de +0,7% frente a mar/21, já descontados os efeitos sazonais.
Assim, passado o solavanco de fev-mar/21 o setor voltou a um padrão de taxas positivas, mas não muito distante da estabilidade, tal como havia registrado na virada do ano. Muito disso deve-se a resultados heterogêneos, pois desde dez/20 nem todos seus ramos conseguem crescer. Agora em abr/21, 3 dos 5 ramos identificados pelo IBGE não avançaram.
Como resultado, o nível de faturamento real de abr/21 para o setor como um todo ficou 2,1% acima de dez/20, mas não foi suficiente para recolocá-lo no patamar pré-pandemia: -1,5% ante fev/20. Entre seus ramos, 2 também estão abaixo de fev/20, 1 está praticamente no mesmo nível e 2 apenas superam esta marca.
A seguir, as variações frente ao mês anterior com ajuste sazonal mostram que a alta dos serviços em abr/21 foi concentrada em dois de seus ramos: serviços prestados às famílias, que responderam intensamente ao relaxamento das medidas restritivas, e serviços de informação e comunicação, favorecidos pela situação de pandemia.
• Serviços – total: +0,5% em jan/21; +3,9% em fev/21; -3,1% em mar/21 e +0,7% em abr/21;
• Serviços prestados às famílias: -2,6%; +9,0%; -28,0% e +9,3%, respectivamente;
• Serviços de informação e comunicação: -0,9%; 0%; +2,2% e +2,5%;
• Serviços profissionais, adm. e complementares: +2,2%; +3,2%; -1,4% e -0,6%;
• Transportes, armazenagem e correios: +3,1%; +5,5%; -3,1% e 0%;
• Outros serviços: -7,9%; +3,0%; +3,1% e -0,9%, respectivamente.
Em serviços prestados às famílias, que é o ramo mais distante do pré-pandemia (40,1% abaixo de fev/20) o maior impulso em abr/21 veio de serviços de alojamento e alimentação, cujo faturamento real avançou +9,8% frente a mar/21, já com ajuste sazonal. Os outros serviços pessoais variaram +0,9%.
Em relação aos serviços de informação e comunicação, que já superaram em 7,4% o patamar de fev/20, a alta de abr/21 foi produzida principalmente pelos serviços de tecnologia da informação: +5,3% ante mar/21. Serviços audiovisuais registraram +1,0% e telecomunicações, +0,8%.
Serviços de transporte, armazenagem e correios conseguiram evitar a região negativa, mas não cresceram em abr/21. Como estão muito associados ao nível de atividade econômica, sua estagnação é um sinal da fraqueza dos negócios neste mês, sobretudo, porque os transportes terrestres, que já tinham caído -2,6% em mar/21, registrou -0,9% em abr/21. Quem também está de volta a uma fase negativa é o transporte aéreo: -11,8% em fev/21; -7,8% em mar/21 e -15,5% agora em abr/21.
Entre os ramos com desempenho desfavorável, destacam-se os serviços profissionais, administrativos e complementares, cujo faturamento recuou -0,6% em abr/21, depois de queda de -1,4% em mar/21. Trata-se do segundo ramos mais distante do pré-pandemia (4,5% abaixo), perdendo apenas para os serviços prestados às famílias.
O maior freio para este ramo tem sido os serviços administrativos e complementares, que envolvem atividades de menor qualificação, geralmente terceirizadas pelas empresas, que apresentaram perda de -1,3% na passagem de mar/21 para abr/21 e continua 6,5% abaixo do pré-pandemia. Já os serviços técnicos profissionais, componente com serviços mais especializados, ficaram praticamente estável em abr/21 (-0,1%).
Por fim, o ramo de outros serviços, que incluem atividades variadas, como serviços financeiros, imobiliários, agrícolas etc., teve queda de -0,9% de faturamento, mas tem tido resultados majoritariamente positivos, estando 3,4% acima do pré-pandemia.
Conforme os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados hoje pelo IBGE para o mês de abril, o volume de serviços prestados apresentou expansão de 0,7% frente a março de 2021, na série com ajuste sazonal. Frente ao mesmo mês do ano anterior (abril/2020) aferiu-se incremento de 19,8%. No acumulado em 12 meses registrou-se decréscimo de 5,4% e para o acumulado no ano (jan-abr) houve variação positiva de 3,7%.
Para a comparação do mês de abril de 2021 com o mês imediatamente anterior (março/2021), na série dessazonalizada, dois dos cinco segmentos analisados apresentaram incrementos: serviços prestados às famílias (9,3%) e serviços de informação e comunicação (1,9%). Por sua vez, dois outros segmentos apresentaram retrações na mesma comparação: outros serviços (-0,9%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%). O segmento de transporte, serviços auxiliares dos transportes e correio apresentou estabilidade no período. Já para o segmento das atividades turísticas registrou-se redução de 0,6% na comparação com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.
Frente a abril de 2020, todos os segmentos apresentaram expansão no volume de serviços prestados: serviços prestados às famílias (65,8%), transporte, serviços auxiliares dos transportes e correio (30,7%), outros serviços (16,8%), serviços de informação e comunicação (12,8%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (10,9%). Já no segmento de atividades turísticas houve expansão de 72,6% frente ao mesmo mês do ano anterior (abril/2020).
Na análise do acumulado no ano (janeiro-abril), apresentaram expansões os seguintes seguimentos: transporte, serviços auxiliares dos transportes e correio (7,7%), serviços de informação e comunicação (5,8%), outros serviços (5,2%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%). O único segmento analisado que apresentou retração nessa base de comparação foram os serviços prestados às famílias (-15,3%). Para a mesma comparação, o segmento de atividades turísticas aferiu variação negativa de -5,2%.
Na análise por unidade federativa, aferiu-se que todos os estados apresentaram incremento do volume de serviços no mês de abril de 2021 frente ao mesmo mês do ano anterior (abril/2020), sendo os maiores: Acre (35,1%), Tocantins (33.0%), Roraima (29,8%), Santa Catarina (29,3%), Alagoas (27,7%), Rio Grande do Sul (26,1%), Pará (26,0%), Goiás (24,8%), Amazonas (24,1%), Bahia (22,4%) e Mato Grosso (22,0%).
Por fim, na análise por unidade federativa do acumulado no ano em 2021, aferiu-se que 20 dos 27 estados apresentaram incrementos, sendo os maiores: Tocantins (14,0%), Santa Catarina (13,7%), Mato Grosso (13,2%), Pará (10,7%), Roraima (10,2%), mato Grosso do Sul (10,1%), Goiás (-8,3%) e Minas Gerais (9,2%). Por outro lado, as 7 unidades federativas restantes apresentaram variações negativas, sendo elas: Distrito Federal (-4,9%), Sergipe (-4,9%), Rio Grande do Norte (-3,8%), Bahia (-3,5%), Ceará (-2,0%), Piauí (-2,0%) e Alagoas (-1,3%).