Análise IEDI
Retomada do comércio exterior
Segundo os dados do Ministério da Economia, as exportações em maio de 2021 voltaram a crescer em ritmo expressivo se comparadas ao mesmo período do ano passado, quando o choque inicial da Covi-19 perturbou não apenas as atividades produtivas, mas também os fluxos de comércio exterior. O resultado das importações, por sua vez, foi ainda mais forte.
Consideradas as médias por dias úteis, as vendas externas do país registraram alta de +46,5% em relação a mai/20, enquanto nossas importações avançaram +57,4%. Como resultado, o saldo da balança atingiu superávit de US$ 9,3 bilhões em mai/21, implicando crescimento de +29,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A contar por esses cinco meses iniciais do ano, 2021 traz uma retomada de nosso comércio exterior. Em jan-mai/21 a corrente de comércio do Brasil aumentou +26,5% e o superávit da balança cresceu +74,3% em relação a igual acumulado de 2020.
Isso se deve aos progressos obtidos no combate à pandemia em importantes países do mundo, o que vem alavancando a reativação do comércio global, que segundo o último relatório da Unctad chegou a +10% no 1º trim/21 ante o 1º trim/20, e a elevação dos preços de commodities.
Tanto é assim que, como mostram as variações interanuais abaixo, segundo as médias diárias, as exportações da indústria extrativa e da agropecuária são as que mais avançam em 2021.
• Exportações totais: +31,1% em jan-mai/21 e +46,5% em mai/21.
• Exportações da agropecuária: +31,3% e +43,0%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: +58,2% e +85,8%;
• Exportações da indústria de transformação: +19,6% e +34,6%, respectivamente.
O setor extrativo é quem acumula a maior alta exportadora em 2021 e, segundo o desempenho apenas do mês de maio, sua performance tende a se reforçar. Muito disso deve-se a minério de ferro, que registrou variação de +144% ante mai/20 derivada do aumento de seus preços (+106%), e também a petróleo (+46,4%).
O mesmo ocorre com produtos agropecuários, que aceleraram em mai/21 vis-à-vis o acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Frente a mai/20 as exportações de soja avançaram +48,8% em valor, devido à alta de +10,7% na quantidade e de +34,4% em seu preço médio.
A indústria de transformação, embora com taxas menos expressivas que as anteriores, também vem crescendo em ritmo de dois dígitos. Em mai/21, as maiores contribuições vieram de ramos com bases muito deprimidas de comparação, a exemplo da indústria automobilística. As exportações de veículos de passageiros registraram +1085%, partes e acessórios de veículos +116%, motores de pistão +177%.
Combustíveis de petróleo (+143%), outros hidrocarbonetos (+854%), produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+91,4%), entre outros, também ampliaram muito suas exportações em valor devido a fortes aumentos dos preços médios.
Quanto às importações, em jan-mai/21, a indústria extrativa registra +32% pela média diária, sob influência de petróleo e gás natural, enquanto a agropecuária e a indústria de transformação cresceram +16,1% e +19,6%, respectivamente.
Conforme os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$9,291 bilhões no mês de maio de 2021, expansão de 35,9% frente ao alcançado no mesmo período do ano anterior, US$6,838 bilhões.
As exportações registraram valor de US$26,948 bilhões, representando expansão de 46,5% em relação a maio de 2020, pela média diária. As importações totalizaram US$17,657 bilhões, o que significou expansão de 57,4% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês.
Para o mês de maio de 2021, as médias diárias das exportações alcançaram US$1,283 bilhão e das importações registradas ficaram em US$840, 8 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (43,45 %) - China (+ 35,0% com aumento de US$ 118,2 milhões na média diária); Singapura (+ 131,0% com aumento de US$ 18,4 milhões na média diária); Coreia do Sul (+ 127,3% com aumento de US$ 13,8 milhões na média diária); Índia (+ 121,1% com aumento de US$ 11,0 milhões na média diária); Japão (+ 59,5% com aumento de US$ 8,4 milhões na média diária); Europa (30,59 %) - Turquia (+ 85,6% com aumento de US$ 11,9 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+ 22,9% com aumento de US$ 8,7 milhões na média diária); Portugal (+ 171,3% com aumento de US$ 8,0 milhões na média diária); Reino Unido (+ 57,3% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Suíça (+ 67,8% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); América do Sul ( 107,14 %) - Argentina (+ 172,1% com aumento de US$ 38,6 milhões na média diária); Chile (+ 57,3% com aumento de US$ 8,3 milhões na média diária); Colômbia (+ 132,6% com aumento de US$ 7,8 milhões na média diária); Paraguai (+ 86,7% com aumento de US$ 5,3 milhões na média diária); Uruguai (+ 65,3% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); América do Norte ( 61,9 %) - Estados Unidos (+ 67,0% com aumento de US$ 52,8 milhões na média diária); México (+ 100,5% com aumento de US$ 11,5 milhões na média diária); Canadá (+ 6,5% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); América Central e Caribe ( 82,83 %) - Panamá (+ 201,6% com aumento de US$ 2,4 milhões na média diária) ; Trinidad e Tobago (+ 498,0% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Bahamas (+ 32,8% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Costa Rica (+ 77,2% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); República Dominicana (+ 56,7% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Oriente Médio ( 23,62 %) - Irã (+ 283,8% com aumento de US$ 5,0 milhões na média diária); Barein (+ 110,0% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Omã (+ 70,6% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Arábia Saudita (+ 35,4% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Jordânia (+ 13,0% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Oceania (36,96 %) - Austrália (+ 26,4% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Marshall, Ilhas (+ 80,6% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Nova Zelândia (+ 41,5% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África ( 4,02 %) - Argélia (+ 128,7% com aumento de US$ 4,9 milhões na média diária); Libéria (+ 122,5% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Maurício (+ 4.284,9% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Gana (+ 100,7% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária) ; Marrocos (+ 39,5% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento da importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (35,22 %) - China (+ 37,7% com aumento de US$ 99,8 milhões na média diária); Coreia do Sul (+ 53,7% com aumento de US$ 7,5 milhões na média diária); Malásia (+ 60,0% com aumento de US$ 6,7 milhões na média diária); Índia (+ 39,8% com aumento de US$ 4,7 milhões na média diária); Vietnã (+ 49,2% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Europa ( 20,03 %) - Suíça (+ 84,4% com aumento de US$ 4,2 milhões na média diária); Alemanha (+ 25,2% com aumento de US$ 4,0 milhões na média diária); Reino Unido ( + 39,7% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Países Baixos (Holanda) (+ 10,2% com aumento de US$ 3,1 milhões na média diária); Bélgica (+ 28,1% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); América do Sul (44,53 %) - Argentina (+ 54,9% com aumento de US$ 16,6 milhões na média diária); Chile (+ 50,3% com aumento de US$ 7,2 milhões na média diária) ; Paraguai (+ 45,9% com aumento de US$ 3,3 milhões na média diária); Colômbia (+ 36,7% com aumento de US$ 3,2 milhões na média diária); Peru (+ 42,6% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); América do Norte ( 24,62 %) - Estados Unidos (+ 25,4% com aumento de US$ 21,2 milhões na média diária); México (+ 29,5% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária) ; Canadá ( + 15,5% com aumento de US$ 2,3 milhões na média diária); América Central e Caribe (25,63 %) - Trinidad e Tobago (+ 237,2% com aumento de US$ 1,3 milhões na média diária) ; Bahamas (+ 73,9% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Santa Lúcia (+ 7.010,0% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Costa Rica (+ 34,8% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária) ; Porto Rico (+ 69,0% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Oriente Médio (36,12 %) - Barein (+ 141,9% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Irã (+ 205,5% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Omã (+ 109,1% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Arábia Saudita (+ 18,1% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); Israel (+ 44,5% com aumento de US$ 0,7 milhões na média diária); Oceania ( 15,01 %) - Austrália (+ 38,2% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Marshall, Ilhas ( + 8,9% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Nova Zelândia (+ 72,8% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África ( 19,19 %) - Argélia ( + 37,9% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Nigéria ( + 58,4% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária) ; Gana (+ 93,9% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Costa do Marfim (+ 230,0% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Libéria (+ 25,2% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária).