Análise IEDI
A retomada do comércio exterior
Em 2021, o comércio exterior brasileiro vem ganhando tração, com ampliação das exportações e das importações de diferentes produtos. A corrente de comércio no 1º trim/21 avançou +19% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 109,6 bilhões. O saldo da balança, porém, encolheu 63%, para US$ 1,6 bilhão, pelo fato de as importações terem crescido à frente as exportações.
Com o encarecimento das importações devido à desvalorização da taxa de câmbio desde o ano passado e a reativação da demanda interna, as importações voltaram a se ampliar a partir do final de 2020. Agora no 1º trim/21 somaram US$ 54 bilhões, representando alta de +23,5% ante o mesmo período do ano passado, segundo as médias por dias úteis.
A indústria foi quem mais ampliou compras externas em jan-mar/21, registrando alta de +22,7% ante jan-mar/20, em boa medida devido ao registro de plataformas de petróleo. Os demais setores não ficaram muito atrás: a agropecuária teve aumento de +15,6% e o ramo extrativo, de +10,6% em igual período.
Nas exportações, embora a indústria represente cerca de 54% de tudo aquilo que o Brasil vende ao exterior, apresentou desempenho mais moderado que os demais setores no 1º trim/21, como mostram as variações interanuais por dia útil a seguir. Ainda assim, é nítida a recuperação das exportações industriais desde final de 2020.
• Exportações totais: -6,9% no 3º trim/20; -2,2% no 4º trim/20 e +15,0% no 1º trim/21;
• Exportações da indústria de transformação: -14,0%; +0,2% e +5,9%, respectivamente;
• Exportações da indústria extrativa: -0,4%; +8,0% e +38,9%;
• Exportações da agropecuária: +7,2%; -22,7% e +12,3%, respectivamente.
No caso da indústria de transformação, contribuições importantes em jan-mar/21 vieram da alta das vendas de açúcares e melaços (+48,1%); farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (+30,9%); e produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+30,1%) entre outros.
Já na indústria extrativa, o aumento do preço de alguns de seus produtos, como o do ferro, por exemplo, aliou-se ao aumento de volume exportado impulsionando as vendas externas do setor como um todo. Algumas contribuições importante no 1º trim/21: minério de ferro e seus concentrados (+105,1%), cobre (+59,1%), níquel (+39,8%) etc.
Na agropecuária, por sua vez, os principais impulsos neste início de ano vieram de soja (+11,4%), café não torrado (+25,2%), milho (+42,9%), algodão em bruto (+22,3%) e trigo e centeio, não moídos (+122,7%).
Segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$1,482 bilhões no mês de março de 2021, retração de 61,3% frente ao valor alcançado no mesmo período do ano anterior, US$3,832 bilhões.
As exportações alcançaram valor de US$24,505 bilhões, expansão de 27,8% em relação a março de 2020, pela média diária. As importações totalizaram US$23,030 bilhões, o que significou expansão de 51,7% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês.
Para o mês de março de 2021, as médias diárias das exportações somaram US$1,065 milhões e das importações registradas ficaram em US$1,001 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (35,51 %) - Minério de ferro e seus concentrados (+140,3% com aumento de US$ 67,0 milhões na média diária); Soja (+36,8% com aumento de US$ 51,2 milhões na média diária); Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+16,9% com aumento de US$ 10,4 milhões na média diária); Algodão em bruto (+63,9% com aumento de US$ 5,3 milhões na média diária); Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (+22,8% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Europa (24,91 %) - Minério de ferro e seus concentrados (+256,7% com aumento de US$ 13,8 milhões na média diária); Minérios de cobre e seus concentrados (+14.250.925.073,9% com aumento de US$ 13,0 milhões na média diária); Soja (+18,2% com aumento de US$ 4,5 milhões na média diária); Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns (+290,7% com aumento de US$ 4,3 milhões na média diária); Alumina (óxido de alumínio), exceto corindo artificial (+173,1% com aumento de US$ 3,4 milhões na média diária); América do Sul (26,58 %) - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+93,5% com aumento de US$ 3,7 milhões na média diária); Minério de ferro e seus concentrados (+167,1% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); Soja (+196,9% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária); Veículos rodoviários (+111,4% com aumento de US$ 1,2 milhões na média diária); Veículos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais (+24,6% com aumento de US$ 1,0 milhões na média diária); América do Norte (8,32 %) - Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+69,9% com aumento de US$ 10,9 milhões na média diária); Minério de ferro e seus concentrados (+200,6% com aumento de US$ 3,6 milhões na média diária); Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+61,9% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes (+39,2% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (+52,4% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); América Central e Caribe (33,72 %) - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+ 131,6% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+153,7% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras e perfis (incluindo estacas-prancha) (+2.453,5% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Cobre (+104,4% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Minério de ferro e seus concentrados (+62,8% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oriente Médio (33,95 %) - Minério de ferro e seus concentrados (+182,1% com aumento de US$ 5,9 milhões na média diária); Soja (+1.374,2% com aumento de US$ 4,8 milhões na média diária); Açúcares e melaços (+93,2% com aumento de US$ 2,0 milhões na média diária); Milho não moído, exceto milho doce (+238,6% com aumento de US$ 0,5 milhões na média diária); Café não torrado (+51,1% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oceania (12,79 %) - Sucos de frutas ou de vegetais (+139,3% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Outros medicamentos, incluindo veterinários (+471,4% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Instalações e equipamentos de engenharia civil e construtores, e suas partes (+31,7% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); África (23,41 %) - Soja (+160,6% com aumento de US$ 2,8 milhões na média diária); Minério de ferro e seus concentrados (+96,9% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes (+573.894,6% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); Açúcares e melaços (+11,5% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas (+32,1% com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária).
Destaques importações. Houve aumento da importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (34,52 %) - Válvulas e tubos termiônicas, de cátodo frio ou foto-cátodo, diodos, transistores (+23,7% com aumento de US$ 5,2 milhões na média diária); Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (+128,5% com aumento de US$ 4,1 milhões na média diária); Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios (+18,8% com aumento de US$ 4,1 milhões na média diária); Partes e acessórios dos veículos automotivos (+53,7% com aumento de US$ 3,5 milhões na média diária); Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas (+34,1% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Europa (12,16 %) - Outros medicamentos, incluindo veterinários (+52,0% com aumento de US$ 3,8 milhões na média diária); Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (+27,7% com aumento de US$ 3,1 milhões na média diária); Outras máquinas e equipamentos especializados para determinadas indústrias e suas partes (+68,9% com aumento de US$ 1,7 milhões na média diária); Compostos órgão-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas (+33,0% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço (+1.427,7% com aumento de US$ 1,4 milhões na média diária); América do Sul (30,17 %) - Energia elétrica (+20.021,6% com aumento de US$ 9,8 milhões na média diária); Cobre (+75,8% com aumento de US$ 3,9 milhões na média diária); Coques e semi-coques, incluindo resíduos de hulha, de linhita ou de turfa, e carvão de retorta (+326,1% com aumento de US$ 2,3 milhões na média diária); Propano e butano liquefeito (+585,4% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Soja (+215,0% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); América do Norte (16,95 %) - Gás natural, liquefeito ou não (+1.263,6% com aumento de US$ 12,5 milhões na média diária); Produtos residuais de petróleo e materiais relacionados (+376,0% com aumento de US$ 2,3 milhões na média diária); Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (+61,3% com aumento de US$ 2,2 milhões na média diária); Medicamentos e produtos farmacêuticos, exceto veterinários (+91,5% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); Polímeros de etileno, em formas primárias (+64,3% com aumento de US$ 1,5 milhões na média diária); América Central e Caribe (29,24 %) - Gás natural, liquefeito ou não (+- com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária); Álcoois, fenóis, fenóis-álcoois, e seus derivados halogenados, sulfonados, nitrados ou nitrosados (+75,5% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Adubos ou fertiliantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (+- com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogêneos (+65,8% com aumento de US$ 0,2 milhões na média diária); Oceania (148,93 %) - Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (+157,8% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); Coques e semi-coques, incluindo resíduos de hulha, de linhita ou de turfa, e carvão de retorta (+- com aumento de US$ 0,6 milhões na média diária); Preparações e cereais, de farinhas, ou amido de frutas ou vegetais (+- com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Outros artigos de borracha (+17.492,4% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Outras máquinas e equipamentos especializados para determinadas indústrias e suas partes (+23.984,7% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária)
Por outro lado, houve variação negativa nas importações, principalmente, dos seguintes países: Oriente Médio (-3,72 %) - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-58,3% com queda de US$ -3,3 milhões na média diária); Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas (-83,7% com queda de US$ -0,6 milhões na média diária); Fertilizantes brutos (exceto adubos) (-100,0% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária); Adubos ou fertiliantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (-6,4% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária); Motores e máquinas não elétricos, e suas partes (exceto motores de pistão e geradores) (-100,0% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária); África -9,99 %) - Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (-41,4% com queda de US$ -1,8 milhões na média diária); Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (-67,2% com queda de US$ -0,7 milhões na média diária); Adubos ou fertiliantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (-12,5% com queda de US$ -0,7 milhões na média diária); Fertilizantes brutos (exceto adubos) (-76,3% com queda de US$ -0,5 milhões na média diária); Cacau em bruto ou torrado (-27,9% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária)