Análise IEDI
O comércio exterior no final de 2020
No mês de novembro, segundo os dados de hoje do Ministério da Economia, o Brasil exportou um total de US$ 17,5 bilhões, sendo 58,5% disso produtos da indústria de transformação. Como as importações foram de US$ 13,8 bilhões, o mês fechou com um superávit da balança de US$ 3,7 bilhões, no mesmo patamar de nov/19.
Com dados para onze meses do ano, já se conhece o que 2020 representou para o comércio exterior do país: acentuada contração da corrente de comércio (-10,6% ante jan-nov/19), condicionada por menores exportações (-7,3%) e importações (-14,7%), e reforço do saldo comercial (+21,6%).
Muito disso, como se sabe, está relacionado com a pandemia de Covid-19 e não se restringe ao Brasil. A OMC projeta queda de -9,2% no volume do comércio de mercadorias no mundo todo em 2020, um resultado próximo daquele de 2009, auge da crise financeira global (-10,2%).
Entretanto os dados mais recentes mostram algum sinal de melhora para nossas vendas externas. Em out/20, exportamos 4,9% a mais do que em out/19, segundo as médias diárias, e, embora tenha havido alguma acomodação agora em nov/20, o declínio de -1,2% é o mais moderado do ano.
Assim, como mostram as variações do acumulado no trimestre por dia útil a seguir, há chances de as exportações apresentarem variação positiva no 4º trim/20, estimuladas pela taxa de câmbio competitiva, valorização das commodities e a retomada econômica chinesa, entre outros países.
• Exportações: -6,9% no 1º trim/20; -8,2% no 2º trim/20 e -6,8% no 3º trim/20 e +1,9% em Out-Nov/20
• Importações: +2,6% no 1º trim/20; -13,4% no 2º trim/20 e -28,8% no 3º trim/20 e -9,8% em Out-Nov/20
É a indústria quem tem provocado esta melhora recente. O ramo extrativo apontou avanço de +18,5% no acumulado de out-nov/20 por dias úteis frente ao mesmo período do ano anterior. A indústria de transformações, por sua vez, registrou aumento de +3,3% de suas exportações neste período.
Quanto às importações, cuja retração intensa tem sido a causa do reforço do superávit em 2020, permaneceram no negativo no mês de nov/20, assim como no bimestre out-nov/20. Apesar disso, têm recuado a um ritmo bem menor do que em meados do ano.
Frente ao mesmo período do ano anterior, nossas compras externas encolheram -2,6% em nov/20, segundo as médias diárias. No último bimestre com dados disponíveis, a queda foi de -9,8%, isto é, quase 1/3 daquela do 3º trim/20 (-28,8%).
Conforme dados divulgados hoje pelo Ministério da Economia, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,772 bilhões em novembro de 2020, expansão de 4,7% frente ao alcançado no mesmo mês do ano anterior, US$ 3,565 bilhões.
As exportações registraram valor de US$17,531 bilhões, representando decréscimo de 1,2% em relação a novembro de 2019, pela média diária. As importações totalizaram US$ 13,799 bilhões, o que significou retração de 2,6% na mesma base de comparação, considerando os dias úteis do mês.
Para o mês de novembro de 2020, as médias diárias das exportações alcançaram US$ 877,0 milhões e das importações registradas ficaram em US$ 690,0 milhões.
Destaques exportações. Houve aumento das exportações, principalmente, para os seguintes países: Europa (+1,4%) - Turquia (+64,6% com aumento de US$ 6,4 milhões na média diária); Alemanha (+29,1% com aumento de US$ 5,0 milhões na média diária); Polônia (+213,4% com aumento de US$ 4,7 milhões na média diária); Itália (+26,4% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Reino Unido (+21,5% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); América do Sul ( 7,66%) - Argentina (+34,7% com aumento de US$ 12,1 milhões na média diária); Venezuela (+4,2% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Oriente Médio ( 24,35%) - Irã (+67,2% com aumento de US$ 2,9 milhões na média diária); Barein (+116,4% com aumento de US$ 1,9 milhões na média diária); Omã (+42,5% com aumento de US$ 1,3 milhões na média diária); Iraque (+48,6% com aumento de US$ 1,1 milhões na média diária); Emirados Árabes Unidos (+10,1% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); Oceania (12,92%) - Austrália (+19,1% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); Nova Zelândia (+126,0% com aumento de US$ 0,4 milhões na média diária); África (34,21%) - Egito (+100,8% com aumento de US$ 4,5 milhões na média diária); África do Sul (+87,6% com aumento de US$ 3,8 milhões na média diária); Marrocos (+121,8% com aumento de US$ 2,0 milhões na média diária); Argélia (+43,3% com aumento de US$ 1,8 milhões na média diária); Gana (+141,7% com aumento de US$ 0,8 milhões na média diária).
Por outro lado, caíram as exportações, principalmente, para os seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (-3,2%) - China (-7,5% com queda de US$ -19,1 milhões na média diária); Indonésia (-30,7% com queda de US$ -3,9 milhões na média diária); Filipinas (-62,3% com queda de US$ -3,8 milhões na média diária); Japão (-12,5% com queda de US$ -2,7 milhões na média diária); Taiwan (Formosa) (-37,2% com queda de US$ -1,9 milhões na média diária); América do Norte (-15,8%) - Estados Unidos (-20,9% com queda de US$ -24,9 milhões na média diária); México (-16,2% com queda de US$ -3,1 milhões na média diária); América Central e Caribe (-18,93%) - República Dominicana (-65,0% com queda de US$ -2,9 milhões na média diária); Panamá (-39,8% com queda de US$ -0,9 milhões na média diária); Guatemala (-33,6% com queda de US$ -0,5 milhões na média diária); El Salvador (-60,2% com queda de US$ -0,5 milhões na média diária); Cuba (-42,4% com queda de US$ -0,4 milhões na média diária)
Destaques importações. Houve aumento das importações, principalmente, dos seguintes países: Ásia (Exclusive Oriente Médio) (22,24%) - China (+31,4% com aumento de US$ 40,6 milhões na média diária); Taiwan (Formosa) (+44,1% com aumento de US$ 3,0 milhões na média diária); Malásia (+60,2% com aumento de US$ 2,5 milhões na média diária); Tailândia (+36,1% com aumento de US$ 2,1 milhões na média diária); Indonésia (+18,7% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); América Central e Caribe (52,36%) - Panamá (+3.127,0% com aumento de US$ 0,9 milhões na média diária); República Dominicana (+291,9% com aumento de US$ 0,3 milhões na média diária); Guatemala (+93,1% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Porto Rico (+6,3% com aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Suriname (aumento de US$ 0,1 milhões na média diária); Oceania (3,1%).
Por outro lado, houve variação negativa nas importações, principalmente, dos seguintes países: Europa (-9,66%) - Países Baixos (Holanda) (-42,4% com queda de US$ -5,5 milhões na média diária); França (-26,8% com queda de US$ -4,5 milhões na média diária); Rússia (-13,2% com queda de US$ -2,3 milhões na média diária); Alemanha (-5,1% com queda de US$ -2,0 milhões na média diária); Espanha (-15,4% com queda de US$ -2,0 milhões na média diária); América do Sul (-0,91%) - Argentina (-22,2% com queda de US$ -9,5 milhões na média diária); Bolívia (-45,2% com queda de US$ -3,9 milhões na média diária); Peru (-40,5% com queda de US$ -2,7 milhões na média diária); América do Norte (-15,98%) - Estados Unidos (-21,8% com queda de US$ -28,4 milhões na média diária); Canadá (-12,5% com queda de US$ -1,0 milhões na média diária); Oriente Médio (-20,19%) - Emirados Árabes Unidos (-83,4% com queda de US$ -3,6 milhões na média diária); Iraque (-100,0% com queda de US$ -2,9 milhões na média diária); Arábia Saudita (-17,1% com queda de US$ -2,3 milhões na média diária); Catar (-34,1% com queda de US$ -0,9 milhões na média diária); Jordânia (-55,6% com queda de US$ -0,1 milhões na média diária); África (-22,12%) - Argélia (-65,1% com queda de US$ -4,9 milhões na média diária); África do Sul (-18,2% com queda de US$ -0,8 milhões na média diária); Moçambique (-99,8% com queda de US$ -0,7 milhões na média diária); Egito (-48,6% com queda de US$ -0,6 milhões na média diária); Tunísia (-59,8% com queda de US$ -0,2 milhões na média diária).