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                          Análise IEDI

                          Inovação
                          Publicado em: 09/12/2016

                          A Nova PINTEC: um quadro pouco animador

                          O aprofundamento e o detalhamento das análises dos resultados da nova Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC, divulgados hoje pelo IBGE, irão permitir o desenvolvimento de novas explicações e, quem sabe, também poderão renovar os caminhos para as ações públicas de fomento, alimentando a formulação de novas estratégias empresariais em prol da inovação. 

                          Em uma primeira análise, o que mostram os resultados da PINTEC referente ao triênio 2012-2014 é um quadro pouco animador. O ímpeto inovador das empresas industriais brasileiras permanece estável e o alcance das suas inovações está restrito ao ambiente local. A inovação ainda não consegue contribuir para uma inserção mais substancial da indústria brasileira na economia global.

                          A primeira informação que se destaca da pesquisa é a estabilidade entre os dois últimos triênios em termos agregados (conjunto dos setores e das empresas). A proporção de empresas que declara ter introduzido alguma inovação (de produto ou de processo) manteve-se praticamente inalterada entre os períodos de 2009-2011 e 2012-2014 (36%, incremento de 0,3 p.p.), o mesmo acontecendo com o esforço inovador (como proporção da receita dedicada às atividades de inovação, incluindo P&D), que ficou em 2,5%. 

                          Como as adversidades no último triênio coberto pela pesquisa se mostravam em trajetória crescente e com tonalidades cada vez mais preocupantes no nível empresarial – a crise industrial já se delineava e a instabilidade macroeconômica já apresentava sinais de forte agravamento –, talvez, afinal, o “empate” permita comemoração já que os indicadores de inovação não mostraram involução. 

                          Como cabe também ser ponderado, devemos nos perguntar se, alternativamente, a estabilidade dos dados agregados de inovação não significa que o sistema de inovação brasileiro alcançou o seu limite e já não é capaz de responder com mais vigor aos desafios do mercado e aos estímulos das políticas públicas e das ações promotoras da inovação. 

                          O triênio coberto pela nova PINTEC – 2012-2014 - foi muito desafiador, sobretudo para o sistema industrial, mais exposto que as áreas de serviços à concorrência externa e às instabilidades dos cenários internacional e doméstico. Isto ajuda a explicar a redução do percentual dos dispêndios em atividades inovativas (relativamente à receita líquida) realizados pelas empresas industriais (de 2,37% para 2,12%, reforçando a queda registrada desde 2008, quando alcançaram 2,54%). Neste caso, os intensos esforços das empresas, das entidades empresariais e dos organismos públicos de apoio serviram de colchão amortecedor de resultados ainda piores.

                          O exame mais detalhado dos resultados da nova PINTEC permite contrastar alguns outros movimentos dos diferentes segmentos industriais. Um exemplo disto é que a inovação continua sendo de baixo impacto em todo o setor industrial, mas um número maior de empresas dos segmentos industriais menos propensos à introdução de inovações vem aderindo progressivamente e as suas taxas de inovação se elevaram, uma indicação de que as políticas adotadas no período em foco atingiram seus objetivos, ao menos em parte. A seguir, outras informações de interesse. 

                          A divulgação hoje pelo IBGE da mais recente Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC vai alimentar análises e debates entre os especialistas acadêmicos e os profissionais de inovação ao longo dos próximos meses. Espera-se que eles ajudem também nas reflexões das lideranças empresariais e dos formuladores de políticas públicas, para que a mobilização empresarial para inovar se intensifique de forma significativa. 

                          A primeira informação que se destaca da Pesquisa é a estabilidade entre os dois últimos triênios em termos agregados (conjunto dos setores e das empresas). A proporção de empresas que declara ter introduzido alguma inovação (de produto ou de processo) manteve-se praticamente inalterada (36%, incremento de 0,3 pp), o mesmo acontecendo com o esforço inovador (como proporção da receita dedicada às atividades de inovação, incluindo P&D), que ficou em 2,5%. 

                          O primeiro indicador de estabilidade mereceria um esforço de detalhamento. Afinal, o triênio encerrado em 2014 possui elementos novos com relação ao triênio encerrado em 2011, seja no quadro econômico brasileiro e na competitividade, seja nas políticas públicas e nas ações dos organismos empresariais, em que se destaca a Mobilização Empresarial pela Inovação. Entre os ventos contra e a favor da inovação, quem prevaleceu? Dadas as adversidades, talvez afinal o empate permita comemoração. 

                          Ou será que a estabilidade do dado agregado significa que o sistema de inovação brasileiro alcançou o seu teto e não consegue responder com mais vigor aos desafios do mercado e aos estímulos das políticas públicas e das ações de promoção da inovação? 

                          O triênio coberto pela nova PINTEC – 2012-2014 - foi muito desafiador sobretudo para o sistema industrial, mais exposto que as áreas de serviços à concorrência externa e às instabilidades dos cenários internacional e doméstico. E isso deve ajudar a explicar a redução do percentual dos dispêndios em atividades inovativas (relativamente à receita líquida) realizados pelas empresas industriais (de 2,37% para 2,12%, reforçando a queda registrada desde 2008, quando alcançaram 2,54%). Neste caso, os intensos esforços das empresas, das entidades empresariais e dos organismos públicos de apoio serviram de colchão amortecedor de resultados ainda piores. 

                          O decréscimo dos esforços inovadores das empresas industriais contrasta com a elevação dos esforços das empresas de serviços de telecomunicações, onde o dispêndio de inovação cresceu de 3,7% da receita líquida para 10%, enquanto o esforço de P&D se reduziu a menos da metade (de 0,7% para 0,3%). As empresas de energia (eletricidade e gás) também reduziram os seus dispêndios em inovação (de 1,3% para 0,6%).

                          O exame mais detalhado dos resultados da nova PINTEC permite contrastar alguns outros movimentos dos diferentes segmentos industriais. A inovação continua sendo de baixo impacto em todos os segmentos industriais, mas um número maior de empresas dos segmentos industriais menos propensos à introdução de inovações vem aderindo progressivamente e as suas taxas de inovação se elevaram. 

                          Entre os fatores que a PINTEC apresenta como impedimentos para a inovação destacam-se os riscos e as barreiras internas às empresas. 

                          Os riscos são compreensíveis, num quadro em que as empresas estão envoltas em condições competitivas pouco favoráveis e ambiente de grande instabilidade. Nas razões que levaram empresas a não inovar, percebe-se que 50% das respostas apontaram a existência de elevados riscos econômicos como fator preponderante para essa decisão (em 2011 este fator era apontado por 42% das empresas). 

                          Os obstáculos internos tem sido crescentemente reconhecidos como de alta importância pelas empresas que não inovaram. Em 2008, aproximadamente 7% dessas empresas apontaram esse fator como um obstáculo de alta importância, uma proporção que em 2011 subiu para aproximadamente 13% e alcançou 1 em cada 5 empresas em 2014 (20,4%). 

                          É possível interpretar as respostas dadas pelos respondentes da PINTEC como um alerta contra os efeitos da elevada rigidez das organizações, cujas rotinas estabelecidas veem como intromissão perturbadora as demandas oriundas das áreas de inovação.  É possível que estes dois fatores se reforcem mutuamente, pois quanto maior a percepção de risco maiores serão as resistências organizacionais à inovação; e vice-versa.

                          A Pesquisa registrou também uma redução no número de empresas que apontaram a escassez de mão de obra qualificada como obstáculo para inovar. Em 2011, a falta de pessoal qualificado foi apontada como um problema de alta importância por 40% das empresas que não inovaram, proporção que caiu para 29,8% em 2014. Embora não seja possível estabelecer relações de causa e efeito, é possível que esse fato seja reflexo de um maior amadurecimento do sistema de inovação brasileiro e da expansão do acesso ao ensino superior observada na última década.

                          As empresas inovadoras representam uma fração relativamente estável do total das empresas, mas existem importantes diferenças setoriais. Alguns segmentos possuem e exploram boas oportunidades e têm elevadas taxas de inovação, como fabricação de diversos tipos de equipamentos - eletrônicos, médicos, ópticos; automóveis, caminhões e ônibus; outros veículos de transporte; cosméticos; produtos químicos; refino de petróleo. 

                          Outros segmentos possuem menos oportunidades ou encontram mais dificuldades, a exemplo de alimentos, bebidas, fumo, calçados, artefatos de couro, produtos de madeira, produtos siderúrgicos e produtos de minerais não-metálicos. É digno de registro que grande parte dos setores industriais que apresentavam na PINTEC anterior taxas de inovação mais reduzidas elevaram as suas taxas neste último triênio - um sinal de difusão de ações e práticas inovadoras pelo conjunto do sistema industrial.

                          Entre as atividades industriais nas quais uma maior proporção de empresas declara que os produtos introduzidos representaram inovações não apenas para a empresa, mas também para o mercado nacional, a indústria automobilística e seus fornecedores se destacam em termos de inovações de produto para o mercado nacional. Enquanto apenas 12% das empresas declaram que seus produtos representam inovações para o mercado nacional, essa proporção chega a 68% das fabricantes de automóveis e caminhões, 50% das fabricantes de motores e equipamentos de transmissão e a 37% para fabricantes de peças e acessórios para automóveis. Além da automobilística, destacam-se outras atividades econômicas com forte presença de empresas estrangeiras, como nos casos de insumos farmacêuticos, equipamentos médico-hospitalares e eletrônica.

                          Apenas 490 empresas declararam ter introduzido inovações de caráter mundial, o equivalente a 1,2% de todas as empresas inovadoras. São valores muito semelhantes aos observados na PINTEC 2011, quando 483 empresas declararam ter introduzido inovações no nível global. 

                          Além disso, 51% dessas inovações se referem a produtos ou processos completamente novo para a empresa, sendo o restante referente a aprimoramento de um produto ou processo já existente. Com relação a 2011, observou-se uma queda considerável, visto que 58% dos casos se referiam a produtos ou processos completamente novos na pesquisa anterior. Esses dados revelam que o uso de estratégias baseadas em inovação para conquista de novos mercados ou maior parcela do mercado internacional ainda não está consolidada nas empresas brasileiras.

                          O aprofundamento e o detalhamento das análises vão permitir o desenvolvimento de novas explicações e quem sabe também renovar os caminhos para as ações públicas de fomento, alimentando a formulação de novas estratégias empresariais. Desde já, o que mostram os resultados da PINTEC é um quadro pouco animador. O ímpeto inovador das empresas industriais brasileiras permanece estável e o alcance das suas inovações está restrito ao ambiente local. A inovação ainda não consegue contribuir para uma inserção mais substancial da indústria brasileira na economia global. 


                           


                           


                           


                           


                           

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